AUTORES:
NATHALIA DA SILVA CAMPOS 1; RAPHAELA DA SILVA ALMEIDA 1; FRANCISCO JOSÉ SALUSTIANO DA SILVA 2; ANA CAROLINA COELHO-OLIVEIRA3,4 BRUNO BESSA MONTEIRO-OLIVEIRA 2,3,4;THAINNÁ DIAS NUNES 2
FILIAÇÃO:
1 Faculdade Bezerra de Araújo (FABA). Rio de Janeiro, RJ, Brazil.
2 Departamento de Fisioterapia. Faculdade Bezerra de Araújo (FABA), Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
3 Laboratório de Vibrações Mecânicas e Práticas Integrativas, Departamento de Biofísica e Biometria e Policlínica Américo Piquet Carneiro. Universidade de Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
4 Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental, Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
RESUMO
O método Bobath estimula benefícios que levam à redução do agravamento da sequela neurológica; estimula o progresso das habilidades motoras e do condicionamento físico; proporciona autonomia para realizar atividades de vida diária, promove a estimulação cerebral especificamente no Sistema Nervoso Central (SNC). O objetivo dessa revisão sistemática é apresentar os benefícios do método Bobath por meio da fisioterapia em pacientes com Encefalopatia Crônica Não Progressiva da infância (ECNPI). Em conjunto com este método de reabilitação, a fisioterapia atua com estimulação precoce, controle da espasticidade e melhora do aparelho locomotor. A pesquisa foi realizada nas bases de dados eletrônicos: Pubmed, SCOPUS, EMBASE (em 9 de novembro de 2020), resultados relacionados aos benefícios do método Bobath para crianças diagnosticadas com ECNPI. O instrumento ACROBATNRSI foi utilizada como uma ferramenta de avaliação de risco de viés Cochrane para estudos não randomizados. Dois revisores usaram essas ferramentas para avaliar a qualidade e o risco de viés para estudos não randomizados e estudos randomizados e o terceiro pesquisador foi usado para resolver todas as discordâncias. Três estudos foram incluídos nesta revisão sistemática. Esta revisão sugere que crianças com ECNPI, que utilizaram o método Bobath adquiriram uma melhor resposta motora, equilíbrio e independência, levando à uma qualidade de vida melhor. Em conclusão, os resultados obtidos através do levantamento de dados sobre o método Bobath são positivos, dentre seus benefícios na abordagem terapêutica confirma o desempenho motor, funcional e capacidade para atividades individuais e coletivas. Considerando os resultados das pesquisas apresentadas o método Bobath não precisa de técnicas associadas, para se obter resultados os pacientes são beneficiados com este método e melhoram a qualidade de vida e independência funcional.
Palavras-chave: Infância; Encefalopatia; Bobath.
ABSTRACT
The Bobath method encourages benefits that lead to a reduction in the worsening of neurological sequelae; stimulates the progress of motor skills and physical conditioning; provides autonomy to perform activities of daily living, promotes brain stimulation specifically in the from Central Nervous System (CNS). The purpose of this systematic review is to present the benefits of the Bobath method through physiotherapy in patients with Chronic Non-Progressive Childhood Encephalopathy (CNPCE). In conjunction with this rehabilitation method, physiotherapy acts with early stimulation, control of spasticity and improvement of the locomotor system. The research was conducted in the electronic databases: Pubmed, SCOPUS, EMBASE (on November 9, 2020), results related to the benefits of the Bobath method for children with CNPCE. The ACROBAT-NRSI instrument was used as a risk assessment tool for Cochrane bias for non-randomized studies. Each item was assessed as a risk of low, moderate, severe or critical bias, and it is necessary to inform when no information is present. Two reviewers used these tools to assess the quality and risk of bias for nonrandomized studies and randomized studies and the third researcher was used to resolve all disagreements. Three studies were included in this systematic review. In this mandatory review, children with CNPEC, who used the Bobath method, acquired better motor response, balance and independence, leading to a better quality of life. In conclusion the results obtained through data collection on the Treatment based on Bobath method are positive, among its benefits in the therapeutic approach it confirms the motor and functional performance and capacities for individual and collective activities. Considering the results of the researches presented, the Bobath method does not need associated techniques to obtain results, patients benefit from this method and improve their quality of life and functional independence.
Keywords: Childhood; Encephalopathy; Bobath.
1 – INTRODUÇÃO
A Encefalopatia Crônica Infantil (ECI) é caracterizada como uma lesão não progressiva (DA SILVA JÚNIOR, 2018) que afeta o Sistema Nervoso Central (SNC) imaturo ou em desenvolvimento, causando disfunções motoras, alterações cognitivas, déficits posturais e de movimento (SANTOS et al., 2016).
Segundo Schwartzman (1993) e Souza e Ferraretto (1998 apud LEITE; PRADO, 2004, p. 42 apud CAMILA et al., 2017), é denominado: tipo e topografia. Sendo que no tipo há disfunção motora discinética ou extrapiramidal (distônica, atetóide e coróide), espástica, atáxica e mista; na topografia (localização no corpo), é dividido em tetraplégico, triplégico, diplégico e hemiplégico (NOGUEIRA; NASCIMENTO, 2017).
A etiologia da Encefalopatia Crônica Não Progressiva da Infância (ECNPI) pode ser decorrente do comprometimento do SNC, devido a fatores exógenos (leva-se em consideração que o tipo de comprometimento cerebral dependerá do momento de atuação do agente, da intensidade e da duração), (ROTTA, 2002; SANTOS, 2014). E endógenos (potencial genético herdado, que é maior ou menor chance de dano cerebral) (ROTTA, 2002; ALMEIDA, 2020).
Relacionado ao momento em que o agente etiológico afeta o SNC em desenvolvimento, existem os seguintes períodos: pré-natal, perinatal e pós-parto (que vai da segunda semana do nascimento até os dois anos de idade) (ASSIS-MADEIRA; CARVALHO, 2009; SANTOS et al., 2018). A. Cuidado pré-natal: os principais fatores etiológicos são infecções e parasitoses (rubéola); intoxicações (tabaco, álcool, drogas); radiação (terapêutica ou diagnóstica); trauma (queda da gestante ou trauma no abdômen); fatores maternos (doenças crônicas, anemia grave). B. perinatal: pode estar relacionado a fatores maternos (idade da mãe, desproporção cefalopélvica); fatores fetais (direito de nascença, prematuridade) e fatores de parto (duração do trabalho de parto). C. pós-parto: distúrbios metabólicos (como hipoglicemia) devem ser levados em consideração; infecções (estreptococos, estafilococos); encefalite pós-infecciosa e pós-vacina, hiperbilirrubinemia; ferimentos na cabeça; intoxicações (por produtos químicos ou drogas); processos vasculares (embolias, tromboflebites e hemorragias); e desnutrição, que afeta o desenvolvimento do cérebro da criança (FREITAS et al., 2017).
As alterações neuromusculares apresentadas pelo paciente são variações no tônus muscular, rigidez e espasticidade. Na ECNPI, a forma espástica é amplamente encontrada, e o foco principal do tratamento fisioterapêutico é o controle da espasticidade, evoluindo para exercícios funcionais (DUARTE; RABELLO, 2015).
Portanto, na ECNPI cada paciente tem uma necessidade e o tratamento é direcionado em relação à avaliação do paciente, não existe um método ou tratamento específico. Na fisioterapia, a aplicação de diferentes métodos para a reabilitação desses pacientes é baseada no quadro clínico. Dentre os métodos utilizados, o Método Bobath é um dos principais (DUARTE; RABELLO, 2015).
O objetivo do método Bobath é inibir padrões patológicos, estimular padrões normais e facilitar movimentos, o que promoverá uma melhora da capacidade funcional e integração sensorial (CAMARGO et al., 2020). Em 1950, o casal Berta Bobath, que era fisioterapeuta e Karel Bobath neurologista, criou esse conceito. Eles apontaram a ação do tônus muscular sobre o movimento, normalizando a postura que se popularizou como pontos-chave de comando. Esse método tem o procedimento peculiar de observar, examinar e interpretar dentro da prática das atividades desempenhadas e em um nível pessoal tolerável (CORRÊA, 2019).
Para Bobath (1989) o método por ele criado promove benefícios como, redução do agravamento da sequela neurológica; estimula o progresso das habilidades motoras e do condicionamento físico; proporciona maior autonomia para realizar atividades de vida diária (PALISANO et al., 2008; PERES et al., 2009; BERNAL et al., 2019) promove a estimulação cerebral especificamente no SNC; previne anomalias musculoesqueléticas; fornece domínio da ação de proteção e estabilidade; levando a uma melhoria na qualidade de vida (CORRÊA, 2019).
O fisioterapeuta pode utilizar procedimentos para estimular a criança, como levantar, sentar, andar, pegar e manusear objetos, a fim de impedir a atividade reflexa anormal, a fim de normalizar o tônus muscular e melhorar o movimento normal (DUARTE; RABELLO, 2015). Segundo Moreira (2012) a fisioterapia utiliza o método Bobath priorizando o desenvolvimento motor da criança com ECNPI, buscando identificar o nível funcional a fim de melhorar as anormalidades por meio de exercícios de propriocepção (CORRÊA, 2019), bola suíça, rolos, rampas. As habilidades que são desenvolvidas melhoram a força muscular, amplitude de movimento, flexibilidade, habilidade motora, mobilidade funcional e padrões de movimento (SANTOS et al., 2020).
Bobath criou o tratamento de Neurodesenvolvimento, com o objetivo de facilitar o movimento normal, por meio de “pontos-chave de controle” (ZANON et al., 2019). O uso de atividade nos membros afetados ajuda a aprender o movimento correto e funcional, e também inibe padrões que não são normais para sinergismo espástico. Portanto, esse método é utilizado no tratamento de crianças com ECNPI, com o objetivo de aumentar e inventar a capacidade dessas crianças de realizar movimentos coordenados (DUARTE; RABELLO, 2015).
Essa revisão tem como objetivo apresentar os benefícios do método Bobath por meio da fisioterapia em pacientes com ECNPI. Em conjunto com este método de reabilitação, a fisioterapia atua com estimulação precoce, controle da espasticidade e melhora do aparelho locomotor.
2 – MÉTODOS
Esta revisão sistemática foi registrada no International Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO) com registro CRD 42021247940 (PACHECO et al., 2018) e seguiu as orientações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analysis (PRISMA) (LIBERATI et al., 2009).
2.1 – CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE
2.1.1 – Critérios de inclusão
Para serem incluídas nesta revisão, as publicações devem atender aos critérios da pesquisa e investigar os efeitos do método Bobath em crianças com ECNPI, não houve restrição de data.
2.1.2 – Critérios de exclusão
Os critérios de exclusão permitiram a eliminação de publicações desnecessárias. Os artigos eram excluídos se: (i) publicado em um idioma diferente do inglês; (ii) com achados não relacionados ao paciente com ECNPI; (iii) que usou uma técnica diferente do método Bobath; (iv) cartas ao editor, resumo do congresso, livros, editoriais, revisão sistemática; (v) estudo em animais; (iv) Bobath associado a outras terapias.
2.2 – ESTRATÉGIA DE PESQUISA
A pesquisa foi realizada nas seguintes bases de dados eletrônicas: Pubmed, SCOPUS, EMBASE, em 9 de novembro de 2020 e a string de busca foi ((pediatric) AND (encephalopathy) AND (bobath)).
As palavras-chave utilizadas no estudo foram definidas com base na Estratégia PICO (COSTANTINO; MONTANO; CASAZZA, 2015), com P= crianças com ECNPI; I= Bobath; C= sem restrições de comparações permitindo comparações com placebo; cuidados habituais ou intervenção; O= todos os resultados relatados.
2.3 – COLETA E ANÁLISE DE DADOS
Todas as referências duplicadas foram removidas. A revisão foi conduzida seguindo quatro fases: (i) dois revisores (NSC, RSA), (ii) os registros foram identificados por meio de busca no banco de dados e referências de triagem (Identificação), foram excluídos com base nos critérios de elegibilidade títulos, resumos e estudos irrelevantes (Triagem), (iii) todos os estudos relevantes foram incluídos na revisão sistemática e os textos completos relevantes foram analisados para elegibilidade (Elegibilidade), (iv) a discordância foi resolvida por um terceiro revisor (BBMO).
Os dados sobre as informações do estudo (autor, ano e país), população (idade), método Bobath, prescrição e resultados foram extraídos. Os mesmos pesquisadores foram responsáveis por extrair os dados dos estudos incluídos.
O nível de evidência de cada publicação selecionada foi verificado individualmente usando a hierarquia de evidências do National Health and Medical Research Council (NHMRC) (MERLIN; WESTON; TOOHER, 2009), conforme definido na Tabela 1:
Tabela 1: Definição dos níveis de evidências com base no National Health and Medical Research Council Hierarchy of Evidence
Nível de Evidência | Definição |
I | A revisão sistemática de estudos de nível II. |
II | Teste controlado e aleatório. |
III-1 | O ensaio pseudo-randomizado controlado (alocação alternativa, como um estudo cruzado ou algum outro método semelhante). |
III – 2 | O estudo comparativo com controles concorrentes (ensaio experimental não randomizado, estudo de coorte, estudo de caso-controle, série temporal interrompida com um grupo de controle). |
III – 3 | O estudo comparativo sem controle concorrente (controle histórico, dois ou mais estudos de braço único, séries temporais interrompidas sem um grupo de controle paralelo). |
IV | A série de casos com resultados pós-teste ou pré-teste/pós-teste. |
A escala PEDro (MAHER et al., 2003) foi utilizada na revisão para avaliar a qualidade dos estudos. A escala PEDro foi considerada uma pontuação de quatro ou menos e foi classificada como de qualidade \’ruim\’, aqueles com uma pontuação de cinco a seis seriam de qualidade \’razoável\’ e acima de seis pontos de qualidade metodológica \’alta\’ (WALSER; MESERVE; BOUCHER, 2009).
O instrumento ACROBAT-NRSI (\”A Cochrane bias risk assessment tool for nonrandomized studies\”) foi usado, que compara os efeitos das intervenções de saúde. ACROBAT-NRSI cobre sete domínios divididos em pré-intervenção, intervenção e pós-intervenção. Cada item foi classificado como risco de viés baixo, moderado, grave ou crítico e é necessário informar quando nenhuma informação estiver presente (STERNE JAC, HIGGINS JPT et al., 2014).
Dois revisores usaram essas ferramentas para avaliar a qualidade e o risco de viés para estudos não randomizados e estudos randomizados (NSC, RSA) e o terceiro pesquisador foi usado para resolver todas as discordâncias (BBMO).
3 – RESULTADOS
O total de artigos pesquisados foi 50, sendo que destas pesquisas 10 estudos eram duplicados, restando 40 registros que foram selecionados, 35 desses estudos foram excluídos devido as seguintes razões: estudo piloto (1), outros métodos de terapia (13), diagnósticos de doenças não relacionadas com ECNPI (20), técnica associada ao método Bobath (1). Após a exclusão, 5 registros foram selecionados para o critério de elegibilidade, desses 5, 2 foram excluídos, idioma (1), revisão sistemática (1), restando 3 estudos incluídos para a síntese qualitativa. Seguindo o modelo PRISMA na figura 1:
De acordo com a qualidade metodológica com a escala PEDro as publicações incluídas tiveram uma pontuação média de 3 (tabela 2) com dois artigos apresentando um valor de 3 pontos (Knox et al., 2017) e (Tekin et al.,2018), e um artigo apresentando um valor 4 pontos (Chochowska et al., 2015), evidenciando a qualidade ‘’pobre’’ da metodologia.
Tabela 2: Avaliação da qualidade metodológica dos estudos incluídos com a escala PEDro.
Na figura 2, ACROBAT-NRSI risk of bias, 2 artigos foram ‘moderado’ e 1 foi ‘sério’ para risco de viés para ensaio clinico não randomizado (COCHRANE, 2016).
Para a seleção na busca foram considerados características de participantes, população, protocolo e o método (tabela 3). Em relação ao nível de evidência (MERLIN; WESTON; TOOHER, 2009) dos três estudos incluídos nesta revisão, considerou-se Nível de Evidência III-2.
Os resultados avaliados são mostrados na tabela 3: (I) Degree of Motor Disability (DMD) (Chochowska et al., 2015); (II) Gross Motor Function Classification System (GMFCS) (TEKIN et al., 2018); (III) Gross Motor Function Measure 88 (GMFM88) (TEKIN et al., 2018); (IV) Gross Motor Function Measure (GMFM) (TEKIN et al., 2018); Knox et al., 2017); (V) Measurement of gross motor function 66 (GMFM-66) (Knox et al., 2017); (VI) Standardized Table for Psychosomatic and Kinetic Evaluation of Michałowicz-Mro psicek (STPKEMM) (Chochowska et al., 2015); (VII) International Classification of Functionality (CIF) (TEKIN et al., 2018); (VIII) Functional Independence Measure for Children (WeeFim) (Tekin et al., 2018); (IX) Pediatric Balance Scale (PBS) (TEKIN et al., 2018); (X) 1-minute walk test (1MWT) (TEKIN et al., 2018); (XI) Modified Timed Up and Go Test (MTUGT) (TEKIN et al., 2018); (XII) Seated Postural Control Measure (SPCM) (TEKIN et al., 2018); (XIII) Pediatric Disability Assessment Inventory (PEDI) (Knox et al., 2017); (XIV) Father and therapist (Knox et al., 2017).
Para realização dos estudos, os autores realizaram uma seleção com critério de elegibilidade na qual o primeiro (Chochowska et al., 2015) fez uma seleção de 45 indivíduos (19 meninas e 26 meninos) com idade de 1 a 4 anos; já o segundo (Tekin et al.,2018) 15 indivíduos (7 meninas e 8 meninos), idade (meses) 120,4 ± 31,69, altura (cm) 133 ± 18,87, IMC 16,75 ± 2,99; e o terceiro (Knox et al., 2017) 15 indivíduos (9 meninos e 6 meninas), idade 7a ± 4m 2a / 8m de idade, 2 a 12 anos.
Os três artigos realizaram uma comparação entre os grupos, sendo que no primeiro (Chochowska et al., 2015) a duração do tratamento foi de 3 anos e a cada 6 meses era realizada uma nova avaliação, o segundo (Tekin et al.,2018) relatou que durante 8 semanas o tratamento era realizado 2 vezes na semana com uma duração de 60 minutos e os pacientes foram avaliados 2 vezes antes e depois do tratamento. O terceiro estudo (Knox et al., 2017) nas primeiras 12 semanas foi feita a avaliação inicial e dado início ao tratamento, após 6 semanas foi realizada uma nova avaliação, o tratamento era realizado 3 vezes na semana com uma duração de 75 minutos cada sessão, na décima segunda semana foi aplicado um questionário aos pais sobre as mudanças percebidas na função dos seus filhos, e na décima oitava semana foi realizada a avaliação final.
Figura 2 – ACROBAT-NRSI risk of bias
Estudo | Viés devido a confusão | Viés na seleção de participantes | Viés na medição das intervenções | Viés devido a desvios das intervenções pretendidas | Polarização devido a dados ausentes | Viés na medição dos resultados | Viés na seleção dos resultados relatados | Julgamento RoB geral |
Chochowska et al., 2008 | Moderado | Moderado | Moderado | Moderado | Moderado | Moderado | Moderado | Sério |
Knox et al. 2017 | Moderado | Baixo | Baixo | Baixo | Moderado | Moderado | Moderado | Moderado |
Tekin et al. 2018 | Moderado | Baixo | Baixo | Moderado | Baixo | Moderado | Moderado | Moderado |
Tabela 3 – Descrição das características dos estudos selecionados.
Estudo | Design do Estudo | População | Protocolo | Método | Variáveis Avaliadas | Resultados | N.E. |
Chochowska et al., 2015 | N-RET | 45 indivíduos (19 meninas e 26 meninos). Idade 1 a 4 a. | Duração do Tratamento: 3 a., que foi avaliado 6 vezes a cada 6 m. | NDT-B | DMD STPKEMM | Melhoria nas funções motoras que foram alcançadas no grupo 1, e as mais baixas nos indivíduos do grupo 3. Foi demonstrado que o grau de disfunção motora estabelece uma cautela no desenvolvimento, houve um grau bem menor em relação ao grupo 3 e ao grupo 2. | III-2 |
Tekin et al., 2018 | N-RET | 15 indivíduos (7 meninas e 8 meninos) Idade (meses) 120,4 ± 31,69 Altura (cm) 133 ± 18,87 IMC 16,75 ± 2,99 | 8 sem. 2 vezes por sem. Em uma sessão (60 min.) Os participantes foram avaliados 2 vezes (antes e depois do tratamento) | NDT- B | GMFCS GMFM-88 ICF WeeFIM GMFM 1MWT MTUGT PBS SPCM | O grau de deficiência foi um fator igualmente importante que influencia a eficácia do método avaliado. Postura e equilíbrio: melhora o nível motor funcional e a independência funcional, melhorando a postura, o controle e o equilíbrio no paciente com ECNPI diparético e hemiparético. | III-2 |
Knox et al., 2017 | Estudo experimental | 15 participantes (9 meninos e 6 meninas) Idade 7a ± 4m 2a / 8m De 2 a 12 a. | Primeiras 12 sem.: avaliação inicial e início do tratamento. Após 6 sem.: uma nova avaliação. Duração da sessão: 75 min. 3 vezes por sem., 12 sem.: questionários aos pais sobre mudanças percebidas na função 18 sem.: avaliação final. | TB | GMFM GMFM-66 PEDI Parent and Therapist questionnaire. | Houve uma melhora significativa nas habilidades motoras grossas e autocuidado e exigiu menos nível de assistência do cuidador para mobilidade e autocuidado, após um período de 6 semanas do curso de Terapia Bobath. | III-2 |
ECNPI, Encefalopatia Crônica Não Progressiva da Infância; ICF, International Classification of Functioning; IMC, Índice de Massa Muscular; GMFCS, Gross Motor Function Classification System; GMFM, Gross Motor Function Measure; GMFM-66, Gross Motor Function Measure 66; GMFM-88, Gross Motor Function Measure 88; STPKEMM, Standardized Table for Psychosomatic and Kinetic Evaluation of Michałowicz-Mro psicek; PBS, Paediatric Balance Scale; PEDI, Pediatric Evaluation of Disabilities Inventory; M, meses; MTUGT, Modified Timed Up and Go Test; NDT Bobath, Neuro-Developmental Treatment Bobath; NRET, Non-Randomized Experimental Trial; SPCM, Seated Postural Control Measure; Sem., Semana; 1MWT, 1 Minute Walking Test; WT, Wilcoxon Test; WeeFim, Functional Independence Measure for Children.
4 – DISCUSSÃO
Os principais achados da nossa revisão sistemática são as variáveis que compuseram a avaliação neurológica dos pacientes com ECNPI. Tais elementos utilizados nortearam os autores para que pudessem avaliar nível de motricidade, capacidade funcional, equilíbrio estático, dinâmico e o grau de satisfação dos pais.
Para avaliação de motricidade foram utilizadas as escalas: Degree of Motor Disability (DMD), Gross Motor Function Classification System (GMFCS), Gross Motor Function Measure 88 (GMFM-88), Gross Motor Function Measure (GMFM) and Gross Motor Function Measure 66 (GMFM-66).
Para avaliação da capacidade funcional: Standardized table for psychosomatic and kinetic assessment of Michałowicz-Mro psicek (STPKEMM), International Classification of Functioning (ICF), Functional Independence Measure for Children (WeeFim), Pediatric Balance Scale (PBS) and Test of 1-minute walk test (1MWT), Pediatric Disability Assessment Inventory (PEDI).
Para avaliação de equilíbrio estático e dinâmico: Modified Timed Up and Go Test (MTUGT), Seated Postural Control Measure (SPCM).
Para avaliação de satisfação dos pais: Parent and Therapist questionnaire.
A partir da revisão sistemática empregada nesse trabalho foi possível observar que os achados efetivos com o público de ECNPI datavam de um período entre os anos 90 e 2000. Com isso, os dados não estão atualizados dando margem para uma tendência otimista em relação a intervenção precoce.
Chochowska (2015), relata que no ano de 2002 já era difícil de encontrar estudos para a ECNPI, e que na década de 40, a reabilitação era realizada por cirurgiões e ortopedistas. Embora o autor não mencione como era realizado o tratamento pelo médico, é possível suspeitar que se tratava de uma correção de deformidades e não a reabilitação propriamente dita. No pós-operatório eram realizados exercícios em músculos isolados e não tinham um bom resultado. Estudos em neurofisiologia concluíram que para tal doença era compreendida a reabilitação por meio do método de desenvolvimento neuromuscular, que é aplicado de forma precoce e está ligado ao conceito de plasticidade do Sistema Nervoso que se desenvolve dinamicamente até os 2 anos de idade.
Entretanto, apesar de ser uma terapia eficaz, o autor relata que nem todas as crianças por meio da reabilitação trazem respostas positivas. Isso pode resultar de vários fatores, conhecimento para se estabelecer metas para reabilitação, prognosticar o desenvolvimento dos pacientes. Isto também torna possível evitar requisitos inadequados para a criança e a decepção quanto aos efeitos da terapia e para os pais. São diversos os fatores que interferem para as repostas da reabilitação, como: adoecimento durante o tratamento, colaboração do indivíduo e da família.
A elaboração desta pesquisa durou 3 anos. O autor relata que vários transtornos resultantes de comprometimento do SNC sob a influência do programa de reabilitação foram padrões motores modificados e os patológicos foram substituídos por atividades motora adequada na forma de desenvolvimento gradual. Os resultados do programa de reabilitação de cada indivíduo foram comparados com o resultado do primeiro dia e o último dia de exame, sendo que as mudanças ocorreram dentro da pausa de 6 meses, na qual foram avaliados: o tipo de atividade motora espontânea da criança e a avaliação do seu desenvolvimento motor.
Apoiadores da reabilitação precoce de bebês com trabalho de parto ou lesão do SNC relacionada a gravidez enfatizam a importância deste tratamento na prevenção. Chochowska, também relata que independentemente do tipo clínico da condição é muito importante apresentar a criança à reabilitação de forma precoce.
Knox (2017), em seu estudo realizou testes específicos antes de intervir com o método Bobath. Ele quantificou o grau de independência e mobilidade dos indivíduos, onde utilizou o GMFM para elegibilidade de participação na pesquisa e foram selecionados indivíduos que se encaixam nos níveis (I, II, III, IV e V) e a PEDI.
Knox, também faz uma citação do artigo de Royeen e DeGongi 1992, onde ressalta que apesar do uso popular do método Bobath ainda se encontram uma escassez de pesquisas rigorosas sobre a sua eficácia clínica. Foram revisados artigos em que demonstraram a eficácia do método Bobath, entretanto, a técnica mostra ter um melhor resultado quando associada a outras modalidades como testes específicos (GMFM, PEDI), para avaliar os pacientes e que demonstrassem diferenças antes e depois do método Bobath.
O autor relata que para a pesquisa foi realizado um projeto de medidas repetidas em um intervalo de 6 semanas, em que incluem: o início do estudo, antes do tratamento com o método Bobath, após o tratamento com o método Bobath e no acompanhamento. Isso quer dizer que houve melhoria significativa visível nas habilidades motoras grossas e de autocuidado, mas exigiu um nível de assistência do cuidador para mobilidade e autocuidado após este período.
Os pais foram submetidos a dois questionários oito relataram mais mudanças positivas. Exemplos de mudanças percebidas incluem: “ele pode se despir mais rápido”, “ele pode sair do banho”; “ele está sentado mais reto na parte inferior das costas e mantendo a cabeça erguida por mais tempo”; “tentando se auto limpar após ir ao banheiro”.
Knox, conclui que as melhorias ocorreram dentro das áreas em que os objetivos da terapia foram definidos, isso junto com a pequena amostra o tamanho limita o poder dos resultados. Se os resultados do estudo atual podem ser confirmados na proposta maior de ensaio clínico randomizado, então podem fornecer informações úteis para capacitar pais, terapeutas e compradores em escolha da terapia.
Tekin (2018), para elaboração de sua pesquisa contou com a experiência de fisioterapeutas que tinham 3 anos de prática em Tratamento NeuroDesenvolvimentista Bobath (TND-Bobath). Para seleção dos participantes, os terapeutas usaram uma gama de variáveis em que avaliaram a função motora bruta, classificação de habilidades funcionais e limitações, independência funcional, equilíbrio. O tratamento foi direcionado de acordo com as condições e necessidades de cada paciente. O tratamento foi realizado durante 8 semanas, 2 vezes a cada semana e com duração de 60 minutos a sessão.
Além do TND-Bobath, foram realizados programas que contém: exercícios de equilíbrio em frente ao espelho, treinamentos de caminhadas em diferentes tipos, subir e descer as escadas (com ou sem suporte).
O autor relata que as habilidades cognitivas dos participantes estavam disponíveis para todas as instruções e todos os participantes foram cooperativos. Para critério de elegibilidade foi usado o teste de GMFCS em que o nível das crianças era de pelo menos 3, logo, isso significa que todas as crianças no presente estudo podiam andar, e isso aumentou as oportunidades de se beneficiarem com a técnica, os resultados foram favoráveis para este período de 8 semanas.
Tekin relata que os escores médios das variáveis mudaram de posição comparados antes das pontuações médias do tratamento, em relação a postura baseada em TND-Bobath no treinamento de equilíbrio, habilidade de marcha e nível de independência.
Não houve grupo de controle para comparar o resultado de tratamentos e concluir que é importante que os médicos e pesquisadores devem focar mais intensamente em programas de neurodesenvolvimento para melhorar os níveis de desenvolvimento motor, habilidades de controle postural, equilíbrio e independência funcional nas atividades de vida diária características desses casos.
Com base nas pesquisas descritas por Chochowska (2015), Knox (2017) e Tekin (2018) percebe-se que o método Bobath se mostrou eficaz no tratamento de neurodesenvolvimento para a ECNPI, notando melhora nos indivíduos que participaram da pesquisa em relação as atividades de vida diária, independência funcional e equilíbrio. Houve concordância entre os 3 artigos estudados em que todos os autores ressaltam que o método Bobath aplicado de forma precoce irá beneficiar ainda mais o paciente por conta da neuroplasticidade. Contudo, o autor Chochowska ressalta que o tipo clínico de ECNPI tem um impacto significativo nos resultados do tratamento.
Os resultados obtidos através do levantamento de dados sobre o método Bobath são positivos para a execução da metodologia, porém, ao longo da pesquisa tivemos dificuldades para achados de pesquisas recentes nesta área. Sendo assim, novas pesquisas devem ser realizadas com conteúdos atuais e para a comparação dos achados antigos da técnica.
Importantes achados foram apresentados, entretanto, devemos apontar algumas limitações desta revisão sistemática, por exemplo, para realização da revisão foram utilizadas apenas três bases de dados, faz-se necessário a utilização de mais bases de dados para uma melhor avaliação dos artigos, pois isto levará à uma melhora da qualidade desta revisão, porque há uma escassez de estudos avaliando o efeito do método Bobath em indivíduos com ECNPI.
Embora alguns termos de pesquisa sejam usados, uma estratégia de pesquisa mais recente com a adição de outros termos poderiam ter sido usada para fornecimento de mais resultados. Além disso, alguns dos trabalhos incluídos mostram heterogeneidade nos protocolos utilizados, como discrepância em relação ao tempo de duração do tratamento, idade e intervenção. À vista disso, é necessário cautela na leitura dos resultados desta revisão sistemática.
A força desse trabalho é demostrar a importância do método Bobath em crianças com ECNPI.
5 – CONCLUSÃO
Em conclusão, esta revisão avaliou os efeitos do método Bobath em crianças com ECNPI, na qual nos apresenta que os pacientes beneficiados com este método melhoram a qualidade de vida e independência funcional.
6 – REFERÊNCIAS
ASSIS-MADEIRA, E.A.; CARVALHO, S.G. DE. Paralisia Cerebral e Fatores de Risco ao Desenvolvimento Motor: Uma Revisão Teórica. Cadernos de Pós-Graduação de Distúrbios do Desenvolvimento, v.9, n. 1, 2009.
BERNAL, G.P. et al. Método Neuroevolutivo Bobath no tratamento da diplegia espástica: Uma Revisão Bibliográfica. P. 39–43, 2019.
CAMARGO, A. P. R. et al. Influência do método Bobath em um paciente portador de Síndrome de Down: Estudo de caso. In: Fisioterapia na Atenção à Saúde 3. [S.L: S.N.].
CAMILA, F. et al. Terapia Ocupacional no Tratamento de Crianças com Paralisia Cerebral Occupational Therapy in the Children’s Treatment with Cerebral Paralysis. P. 9–20, 2017.
COCHRANE COLLABORATION. The ROBINS-I tool (Risk Of Bias In Nonrandomized Studies – of Interventions). 2016. Disponível em: <https://sites.google.com/site/riskofbiastool/>. Acesso em: 8 jun. 2020
COSTANTINO, G.; MONTANO, N.; CASAZZA, G. When Should we Change our Clinical Practice Based on the Results of a Clinical Study? The Hierarchy of Evidence. Internal and Emergency Medicine, v. 10, n. 6, p. 745-747, set. 2015.
DA SILVA JÚNIOR, R. A. Avaliação da Função Motora Grossa em Pacientes com Encefalopatia Crônica Não Progressiva da Infância com o uso da Suit Terapia. Fisioterapia Brasil, v. 19, n. 5, 2018.
DUARTE, M. P.; RABELLO, L. M. Conceito Neuroevolutivo Bobathe a Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva como forma de Tratamento para Crianças com encefalopatia Crônica Não Progressiva da infância. Revista da Faculdade de Educação, v. 6, n. 1, 2015.
KARIELLY CÁSSIA DE ALMEIDA. Avaliação da Função Respiratória em Crianças Hígidas e com Encefalopatia Crônica Não Progressiva da Infância. 2020.
LEILIANA DE SOUZA CORRÊA. Benefícios do método Bobath na Paralisia Cerebral. p. 17, 2019.
LIBERATI, A. et al. The Prisma Statement for Reporting Systematic Reviews and Meta-Analyses of Studies that Evaluate Healthcare Interventions: Explanation and Andelaboration. BMJ, v. 339, n. Jul211, p. B2700-B2700, 4 dez. 2009.
MAHER, C. G. et al. Reliability of the Pedro Scale for Rating Quality of Randomized Controlled Trials. Physical Terapy, v. 83, n. 8, p. 713-721, ago. 2003.
MERLIN, T.; WESTON, A.; TOOHER, R. Extending an Evidence Hierarchy to Include Topics Other than Treatment: Revising the Australian “Levels of Evidence”. BMC Medical Research Methodology, v. 9, n. 1, p. 34, dez. 2009.
NOGUEIRA, M. L.; NASCIMENTO, T. L. Uso do Método Bobath em Pacientes com Paralisia Cerebral Use of the Bobath Method in Patients with Cerebral Paralysis. [S.L: S.N.]. Disponível em: <https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/23806>. Acesso em: 27 mar. 2021.
PACHECO, R. L. et al. PROSPERO: Base de Registro de Protocolos de Revisões Sistemátcas. Estudo Descritivo. Diagn. Tratamento, p. [101-104], 2018.
PALISANO, R. J. et al. Content Validity of the Expanded and Revised Gross Motor Function Classification System. Developmental Medicine and Child Neurology, v. 50, n. 10, 2008
PERES, L. W.; RUEDELL, A. M.; DIAMANTE, C. Influência do Conceito Neuroevolutivo Bobath no Tônus e Força Muscular e Atividades Funcionais Estáticas e Dinâmica sem Pacientes Diparéticos Espásticos após Paralisia Cerebral. Saúde (Santa Maria), v. 35, n 1, 2009
ROTTA, N. T. Paralisia Cerebral, Novas Perspectivas Terapêuticas. Jornal de Pediatria, v. 78, 2002.
SANTOS, A. F. DOS. Paralisia Cerebral: Uma Revisão da Literatura. Revista Unimontes Científica, v. 16, n. 2, 2014.
SANTOS, G. R. DOS. et al. Physiotherapeutic Stimulation in Infants with Down Syndrome to promote Crawling. Fisioterapia em Movimento, v. 33, 2020.
SANTOS, P. D. DOS. et al. Instrumentos que avaliam a Independência Funcional em Crianças com Paralisia Cerebral: Uma Revisão Sistemática de Estudos Observacionais. Fisioterapia e Pesquisa, v. 23, n. 3, 2016.
SANTOS, R. K. DOS; MALTAURO, L.; ANTONIASSI, D. P. Auriculoterapia na Qualidade de Vida de Crianças com Encefalopatia Crônica Não Progressiva da Infância. Revista Brasileira de Qualidade de Vida, v. 10, n. 2, 2018.
STERNE JAC, HIGGINS JPT, R. B. ON B. OF THE D. G. FOR A.-N. et al. A Cochrane Risk of Bias Assessment Tool: For Non-Randomized Studies of Interventions (ACROBAT-NRSI). Version 1.0.0, n. september, p. Version 1.0.0, 2014.
TEKIN, F. et al. Effectiveness of Neuro-Developmental Treatment (Bobath Concept) on Postural Control and Balance in Cerebral Palsied Children. Journal of Back and Musculoskeletal Rehabilitation, v. 31, n. 2, 2018.
WALSER, R. F.; MESERVE, B. B.; BOUCHER, T. R. The Effectiveness of thoracic Spine Manipulation for the Management of Musculoskeletal Conditions: A Systematic Review and Meta-Analysis of Randomized Clinical Trials. Journal of Manual & Manipulative Therapy, v. 17, n. 4, p. 273-246, dez. 2009.
ZANON, M. A. et al. Neurodevelopmental Treatment (Bobath) for Children with Cerebral Palsy: A Systematic Review. Journal of Child Neurology, v. 34, n. 11, 2019.