PLAYING AS A TOOL IN THE LITERACY PROCESS
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7699661
Cristiane Ferreira de Oliveira
Daiana Batista dos Santos
Elessandra Alves do Prado Da Silva
Lucimar Mota Moreira
Sonia Maria de Carvalho
RESUMO
A alfabetização é um processo indispensável para a formação pessoal do ser humano, pois vai muito além de ler e escrever, é o primeiro passo para que as crianças se tornem adultos capazes de lidar com suas emoções. Visto a necessidade das famílias em prover o sustento, crianças estão indo cada vez mais cedo para escola e sua permanência precisa ser algo agradável para que os demais anos sejam uma escolha do aluno de permanecer no processo de aprendizagem. Com isso é claro que a escola precisaria ser um ambiente mais atrativo, com isso estudiosos passaram a ver o lúdico como uma ferramenta que possibilita otimizar o processo de alfabetização trabalhando o foco e a concentração dos alunos focado sempre no prazer em aprender. Este artigo por sua vez busca evidenciar a importância no uso do lúdico nas escolas para a obtenção de melhores resultados no processo de alfabetização, por isso terá uma apresentação do conceito de ludicidade e como ela pode ser usada para melhorar o processo de alfabetização.
PALAVRAS-CHAVE: Alfabetização. Ludicidade. Crianças.
ABSTRACT
Literacy is an indispensable process for the personal development of human beings, as it goes far beyond reading and writing, it is the first step for children to become adults capable of dealing with their emotions. Given the need for families to provide for themselves, children are going to school earlier and earlier and their stay needs to be something pleasant so that the other years are a student’s choice to remain in the learning process. With this, it is clear that the school would need to be a more attractive environment, with this, scholars began to see the ludic as a tool that makes it possible to optimize the literacy process by working on the focus and concentration of the students, always focused on the pleasure of learning. This article, in turn, seeks to highlight the importance of using play in schools to obtain better results in the literacy process, so it will have a presentation of the concept of play and how it can be used to improve the literacy process.
KEYWORDS: Literacy. Playfulness. Children.
INTRODUÇÃO
Com o avanço da tecnologia muita coisa mudou, principalmente no cenário da educação. O empoderamento feminino colocou a mulher como provedora de seus lares e para isso muitas vezes, viu-se a necessidade de colocar cada vez mais cedo seus filhos nas escolas e deve ser visto como uma etapa importante para o desenvolvimento das crianças, sendo que é o primeiro contato com o mundo exterior.
Ao iniciarem nas escolas as crianças saem da proteção do convívio familiar para novas descobertas e conquistas, frustrações e medos. Esse artigo por sua vez traz como prioridade conceituar a ludicidade e evidenciar a importância de utilizá-la como ferramenta no processo de alfabetização.
Levando em consideração que as escolas muitas vezes não estão preparadas para oferecer ferramentas adequadas e que profissionais da educação não podem mais seguir apenas o protocolo, devem estar em constante busca por novos métodos que os permita conhecer seus alunos. O que justifica a importância do tema proposto que visa a necessidade de se buscar ferramentas que tornem o processo de aprendizagem prazeroso.
Como objetivo principal, o artigo aborda a urgência em se entender o que é o lúdico e como ele pode impactar no processo de alfabetização. Visando que o leitor possa beneficiar-se de uma metodologia bibliográfica, de caráter qualitativo a partir de pesquisas em árticos encontrados em sites de pesquisas, partindo de critérios de inclusão artigos voltados a novas ferramentas utilizadas no processo de aprendizagem e como critério de exclusão, foram dispensados artigos estrangeiros e de caráter quantitativos.
O projeto a seguir foi embasado a partir de teorias de grandes autores, em alguns momentos professores citados com o propósito de dar relevância ao tema em questão. O tema abordado é uma demanda atual e de grande valia ter-se um maior entendimento a respeito, a pensar-se dá certeza de que o profissional da educação necessita conhecer todos os instrumentos e ferramentas disponíveis no âmbito escolar, buscando novas formas de ensinar.
As brincadeiras já têm seu espaço nas escolas de educação infantil devido a sua eficácia, pois se sabe que através de brincadeiras dirigidas às crianças aprendem com maior facilidade.
Diariamente o professor deve usar a ludicidade para contribuir com alfabetização isso pode ser feito ao transformar histórias e jogos em ferramentas como por exemplo jogos tradicionais como forca jogo da memória com figuras de animais e seus nomes amarelinha contendo os números entre tantos outros jogos e podem beneficiar e estimular o cérebro ao desejo de aprender.
O lúdico é uma ferramenta funcional no processo de alfabetização, entretanto é primordial que a criança possa se beneficiar do acompanhamento de seus educadores bem como das pessoas que convivem contigo.
A motivação encoraja e possibilita intensificar os benefícios importantes assim como todas as atividades desenvolvidas pelos profissionais da Educação que estes tenham um planejamento de quais atividades devem ser executadas ligando cada uma delas ao seu propósito. Por este motivo, cada atividade lúdica desenvolvida deve estar voltada ao objetivo específico como por exemplo identificar a memorização do alfabeto auxílio na identificação de palavras entre outras atividades previamente planejadas.
O LÚDICO COMO FERRAMENTA DO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
O ensino fundamental tem um papel muito importante na vida de uma criança uma vez que marca o novo ciclo da sua vida e a formação do de seu caráter, pois a criança sai no seu núcleo familiar, onde são protegidos e passam a ter contatos com a necessidade de enfrentar desafios, fazer escolhas, lidar com suas frustrações.
A legislação é importante referência para aqueles que, de uma forma ou de outra, lidam com a educação no âmbito acadêmico ou nas diferentes esferas do Poder Público. Tanto por seu valor em si como pelo seu significado histórico, as leis oferecem um registro ímpar de ideias e valores que circulam em determinada época. Por isso mesmo, são objeto de permanente atenção e análise, sobretudo, por parte dos pesquisadores no campo da política educacional. (VIEIRA, 2009, p. 32).
De acordo com (GOMES, 2004, p.47), a ludicidade é uma dimensão da linguagem humana, que possibilita a “expressão do sujeito criador que se torna capaz de dar significado à sua existência, reformando e transformando o mundo”. E mais na frente conclui: “Dessa forma, a ludicidade é uma possibilidade e uma capacidade de brincar com a realidade, significando o mundo” (GOMES, 2004, p. 145). Ainda falando do lúdico, Gomes nos dá a chave para estabelecer a premissa básica de nossa abordagem quando escreve:
Como expressão de significados que têm o brincar como referência, o lúdico representa uma oportunidade de (re) organizar a vivência e (re) elaborar valores, os quais se comprometem com determinado projeto de sociedade. Pode contribuir, por um lado, com a alienação das pessoas: reforçando estereótipos, instigando discriminações, incitando a evasão da realidade, estimulando a passividade, o conformismo e o consumismo; por outro, o lúdico pode colaborar com a emancipação dos sujeitos, por meio do diálogo, da reflexão crítica, da construção coletiva e da contestação e resistência à ordem social injusta e excludente que impera em nossa realidade. (GOMES, 2004, p. 146).
A ingressão na educação infantil parte-se de crianças a partir dos seus 7 anos e o cenário nas escolas mudou nos últimos anos, estando menos enrijecidos, voltando o foco para um aprendizado de qualidade e prazeroso e não somente aprender a ler e escrever, é necessário que cada ser humano deve ser visto como um único respeitando a individualidade de cada um e a partir disso o professor deve apresentar um método de ensino adequada para cada perfil Lembrando que cada uma dessas crianças trazem na sua bagagem valores princípios e culturas diferentes que devem ser respeitadas durante o seu processo de alfabetização. (SAVIANI, 2009, p.202).
Conforme o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil:
“A instituição de educação infantil deve tornar acessível a todas as crianças que frequentam, indiscriminadamente, elementos de cultura que enriquecem o seu desenvolvimento e inserção social. Cumpre um papel socializador, proporcionando o desenvolvimento da identidade das crianças, por meio de aprendizagens diversificadas realizadas em situações de interação.” (RCNEI, 1998, P. 2)
A instituição de Educação Infantil deve oferecer às crianças condições para as aprendizagens que ocorrem nas brincadeiras e também aquelas advindas de situações pedagógicas intencionais aquelas orientadas pelo educador.
O lúdico uma atividade de entretenimento, que dá prazer e diverte as pessoas envolvidas, estando relacionada a atividades de entretenimento e para crianças pode ter um papel primordial na construção de caráter, auxiliando no controle das emoções e na capacidade de tomar decisões, construindo um adulto capaz de ter o controle de suas emoções.
Para Vygotsky, citado por Wajskop (1999:35):
A brincadeira cria para as crianças uma zona de desenvolvimento proximal que não é outra coisa senão a distância entre o nível atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema, sob a orientação de um adulto, ou de um companheiro mais capaz.
Através do lúdico, profissionais da Educação podem tornar alfabetização algo menos rígida, fazendo com que as crianças tenham prazer em aprender e isso deve acontecer a partir de atividades envolvendo jogos, músicas e contos. Diariamente o professor deve usar a ludicidade para contribuir com alfabetização isso pode ser feito ao transformar histórias e jogos em ferramentas como por exemplo jogos tradicionais como forca jogo da memória com figuras de animais e seus nomes amarelinha contendo os números entre tantos outros jogos e podem beneficiar e estimular o cérebro ao desejo de aprender. (SOARES, 2004, p.22).
Precisamos ver as brincadeiras como uma ferramenta motivacional para beneficiar o processo de aprendizagem e para isso é preciso saber que o brincar é um direito assegurado na Constituição Federal do Brasil. É uma necessidade para as crianças, pois é fundamental para o seu desenvolvimento psicomotor, afetivo e cognitivo, sendo uma ferramenta para a construção do seu caráter. Em outras palavras Forest & Weiss(2003) explicam que:
Devem ser incorporadas de modo integrado as funções de educar e cuidar com qualidade advinda de estudo, dedicação, cooperação e cumplicidade de todos os envolvidos, se buscando entender e valorizar o que cada criança pensa e sente; o que sabe sobre si e sobre o mundo. As situações de educar remetem a situações de cuidado, auxiliando o desenvolvimento das capacidades cognitivas infantis, bem como das potencialidades afetivas, emocionais, sociais, corporais, estéticas e éticas. (Forest & Weiss 2003).
A brincadeira favorece o desenvolvimento individual da criança, ajuda a aprender as normas sociais e aprofunda o conhecimento sobre as dimensões da vida social. O brincar é importante para aprendizagem experiencial, permitindo, através do lúdico, vivenciar a aprendizagem como processo social. (KISHIMOTO, 1994).
No trabalho pedagógico com as crianças pequenas, o objetivo para a Educação Infantil de qualidade deve perpassar todas as ações realizadas entre o educar, o cuidar e o brincar, contemplando a construção da sociabilidade, da identidade e da autonomia e dos vínculos necessários para a participação em brincadeiras, com isso o jogo e a brincadeira podem ser estratégias educacionais integradas às diversas experiências vivenciadas através da linguagem e do brincar. Além do prazer que a atividade lúdica promove, é importante considerar a atitude de sociedade com que a criança se dedica à brincadeira.
De acordo com as ideias de Frabboni (1998):
Os jogos constituem a ocasião própria para a socialização e aprendizagem. A ideia de que se aprende brincando e brincando se aprende está diretamente ligada à Educação Infantil. A criação de espaços e tempos para os jogos e brincadeiras é uma das tarefas mais importantes do professor da Educação infantil. Cabe a eles a organização dos espaços de modo a permitir as diferentes formas de brincadeiras e criar o sentido de respeito entre elas para que uma brincadeira mais sedentária não seja atrapalhada por uma brincadeira que exige mais movimentação. O brincar permite ao educador diagnosticar o estágio de desenvolvimento da criança. (Frabboni 1998)
Assim é imprescindível garantir na rotina escolar, tempo, espaço para brincá-lo, mesmo que não haja quantidade e variedade de materiais disponíveis, visto que o jogo simbólico acontece independentemente desses recursos. Por isso, no brincar o jogo de faz de conta a criança age em um mundo imaginário, regido por regras semelhantes ao mundo adulto real, sendo a submissão às regras de comportamento e normas sociais a razão do prazer que ela experimenta no brincar. (BRASIL, 2007)
Na Educação Infantil é possível afirmar que os cuidados estão associados à sobrevivência e ao desenvolvimento da identidade da criança. Quando se cuida, se educa, e quando educamos, brincamos. Estas ações são importantes para a formação social, intelectual e psicológica da criança, mas em especial o brincar, reflete mais relevância, pois é inerente ao ser humano.
Jogos e brincadeiras podem possibilitar que as crianças se tornem adultos mais confiantes e que saibam lidar com os conflitos e as dificuldades encontradas durante o processo de alfabetização. Mas para que isso seja possível, além desta ferramenta funcional no processo de alfabetização, é primordial que a criança possa se beneficiar do acompanhamento de seus educadores bem como das pessoas que convivem contigo. Como Sant’Anna (2001, p.4) demonstra quando fala:
Na história antiga há relatos de que o ato de brincar era desenvolvido por toda a família, até quando os pais ensinavam os ofícios para seus filhos. Destacamos que para cada época e sociedade a concepção sobre educação sempre teve um entendimento diferenciado, logo o uso do lúdico seguiu tal concepção. Os povos primitivos davam à educação física uma importância muito grande e davam total liberdade para as crianças aproveitarem o exercício dos jogos naturais, possibilitando assim que esses pudessem influenciar positivamente a educação de suas crianças.
Para que o processo de alfabetização seja possível é imprescindível que o professor se coloque como protagonista desta história e acredite no potencial de cada aluno e através dele possa desenvolver suas habilidades e consequentemente tenha facilidade de aprender e em todas as demais áreas de sua vida.
CONCLUSÃO
Ficou claro que é urgente que educadores entendam seu papel no processo educacional, buscando constantemente atualizar seus conhecimentos, tirando o foco do método autoritário, entendendo que tudo aquilo que é prazeroso se faz com mais perfeição. Esse antigo possibilitou a acadêmica aqui citada, entender que não basta só a formação em pedagogia para se tornar uma professora.
A arte de ensinar vai muito além e é necessária capacidade de fazer uma leitura acerca do perfil e da individualidade de cada aluno. Assim deve ser trabalhado o processo de alfabetização levando em consideração todos esses pontos que garantem que a alfabetização aconteça de forma natural.
O lúdico é uma ferramenta de suma importância pois, possibilita que as crianças através de jogos, brincadeiras e histórias aprendam a dividir, compartilhar e enfrentar seus medos, e com isso alcançar o objetivo principal que é alfabetização de uma maneira que isso venha a contribuir para que o aluno tenha sucesso em todos os anos da sua vida escolar e consequentemente em outras áreas de sua vida tornando-se um ser humano.
O Brasil apesar de ter evoluído no processo educativo dos últimos anos ainda demonstra muita carência quando se fala em educação, uma vez que nem todas as unidades de educação públicas do país atendem as necessidades dos alunos. A falta de estrutura tanto física quanto humana pode interferir no nível de aprendizado de crianças em período de adaptação. Porém o papel do professor deve ir além da falta de recursos, o profissional da educação deve ter a consciência que nas tuas mãos está a capacidade de transformar o mundo através da formação do caráter de um ser humano e que para isso é necessário o desenvolvimento de políticas públicas e da ética de um profissional que sabe da capacidade de transformação que carrega no poder do seu conhecimento.
Com isso, essa acadêmica aqui acima citada reforça a importância deste artigo para profissionais da educação, bem como estudantes que precisam estar ciente do seu papel enquanto profissional para com a sociedade!
REFERÊNCIAS
SANT’ANNA, Alexandre. A história do lúdico na educação. (2011). Disponível em:. Acesso em: 12 junho. 2021.
BRASIL, Ministério da Educação. Ensino Fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade. Brasília, DF: MEC, 2007.
BRASIL. RCNEI – Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil – Brasil, 1998. p.22 a 23,27 a 30 e 49.
FRABBONI, F. A escola infantil entre a cultura da infância e a ciência pedagógica e didática. In: ZABALZA, M. A. Qualidade em educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 1998.
FOREST, Nilza Aparecida; WEISS, Silvio L. I.Cuidar e Educar: Perspectivas para a prática pedagógica na educação infantil. Instituto Catarinense de Pós- Graduação.2003.
GOMES, C. L. (Org.). Dicionário crítico do lazer. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Livraria Pioneira Editora, 1994.
OLSON, D. R. O Mundo no Papel – as implicações conceituais e cognitivas da leitura e da escrita. São Paulo: Ática, 1997.
SAVIANI, Dermeval. Análise crítica da organização escolar brasileira através das leis n. 5.540-68 e 5.692-71. In. SAVIANI, Dermeval. Educação: do senso comum à consciência filosófica. 13. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2009. p. 173- 203.
VIEIRA, Sofia L. Base Legal. Educação Básica: política e gestão da escola. Brasília: Líber Livros, 2009. p. 31-50.
VIGOTSKY, L. S. A Formação social da mente. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.