THE IMPACT OF SCREEN TIME ON CHILDREN’S MENTAL AND BEHAVIORAL HEALTH
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202506090926
Dheysa Pauline dos Santos Almeida1
Suzana Pereira da Rosa da Silva2
Girson Sales Junior3
RESUMO
O uso crescente de tecnologia entre crianças e adolescentes levanta preocupações sobre seus impactos na saúde mental e no desenvolvimento. Desse modo, o presente estudo investiga a associação entre o uso excessivo de telas e sintomas de ansiedade, depressão e problemas de autoestima, além de explorar como esse uso pode afetar as interações sociais. O consumo excessivo de entretenimento digital está ligado a dificuldades cognitivas e emocionais, resultando em transtornos de atenção e problemas nas habilidades sociais, muitas crianças ultrapassam as recomendações de tempo de tela, o que pode acarretar obesidade e distúrbios emocionais. Para promover um desenvolvimento saudável, é crucial propor sugestões para um uso equilibrado da tecnologia. Isso inclui limitar o tempo de tela e incentivar a supervisão dos responsáveis. A promoção de atividades físicas e interações sociais deve ser priorizada, pois essas experiências concretas são essenciais para a criatividade e autonomia das crianças. Um olhar atento sobre o uso de dispositivos digitais é necessário, destacando a importância das relações familiares e do ambiente social no desenvolvimento infantil. A implementação de estratégias como acompanhamento parental e alternativas de lazer pode ajudar a equilibrar os benefícios e riscos associados ao uso da tecnologia, favorecendo o bem-estar e a saúde mental das crianças e adolescentes.
Palavras-chave: Tecnologia, Criança, Desenvolvimento infantil, Telas, Comportamento.
ABSTRACT
The increasing use of technology among children and adolescents raises concerns about its impacts on mental health and development. This study investigates the association between excessive screen time and symptoms of anxiety, depression, and self-esteem issues, as well as exploring how this usage may affect social interactions. Excessive consumption of digital entertainment is linked to cognitive and emotional difficulties, resulting in attention disorders and social skill problems. Many children exceed recommended screen time limits, which can lead to obesity and emotional disturbances. To promote healthy development, it is crucial to propose suggestions for balanced technology use. This includes limiting screen time and encouraging parental supervision. Prioritizing physical activities and social interactions is essential, as these concrete experiences are vital for children’s creativity and autonomy. A careful look at digital device usage is necessary, emphasizing the importance of family relationships and the social environment in child development. Implementing strategies such as parental monitoring and alternative leisure activities can help balance the benefits and risks associated with technology use, promoting the well-being and mental health of children and adolescents.
Keywords: 1st Technology, 2nd Children, 3rd Child development, 4th Screens, 5th Behavior
INTRODUÇÃO
O crescente uso da tecnologia marca a sociedade atual, estando presente em grande parte do dia das pessoas, assim como na sua vida de forma geral. Conforme apontado por Tana e Amâncio (2023), o hábito de consumir entretenimento exclusivamente por meio de dispositivos eletrônicos tem gerado preocupações acerca dos potenciais impactos psicológicos que essa exposição excessiva pode provocar em crianças e adolescentes. Desde sua aplicação na comunicação, como em tarefas simples do dia a dia, a tecnologia vem se tornando indispensável para a vida humana.
Nesse contexto, a Sociedade Brasileira de Pediatria – SBP (2019), observou um aumento significativo no acesso de crianças em idades cada vez mais precoces aos equipamentos de telefones celulares, smartphones, notebooks e computadores. Essa crescente exposição a telas vem gerando indagações sobre os efeitos que essas tecnologias podem gerar no desenvolvimento cognitivo, social, emocional e físico das crianças.
Soistak e Costa (2022) reforçam que, nos três primeiros anos de vida, a estrutura do cérebro infantil sofre intensas transformações, influenciada pela interação de fatores biológicos, experiências vividas e relações interpessoais estabelecidas pela criança em seu ambiente.
Diante desse cenário, este estudo tem como objeto central investigar de maneira aprofundada os efeitos que o uso recorrente de tela pode influenciar na saúde mental e comportamental das crianças. Este estudo busca compreender como isso pode influenciar no seu processo de interação com o meio, abordando assuntos como aspectos cognitivos, emocionais e sociais. Visando principalmente, promover a busca por medidas saudáveis para o bom desenvolvimento infantil, bem como produzir conteúdo para direcionar pais, educadores e profissionais da psicologia, objetivando aprofundar o entendimento deste tema tão relevante. Além disso, oferecer medidas para minimizar os efeitos negativos, buscando um equilíbrio que contribua para o bom desenvolvimento infantil.
As hipóteses que orientam este estudo são: (a) Altos níveis de exposição ao tempo de tela podem estar associados a problemas de atenção, (b) Indicativo de correspondência entre o tempo excessivo de tela e um maior risco de desenvolvimento de sintomas de ansiedade, depressão e baixa autoestima em crianças, (c) uso excessivo de telas pode prejudicar o desenvolvimento das habilidades sociais das crianças.
A relevância desse trabalho reside na necessidade de encontrar um equilíbrio entre os benefícios e prejuízos decorridos da necessidade de utilização das tecnologias na infância, considerando as expectativas para um crescimento ainda maior dessas tecnologias e consequentemente maiores oportunidades para interação com telas e mídias sociais, sendo imprescindível encontrar maneiras de minimizar os prejuízos decorrentes desses excessos. A proposta deste trabalho se justifica pela necessidade de buscar respostas para essa temática tão complexa que pode afetar consideravelmente a maneira como as crianças se desenvolvem na sociedade moderna.
1. DESENVOLVIMENTO COGNITIVO INFANTIL
Desde o nascimento, o bebê inicia seu processo de aprendizado, com o desenvolvimento gradual de habilidades cognitivas e emocionais. conforme destacado por Tana e Amâncio (2023), aproximadamente aos três anos de idade, ocorre o início do desenvolvimento de emoções mais complexas, como orgulho, culpa e vergonha, o que capacita a criança a avaliar seus próprios pensamentos e sentimentos. É importante ressaltar, ainda, que a Sociedade Brasileira de Pediatria (2019) salienta que os primeiros 1000 dias de vida de uma criança desempenham um papel crucial no seu desenvolvimento cerebral e mental. Além disso, os primeiros anos de vida, a idade escolar e a fase da adolescência são igualmente importantes para o desenvolvimento global e saudável da criança.
A primeira infância, que abrange até os seis anos de idade, é um período crucial para o desenvolvimento cerebral, no qual a aprendizagem de habilidades e o desenvolvimento de competências ocorrem com maior facilidade. Esse período é altamente sensível aos cuidados e estímulos ambientais (NASCIMENTO, 2024).
Durante os primeiros anos de vida é quando ocorre o desenvolvimento do cérebro, a aquisição de habilidades motoras, o aprimoramento da capacidade de aprendizado e a iniciação ao convívio social e afetivo. Conforme evidenciado por estudos, a qualidade das experiências vivenciadas pela criança durante essa fase e a quantidade de estímulos qualificados que ela recebe estão diretamente relacionadas ao desenvolvimento máximo de seu potencial. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2024).
Félix (2022), enfatiza que a aprendizagem ocorre por meio da interação do indivíduo com o ambiente, combinada com as estruturas cognitivas preexistentes. Isso ressalta a importância da relação entre sujeito e objeto para o processo de aprendizagem. Além disso, destaca que, durante a fase de Produtividade versus Inferioridade, proposta por Vygotsky, que ocorre dos 6 anos até a puberdade, a criança começa a lidar com sentimentos de incompetência e a aprender habilidades culturais. Nesse período, ela se adapta às normas sociais e constrói suas principais relações sociais.
As habilidades sociais são adquiridas principalmente por meio das relações interpessoais. Essa aprendizagem pode ser dividida em formas não sistemáticas e sistemáticas, sendo que no primeiro caso, os principais agentes de promoção dessas habilidades são os colegas de escola, o círculo de amigos, os pais e a mídia em geral, como a internet (CARNEIRO et al., 2011).
Nesse sentido, Soistak e Costa (2022), destacam que o desenvolvimento dessas habilidades nos primeiros cinco anos é crucial para a competência social, que impacta o bem-estar emocional e a capacidade das crianças de se adaptarem na escola e formarem relacionamentos bem-sucedidos.
A infância é uma dimensão da vida em si mesma, assim como o ser criança. É através dos cheiros, texturas, sons e cores que a criança pode fazer a imagem de si e dos outros, apreendendo e significando o seu mundo (SANTOS et al., 2022, p.77).
1.1 CONSEQUÊNCIAS DO USO EXCESSIVO DE TELAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
A Sociedade Brasileira de Pediatria (2019), recomenda evitar a exposição de crianças menores de 2 anos às telas, a menos que seja absolutamente necessário. Seguindo essa linha de orientações, para crianças entre 2 e 5 anos, o tempo de tela deve ser limitado a no máximo 1 hora por dia, sempre com a supervisão de pais, cuidadores ou responsáveis. Já para crianças entre 6 e 10 anos, o tempo de tela deve ser limitado a 1-2 horas por dia, com supervisão adequada. Quanto aos adolescentes, com idades entre 11 e 18 anos, o tempo de tela e jogos de videogame deve ser limitado a 2-3 horas por dia.
Entretanto, de acordo com a pesquisa conduzida por Nobre, et al. (2021), em que foram investigados os fatores determinantes para o tempo de tela de crianças entre 24 e 42 meses, os resultados revelaram que 63,3% das crianças apresentaram um tempo de tela superior a 2 horas por dia. Esse dado revela uma situação preocupante, uma vez que Silva et al. (2023) discutem que esse uso em demasia pode gerar consequências nocivas para crianças e adolescentes, como a dependência desses aparelhos, “uma vez que a ativação do circuito de recompensa cerebral e a liberação de dopamina proporciona prazer, enquanto o desenvolvimento incompleto do córtex pré-frontal dificulta o controle dos impulsos viciantes” (SILVA et al., 2023, p. 61).
Esses dados são preocupantes, visto que esse cenário é uma ameaça para o comportamento sedentário, podendo levar à obesidade, aumento da pressão arterial e problemas relacionados à saúde mental em crianças, além de reduzir o tempo de interação social e familiar e favorecer a exposição a conteúdos impróprios (NOBRE et al., 2021). Além disso, Penn (2002) afirma que as crianças pequenas são percebidas como maleáveis e suscetíveis à influência externa.
Vale destacar que, o uso abusivo de tecnologias pode resultar em consequências negativas, como a incapacidade de “se desligar” devido à necessidade constante de verificar notificações. Esse comportamento pode levar a um comportamento compulsivo, um sintoma frequentemente associado ao uso inadequado de celulares (MORILA et al., 2020).
Diversos transtornos e problemas decorrentes do uso excessivo de telas, são elencados pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2019), como problemas de saúde mental (irritabilidade, ansiedade e depressão), transtornos de déficit de atenção e hiperatividade, transtornos do sono, transtornos de alimentação, além do sedentarismo, aumento da violência, abusos e fatalidades, problemas visuais, problemas auditivos, e transtornos posturais e músculo-esqueléticos.
Segundo a CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia, 2023) algumas medidas comportamentais devem ser tomadas para que se tenha um menor prejuízo na visão da criança como por exemplo: Preferir a maior tela, na maior distância possível (televisão é preferível ao celular); controlar a distância de uso (manter os aparelhos a uma distância de um braço adulto) e reduzir o brilho e aumentar o contraste da tela do aparelho eletrônico. A luminosidade da tela deve ser menor ou igual ao do ambiente, devendo-se evitar o uso de telas em ambientes mal iluminados.
Além disso, o excesso de telas também é fator de risco conhecido para o desenvolvimento de síndrome de olho seco em crianças. A síndrome do olho seco é uma condição comum, que ocorre quando as lágrimas não são capazes de fornecer lubrificação adequada para os olhos. As lágrimas podem ser inadequadas por falta de produção ou por uma produção de lágrimas de má qualidade, Os sinais e sintomas mais comuns do olho seco incluem: Sensação de olho seco; Sensação de areia ou corpo estranho nos olhos; Olhos vermelhos; Ardência nos olhos; Fotofobia (intolerância a luz); Visão embaçada ou turva; Lacrimejamento excessivo. É importante conhecer e estar atento aos sinais para que não acontece grande prejuízos na visão das crianças.
Ademais, Félix (2022) explica que a dependência normal ocorre quando o indivíduo utiliza a tecnologia para trabalhar, estudar e promover relacionamentos sem que isso interfira em sua rotina diária. Por outro lado, a dependência patológica se caracteriza por alterações emocionais e comportamentais intensas em indivíduos que ficam sem seu objeto de dependência, como o smartphone. Ainda de acordo com os autores (2022), além de proporcionar prazer, conforto e facilidade aos sujeitos, a tecnologia também pode desequilibrar suas vidas.
Nesse contexto, surgiu a necessidade de criar um termo que representasse os sintomas causados pela dependência tecnológica, dando origem à nomofobia.
Segundo Morilla et al. (2020), a Nomofobia é caracterizada pela angústia ou medo desproporcional de ficar sem o celular e sua conexão com o mundo virtual. Esses comportamentos compulsivos são típicos de uma dependência patológica, que pode ser comparada ao vício em substâncias químicas. O autor (2020) ainda ressalta que, já existem evidências indicando que os mecanismos cerebrais relacionados ao vício, independentemente de envolverem substâncias químicas ou não, são fundamentalmente os mesmos.
O uso das mídias sociais, especialmente entre os jovens, aumentou significativamente, com plataformas como TikTok, YouTube (com Shorts) e Instagram (com Reels) popularizando o formato de vídeos curtos e a rolagem infinita, o que prende a atenção do usuário e incentiva o consumo excessivo de conteúdo. Esse formato é impulsionado por algoritmos de recomendação que personalizam a experiência, proporcionando satisfação imediata e imersão, o que pode aumentar o tempo de uso das plataformas e levar a consequências psicológicas negativas, como a desregulação dopaminérgica, resultando em comportamentos compulsivos e dependência digital (FIGUEIRÊDO, 2024).
A rede social TikTok, por exemplo, com seu formato inovador de vídeos curtos e sugestão automática de conteúdos, tornou-se uma das plataformas mais influentes junto ao público jovem. O algoritmo da plataforma, baseado em preferências de interação, oferece conteúdo contínuo, muitas vezes influenciando diretamente os interesses e hábitos dos usuários, especialmente crianças e adolescentes, que, em fase de desenvolvimento, têm maior vulnerabilidade à dependência digital e à conformação de preferências induzidas (CRUZ; JÚNIOR, 2022).
Cruz e Júnior (2022) discutem como a pandemia da COVID-19 intensificou o uso das redes sociais, especialmente entre crianças e adolescentes, que se tornaram mais vulneráveis devido à exposição prolongada a conteúdos digitais. O estudo destaca a importância de políticas de proteção para mitigar os efeitos negativos dessa exposição.
Várias entidades governamentais e não governamentais alertaram sobre os danos futuros que o COVID-19 causaria no momento e a longo prazo na vida das crianças. Segundo (CARVALHO, GOUVEIA e FERNANDES, 2022) com a pandemia a rotina infantil foi totalmente alterada com relação ao convívio familiar, escolar e de lazer, causando diversos prejuízos em várias áreas como já foi dito no decorrer do artigo, o acesso livre das crianças a qualquer informação e noticia sem supervisão dos responsáveis, elevou o nível de ansiedade pois notícias falsas são lançadas o tempo todo precisando assim do auxílio de alguém com maturidade para poder avaliar até onde essa notícia e informação é importante para o indivíduo.
Segundo uma publicação feita pela APA (Associação Americana de Psicologia, 2023), ficar atento aos sinais de que o uso das redes está trazendo prejuízos na rotina dessa criança com relação a escola, sono, brincadeiras, é essencial, alguns alertas são: Escolher o celular ao em vez de brincar com os colegas; prejudicar as horas de sono; sintomas de ansiedade ao saber que ficará sem o uso das redes por um longo tempo; mentir para poder ficar mais tempo usando os aparelhos eletrônicos.
Ao perceber que está havendo esses prejuízos na vida da criança é indicado procurar ajuda de um profissional em saúde mental para colaborar com o uso de maneira mais saudável. Ao analisar os malefícios decorrentes do uso descomedido de telas, Santana, Ruas e Queiroz (2021) fazem um alerta ao apontar que essa atitude está “suprimindo o instante de ver, o tempo de compreender e o momento de concluir, a automação idealizada tira a autonomia e faz com que as crianças percam a capacidade de criar, inventar e imaginar, fazendo-as se esquivar do outro” (SANTANA; RUAS; QUEIROZ, 2021, p. 176).
Nesse contexto, Soistak e Costa (2022) ressaltam que crianças e adolescentes estão sendo criados em ambientes com carência de relacionamentos significativos e com sobrecarga de estímulos sensoriais, em grande parte devido ao fácil acesso às tecnologias.
Estudos indicam que o uso abusivo da internet está associado a um déficit nas habilidades sociais dos adolescentes. Essa relação pode levar à perda de competências emocionais essenciais para a adaptação no meio social (TERROSO; ARGIMON, 2016).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu o distúrbio em games na 11ª revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11), considerando-o como um padrão de comportamento recorrente e persistente que pode comprometer significativamente áreas como a vida pessoal, familiar, educacional e social (SILVA; VIANA; MESQUITA, 2024).
Em contrapartida, Félix (2022), ressalta o uso dos jogos eletrônicos como uma ferramenta que pode auxiliar na aprendizagem e no desenvolvimento de algumas funções cognitivas das crianças. O autor destaca que, ao utilizarem os jogos de forma equilibrada, é possível que as crianças desenvolvam e aprimorem processos como memória, agilidade, atenção, pensamento e concentração, entre outros.
Embora os jogos eletrônicos tenham o potencial de promover o desenvolvimento de várias habilidades, incluindo habilidades sociais, flexibilidade cognitiva, interação social e funções executivas, contribuindo assim para o desenvolvimento característico dessa fase da vida, é importante que o tempo dedicado aos jogos seja avaliado e monitorado por um responsável. Isso porque a exposição em excesso pode resultar em transtornos, induzir à dependência e provocar sintomas compulsivos (MENDES; BADARÓ, 2016).
Uma pesquisa realizada em Washington, analisada por Souza, Marques e Reuter (2020), com uma amostra de 91.642 crianças, constatou que 20,8% das crianças de 6 a 11 anos e 26,1% dos adolescentes de 12 a 17 anos apresentavam um tempo de tela excessivo. Além disso, a pesquisa revelou uma relação significativa entre a idade mais avançada e o aumento da obesidade. Ainda de acordo com os autores (2020), nos achados foi possível observar que adolescentes com pais em obesidade manifestam mais predominância de tempo de tela, o que sugere uma estreita ligação entre a inatividade física dos adolescentes e a obesidade dos pais.
A alta taxa de obesidade entre crianças é atribuída ao sedentarismo, uma vez que o envolvimento excessivo com tecnologias faz com que elas deixem de realizar atividades físicas essenciais para a saúde e o desenvolvimento corporal. Nesse sentido, Félix (2022) ressalta que movimentar-se é crucial para uma infância saudável, sendo necessário engajar-se em atividades como jogar bola e brincar de pega-pega, que também favorecem a motricidade.
Ademais, atitudes sedentárias diante de telas podem contribuir para a intensificação de riscos de doenças cardiometabólicas. Em contrapartida, o tempo gasto ao ar livre é relacionado com a evolução do desempenho cardiorrespiratório (SOUZA; MARQUES; REUTER, 2020).
Além disso, podemos observar nos estudos realizados por Silva et al. (2023), que a qualidade do sono é prejudicada tanto pela diminuição do tempo total de sono, devido ao aumento do tempo de tela, quanto pela agitação provocada pelas mídias sociais.
O tempo de tela acima das diretrizes recomendadas provoca em crianças e adolescentes malefícios consideráveis, como mais tempo inativo – prejudicando o tempo de atividades como o brincar, essenciais para o desenvolvimento infantil – estimulando obesidade e, mais tarde, na adolescência, sendo faíscas para má qualidade no sono, depressão e ansiedade. (TANA; AMÂNCIO, 2023, p. 22)
Nos estudos analisados por de Oliveira et al. (2021), foi comparado o desenvolvimento das habilidades motoras finas entre crianças que usavam tablets e aquelas que realizavam atividades motoras finas em contextos reais. Os resultados dos estudos analisados mostraram que a precisão motora fina e a destreza manual eram superiores nas crianças que não usavam tablets. Segundo os autores (2021), isso se deve ao fato de que as ações na vida real, como agarrar objetos, desenhar e manusear, envolvem maior força muscular, coordenação e destreza em comparação com as atividades motoras realizadas em tablets.
As principais características desse transtorno psicomotor, segundo Morais (2006), são: instabilidade emocional e intelectual; falta de atenção e concentração; atividade muscular contínua (a criança não termina tarefas iniciadas); falta de coordenação geral e coordenação motora fina; hiperatividade e equilíbrio prejudicado; deficiência na formulação de conceitos e no processo de percepção (discriminação de tamanho, figura-fundo, orientação espaço-temporal); alteração da palavra e da comunicação (atraso na linguagem e distúrbios da palavra); alterações emocionais (são crianças impulsivas, explosivas, sensíveis, frustram-se com facilidade, destruidoras); alterações do sono (terror noturno, movimentos enquanto dormem); alterações no processo do pensamento abstrato; dificuldades de escolaridade (leitura, escrita, aritmética, lentidão nas tarefas, dificuldade de copiar da lousa, entre outras manifestações).
Além dos problemas já mencionados, o uso prolongado de tecnologias pode causar lesões musculares devido à postura inadequada. As dores no pescoço, por exemplo, são frequentemente provocadas pela inclinação prolongada, que resulta em uma tensão excessiva nos músculos dessa região (FÉLIX, 2022).
Amaral (2022), afirma que o uso excessivo de telas para atividades recreativas está associado a um desempenho escolar inferior em crianças e adolescentes, devido aos problemas de concentração e memória causados pelo excesso de estímulos e informações proporcionados pelas tecnologias digitais. O autor (2022), reforça que o envolvimento cognitivo é prejudicado quando se tenta realizar múltiplas tarefas simultaneamente, afetando a atenção, a memorização e consequentemente, a aprendizagem. Dessa forma, destaca que um aluno que utiliza o celular durante a explicação de um conteúdo pelo professor acaba perdendo informações importantes e compreendendo menos o assunto, devido à divisão de sua atenção entre duas atividades.
Por outro lado, o Relatório de Monitoramento Global da Educação de 2023 ressalta que o uso de tecnologias digitais na educação tem ampliado significativamente o acesso a recursos de ensino e aprendizagem. No entanto, seu impacto varia conforme o contexto. Por exemplo, na China, onde aulas gravadas foram disponibilizadas para estudantes de áreas rurais, houve um aumento expressivo no desempenho acadêmico e uma redução das desigualdades educacionais. Em contraste, no Peru, a distribuição em larga escala de laptops não gerou melhorias no desempenho dos estudantes.
Além disso, o relatório chama a atenção para os efeitos negativos do uso excessivo de tecnologia, como distrações e impactos adversos na saúde mental e no desempenho acadêmico dos estudantes. Ademais, muitos sistemas educacionais ainda carecem de preparação adequada para integrar essas tecnologias de maneira eficaz, o que se agrava pela falta de regulamentação e pelo acesso desigual a esses recursos tecnológicos (UNESCO, 2023).
Em estudos realizados por Silva et al. (2023), foi identificado que o Brasil ocupa a primeira colocação no ranking mundial de tempo de uso diário de smartphones. Isso levanta preocupações, já que nem todas as inovações tecnológicas são analisadas criticamente quanto aos seus riscos e benefícios reais, o que nos direciona ao entendimento de que algo novo ou moderno não é, impreterivelmente, um acontecimento positivo (SANTANA; RUAS; QUEIROZ, 2021).
Adicionalmente Santana, Ruas e Queiroz (2021), ao analisar a ligação entre o desenvolvimento sadio e as mídias digitais, pontuaram que não necessariamente essa exposição se manifesta como malefício à saúde, contanto que os responsáveis pela criança estabeleçam um uso supervisionado.
No entanto, “nenhuma tela é inocente” (EISENSTEIN, 2023, p. 8), o que sugere que a exposição a essas mídias deve ser cuidadosamente monitorada.
2. INTERVENÇÕES PARA O USO SAUDÁVEL DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS E O PAPEL DA FAMÍLIA
É essencial que o uso das telas na infância e adolescência seja monitorado com cautela, levando em conta os possíveis efeitos nocivos e promovendo alternativas saudáveis e equilibradas. Desta forma, a responsabilidade recai sobre pais, responsáveis, educadores e toda a sociedade para garantir que os jovens utilizem as tecnologias de maneira que não causem danos a curto e longo prazo (SILVA et al., 2023).
No entanto, a família é considerada o primeiro grupo social da criança, exercendo uma influência significativa em sua vida e sendo vista como uma organização complexa que está em constante interação com o contexto social mais amplo no qual está inserida (FARIA,2021).
Em estudos realizados por Câmara et al. (2020), constatou-se que 100% dos pais estão cientes dos riscos que a tecnologia representa para o desenvolvimento infantil. Quanto aos sinais físicos, 54% dos pais perceberam alterações, enquanto 38% não notaram nada e 8% relataram não observar quaisquer sinais. O autor (2020) destaca que durante a pesquisa, alguns pais relataram que seus filhos enfrentam problemas relacionados ao tempo de uso das telas. Apesar da consciência sobre os riscos, muitos pais ainda são relapsos em relação ao controle do tempo de uso dessas telas. Disciplinar crianças pequenas está fortemente relacionado à preparação emocional dos adultos para acolher, definir limites e mantê-los, de forma a construir um relacionamento baseado em amor e respeito. Atualmente, as famílias enfrentam dificuldades para encontrar um equilíbrio ao educar, compreendendo a necessidade de estabelecer limites que ensinem o que é adequado ou não, a fim de proteger e orientar as crianças (SOISTAK; COSTA, 2022).
Ademais, Morilla (2020), afirma que a falta de amparo nas dinâmicas familiares, podem acarretar problemas psicológicos. Ressalta que existe uma tendência dos filhos repetirem as atitudes problemáticas de seus familiares, reforçando a possibilidade de surgimento de vícios e atitudes indesejadas. Para o autor (2020), a estrutura da família cumpre papel essencial na vida de crianças e adolescentes para que consigam estruturar pilares psicológicos.
Frequentemente estamos diante de um uso da tecnologia sem limitação entre o tempo profissional e familiar, considerando a facilidade de acessar as funcionalidades dos dispositivos eletrônicos. Consequentemente, com essas atitudes dificilmente os pais conseguiram dar um bom exemplo para seus filhos (FÉLIX, 2022).
Nesse contexto, Santana, Ruas e Queiroz (2021) observam que muitos pais, devido à culpa pela ausência causada por longas jornadas de trabalho, frequentemente evitam dizer “não” aos filhos, facilitando o acesso precoce às telas como uma maneira de manter as crianças silenciadas enquanto se dedicam a outras tarefas.
Em consonância com essa perspectiva, Penn (2002, p. 17) ressalta que “Reciprocamente, “a paternidade deficiente”, se não tratada, pode acarretar nas crianças, baixa autoestima, falta de aspirações e comportamento antissocial.”
Para Silva et al. (2023), intervenções que promovem um uso mais ético, seguro, educativo e saudável das tecnologias têm como objetivo a redução dos danos à saúde que podem ocorrer a curto e longo prazo devido ao uso prematuro, excessivo e prolongado desses dispositivos na infância.
Soistak e Costa (2022) explicam que as crianças nascem com um cérebro preparado, devido ao seu projeto básico, para aprender uma ampla variedade de conhecimentos que não são inatos. Através da interação dos fatores biológicos e relações com o meio em que vivem, passam por diversas transformações estruturais, nesse momento os neurônios estão ligados entre si fazendo várias conexões que quanto mais usadas mais fortes de tornam. A maior frequência dessas conexões faz com que as informações adquiridas através das experiencias com o meio de convívio sejam resgatadas de maneira mais rápida ajudando na criação de memorias e aprendizado.
Nesse sentido, é essencial promover e manter um cuidado maior em relação ao uso de telas em excesso, incentivando medidas para um tempo de uso saudável, com foco na qualidade do conteúdo acessado (ANDRADE et al., 2022).
E ainda, de acordo com Gruppo et al. (2024), as recomendações destacam a importância de estabelecer limites claros para o tempo de tela, sendo essencial que pais e responsáveis sejam exemplos positivos de comportamento em relação a esse uso. Ao demonstrar um equilíbrio saudável com a tecnologia, eles podem influenciar positivamente as crianças, promovendo hábitos responsáveis.
Entretanto, Santos et al. (2022), enfatizam que é preciso que a família se esforce para diversificar os estímulos e brincadeiras com as crianças, valorizando a intensificação do convívio no núcleo familiar.
Medidas relevantes são pontuadas por Silva et al. (2023), como evitar o uso de dispositivos eletrônicos como recurso para acalmar crianças, acompanhar o acesso de redes sociais e desencorajar seu uso no momento das refeições, entre outras práticas.
Capistrano et al. (2022) apontam que o sobrepeso e a obesidade infantil geram consequências físicas e psicológicas, além de aumentar a chance de que essas crianças permaneçam obesas na fase adulta, tornando-se mais propensas ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Nesse sentido, a prática de atividade física durante a infância e adolescência contribui para o enfrentamento da obesidade, auxiliando no equilíbrio do balanço energético, com jovens ativos apresentando maiores chances de se tornarem adultos igualmente ativos, além de reduzir o risco de desenvolver obesidade e suas comorbidades na vida adulta.
A família, especialmente os pais, exerce uma influência significativa na formação dos hábitos alimentares e comportamentais das crianças, conforme destacado por Faria (2021), sendo crucial para o desenvolvimento de padrões alimentares e de atividade física. A forma como os pais organizam as refeições, escolhem os alimentos e estimulam a prática de esportes impacta diretamente os hábitos que as crianças levarão para a vida adulta. Nesse sentido, é essencial que a família não apenas incentive, mas também participe ativamente de um estilo de vida saudável, servindo de exemplo para que a criança adote comportamentos que promovam um equilíbrio entre consumo energético e gasto calórico, fatores essenciais para o controle da obesidade.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (2019, p.03) enfatiza que “o olhar e a presença da mãe, pai, e família é vital e instintivo como fonte natural dos estímulos e cuidados do apego e que não podem ser substituídos por telas e tecnologias.”
Segundo Soistak e Costa (2022):
É tão importante proporcionar ambientes mais respeitosos e saudáveis, que as crianças sejam ouvidas, aprendam a reconhecer sentimentos e emoções, que tenham as necessidades básicas atendidas, que as crianças sejam bem-vindas nos lugares, que utilizemos do amor e da resiliência para aprender e a ensinar a conviver em um mundo/casa/espaço repleto de pequenos seres pensantes (p.369).
Para promover escolhas mais saudáveis, Silva et al. (2023) sugerem que pais e responsáveis atuem ativamente na regulação do uso das telas. Isso inclui a redução do tempo de tela tanto para crianças quanto para adultos e a oferta de opções que incentivem a aproximação com a família, a prática esportiva e o contato com a natureza. Assegurar a qualidade dos conteúdos disponibilizados para crianças é destacado pelos autores (2023), que apontam medidas como fazer uso da classificação indicativa como parâmetro para analisar a adequação de programas, filmes, jogos e vídeos conforme a faixa etária.
A utilização apropriada de dispositivos audiovisuais, levando em consideração a idade e o tempo de uso, pode ter um impacto favorável ao aproximar a criança do mundo desenvolvido, promovendo a socialização e o desenvolvimento psicomotor (OLIVEIRA et al., 2021).
A importância das relações, amor e cuidados amorosos para o desenvolvimento é enfatizada por Soistak e Costa (2022), que também destacam a necessidade de se opor a comportamentos viciantes. Sugerem ainda que é importante dedicar tempo diariamente para desenvolver uma presença emocional genuína, escutar atentamente, manter contato visual e demonstrar o desejo de estar próximo.
A psicologia tem desempenhado um papel fundamental no tratamento da dependência de celular entre adolescentes, utilizando abordagens como a psicoterapia, que se mostra eficaz no desenvolvimento de habilidades sociais, emocionais e cognitivas. Além disso, a psicoterapia em grupo oferece um ambiente seguro e acolhedor, promovendo a reflexão crítica e a expressão de ideias, contribuindo para a superação do vício (LIMA; CASTRO; SOUZA, 2023).
Estudos indicam que a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) tem se mostrado eficaz no tratamento de distúrbios relacionados ao controle de impulsos e vícios tecnológicos, utilizando estratégias como reestruturação cognitiva, exercícios comportamentais e terapia de exposição, sempre adaptadas às necessidades de crianças e adolescentes. Uma das técnicas fundamentais no contexto da TCC é o treinamento de habilidades sociais, uma vez que a interação humana não pode ser substituída pelas telas digitais. Além disso, a promoção de uma aliança entre família, escola e profissionais é essencial para prevenir o uso excessivo da tecnologia, minimizando os riscos associados a essa prática (Silva; Viana; Moraes Mesquita, 2024).
Segundo Coste (1978), sob influência de pedagogos e, mais tarde, de psicólogos, manifestou se o interesse pelo estudo do comportamento sensório-motor, colocando a necessidade de considerar o movimento humano, portanto o corpo como um aspecto fundamental da constituição do indivíduo. A Psicomotricidade é uma ciência que busca fazer a conexão dos aspectos emocionais, cognitivos e motores nas diversas etapas do desenvolvimento humano. Então, a psicomotricidade busca entender os aspectos emocionais, cognitivos e motores da vida humana. Sendo assim ela pode ajudar os pais
através de seus exercícios a desenvolver habilidades cognitivas e motoras nas crianças e também a ocupar o tempo delas com brincadeiras que não utilizem as telas. Outro grande estudioso que contribuiu para o desenvolvimento da psicomotricidade foi Jean Le Boulch: ele utilizava a psicomotricidade como prevenção dos distúrbios de aprendizagem, combatia todo e qualquer aspecto competitivo da Educação Física Infantil e preconizava exercícios de conscientização corporal, equilíbrio e socialização.
Outrossim, o relatório da UNESCO (2023) sugere que a tecnologia digital pode trazer melhorias em termos de eficiência, destacando que essa pode ser uma das formas mais promissoras de impacto na educação. No entanto, o desenvolvimento rápido da tecnologia impede a realização de avaliações adequadas que fundamentem a criação de políticas e regulamentações.
Nesse contexto, a tecnologia educacional deve agregar valor ao fortalecimento dos sistemas de educação e estar alinhada aos objetivos de aprendizagem. Os governos são aconselhados a reformular os currículos de maneira a integrar habilidades adequadas ao uso de ferramentas digitais que comprovadamente melhorem a aprendizagem, além de garantir que professores e estudantes estejam envolvidos no desenvolvimento e monitoramento das políticas tecnológicas (UNESCO, 2023).
Para Santana, Ruas e Queiroz (2021, p. 177), “a grande questão não está imbuída na demonização da tecnologia, a diferença entre veneno e remédio muitas vezes está apenas na dose ofertada e sabemos que esse é um caminho natural que o progresso da humanidade está nos levando.”
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O impacto do tempo de tela na saúde mental e comportamental de crianças e adolescentes é uma questão de crescente relevância. Os dados evidenciam que o uso excessivo de tecnologias pode levar a consequências significativas, incluindo problemas de saúde mental, comportamentos sedentários e déficits nas habilidades sociais.
As recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria destacam a importância de limitar o tempo de tela, especialmente em crianças menores, e de promover atividades que favoreçam o desenvolvimento saudável. É essencial que pais e responsáveis adotem um papel ativo na supervisão do uso de dispositivos eletrônicos, estabelecendo limites claros e incentivando experiências que valorizem o contato humano, a atividade física e a exploração do ambiente. O equilíbrio entre o uso de tecnologias e o desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais é crucial para garantir que as crianças se tornem adultos saudáveis e bem adaptados.
Ademais, a educação sobre o uso consciente e seguro das tecnologias deve ser uma prioridade, promovendo um ambiente onde as crianças possam aprender a gerenciar seu tempo de tela. Com isso,
será possível não apenas minimizar os riscos associados ao uso excessivo de telas, mas também aproveitar os benefícios que a tecnologia pode oferecer quando utilizada de maneira equilibrada e orientada.
Portanto, a responsabilidade recai sobre toda a sociedade pais, educadores e profissionais de saúde para cultivar um ambiente que fomente o desenvolvimento integral das crianças, garantindo que as tecnologias sejam utilizadas como ferramentas que complementam, e não substituem, as interações humanas e as experiências de aprendizado na vida real.
É importante deixar claro que a tecnologia não é um problema, mas sim o excesso dela no início do desenvolvimento infantil, visando gerar discussões sobre esse tema para que se encontre um equilíbrio de um uso saudável para que essas crianças na vida adulta não sejam fortemente prejudicadas com déficits e transtornos.
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1Acadêmica do curso de Graduação em Psicologia pela Faculdade de Educação de Jaru – FIMCA, e mail: dheysap@gamil.com, http://lattes.cnpq.br/1267759259913035;
2Acadêmica do curso de Graduação em Psicologia pela Faculdade de Educação de Jaru – FIMCA, e-mail: suzanarosa123@gmail.com, http://lattes.cnpq.br/3852045909296020;
3Psicólogo Técnico no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Docente no Centro Universitário Aparício de Carvalho (FIMCA), Especialista em Neuropsicologia, Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental (PUC-PR), e-mail: girson.junior@unicentroro.edu.br, http://lattes.cnpq.br/6242027427991854