O IMPACTO DE TELAS NA PRIMEIRA INFÂNCIA COM DIAGNÓSTICO DE TRANSTORNO ESPECTRO AUTISTA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11320524


Larissa Tavares Vieira¹; Pietra Cortes Oliveira de Araújo2; Letícia Lucas Reis de Oliveira3; Orientador: Bruno Santos de Assis*.


Resumo: A primeira infância é um período crucial de desenvolvimento, no qual as crianças estão absorvendo informações do mundo ao seu redor e estabelecendo bases para habilidades cognitivas, sociais e emocionais. O uso excessivo de telas durante esse período pode ter implicações significativas no desenvolvimento das crianças com Transtorno de espectro autista. Objetivo: realizar uma reflexão uso de telas na experiência de crianças na primeira infância com transtorno espectro autista. Metodologia: trata-se de uma pesquisa natureza básica, do tipo descritivo, qualitativo, do tipo revisão de literatura com base de dados Revista de Psicologia, Scielo, Revista de saúde dos últimos 5 anos através do diagrama de prisma 2020. Resultados: o estudo mostrou que a exposição excessiva às telas pode comprometer o desenvolvimento de habilidades sociais e comunicativas, dificultando sua integração no ambiente familiar, escolar e social na primeira infância. Os dados apontam que pais, cuidadores e profissionais de enfermagem tenham conhecimento dos efeitos potenciais das telas e adotem estratégias para limitar o tempo de exposição, promover o uso consciente e garantir um equilíbrio saudável entre atividades digitais e interações face a face. Conclusão: o impacto das telas na primeira infância de crianças com Transtorno do Espectro Autista, é significativo e requer atenção cuidadosa. É crucial estabelecer que os profissionais de enfermagem expliquem aos familiares os malefícios e demonstre os limites claros para o tempo de tela para que estimulem o desenvolvimento saudável e garantiam o progresso dessas crianças durante essa fase crítica de desenvolvimento.

Palavras-chave: Transtorno espectro autista. Educação continuada. Enfermagem

Abstract:Early childhood is a crucial period of development in which children are absorbing information from the world around them and laying foundations for cognitive, social, and emotional skills. Excessive use of screens during this period can have significant implications for the development of children with Autism Spectrum Disorder. Objective: to reflect on the use of screens in the experience of early childhood children with autism spectrum disorder. Methodology: this is a basic research, descriptive, qualitative, literature review type with database Revista de Psicologia, Scielo, Revista de saúde from the last 5 years through the prism diagram 2020. Results: the study showed that excessive exposure to screens can compromise the development of social and communicative skills, making it difficult to integrate into the family, school and social environment in early childhood. The data suggests that parents, caregivers and nursing professionals are aware of the potential effects of screens and adopt strategies to limit exposure time, promote conscious use and ensure a healthy balance between digital activities and face-to-face interactions. Conclusion: the impact of screens in the early childhood of children with Autism Spectrum Disorder is significant and requires careful attention. It is crucial to ensure that nursing professionals explain the harm to family members and demonstrate clear limits on screen time to encourage healthy development and ensure the progress of these children during this critical phase of development.

Keywords: Autism spectrum disorder. Continuing education. Nursing

1. INTRODUÇÃO

Os recentes avanços tecnológicos foram inevitavelmente integrados em nossas vidas. As crianças, que estão em fase de desenvolvimento, passam mais tempo com aparelhos eletrônicos. Alguns estudos relataram efeitos negativos no sono, saúde física, obesidade e problemas de visão, além de alterações comportamentais, como comportamento agressivo com exposição a conteúdos violentos de mídia. No entanto, os benefícios do uso de dispositivos eletrônicos são inegáveis (LEITÃO et al., 2023).

Neste contexto, nos tempos atuais, a dependência tecnológica na infância e adolescência tornou-se um problema muito comum, com consequências negativas que afetam não só o bem-estar físico, mas também o bem-estar psicológico e social dos jovens (QUEIROZ et al., 2021).

Consequentemente, a dependência tecnológica na infância manifesta-se como um padrão de comportamento compulsivo que surge quando meninos e meninas não conseguem controlar o uso de dispositivos eletrônicos. Eles experimentam uma necessidade constante de estar online, jogar videogame ou assistir televisão, o que interfere em suas responsabilidades escolares, familiares e sociais (SADEGHI et al., 2023).

Por isso, a recomendação de tempo de tela é que os cuidadores assistam programas apropriados à idade com crianças de 2 a 5 anos, por um período não superior a uma hora por dia. Crianças maiores de 5 anos podem assistir sozinhas desde que tenham restrições de tempo de tela e tipos de programas, evitando efeitos negativos no sono, no comportamento ou em outros aspectos da saúde da criança. Da mesma forma, a OMS recomenda que crianças de 4 a 6 anos não excedam uma hora de uso de tela por dia (KHOO; RAMACHANDRAM, 2022).

Sendo assim, em 2019, a Organização Mundial de Saúde publicou diretrizes sobre atividade física saudável, comportamento sedentário e sono em crianças menores de cinco anos, incluindo a recomendação de que as crianças não deveriam ser expostas a telas em idades muito jovens. A Academia Americana de Pediatria estende esta recomendação até os 18 meses de idade; e neste sentido, têm sido emitidos alertas sobre os efeitos adversos da exposição às telas na saúde das crianças (BERARD et al., 2022).Nos últimos anos, a proliferação de dispositivos eletrônicos, como smartphones, tablets e computadores, revolucionou nossa sociedade, transformando a forma como nos comunicamos, aprendemos e nos entretemos. Para crianças no espectro autista, esse cenário de tecnologia traz consigo tanto promessas quanto preocupações (DONG et al., 2021).

O Transtorno de espectro autista (TEA) é caracterizado por uma diversidade de desafios no desenvolvimento que afetam a comunicação social, interação social, comportamentos repetitivos e padrões sensoriais. Em meio a esse contexto complexo, o uso de telas emergiu como uma ferramenta potencialmente valiosa, oferecendo oportunidades de aprendizado, comunicação e entretenimento para crianças autistas (DIAS et al., 2019).

Além disso, estudos realizados em 2019 e 2020 já relataram que, como fator ambiental pós-natal, a duração do tempo de tela pode estar associada às características do TEA e à morfologia cerebral específica do TEA. Portanto, o tempo de exposição à tela durante a infância pode ser um dos fatores adquiridos que podem estar associados ao TEA (PARRA et al., 2023).

Dessa forma, a superexposição às telas interfere na qualidade do sono de todas as pessoas. Mas no caso das crianças e adolescentes com autismo, essa interferência é acentuada por dois fatores: por um lado, o tempo que passam diante das telas é maior que a média geral e, por outro, os distúrbios do sono geralmente comum em pessoas autistas, associada a alterações sensoriais, 80% das crianças com autismo não têm a qualidade e a quantidade de sono esperadas para a sua idade, com dificuldades em conciliar o sono e despertares noturnos frequentes (BERARD et al., 2022).

Portanto, a questão central de como o uso das telas afeta diversos aspectos do desenvolvimento e funcionamento das crianças no espectro autista permitindo uma análise abrangente dos efeitos dessa tecnologia em áreas cruciais como comunicação, interação social, comportamento, regulação sensorial e sono. Desta forma questionam-se como as telas impactam diretamente no desenvolvimento da criança com TEA?

Investigar e analisar o impacto do uso de telas na experiência de crianças no espectro autista, abordando diversos aspectos do desenvolvimento, bem-estar e funcionalidade.

Diante o que foi descrito acima este estudo tem como justificativa o fato do aumento do uso de telas na sociedade contemporânea, é crucial entender como essa tecnologia afeta crianças no espectro autista, uma vez que elas podem responder de maneira diferente devido a suas características de neurodesenvolvimento. O uso de telas pode ter implicações significativas na qualidade de vida das crianças no espectro autista, afetando áreas como comunicação, interação social, comportamento, regulação sensorial e padrões de sono. Compreender esses impactos é essencial para promover um ambiente que favoreça o bem-estar dessas crianças.

Sendo assim o presente estudo tem como objetivos realizar uma reflexão uso de telas na experiência de crianças na primeira infância com transtorno espectro autista, além de identificar quais as características das crianças com espectro autismo; descrever quais as consequências negativas do uso de telas em crianças com espectro autista bem como explorar estratégias eficazes utilizadas pelo profissional de enfermagem para o uso moderado e direcionado de telas para crianças com espectro autista.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

O presente estudo trata-se de uma pesquisa de natureza básica, do tipo descritivo, qualitativo, do tipo revisão de literatura.

Serão realizadas buscas bibliográficas nos bancos de dados Revista de Psicologia, Scielo, Revista de saúde, utilizando-se os termos “espectro autista”, “telas e écrans”, “desenvolvimento infantil”, como descritores dos artigos.

Os critérios de inclusão que serão adotados são: artigos de pesquisa original publicados de forma completa, livre e gratuita em periódicos disponíveis nas bases de dados selecionadas, nos idiomas português e inglês, condizentes com o objetivo proposto nos últimos 5 anos. Já os critérios de exclusão serão os artigos que estão em mais de uma base de dados serão considerados duplicatas e automaticamente excluídos e fora dos períodos de 5 anos.

Para a coleta de dados foi utilizado o diagrama de prisma 2020. A análise de dados se dá de acordo com o diagrama de prisma 2020 (Figura 1). A declaração PRISMA 2020, foi concebido principalmente para revisões sistemáticas de estudos que avaliam os efeitos de intervenções de saúde, independentemente do desenho dos estudos incluídos. Os itens da declaração PRISMA 2020 são relevantes para revisões sistemáticas de estudos quantitativos e qualitativos (identificação, triagem, inclusão). Figura 1: Declaração PRISMA 2020 para a seleção do material para a revisão integrativa

Fonte 1: PAGE et al., 2020, autor, 2024

A análise se baseará no total de 50 periódicos para coleta de dados, com o foco apresentado nos estudos relacionados, sobre autismo e telas. De forma que ao final da elaboração do Diagrama de Prisma foram selecionados apenas 10 artigos, que serviram de base para o resultado e discussões.

3. DESENVOLVIMENTO

3.1 O uso de telas na experiência de crianças na primeira infância com transtorno espectro autista

Atualmente, a dependência da tecnologia na infância e na adolescência tornou-se um problema muito comum, com consequências negativas que afetam não só o bem-estar físico, mas também o bem-estar psicológico e social das crianças e jovens. Kushima et al. (2022), afirma que o paradigma tradicional sustenta que o tempo prolongado de tela pode representar um fator de risco para o desenvolvimento do transtorno do espectro do autismo (TEA).

Diante disso, a dependência tecnológica na infância manifesta-se como um padrão de comportamento compulsivo que surge quando meninos e meninas não conseguem controlar o uso de dispositivos eletrônicos. Prioste et al. (2020), esclarece que eles experimentam uma necessidade constante de estar online, jogar videogame ou assistir televisão, o que interfere em suas responsabilidades escolares, familiares e sociais.

Nesse contexto, a exposição precoce aos meios eletrônicos nos primeiros anos de vida (<2 anos) tem impacto negativo no desenvolvimento da linguagem. O processo de reestruturação cerebral que ocorre na primeira infância é distorcido pela substituição das interações sociais por telas digitais. Felix (2022), afirma que o atraso na linguagem, os comportamentos repetitivos e a incapacidade de interagir com outras pessoas parecem ser o resultado de um processo aberrante de reestruturação neurocognitiva secundário ao uso precoce e prolongado de telas digitais.

Estudos cerebrais e comportamentais indicam um conjunto muito complexo de sistemas cerebrais que interagem na aquisição precoce da linguagem. Rocha et al. (2022), destaca que a atenção e a interação social ativarão mecanismos cerebrais que geram um senso de relacionamento entre o eu e o outro, e sistemas de compreensão social que conectam percepção e ação.

Portanto, a exposição às telas eletrônicas como fonte de informação e entretenimento para as crianças pode contribuir para o desenvolvimento da linguagem, porém, a aprendizagem precoce, incluindo a linguagem, depende em grande parte da influência do contexto linguístico diretamente das interações sociais. Carvalho, Pinto (2023), afirmam que o uso excessivo de telas pode limitar as oportunidades de interação face a face, essenciais para o desenvolvimento das habilidades sociais e de comunicação. É necessário reduzir ao mínimo o tempo de exposição às telas eletrônicas, por mais confortável e educativo que pareça, se o ambiente diário da criança não for enriquecido e as interações sociais entre pais e crianças são incluídas, todos estes dispositivos perdem o seu valor educativo potencial. Dong et al. (2021), afirma que uma das medidas para reduzir os sintomas do autismo, a intervenção precoce, tanto nos pais como nas crianças, deve ser o protocolo inicial para alcançar um melhor desenvolvimento das capacidades de comunicação da criança.

Ainda não existe tratamento para o autismo, por isso essas medidas são tão importantes para melhorar os sintomas. Hisler et al. (2021), esclarece que os programas de intervenção na primeira infância, independentemente da condição social, do risco socioeconómico ou da presença de condições especiais, devem ser padrão na educação infantil, para garantir um atendimento integral às crianças nesta fase crítica do seu desenvolvimento e proporcionar-lhes recursos e um ambiente rico em oportunidades de aprendizagem que lhes permite atingir seu potencial neurocognitivo e objetivos de desenvolvimento.

Por isso, em meninos e meninas com TEA, até 80% deles apresentam problemas de sono. Às vezes, isso não se deve tanto ao uso das telas, mas ao conteúdo que elas veem nelas. Esse conteúdo costuma ser estimulante, com variedade de sons, cores e luzes, o que causa estímulo. Moreira, Lucas (2023), destacam que os dispositivos eletrônicos como Tablets ou TVs, são dispositivos que meninos e meninas costumam utilizar aproximando as telas do rosto, o que aumenta a exposição a luzes de alta intensidade. Esta luz pode influenciar o sono, aumentando o estado de alerta e atrasando o início natural do sono.

Sendo assim, as interações nas telas muitas vezes são mais diretas e menos complexas do que as interações sociais do mundo real. Isso pode limitar as oportunidades das crianças autistas de desenvolverem habilidades sociais, como compartilhar, cooperar, negociar e resolver conflitos, que são fundamentais para interações sociais saudáveis. Hisler et al. (2021), Rocha et al. (2022), concordam que o uso excessivo de telas pode limitar as oportunidades de interação face a face, essenciais para o desenvolvimento das habilidades sociais e de comunicação. Isso pode ser especialmente prejudicial para crianças autistas, que já podem ter dificuldades nessas áreas.

3.2 Crianças com espectro autista e suas características

Atualmente, o transtorno do espectro do autismo (TEA) é uma deficiência de desenvolvimento. Eles podem causar problemas sociais, de comunicação e comportamentais significativos. Sadeghi et al. (2023), afirma que o termo “espectro” refere-se a uma variedade de sintomas, habilidades e níveis de incapacidade que as pessoas com esses transtornos podem ter.

O TEA afeta cada pessoa de maneira diferente e podem variar de muito leves a muito graves. Pessoas com esses transtornos apresentam alguns sintomas em comum, como dificuldade de interação social. Khoo, Ramachandram (2022), explicam que existem diferenças em relação à quando os sintomas começam, quão graves são, quantos sintomas você tem e se você tem outros problemas. Tanto os sintomas como a sua gravidade podem mudar com o tempo.

Diante disso, os TEA são diagnosticados com base em critérios bem definidos pelo DSM-5. Além do diagnóstico, deve ser especificado se existe uma deficiência intelectual, um distúrbio de linguagem, se está associado a uma condição médica ou genética ou a um fator ambiental conhecido. Deve indicar se é acompanhado por outros distúrbios do neurodesenvolvimento ou comportamentais e, por fim, indicar o nível de gravidade. Ferreira, Theis (2021), afirmam que o diagnóstico deve ser feito por uma equipe multidisciplinar composta por neuropediatra, psiquiatra infantil, psicólogo, geneticista, pedagogo e agentes sociais.

Neste caso, crianças no espectro autista podem apresentar uma ampla gama de características e comportamentos, pois o autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta cada indivíduo de forma única. Hisler et al. (2021), afirma que os sinais comportamentais do transtorno do espectro do autismo geralmente aparecem no início do desenvolvimento. Muitas crianças apresentam sintomas entre 12 e 18 meses de idade ou antes.

Com isso, conclui-se que a palavra “autismo” vem do termo grego “autos”, que significa “por si só”. As crianças com perturbação do espectro do autismo são geralmente egocêntricas e parecem viver num mundo privado no qual têm uma capacidade limitada de comunicar e interagir bem com os outros. Moreira, Lucas (2023), destacam que crianças 0 a 3 anos podem ter dificuldades em desenvolver a linguagem e compreender o que os outros lhes dizem, assim como costumam ter problemas com a comunicação não-verbal, como gestos com as mãos, contato visual e expressões faciais.

Considerando crianças com estes distúrbios, a capacidade de comunicação varia e o uso da linguagem depende do seu desenvolvimento intelectual e social. Algumas crianças com esses distúrbios não conseguem se comunicar por meio da fala ou da linguagem, e algumas podem ter habilidades linguísticas muito limitadas. Sadeghi et al. (2023), esclarece que algumas crianças têm um amplo vocabulário e podem falar detalhadamente sobre tópicos específicos. Muitos têm problemas com o significado e o ritmo das palavras e frases. Santana et al. (2023), complementa afirmando que além disso, eles podem não ser capazes de compreender a linguagem corporal e o significado dos diferentes tons de voz.

Por isso, crianças com transtorno do espectro do autismo podem falar e dizer coisas que não fazem sentido ou que não têm relação com a conversa que estão tendo ou você pode repetir continuamente as palavras que ouviu, o que é conhecido como ecolalia. Nobre et al. (2021), informa que na ecolalia imediata, a criança repete as palavras que alguém acabou de dizer, já na ecolalia tardia, a criança repete as palavras que ouviu antes.

Entende-se que algumas crianças podem iniciar um monólogo muito profundo sobre um tema que lhes interessa, mesmo que não consigam dialogar sobre o mesmo tema. Outros podem ter talento musical ou habilidades avançadas de contagem e matemática. Mendonça (2021), destaca que cerca de 10 por cento das crianças com TEA apresentam habilidades “sábias” ou são excepcionalmente habilidosas em áreas específicas, como memorização, datas do calendário, música ou matemática.

Muitas crianças com estes distúrbios desenvolvem certas habilidades de fala e linguagem que não estão no nível normal e o seu progresso é geralmente desigual. Felix (2022), afirma que muitas vezes não respondem quando outras pessoas falam com eles ou quando são chamados pelo seu próprio nome. Por causa disso, às vezes acredita-se erroneamente que crianças com TEA têm problemas auditivos.

No entanto, é comum que crianças com transtorno do espectro do autismo não consigam usar gestos (como apontar para um objeto, por exemplo) para dar sentido ao que dizem. Eles normalmente evitam o contato visual, o que os faz parecer rudes, desinteressados ou distraídos. Santana et al. (2023), esclarece que sem a capacidade de gesticular ou usar outras habilidades não-verbais para melhorar suas habilidades de linguagem oral, muitas crianças com esses transtornos ficam frustradas por não serem capazes de expressar suas emoções, pensamentos e necessidades.

Se o médico suspeitar que a criança tem um transtorno do espectro do autismo ou um problema de desenvolvimento, ele geralmente dirá à criança para consultar vários especialistas. Queiroz et al. (2021), afirma que se o profissional de saúde for treinado para tratar pessoas com distúrbios de voz, fala e linguagem é possível fazer uma avaliação completa da capacidade de comunicação da criança e elabora um programa de tratamento adequado.

Visto isso, é essencial ensinar às crianças com perturbações do espectro do autismo como melhorar as suas capacidades de comunicação para que possam atingir o seu pleno potencial. Ramson (2020), Felix (2022), concordam que há muitas maneiras de melhorar as habilidades de comunicação, mas o melhor programa de tratamento começa cedo, durante os anos pré-escolares, e é adaptado à idade e aos interesses da criança.

Para algumas crianças mais novas com esses distúrbios, um objetivo realista do tratamento é melhorar as habilidades de fala e linguagem. Assim como as crianças aprendem a engatinhar antes de saberem andar, elas também desenvolvem habilidades pré-linguísticas antes de começarem a usar palavras. Santana et al. (2023), Sadeghi et al. (2023), concordam que as habilidades desenvolvidas pelas crianças com TEA se dá através do uso de contato visual, gestos, movimentos corporais, imitação de outras pessoas e balbucios e outras vocalizações para auxiliar na comunicação para evitar maiores atrasos no desenvolvimento.

Deste modo, para crianças mais velhas com transtornos do espectro do autismo, o ensino de comunicação ensina habilidades básicas de fala e linguagem, como palavras e frases isoladas. Lima et al. (2022), destaca que o ensino avançado, como entender outro idioma, pode servir a um propósito, como aprender a manter uma conversa com outra pessoa, o que inclui permanecer no assunto e esperar sua vez de falar.

Neste caso, algumas crianças com esses distúrbios podem nunca desenvolver habilidades de fala e linguagem verbal, ou seja, para eles, o objetivo pode ser aprender a comunicar através de gestos, ou símbolos onde desenhos são usados para comunicar ideias. Westby (2021), afirma que os sistemas de símbolos e gestos incorporam, entre outras coisas, pranchetas, cartões e até dispositivos eletrônicos sofisticados que geram linguagem por meio de botões que representam ações ou coisas comuns.

3.3 Consequências negativas do uso de telas em crianças com espectro autista

O desenvolvimento motor é fundamental para todas as crianças, incluindo aquelas no espectro autista, o brincar ao ar livre, participar de atividades físicas e explorar o ambiente físico são importantes para o desenvolvimento das habilidades motoras grossas e finas, bem como para promover um estilo de vida ativo e saudável. Dong et al. (2021), Felix (2022), concordam que o uso excessivo de telas pode levar as crianças a passarem menos tempo em atividades sensoriais e físicas importantes para o desenvolvimento saudável, como brincar ao ar livre, explorar diferentes texturas e praticar habilidades motoras.

Neste caso, para algumas crianças autistas, o tempo excessivo de tela pode levar à alienação social e à sensação de isolamento, aumentando a ansiedade e o estresse relacionados à falta de conexão social significativa. Nobre et al. (2021), afirma que o conteúdo das telas, especialmente se for muito estimulante ou assustador, pode aumentar o retraimento das crianças autistas, que podem ter medo em entender e processar o que estão vendo.

Atualmente, um dos últimos estudos nesse sentido contou com a participação de mais de 84 mil mães e crianças onde os resultados desta pesquisa indicaram a existência de uma relação significativa entre a exposição prolongada às telas e maior probabilidade de diagnóstico de TEA aos três anos de idade. Guellai et al. (2022), destaca que há consequências da exposição dos bebés aos ecrãs, encontrando uma associação entre o uso de ecrãs durante o primeiro ano de vida e perturbações do espectro do autismo (PEA) aos três anos de idade.

Por isso, os problemas de sono em meninos e meninas com autismo são cada vez mais comuns hoje em dia, e o uso de telas e smartphones é global. Nobre et al. (2021), afirma que a Academia Americana de Pediatria recomenda evitar o uso de telas em crianças menores de 18 meses e para meninos e meninas com mais de 2 anos, recomenda-se no máximo 1 hora de uso da tela por dia.

Finalmente, a utilização de telas por crianças autistas não deve substituir as rotinas de sono pois, dormir bem significa passar o dia melhor e, inversamente, passar o dia melhor significa dormir melhor. Souza, Marques, Reuter (2020), esclarecem que quando há má qualidade de sono em meninos e meninas com TEA, os principais sintomas como agressividade, humor, hiperresposta sensorial, desempenho e memória, comportamento compulsivo e rituais, estereotipias aumentam e, sobretudo, diminuem a socialização e a comunicação.

3.4 Estratégias eficazes pelo profissional de enfermagem para o uso moderado e direcionado de telas para crianças com espectro autista.

Os profissionais de enfermagem conseguem fornecer informações detalhadas às famílias sobre os potenciais impactos do uso excessivo de telas em crianças com TEA e os benefícios de limitar o tempo de tela. Weissheimer et al. (2023), afirma que os profissionais de enfermagem podem educar as famílias sobre os potenciais impactos negativos do uso excessivo de telas na saúde e no desenvolvimento infantil, especialmente em crianças com TEA incluindo informações sobre a relação entre o tempo de tela e problemas de sono, atrasos no desenvolvimento da linguagem, dificuldades sociais e emocionais, entre outros.

Neste caso, é necessário oferecer orientações práticas sobre como estabelecer limites saudáveis para o tempo de tela, selecionar conteúdo apropriado e criar um ambiente propício para um uso equilibrado de telas em casa. Lima et al. (2022), esclarece que os profissionais de enfermagem podem incluir sugestões sobre horários específicos para o uso de telas, áreas designadas para o tempo de tela e estratégias para limitar o acesso a dispositivos eletrônicos.

Cada criança com TEA é única, portanto, os profissionais de enfermagem podem realizar uma avaliação individualizada para entender as necessidades, interesses e desafios específicos da criança em relação ao uso de telas. Isso pode ajudar a desenvolver estratégias personalizadas que atendam às necessidades da criança e da família. Santana et al. (2023), destaca que é preciso observar diretamente a criança durante o uso de telas pode fornecer insights valiosos sobre suas preferências, comportamentos e reações em relação ao conteúdo e à interação com os dispositivos eletrônicos.

Com base nessa avaliação individualizada, os profissionais de enfermagem podem desenvolver estratégias personalizadas e recomendações específicas para ajudar as famílias a gerenciar o uso de telas de forma saudável e equilibrada para a criança com TEA. Sales (2023), afirma que muitas crianças com TEA têm sensibilidades sensoriais específicas que podem influenciar sua experiência com telas. Os profissionais de enfermagem podem identificar e avaliar essas sensibilidades, como hipersensibilidade a luzes ou sons, para determinar como isso pode afetar o uso de telas.

Neste contexto, o desenvolvimento de um plano de uso de telas personalizado é essencial para garantir que o tempo de tela das crianças com espectro autista (TEA) seja moderado e direcionado de maneira apropriada. Mendonça (2021), Lima et al. (2022), concordam que o profissional de enfermagem leva em consideração as necessidades, interesses e desafios específicos da criança com TEA ao desenvolver o plano de uso de telas incluindo sensibilidades sensoriais, habilidades de comunicação, interesses pessoais e níveis de desenvolvimento.

Por isso, os profissionais de enfermagem podem fornecer recomendações sobre conteúdo de tela adequado e educativo para crianças com TEA. Isso pode incluir aplicativos, jogos, vídeos e programas de TV que sejam visualmente atraentes, interativos e que promovam habilidades como linguagem, comunicação, interação social e resolução de problemas. Ramson (2020), Sales (2023), Santana et al. (2023) concordam que é preciso escolher cuidadosamente os conteúdos de tela que sejam educativos, apropriado para a idade e relevante para as necessidades e interesses da criança com TEA e que incentivem a linguagem e a comunicação.

Fazendo uma boa apresentação aos pais de uma variedade de opções e recursos relacionados ao uso de telas, como aplicativos educativos, jogos interativos e programas de TV adequados para crianças com TEA permite que eles façam escolhas informadas e se sintam capacitados a tomar decisões que atendam às necessidades de seus filhos. Carvalho et al. (2023), destaca que os profissionais de enfermagem podem trabalhar em parceria com os pais para envolvê-los ativamente no processo de tomada de decisão sobre o uso de telas oferecendo suporte emocional e prático, responder a perguntas e preocupações dos pais e ajudá-los a implementar e manter o plano de uso de telas de forma consistente.

Pode-se afirmar então, que o monitoramento e a revisão contínua são partes essenciais do processo de garantir que o plano de uso de telas para crianças com espectro autista (TEA) seja eficaz e se ajuste às necessidades em constante mudança da criança e da família. Barreto et al. (2023), Ferreira, Theis (2021) concordam que os profissionais de enfermagem podem acompanhar de perto o progresso da criança e a eficácia do plano de uso de telas ao longo do tempo revisando o plano conforme necessário com base nas mudanças nas necessidades e circunstâncias da criança e da família, oferecendo suporte e ajustes conforme necessário.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa explorou o impacto do uso de telas na primeira infância em crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Por meio de uma revisão abrangente da literatura e análise crítica dos estudos disponíveis ficou evidente que o uso excessivo de telas na primeira infância pode ter efeitos negativos significativos no desenvolvimento das crianças com TEA. Desde a diminuição do engajamento em atividades sensoriais e físicas até o aumento do estresse e da ansiedade, os riscos associados ao uso indiscriminado de dispositivos eletrônicos são numerosos e preocupantes.

Além disso, observou-se que o tempo excessivo de tela pode contribuir para atrasos no desenvolvimento social e de comunicação, áreas que já são desafiadoras para muitas crianças com TEA. Isso ressalta a importância de um uso moderado e direcionado de telas, que leve em consideração as necessidades individuais de cada criança e promova um ambiente propício ao seu desenvolvimento global.

Identificou-se que os profissionais de enfermagem desempenham um papel crucial na mitigação desses impactos negativos. Por meio da educação e orientação adequadas, esses profissionais podem capacitar os pais e cuidadores a entender os riscos do uso excessivo de telas e a implementar estratégias eficazes para um uso moderado e direcionado.

Visto isso, destaca-se a importância da avaliação individualizada das necessidades da criança com TEA e do desenvolvimento de um plano de uso de telas personalizado. Os profissionais de enfermagem têm o conhecimento e a experiência necessários para realizar essa avaliação de forma abrangente, considerando as características únicas de cada criança e sua família.

Ao promover a colaboração entre os profissionais de enfermagem, os pais e outros membros da equipe de cuidados, pode-se criar um ambiente de apoio que favoreça o desenvolvimento saudável das crianças com TEA, enquanto se atenua os potenciais impactos negativos do uso de telas na primeira infância 

Portanto, é importante ressaltar que mais pesquisas são necessárias para compreender melhor o impacto das telas na primeira infância em crianças com TEA e identificar estratégias eficazes de intervenção pela enfermagem. Ao continuar as investigações sobre esta questão complexa, pode-se desenvolver abordagens de enfermagem mais eficazes para promover o bem-estar e o desenvolvimento saudável dessas crianças tão especiais.

 4. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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¹Aluna do curso Bacharel em Enfermagem pela Faculdade LS – e-mail: larissa.vieira51@lseducacional.com
²Aluna do curso Bacharel em Enfermagem pela Faculdade LS – e-mail: pietra.araujo@lseducacional.com
³Alunoa do curso Bacharel em Enfermagem pela Faculdade LS – e-mail: leticia.l.r.oliveira@lseducacional.com
*Professor e orientador: Bruno Santos de Assis