O IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NA COMPETITIVIDADE EMPRESARIAL

THE IMPACT OF NEW TECHNOLOGIES ON BUSINESS COMPETITIVENESS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202505102319


Hanara Braga Silva1
Vagnair dos Reis Soares2
Alain Roel Rodrigues dos Santos3


Resumo

A tecnologia tem desempenhado um papel fundamental na inovação e na competitividade empresarial, transformando a forma como as empresas operam e interagem com o mercado. O presente estudo tem como objetivo analisar o impacto das novas tecnologias na competitividade empresarial, destacando os principais desafios e estratégias utilizadas para sua implementação. Para isso, foi realizada uma pesquisa bibliográfica com base em publicações acadêmicas que demonstram como a digitalização, a automação e o uso de inteligência artificial influenciam o desempenho organizacional. A pesquisa adota uma abordagem qualitativa e exploratória, permitindo compreender como diferentes empresas integram a tecnologia à sua gestão para obter vantagem competitiva. Os resultados indicam que a adoção tecnológica pode melhorar a eficiência operacional, otimizar processos e aumentar a capacidade de adaptação ao mercado, sendo essencial para a sustentabilidade dos negócios. Contudo, pequenas e médias empresas ainda enfrentam barreiras, como a falta de conhecimento técnico e resistência à inovação, o que torna necessária a criação de estratégias que facilitem esse processo. Diante desse panorama, esta pesquisa pretende contribuir para o entendimento dos desafios e das estratégias mais eficazes para a implementação de novas tecnologias no ambiente empresarial, oferecendo uma análise crítica fundamentada em referências acadêmicas e casos concretos.

Palavras-chave: Tecnologia. Inovação. Competitividade. Digitalização.

1 INTRODUÇÃO

As recentes inovações tecnológicas têm causado mudanças importantes no mundo dos negócios, afetando a forma como as empresas são administradas, e a conversão para o digital como o uso de sistemas automáticos não são apenas vantagens, mas sim requisitos básicos para que as empresas consigam competir e se manter ativas no mercado. De acordo com Lima (2024), a inovação tecnológica desempenha um papel fundamental na competitividade empresarial, sendo essencial para a sobrevivência e longevidade das organizações em um cenário de mudanças constantes e evolução tecnológica. Diante desse contexto, compreender como as novas tecnologias impulsionam a inovação e afetam a competitividade empresarial tornou-se uma necessidade para gestores e pesquisadores da área. 

O presente estudo tem como objetivo principal analisar o papel da tecnologia na inovação e na competitividade empresarial. De forma mais específica, busca-se investigar os impactos da adoção de novas tecnologias na gestão e no desempenho das empresas, considerando os desafios enfrentados, as estratégias adotadas e casos de sucesso que demonstram como a inovação tecnológica pode ser um fator determinante para o crescimento organizacional.

Para embasar essa análise, a pesquisa será conduzida por meio de uma revisão bibliográfica e da investigação de casos reais de empresas que utilizam a tecnologia como diferencial competitivo. Estudos indicam que organizações que adotam estratégias tecnológicas eficazes apresentam maior capacidade de adaptação ao mercado, melhor desempenho operacional e crescimento sustentável (LIMA, 2024).

Diante desse panorama, esta pesquisa pretende contribuir para o entendimento dos desafios e das estratégias mais eficazes para a implementação de novas tecnologias no ambiente empresarial, oferecendo uma análise crítica fundamentada em referências acadêmicas e casos concretos.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Transformação digital e competitividade

A inovação tecnológica tem sido um dos principais motores do crescimento econômico e da diferenciação empresarial. Segundo Christensen (1997), a inovação disruptiva ocorre quando novas tecnologias criam novos mercados ou transformam mercados existentes ao oferecer soluções mais acessíveis e eficientes. Empresas que não acompanham essa evolução correm o risco de perder competitividade, uma vez que a tecnologia permite a otimização de processos, a redução de custos e a personalização de produtos e serviços. Um exemplo marcante é o caso da Kodak, onde mesmo sendo pioneira no desenvolvimento da câmera digital em 1975, optou por não explorar essa tecnologia com receio de prejudicar seu lucrativo mercado de filmes fotográficos. Essa resistência à inovação culminou em sua perda de relevância e em dificuldades financeiras (ANTONIALLI, 2012). A Nokia, por outro lado, também representa um exemplo de empresa que falhou em sua estratégia de inovação ao subestimar o impacto dos smartphones. Sua demora em adotar sistemas operacionais como o Android e sua insistência em modelos ultrapassados de celulares contribuíram, dessa forma, para a rápida perda de mercado diante de concorrentes como Apple e Samsung (FURTADO; COSTA, 2013). Em vista disso, esses casos reforçam, de maneira evidente, a importância da inovação tecnológica como fator essencial para a sobrevivência e a competitividade das organizações no cenário contemporâneo. Assim sendo, constata-se que a transformação digital ocupa um papel central na reorganização dos modelos de negócios, permitindo, dessa forma, novas formas de geração de valor.

Michael Porter (2008) destaca que a tecnologia pode ser um fator de vantagem competitiva quando integrada à estratégia empresarial, permitindo que as organizações aprimorem sua eficiência operacional e se adaptem rapidamente às mudanças do mercado. Nesse sentido, a digitalização tem desempenhado um papel fundamental na modernização da gestão e na tomada de decisões estratégicas. Além disso, Ismail (2014) argumenta que as chamadas “Organizações Exponenciais” crescem de maneira acelerada ao utilizar a tecnologia para escalar suas operações de forma eficiente, como ocorre com o uso da inteligência artificial e do Big Data para análise de mercado, permitindo a identificação de tendências, a tomada de decisões assertivas e a criação de estratégias personalizadas que impulsionam seu crescimento.

2.2 Inovação e vantagens estratégicas

Segundo Porter (2008), a tecnologia pode ser um importante diferencial competitivo quando incorporada à estratégia organizacional. Observa-se que empresas que integram inovações tecnológicas à sua gestão obtêm ganhos substanciais em produtividade, redução de desperdícios e fidelização de clientes. Estudos indicam que pequenas e médias empresas que adotam plataformas digitais e automação de processos registram um aumento significativo na produtividade e na eficiência operacional (Sebrae, 2023). No Brasil, um exemplo notável dessa transformação é o Magazine Luiza (Magalu), que se reinventou ao transformar seu modelo de negócios tradicional em um ecossistema digital robusto. A empresa investiu fortemente em ecommerce, marketplace, logística automatizada e inovação tecnológica para atender consumidores em múltiplos canais. Essa estratégia posicionou o Magalu como um dos maiores ecossistemas digitais de compra e venda do país (Nosso Meio, 2021; Mercado & Consumo, 2021). Casos como esse demonstram que a adoção tecnológica não apenas fortalece a competitividade, mas também impulsiona a inovação e a sustentabilidade dos negócios no longo prazo. Além disso, ressalta-se que a inovação tecnológica impacta diretamente a dinâmica de criação e desenvolvimento de negócios, abrindo novas possibilidades para criação de produtos, processos e serviços, bem como novos mercados.

A tecnologia, no contexto empresarial, vai além da automação de processos operacionais ou da digitalização de produtos e serviços. Ela tem sido integrada às estratégias organizacionais de forma a potencializar a gestão de pessoas, o relacionamento com o consumidor e a tomada de decisões. Um exemplo disso é o uso de plataformas inteligentes no recrutamento e seleção, como o caso da Sólides, que utiliza testes de perfil comportamental e algoritmos para identificar candidatos com maior aderência à cultura da empresa, reduzindo o turnover e aumentando o desempenho das equipes (SÓLIDES, 2023). Essa inovação representa uma evolução no setor de Recursos Humanos, onde a análise de dados comportamentais substitui a intuição, promovendo contratações mais eficazes (CHIAVENATO, 2021). Em vista disso, observa-se que a competitividade empresarial não depende exclusivamente de fatores tradicionais, como preço ou localização, mas também da capacidade da empresa de se adaptar rapidamente às transformações tecnológicas.

2.3 Impactos da tecnologia no desempenho empresarial

A transformação digital tem reconfigurado a forma como empresas operam, permitindo maior agilidade na tomada de decisões e eficiência operacional. A tecnologia tem se mostrado essencial em cenários desafiadores, como a pandemia da COVID-19. Empresas que investiram em inovação tecnológica conseguiram se adaptar melhor às mudanças, enquanto a falta desse investimento levou ao fechamento de muitas organizações em 2020 (INFORREDE, 2020).

Para exemplificar, destaca-se o caso da Insider Store, que, durante a pandemia, aplicou inovação ao produzir roupas e máscaras antivirais confeccionadas com tecidos que incorporam íons de prata. Tal estratégia resultou em um faturamento de R$ 30 milhões no ano de 2020 (UOL UNIVERSA, 2021). Além disso, sob um prisma distinto, o Nubank transformou o setor bancário ao implementar um modelo operacional totalmente digital, sem dependência de agências físicas, oferecendo, dessa forma, serviços financeiros escaláveis e altamente personalizados.

Ainda no âmbito da transformação digital, a MadeiraMadeira constitui outro exemplo emblemático. A empresa apresentou um crescimento significativo ao incorporar tecnologias como inteligência artificial, utilizadas tanto para personalizar a experiência dos consumidores quanto para otimizar sua logística operacional (CANVAS BUSINESS MODEL, 2024).

Dessa maneira, constata-se que o investimento em tecnologias inovadoras impulsiona não apenas a competitividade organizacional, mas também o desenvolvimento de estratégias empresariais mais robustas e adaptáveis às exigências de mercados cada vez mais dinâmicos.

3 METODOLOGIA 

Este estudo foi desenvolvido a partir de uma pesquisa bibliográfica, utilizando livros, artigos científicos e publicações de especialistas que discutem o impacto das tecnologias na competitividade empresarial. A investigação possui natureza exploratória e descritiva. O caráter exploratório se justifica pela necessidade de ampliar o conhecimento sobre a relação entre tecnologia e competitividade, enquanto a abordagem descritiva permite examinar, com base em estudos de caso, os efeitos concretos da inovação tecnológica na gestão e no desempenho organizacional.

A pesquisa adota uma abordagem qualitativa, pois busca interpretar e analisar de forma aprofundada os impactos da adoção de novas tecnologias nas empresas. Essa abordagem permite compreender o fenômeno dentro de seu contexto, explorando os desafios, benefícios e estratégias utilizadas por organizações que investem em inovação tecnológica.

Foram analisadas publicações com recorte temporal de 2020 a 2025, com o objetivo de compreender as transformações mais recentes no cenário empresarial, especialmente no contexto pós-pandêmico. As buscas foram realizadas em bases como Google Acadêmico, SciELO e Periódicos da CAPES.

Os descritores utilizados nas buscas incluíram: tecnologia e competitividade empresarial, inovação no empreendedorismo, transformação digital nas empresas, automação e gestão empresarial, e adoção de tecnologias emergentes.

Como base teórica, foram utilizados autores como Christensen (1997), que aborda a inovação disruptiva; Porter (2008), que discute a tecnologia como vantagem competitiva; e Ismail (2014), com a proposta das organizações exponenciais. Esses autores serviram de sustentação para a análise dos dados coletados e para embasar as discussões presentes no estudo.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS

A transformação digital tem se consolidado como um dos principais vetores de competitividade no cenário empresarial contemporâneo. Em um ambiente de negócios cada vez mais dinâmico e orientado pela inovação, investir em tecnologia tornou-se uma exigência estratégica para organizações que almejam manter sua relevância no mercado. Entretanto, a realidade demonstra que muitas empresas ainda encontram dificuldades significativas nesse processo. De acordo com dados da Inforrede (2020), a ausência de investimentos em tecnologia foi um dos fatores determinantes para o fechamento de diversas empresas durante o ano de 2020, evidenciando a vulnerabilidade das organizações que não acompanharam o ritmo das transformações digitais. 

Contudo, a problemática vai além da limitação de recursos financeiros.   A adoção de novas tecnologias envolve uma série de desafios estruturais, culturais e operacionais que impactam diretamente sua efetividade, entre os principais obstáculos enfrentados pelas empresas, destacam-se os seguintes:

Resistência Cultural à Mudança: A resistência interna dos colaboradores às mudanças tecnológicas é um dos maiores desafios. Muitas vezes, as equipes estão habituadas a métodos tradicionais e veem as novas tecnologias como ameaças aos seus papéis estabelecidos. Essa resistência pode desacelerar ou até impedir a adoção eficaz de inovações. Segundo Kotter (1996), a mudança organizacional é frequentemente dificultada por fatores culturais e emocionais, e os líderes precisam trabalhar na construção de uma cultura favorável à inovação para superar esse obstáculo;

Falta de Conhecimento e Habilidades: A escassez de profissionais qualificados em tecnologia e inovação representa uma barreira significativa. Empresas frequentemente precisam investir em treinamento e desenvolvimento para capacitar seus funcionários nas novas ferramentas e processos. De acordo com Davenport e Prusak (1998), o capital intelectual é um recurso estratégico, e sua ausência compromete a capacidade da organização de inovar e se adaptar às transformações tecnológicas;

Limitações Financeiras: Os altos custos associados à implementação de novas tecnologias podem ser proibitivos, especialmente para pequenas e médias empresas. Investimentos substanciais são necessários não apenas para a aquisição de tecnologia, mas também para infraestrutura e capacitação. Segundo Christensen (1997), empresas menores enfrentam maiores dificuldades para adotar tecnologias disruptivas, pois os custos iniciais e o risco percebido são mais altos;

Infraestrutura Tecnológica Deficiente: A falta de uma infraestrutura de TI adequada pode dificultar a integração de novas soluções tecnológicas, tornando o processo mais complexo e menos eficiente. Para Laudon e Laudon (2020), a infraestrutura tecnológica é a base que sustenta os sistemas de informação organizacionais, e sua ausência compromete diretamente o sucesso da digitalização;

Desafios na Integração de Sistemas: Integrar novas tecnologias com sistemas legados pode ser complexo, apresentando problemas de compatibilidade e interoperabilidade que complicam a transição. Segundo Turban, Volonino e Wood (2015), a integração de sistemas heterogêneos exige planejamento estratégico e conhecimento técnico específico, sendo um dos principais gargalos da transformação digital;

Questões de Segurança Cibernética: A adoção de novas tecnologias aumenta as preocupações com a segurança dos dados e sistemas, exigindo medidas robustas para proteger contra ameaças cibernéticas. De acordo com Castells (2000), em uma sociedade em rede, a segurança da informação torna-se um fator crucial para a continuidade dos negócios e a confiança dos usuários nas soluções tecnológicas;

Visão Conservadora da Liderança: Líderes que não estão alinhados com a necessidade de transformação digital podem retardar o progresso, dificultando a adoção de novas tecnologias. Para Rogers (2003), a liderança desempenha papel central no processo de difusão da inovação, sendo necessário que os gestores atuem como facilitadores da mudança, promovendo a cultura da experimentação e do aprendizado contínuo.

Apesar das diversas dificuldades enfrentadas, é viável estabelecer estratégias efetivas para mitigar os desafios e promover uma implementação tecnológica bem-sucedida. A superação dos obstáculos identificados demanda uma abordagem integrada e sistêmica, contemplando tanto investimentos financeiros quanto modificações culturais e estratégicas no âmbito organizacional.

Entre as principais ações recomendadas, destaca-se o fortalecimento da liderança transformacional, capaz de orientar a organização em direção à inovação por meio de uma visão estratégica e de sensibilidade frente às resistências internas. Conforme Bass e Avolio (1994), líderes transformacionais inspiram e motivam suas equipes, favorecendo a aceitação das mudanças e o desenvolvimento contínuo. Essa abordagem revela-se crucial para enfrentar a resistência cultural às transformações e para fomentar uma cultura de aprendizagem e experimentação.

No que se refere à capacitação profissional, é essencial investir em programas permanentes de qualificação e desenvolvimento de competências digitais. Nonaka e Takeuchi (1997) indicam que o conhecimento tácito, ao ser compartilhado e convertido em conhecimento organizacional, impulsiona a inovação nas empresas. Assim, ao estimular a aprendizagem coletiva, as organizações criam condições propícias para que seus colaboradores se ajustem às novas demandas tecnológicas.

Para minimizar os impactos das restrições financeiras, especialmente no contexto das pequenas empresas, é indispensável adotar estratégias de inovação frugal e estabelecer parcerias com incubadoras, aceleradoras e instituições de fomento. Christensen e Raynor (2003) apontam que a inovação pode ser implementada de forma incremental, mediante soluções simples e acessíveis, ajustadas à realidade econômica das organizações. Adicionalmente, linhas de crédito específicas, incentivos fiscais e editais de inovação constituem mecanismos que facilitam esse processo.

No que tange à infraestrutura tecnológica e à integração de sistemas, recomenda-se a adoção de soluções modulares e escaláveis, como os sistemas baseados na nuvem (cloud computing), que proporcionam maior flexibilidade e reduzem os custos iniciais. Marston et al. (2011) argumentam que a computação em nuvem oferece vantagens competitivas substanciais, especialmente para empresas que necessitam escalar rapidamente suas operações com baixo investimento em hardware.

Quanto à segurança da informação, torna-se imprescindível implementar políticas robustas de governança de TI e de gestão de riscos. Segundo a norma ISO/IEC 27001 (ABNT, 2013), a segurança cibernética depende de uma combinação entre tecnologia, processos e conscientização humana. Portanto, além de ferramentas de proteção, é essencial disseminar uma cultura organizacional voltada à segurança dos dados.

Por último, é fundamental que as organizações promovam uma mentalidade de inovação aberta, buscando parcerias com universidades, centros de pesquisa e outras empresas, visando ao compartilhamento de conhecimento e à aceleração do processo de transformação digital. Chesbrough (2003) destaca que, por intermédio da inovação aberta, as empresas conseguem acessar recursos externos e reduzir o tempo e os custos associados ao desenvolvimento de novas soluções. 

Em vista disso muitas empresas têm modernizado processos tradicionais, como o controle de ponto, substituindo equipamentos físicos por sistemas em nuvem acessíveis por dispositivos móveis, o que proporciona mais flexibilidade e economia operacional (TORRES; FREITAS, 2020). No que diz respeito à experiência do consumidor, constata-se um uso crescente de tecnologias sensoriais e visuais, com o objetivo de enriquecer a jornada do cliente e promover conexões emocionais mais profundas. Conforme argumentam Pine e Gilmore (1999), o “entretenimento sensorial” configura-se como um dos pilares da economia da experiência, sendo amplamente explorado por marcas por meio de realidade aumentada, design interativo e ambientações digitais nos pontos de venda.

No setor da saúde, a inteligência artificial (IA) tem promovido avanços significativos, sobretudo na precisão de diagnósticos médicos. Um exemplo expressivo é o caso da Hungria, onde a aplicação de IA em exames de mamografia apresentou desempenho superior ao de especialistas humanos na detecção precoce do câncer de mama (THE GUARDIAN, 2023). Tal cenário evidencia que, além de contribuir para a competitividade empresarial, a tecnologia também desempenha um papel fundamental em áreas sensíveis, como a saúde pública.

Diante disso, recomenda-se que empresas em diferentes estágios de maturidade tecnológica adotem estratégias progressivas, como a capacitação continuada de seus colaboradores, o estabelecimento de parcerias com startups e instituições de fomento, o acesso a hubs de inovação e o uso de metodologias como a Lean Startup (RIES, 2011), que permitem a experimentação ágil e com baixo custo. Tais práticas são essenciais para reduzir os riscos e ampliar as chances de êxito na transição para o ambiente digital, mesmo em contextos com recursos financeiros limitados.

5 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa teve como objetivo principal analisar o impacto das novas tecnologias na competitividade empresarial, partindo da premissa de que a transformação digital constitui um dos principais vetores de inovação e diferenciação no mercado contemporâneo. 

Os resultados obtidos demonstram que a adoção de tecnologias digitais vem remodelando profundamente os processos internos e externos das organizações.

Contudo, é necessário reconhecer que a incorporação de novas tecnologias não está isenta de desafios. Aspectos culturais, estruturais e operacionais ainda representam entraves consideráveis, especialmente para pequenas e médias empresas. Assim, torna-se essencial que as organizações não apenas reconheçam os benefícios da inovação tecnológica, mas também compreendam os impactos éticos, sociais e humanos associados a esse processo.

Dessa forma, conclui-se que a superação dos desafios impostos pela transformação digital requer mais do que recursos financeiros; exige uma liderança qualificada, uma cultura organizacional propícia à inovação, investimentos estratégicos em conhecimento e a utilização inteligente das tecnologias disponíveis no mercado. O alinhamento entre esses elementos possibilita não apenas a eliminação das barreiras existentes, mas também a conversão da tecnologia em um diferencial competitivo sustentável.

Por fim, destaca-se que este estudo não se propôs a esgotar o tema, dada a dinamicidade do campo tecnológico e sua constante evolução. No entanto, espera-se que as reflexões aqui apresentadas contribuam para o entendimento dos impactos das novas tecnologias na dinâmica empresarial contemporânea e sirvam como subsídio para futuras investigações acadêmicas ou práticas organizacionais mais inovadoras e sustentáveis.

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1Discente do Curso Superior de Bacharelado em Administração do Instituto Federal do Amapá Campus Laranjal do Jari e-mail: hanarabraga@gmail.com.

2Discente do Curso Superior de Bacharelado em Administração do Instituto Federal do Amapá Campus Laranjal do Jari e-mail:Vagnareis07@gmail.com.

3Docente do Curso Superior de Bacharelado em Administração do Instituto do Amapá Campus Laranjal do Jari.
Mestre em Ciências pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Graduado em Educação Profissional e Tecnológica pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá (IFAP). e-mail: alain.santos@ifap.edu.br.