O IMPACTO DA LIDERANÇA NA SATISFAÇÃO NO TRABALHO DO COORDENADOR PEDAGÓGICO EM TEMPO DE PANDEMIA (COVID-19)

THE IMPACT OF LEADERSHIP ON THE PROFESSIONAL SATISFACTION OF THE SCHOOL PEDAGOGICAL COORDINATOR IN PANDEMIC TIME (COVID-19)

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8135770


Marcela Ribeiro Antunes


Resumo

A Coordenação Pedagógica é parte indispensável na constituição do grupo de gestão escolar. Seu relacionamento com a direção escolar e as imbricaturas que formam esse relacionamento são determinantes para uma boa gestão. Dentro do contexto pandêmico do novo coronavírus (SARS-CoV-2) e a doença causada por ele (COVID-19), a presente pesquisa propôs analisar como esse relacionamento se estabelece. Ela também analisa o quanto a satisfação no trabalho da Coordenação Pedagógica, nesse período de pandemia e distanciamento social, foi afetada devido ao relacionamento direto com seu líder, diretor escolar. A análise foi realizada através de Relato de Experiência e da Escala de Satisfação no Trabalho, instrumentos que mostraram que não apenas o líder do coordenador pedagógico exerce um papel crucial em seu nível de satisfação no trabalho, mas também outros fatores socioemocionais.

Palavras-chave: relações; SARS-CoV-2; satisfação; escola; gestão escolar.

Abstract

The Pedagogical Coordination is an indispensable part in the constitution of the school management group. Its relationship with the school management and as the overlaps that form this relationship are crucial for good management. Within the pandemic context of the new coronavirus (SARS-CoV-2) and the disease caused by it (COVID-19), the present research analyzed how this relationship is stablished. It also analyzes how much the Pedagogical Coordination’s job satisfaction, in this period of pandemic and social distancing, was affected by the direct relationship with its leader, the school director. An analysis is done through Experience Report and Job Satisfaction Scale, instruments that demonstrated that not only the pedagogical coordinators’ leader plays a crucial role in their level of job satisfaction, but also other socio-emotional factors.

Keywords: relationship; SARS-CoV-2; satisfaction; school; school management.

Introdução

Os relacionamentos no ambiente escolar são um importante construto social. Suas teceduras ensinam os alunos a conviver em sociedade e reforçam a necessidade de interação humana. Dentro desse contexto escolar, o relacionamento entre professores, coordenadores e diretores são primordiais. O diretor e seus coordenadores pedagógicos estabelecem um relacionamento vital na escola. As relações entre esses profissionais que atuam na liderança da escola, como o diretor e o coordenador pedagógico necessita se distanciar de um posicionamento autocrático e se aproximar de um posicionamento democrático que permita a participação de todos os agentes envolvidos no processo (Lima e Santos, 2007).

Dentro desse pressuposto, é necessário estabelecer o contexto histórico em que essa relação está inserida. 2020 trouxe um grande desafio às escolas de educação básica e mostrou que nossa estrutura e formatação, por muitos anos consideradas de pouca flexibilidade e de baixa adaptabilidade ao novo, passou por mudanças grandes e rápidas. Esse grande desafio ocorreu devido à pandemia do COVID-19 decretada pela Organização Mundial da Saúde [OMS]. Arruda (2020) coloca que o “novo coronavírus (SARS-CoV-2) e a doença causada por ele (COVID-19) se tornaram uma das maiores epidemias da história, afetando todos os países e criando, possivelmente, a maior política de isolamento social já vista”. Em frente ao isolamento social, as escolas foram forçadas a fechar suas portas físicas e abrir-se para um mundo remoto, com aulas síncronas e assíncronas, atividades para postagem e ferramentas digitais.

A pandemia do COVID-19, que trouxe o isolamento social e impossibilitou as aulas presenciais, mostrou que, mesmo distantes fisicamente, a relação interpessoal no setor educacional é de extrema importância. Ao pensarmos nas figuras profissionais atuantes na escola – professoras, coordenadoras, diretoras, secretárias, assistentes etc. Percebemos que o relacionamento entre elas possui tal relevância que, mesmo durante uma pandemia e distanciamento social, torna perceptível a constituição e detalhes da Cultura Organizacional escolar.

A Cultura Organizacional é o conjunto de ações e práticas executadas dentro da empresa, costumam englobar os rituais, símbolos, heróis e valores (Siqueira, 2008). Entre os heróis que constituem a cultura escolar, a figura da direção escolar é crucial. Seu papel na liderança influencia, de forma positiva ou negativa, a satisfação no trabalho de seus liderados. Satisfação é classificada por Almeida (2013) como ações do ser humano perante seu trabalho, vinculada a diferentes fatores psicossociais, desta forma são perceptíveis os âmbitos cognitivo, relacional e afetivo da satisfação profissional. De forma objetiva e concreta, tem-se algumas fontes de satisfação no trabalho como chefia, colegas, e demais relacionamentos, o próprio trabalho, a quantidade de trabalho, salário, oportunidades de promoção (Traldi e Fiuza, 2012).

Essa pesquisa teve por objetivo discutir o papel do líder, aqui a direção escolar, na perspectiva da construção de relações interpessoais entre os membros do corpo pedagógico, focando no coordenador pedagógico, e busca perceber a(s) consequência(s), se alguma, na satisfação no trabalho desse profissional em tempos de pandemia, no período de 2020 e 2021, a partir de Relatos de Experiência vivenciados em uma escola privada e Escala de Satisfação no Trabalho.

Material e Métodos

Para discutir a relação de liderança entre diretor e coordenador pedagógico foi realizada uma pesquisa com relato de experiência, sendo esse obtido pela vivência da pesquisadora como coordenadora pedagógica efetiva de Educação Bilíngue em uma rede de escolas privadas na cidade de Curitiba – PR. A coordenadora atua na escola desde 2018, onde iniciou como professora e, devido à sua experiência previa em cargo de gestão, foi convidada ao cargo de coordenação pedagógica. Após essa fase inicial, foi feito inicialmente uma pesquisa bibliográfica da literatura sobre a figura do diretor escolar, do coordenador pedagógico e satisfação no trabalho. Além disso, foi aplicado de forma experimental o questionário de Escala de Satisfação no Trabalho de Siqueira (2008).

Assim, o presente projeto está inserido no paradigma da pesquisa qualitativa. A pesquisa qualitativa, ao contrário da pesquisa quantitativa, foca na prática social e, não se baseia em quantidades ou números. O objetivo da pesquisa qualitativa é situar a investigação no mundo e conectar a pratica da pesquisa e o pesquisador ao mundo real. De fato, essa relação dá sentido à investigação, pois gera questionamentos sobre como ocorre a interação social e como ela é construída (Denzin e Lincoln, 2000). É necessário esclarecer a pretensão do uso do relato de experiência; esse é uma técnica para coletar evidências, analisá-las, apresenta-las e chegar a conclusões. Cabe ressaltar, que a opção por relato e a discussão sobre eles, é para aproximar o máximo possível da prática, a questão teórica. O objetivo do relato foi coletar informações sobre o ponto de vista do pesquisador, obter informações sobre seu relacionamento com seu diretor e seu estilo de liderança e, se esse estilo de liderança influência na sua satisfação no trabalho.

Resultados e Discussão

Pesquisa por Meio de Relato de Experiência

Os relatos de experiência a seguir são de situações ocorridas entre março e dezembro de 2020, período de afastamento social devido à pandemia do COVID-19.

Relato de Experiência 1: Coordenação Pedagógica em Face à Pandemia

Uma professora envia uma mensagem de WhatsApp no celular da coordenadora, falando que não está conseguindo acessar seu login na plataforma corporativo, isso significa que ela também não irá conseguir entrar na sala de aula virtual para a aula remota que deverá começar em 10 minutos. A coordenadora entra em contato por meio telefônico com o funcionário responsável por plataforma digitais e pede para ele conferir o login da professora. Ele sugere resetar a senha, e fornecesse essa senha nova para a coordenadora, que entra com êxito no perfil da professora. A coordenadora, então, liga para a professora, fornece a nova senha e aguarda, com ela em linha, para ter certeza de que ela conseguiu logar na plataforma. A aula começa na hora, sem atraso.

Através do Relato 1, é possível perceber que a coordenação pedagógica, já responsável por dar suporte aos professores, no tempo de pandemia, tomou para si a função de dar suporte no âmbito tecnológico. Definir o trabalho do coordenador pedagógico provavelmente é uma das tarefas mais difíceis dentro do meio escolar. Esse profissional deveria ser responsável pelo trabalho pedagógico, como posto em seu nome, porém ele é aquele que a todos serve e aquele que tudo faz. Lourenço (2020) coloca que “o Coordenador Pedagógico é um profissional de suma importância na escola, pois suas ações devem coordenar um trabalho que possa atender aos processos de ensino-aprendizagem e ao processo educativo”, a autora ainda ressalta que no momento da pandemia, com o trabalho remoto, ele deve “procurar condições, recursos tecnológicos e estruturais, contribuir para a elaboração de metodologias, materiais adaptados, proposta pedagógica, até orientação específica para os professores” (Lourenço, 2020).

Quando analisamos a lista de tarefas do coordenador pedagógico, percebemos que ela é multifacetada, contendo atividades pedagógicas, mas também administrativas, como avaliar os resultados dos alunos, diagnosticar a situação de ensino e aprendizagem, supervisionar e organizar ações pedagógicas e administrativas cotidianas, planejar avaliações, organizar conselhos de classe, promover troca de experiências, promover reflexão, construir vínculos, atender pais e familiares, assessorar a direção, apoiar os professores, formar continuadamente os professores, intervir no pedagógico, liderar o projeto político pedagógico, desenvolver o trabalho de acordo com a realidade dos alunos, estabelecer parceria com famílias, articular processos, supervisionar e orientar (Placco et al., 2012; Lourenço, 2020; Umemura e Rosa, 2020). Com a restrição do trabalho presencial, o coordenador pedagógico passou a exercer todas as atribuições mencionadas de forma remota, além de ter que aprender a exercer suas funções no mundo à distância e de obter novas funções devido ao âmbito tecnológico imposto ao seu trabalho, por exemplo, somente para mencionar alguns, aprender a utilizar ferramentas digitais e criar avaliações para ser feitas à distância. Faustino e Silva (2020) breve e objetivamente escrevem que no ensino remoto, “o coordenador pedagógico é quem vai ajudar no processo de articulação dos conteúdos e na organização do ensino junto aos professores”.

Apesar de possuir um cargo com atribuições inerentes à faceta pedagógica da escola, devido à falta de pessoal, é comum o coordenador pedagógico ter uma sobrecarga de trabalho, pois ele “está subordinado às decisões tomadas pelo diretor” (Oliveira, 2017). É somente a figura do diretor que pode organizar internamente a escola de forma a gerir as atribuições do cargo do coordenador.

Relato de Experiência 2: Imbricatura com Direção Escolar e seu Estilo de Liderança

O afastamento das aulas presenciais em Curitiba foi determinado no dia 17 de março de 2020. No dia 18, os professores e direção se reúnem na escola para traçar um plano de ação, que inicialmente duraria em torno de duas semanas. Direção e coordenadores pedagógicos tinham o objetivo de encontrar uma forma de fornecer aulas e continuar com o trabalho acadêmico com os alunos nesse período de afastamento social. A direção queria ouvir nossas ideias, mas já tinha determinado um plano para entregar as aulas remotas aos alunos por meio arquivos de PowerPoint, dividido em 3 sessões (vídeos gravados, atividade dirigida para fazer após assistir ao vídeo e atividade autônoma para o aluno praticar sozinho).

Na parte da tarde, foram canceladas qualquer tipo de aula e se encontraram na escola com o grupo docente para passar as instruções. A coordenadora pedagógica encontrou-se com os professores de língua inglesa e os direcionou em como montar o arquivo de PowerPoint, como gravar os vídeos e como postar na plataforma para que o aluno tivesse acesso ao material. A diretora foi questionada sobre muitos aspectos: a falta de familiaridade do professor com a plataforma ou com gravação de vídeos, a eficácia de ensinar inglês através de uma tela de computador, quando existem pesquisas falando que o aprender vem pelo meio social de interação. Suas respostas aos questionamentos foram objetivas, até porque ela mesma não tinha certeza se estávamos tomando uma decisão eficaz.

No Relato 2, temos o papel da direção escolar como o único a decidir a condução das aulas e atividades educacionais em face ao isolamento social. Apesar de inicialmente colocar que a reunião seria um lugar de fala e escuta ativas, a direção já tinha um plano de ação montado e não permitiu alterações e inserções nele.

O papel do diretor escolar tem fácil definição: esse é o profissional que lidera todos na instituição escolar. Seu trabalho é “promover aprendizagens e formação dos alunos, no nível mais elevado possível, de modo que estejam capacitados a enfrentar os novos desafios que são apresentados” (Lück, 2009). O diretor não lidera a escola de forma autônoma, assim “a legislação nacional compreende a implantação do papel do Coordenador pedagógico” (Soares, 2012). Apesar de possuir certo poder, ainda assim, o coordenador pedagógico está em um nível intermediário na escala de hierárquica da gestão escolar, notoriamente abaixo da direção escolar.

Dentro desse relacionamento de gerir a escola em conjunto, mas em face a hierarquia, que observamos os conflitos e forças que podem ser tipificar de diferentes formas de relacionamento. Oliveira (2017) aponta em seu estudo um relacionamento que pode ser classificado como de parceria ou de conflito entre a Coordenação Pedagógica e a Direção Escolar. Um relacionamento de parceria, democracia e envolvimento, garante ao coordenador pedagógico autonomia em sua função, porém esse tipo de relacionamento não é sempre fácil de estabelecer, tendo em vista que essa relação de poder pode ser desempenhada através de dominação ou imposição de comportamento por parte da direção.

De forma bastante didática, Soares (2012) divide a gestão, aqui leia-se direção, em dois tipos: proativo e reativo. Para o pesquisador, o diretor proativo é aquele democrático e preparado, que busca influenciar seu meio e estabelecer harmonia, seu foco está nas ações pedagógicas que traz as necessidades dos alunos de forma primordial. Enquanto o diretor reativo, seria um gestor limitado e despreparado, que somente atua como resposta a alguma ação, seu foco está na burocracia e autoritarismo.

Lück (2009) traz, em uma tabela descritiva, de forma mais minuciosa, algumas atitudes e traços dos líderes eficazes, ou segundo Soares (2012), proativos. Segue tabela (Lück, 2009) abaixo:

Tabela 1. Atitudes identificadas em pessoas que expressam comportamentos de liderança

Fonte: Lück (2009)

Dar espaço para a autonomia do trabalho do Coordenador Pedagógico é um princípio mencionado por diferentes pesquisadores (Soares, 2012; Oliveira, 2017) e apesar de Lück (2009) não listá-lo, Espírito de equipe compem sua lista, e é possivel que tal espírito englobe fornecer essa confiança ao seu time de gestão escolar, visto que Lück (2009) é uma grande defensora da gestão democratica e liderança compartilhada. Para a autora, “a liderança compartilhada corresponde à prática de tomada de decisão […] em que todos os participantes têm espaço e o usam para influenciar os rumos e as condições do desenvolvimento que se pretende promover” (Lück, 2009).

Desta forma, o diretor escolar precisa viabilizar espaço de fala e tomada de decisão para que os coordenadores pedagógicos sejam participantes ativos nos processos, especialmente em momento de crise. O Relato 2 mostra o oposto de uma participação ativa, onde a liderança maior não ouviu ou considerou o que foi dito por cada integrante do time de liderança.

Escala de Satisfação no Trabalho

O construto de satisfação no trabalho é estudado sobre diferentes prismas dentro do campo da psicologia e sociologia empresarial e administração. Na presente pesquisa, seguiremos a perspectiva interacionista, posta por Almeida (2012) que parte do princípio de que “o comportamento das pessoas é coerente, sendo essa coerência resultante da construção psicossocial das situações. Se se pretende estudar a satisfação, torna-se quase impossível separar as pessoas das situações”.

Chiavenato (2006) propõem a satisfação no trabalho como um aspecto dentro do clima organizacional favorável ao indivíduo. O autor coloca que os indivíduos possuem necessidades semelhantes no ambiente de trabalho e isso permite criar uma teoria das necessidades, ou seja, a razão para agir vem de dentro da própria pessoa, é intrínseco a ela (Chiavenato, 2006). Chiavenato (2006) utiliza da Hierarquia das Necessidades de Maslow para mostrar que quando o indivíduo tem suas necessidades supridas, desde as mais básicas até as mais sofisticadas, ele tende a estar satisfeito. Contudo, Chiavenato vincula as necessidades a motivação e produtividade, e essa relação não será abordada nesta pesquisa, pois a mesma foi realizada de acordo com Almeida (2012) onde satisfação no trabalho está vinculada ao afeto e à cognição.

Siqueira (2008) vai adiante e propõem a Escala de Satisfação no Trabalho [EST], onde são analisadas cinco dimensões que fazem parte da satisfação: satisfação com os colegas de trabalho, satisfação com o salário, satisfação com a chefia, satisfação com a natureza do trabalho e satisfação com as promoções. A explicação de cada dimensão pode ser observada no Tabela 2.

Tabela 2. Dimensões, definições, da Escala de Satisfação no Trabalho

Fonte: Siqueira (2008)

Cada dimensão de satisfação possui cinco itens, totalizando, assim, 25 itens a serem respondidos pelos participantes. Na escala de Siqueira (2008), cada item traz uma escala de pontuação de 1, significando ‘totalmente insatisfeito’, até 7, significando ‘totalmente satisfeito’. Nos Anexos, ao final, é possível obter o questionário completo da Escala de Satisfação no Trabalho.

Na busca da compreensão se a liderança influencia no quesito de satisfação do trabalho de forma majoritária, a Escala de Satisfação no Trabalho de Siqueira (2008) foi respondida pela presente pesquisadora/coordenadora pedagógica. Os resultados podem ser observados na Tabela 3.

Tabela 3. Resposta da pesquisadora/coordenadora pedagógica à Escala de Satisfação no Trabalho

(continua)

Tabela 3. Resposta da pesquisadora/coordenadora pedagógica à Escala de Satisfação no Trabalho

(conclusão)

Fonte: Siqueira (2008)

Como é possível perceber na Tabela 3, os resultados do índice de satisfação que a presente pesquisadora/coordenadora pedagógica obteve totalizou 61,7%. Contudo, o menor índice da escala apresentada é com a chefia, com 8.57%. Isso mostra que a relação com a direção é um fator integrante na satisfação no trabalho do coordenador pedagógico e, pode ser um fator que diminui o senso de satisfação no todo.

Considerações Finais

A presente pesquisa buscou compreender se a liderança exercida pela direção escolar atingia o nível de percepção de satisfação no trabalho da coordenação pedagógica em tempo de pandemia do COVID-19. Frente a análise dos dois Relatos de Experiências e o resultado da Escala de Satisfação no Trabalho de Siqueira, pode-se concluir que o líder escolar é uma figura chave na percepção de satisfação no trabalho do coordenador pedagógico. Todavia, esse não é o único e/ou principal fator que determina a satisfação no trabalho, visto que existem cinco dimensões na escala.

Para a pesquisadora/coordenadora pedagógica, seu ponto de menor satisfação é com a chefia enquanto de maior satisfação é com a natureza do trabalho. Apesar da alteração no escopo de seu fazer pedagógico, a pandemia e isolamento social, não afetaram negativamente a satisfação com a natureza do trabalho, mas afetou na percepção de satisfação com sua chefia que, conforme mostra o Relato 2, não dá espaço para efetiva participação e autonomia do coordenador pedagógico.

Agradecimentos

Agradeço a Deus que me concedeu a possibilidade do meu desenvolvimento acadêmico e profissional. Agradeço sempre a minha mãe, Maria Tereza, por me apoiar e incentivar a terminar tudo que começo.

Referências

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Anexos

Anexo 1. Escala de Satisfação no Trabalho (Siqueira, 2008)