O IMPACTO DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NA FORMAÇÃO ACADÊMICA E PROFISSIONAL: ESTUDO DE CASO DO PROGRAMA SER EXPERIENCE EM PORTO VELHO – RO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11086293


Maricélia Messias Cantanhêde dos Santos1
Alan Vitor Farias Linhares2
Kátia Paula Felipin3
Iara Thuanny Muniz da Silva Cahú4
Martina Rodrigues Lobato5


RESUMO

Este estudo destaca a importância da extensão universitária na formação profissional, analisando seus efeitos no desenvolvimento de habilidades, competências interpessoais e compromisso social dos estudantes. A pesquisa empregou uma abordagem mista, combinando métodos qualitativos e quantitativos para avaliar a eficácia do programa de extensão SER EXPERIENCE desenvolvido pela Faculdade da Amazônia – UNAMA em Porto Velho – RO. Os resultados revelam que a participação em projetos de extensão está associada a uma melhoria significativa na formação dos estudantes, preparando-os de forma mais abrangente para os desafios da prática profissional e promovendo um maior engajamento com as necessidades de saúde da comunidade.

Palavras chave: Extensão, Educação Profissional, Profissional de Saúde, Formação Acadêmica.

INTRODUÇÃO

O conceito de Extensão Universitária, associado ao ensino e a pesquisa, “[…] é um processo interdisciplinar, educativo, cultural, científico e político que promove a interação transformadora entre Universidade e outros setores da sociedade” (MAXIMILIANO JUNIOR, 2017). Porém, o conceito de Extensão é muito mais antigo e abrangente. De acordo com a descrição presente no I Encontro de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras do ano de 1987,

A extensão universitária é o processo educativo, cultural e científico que articula o ensino e a pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre a Universidade e a sociedade. A extensão é uma via de mão-dupla, com trânsito assegurado à comunidade acadêmica, que encontrará, na sociedade, a oportunidade da elaboração da práxis de um conhecimento acadêmico. No retorno à Universidade, docentes e discentes trarão um aprendizado que, submetido à reflexão teórica, será acrescido àquele conhecimento. Este fluxo, que estabelece a troca de saberes sistematizados/acadêmico e popular, terá como consequência: a produção de conhecimento resultante do confronto com a realidade brasileira e regional; e a democratização do conhecimento acadêmico e a participação efetiva da comunidade na atuação da Universidade. Além de instrumentalizadora deste processo dialético de teoria/prática, a extensão é um trabalho interdisciplinar que favorece a visão integrada do social. (I Encontro de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras, 1987).   

Existem algumas diretrizes que devem ser utilizadas como norteadoras na implementação e execução das ações de extensão nas universidades, e são elas: a interação dialógica, que orienta as relações entre a universidade e a sociedade; interdisciplinaridade e interprofissionalidade, que tratam da combinação de especialização e conhecimentos mais amplos, permitindo a interação de várias disciplinas e áreas do conhecimento; indissociabilidade Ensino-Pesquisa-Extensão, que afirma que a Extensão só apresentará um maior aproveitamento caso esteja relacionada ao processo de formação (Ensino) e à produção de conhecimento (Pesquisa); impacto na formação do estudante pela ampliação de seus conhecimentos, e, por fim, impacto e transformação social através do apoio à sociedade (NOGUEIRA, 2000).

O currículo extensionista deve caracterizar-se por um conjunto de atividades vivenciadas pelo aluno e organizadas pela comunidade escolar, tendo como base uma concepção pedagógica definida que atenda às necessidades da sociedade, fortalecendo o necessário vínculo com a realidade social, envolvendo as funções de Ensino, Pesquisa e Extensão, permitindo ao aluno a vivência de experiências concretas que o auxiliem a perceber a realidade e as possibilidades de efetivar seu compromisso social;a discussão da prática vivida pelo aluno nas atividades de Extensão permite o arejamento dos conteúdos a partir do confronto de saberes e pela construção de novos conhecimentos, reunindo-se possibilidades de serem efetivadas ações conjuntas de Ensino, Pesquisa e Extensão que exercitem a percepção de currículo, e ainda promovam um redimensionamento do pensar e agir da Universidade.

O Aprimoramento de Competências Interpessoais é um dos grandes benefícios gerados pela extensão universitária que ao promover o desenvolvimento de competências interpessoais essenciais, como comunicação eficaz, empatia e trabalho em equipe. Ao interagir com pacientes e membros da comunidade, os estudantes aprendem a estabelecer relacionamento, entender perspectivas diversas e adaptar sua abordagem de acordo com as necessidades individuais.

O perfil geral dos egressos da área da saúde vai além do domínio técnico. O profissional de saúde deve ser um comunicador eficaz, capaz de estabelecer uma relação empática e de confiança com o paciente. Isso requer habilidades de escuta ativa, empatia e capacidade realizar com excelência procedimentos técnicos e orientar de maneira clara e acessível.

A responsabilidade social também é uma característica essencial do perfil do egresso. Isso implica em reconhecer o impacto das desigualdades sociais na saúde e buscar formas de mitigá-las, além de se engajar em iniciativas de promoção da saúde e prevenção de doenças em nível comunitário. Neste aspecto a extensão universitária contribui significativamente para aquisição e consolidação do perfil multifacetado com habilidades clínicas, técnicas e profunda compreensão da natureza humana, ética e responsabilidade social.

O Ser Experience é um projeto da metodologia Ubíqua do grupo Ser Educacional, mantenedora das marcas UNINASSAU, UNESC, UNAMA, UNIVERITAS, UNG, UNINORTE, UNIFASB, UNESC, UNIFACIMED e UNIJUAZEIRO que proporciona intercâmbio de conhecimentos entre estudantes de todo o país com o objetivo principal de promover experiências de aprendizagem imersivas exclusivas, voltadas aos principais desafios de formação profissional em diversas áreas do conhecimento.

A Faculdade da Amazônia – UNAMA de Porto Velho/RO, faz parte do grupo Ser Educacional, um dos maiores grupos de educação do país com sua história construída em 20 anos de existência, concentra sob sua gestão 77 unidades e 450 polos nas cinco regiões do Brasil, com a missão de produzir, disseminar e socializar o conhecimento nos diversos campos do saber, formando profissionais e seres humanos empreendedores, inovadores, preparados para o mundo global do trabalho presente e futuro.

Em Porto Velho, a Faculdade da Amazônia – UNAMA está presente desde o mês de setembro de 2017, com a oferta de cursos de acordo com a demanda local ofertando 10 cursos presenciais sendo eles: Biomedicina, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Medicina Veterinária, Direito, Psicologia, Engenharia Civil, Engenharia da Computação e Engenharia Agronômica e mais 53 cursos de graduação digital.

Primando pela eficácia do projeto pedagógico, cumprimento a missão institucional e a importância da vivência e associação teórico-prática dos acadêmicos, o projeto SER Experience foi realizado no ano de 2023 pelos cursos de Biomedicina e Psicologia, desenvolvendo atividades direcionadas e imersivas alicerçadas nas trilhas de aprendizagem dos cursos participantes conforme descritos abaixo:

SER EXPERIENCE – IMERSÃO DO CURSO DE PSICOLOGIA CLÍNICA NA RUA – ACOLHIMENTO E ESCUTA PSICOLÓGICA

A saúde mental é um aspecto essencial do bem-estar humano, impactando diretamente na capacidade de lidar com o estresse, enfrentar desafios e manter relacionamentos saudáveis. No entanto, apesar de sua importância, a saúde mental muitas vezes é negligenciada, e as pessoas podem enfrentar dificuldades em buscar ajuda devido ao estigma associado às questões psicológicas.

Problemas de saúde mental são comuns e podem afetar qualquer pessoa, independentemente de idade, gênero, etnia ou status socioeconômico. Desde transtornos de ansiedade e depressão até questões mais complexas como transtornos de personalidade e psicose, uma ampla gama de condições psicológicas pode impactar a vida das pessoas de maneira significativa. Negligenciar esses problemas pode levar a um agravamento dos sintomas e impactar negativamente a qualidade de vida ficando vulneráveis e expostas a todo tipo de situação.

É crucial e urgente a expansão do serviço de saúde mental, garantindo que eles sejam acessíveis, inclusivos e culturalmente sensíveis envolvendo a integração de serviços psicológicos em configurações de cuidados primários, o desenvolvimento de programas de apoio comunitário e a promoção de iniciativas de saúde mental nas escolas, locais de trabalho e espaços públicos para o atendimento a pessoas vulneráveis e em situação de rua.

O termo “população em situação de rua” (PSR) tem sido amplamente utilizado no Brasil, seja em trabalhos e pesquisas acadêmicas, seja por movimentos sociais, profissionais das políticas públicas do Estado e organizações da sociedade civil. Em 2009, o Executivo Federal editou o Decreto n. 7.053, instituindo a Política Nacional para a População em Situação de Rua (PNPSR). A partir deste Decreto, essa população foi oficialmente reconhecida pelo Estado brasileiro, sendo interpretada como público específico, com definição própria, sujeitos de direito que precisam ser atendidos de acordo com as especificidades de seu viver e dos desafios que enfrentam.  A Lei 14.821/2024 que Institui a Política Nacional de Trabalho Digno e Cidadania para a População em Situação de Rua (PNTC Pop Rua) estabelece, em seu art. 1º parágrafo único, o conceito jurídico de população de rua, a saber:

[…] grupo populacional heterogêneo que tem em comum a falta de moradia e utiliza os logradouros públicos como espaço de moradia e de sustento, bem como as unidades de acolhimento institucional para pernoite eventual ou provisório, podendo tal condição estar associada a outras vulnerabilidades como a pobreza e os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados.

O Guia de Atuação Ministerial: defesa dos direitos das pessoas em situação de rua do Conselho Nacional do Ministério Público – CNMP de Brasília/DF, destaca que essa definição, apesar de consensual, permanece aberta a atualizações como modo de contemplar os diferentes recortes conceituais adotados em pesquisas censitárias que buscaram traçar o perfil dessa população e apontaram no conjunto de seus resultados a inexistência de um bloco homogêneo de pessoas em situação de rua.

Uma publicação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, intitulada “A população em situação de rua nos números do Cadastro Único” mostra que a população de rua no Brasil aumentou quase 10 vezes de 2013 a 2023. Em agosto de 2023 essa população chegou a 227.087 pessoas. É válido ressaltar que esse número pode variar em função da complexidade de sua mensuração dado o rotativismo das pessoas em situação de rua.

O Ministério da Saúde em sua política de Atenção Básica, ressalta que a responsabilidade pela saúde da população em situação de rua como de qualquer outro cidadão é do Sistema Único de Saúde – SUS. Desta forma, em municípios ou áreas em que não haja Estratégia Consultório na Rua – eCR, a atenção deverá ser prestada pelas demais modalidades de equipes da Atenção Básica que infelizmente não é suficiente para suprir a demanda existente nos municípios brasileiros, desta forma evidenciando a importância do estabelecimento de parcerias e apoio a projetos acadêmicos que diante das competências e habilidades adquiridas para o exercício profissional podem auxiliar o poder público e a sociedade suprindo mesmo que de forma parcial o atendimento desta população.

A proposta de imersão acadêmica SER Experience Clínica na Rua – UNAMA PVH, é uma experiência inspirada no projeto Consultório na Rua do Governo federal instituído pela Política Nacional de Atenção Básica no 2011, que visa ampliar o acesso da população em situação de rua aos serviços de saúde, ofertando, de maneira mais oportuna, atenção integral à saúde para esse grupo populacional, o qual se encontra em condições de vulnerabilidade.

O projeto Clínica na rua – UNAMA PVH é realizado pelo curso de Psicologia e consiste na oferta de acolhimento e escuta psicológica as pessoas em situação de rua, o qual se encontra em condições de vulnerabilidade e com os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados por meio de Busca Ativa em ações itinerantes nos pontos estratégicos de maior concentração desta população no município de Porto Velho.

Existem diversos motivos que podem levar uma pessoa a viver nas ruas. Essas razões geralmente envolvem uma interação complexa de fatores sociais, econômicos, de saúde e individuais. Alguns dos motivos mais comuns incluem:

Desemprego e pobreza: a falta de emprego, baixa remuneração e pobreza extrema podem tornar difícil ou impossível para algumas pessoas arcar com os custos de moradia;

Falta de moradia acessível: em muitas regiões, o aumento dos custos de moradia, em relação à renda disponível, torna difícil para as pessoas encontrarem ou manterem moradias adequadas e é muito comum nas grandes cidades.

Abuso de substâncias: o uso abusivo de álcool e outras drogas pode levar à deterioração da saúde física e mental, resultando em perda de emprego, alienação social e, não raramente, falta de moradia;

Violência doméstica: pessoas que fogem de situações de violência doméstica muitas vezes encontram-se sem um local seguro para viver;

Desafios familiares: conflitos familiares, abandono ou a falta de uma rede de apoio podem deixar as pessoas sem opções de moradia;

Dívidas e problemas financeiros: problemas financeiros, como dívidas crescentes ou despesas médicas inesperadas, podem levar à perda de moradia;

Doenças mentais: indivíduos que lidam com problemas de saúde mental, como esquizofrenia, depressão severa ou transtorno bipolar, podem enfrentar desafios significativos para manter emprego e estabilidade em suas vidas;

Discriminação e estigma: a discriminação social e o estigma associado à falta de moradia podem dificultar a obtenção de emprego e suporte, perpetuando o ciclo de desabrigamento.

Falhas no Sistema de Saúde e Assistência Social: falhas nos sistemas de saúde ao tratamento de patologia mentais e falhas na assistência social podem resultar em falta de apoio para aqueles que mais precisam.

A atuação com pessoas em situação de rua requer uma abordagem abrangente e sensível, levando em consideração suas necessidades específicas e um profundo respeito e proteção da dignidade humana desse grupo social, bem como as competências e habilidades relacionadas as áreas profissionais atuantes são fundamentais para o desenvolvimento de ações adequadas e efetivas.

A metodologia de abordagem do projeto Clínica na Rua UNAMA PVH, foi desenvolvida a partir Manual Básico de Atendimento a Pessoas em Situação de Rua, que foi criado inspirado na Resolução nº 425/2021 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que institui, no âmbito do Poder Judiciário, a Política Nacional de Atenção as Pessoas em Situação de Rua e suas interseccionalidades, estabelecendo as seguintes etapas para o desenvolvimento da ação inloco:

PLANEJAMENTO E LOGÍSTICA

Nesta etapa do projeto é importante lembrar que cada pessoa tem sua própria história e contexto, o que justifica a exigência em abordar as necessidades de cada grupo com empatia e compaixão, procurando compreender as experiências, dificuldades e desafios enfrentados, praticando a empatia genuína, atuando com compreensão e sensibilidade ao perceber os padrões relacionados ao estado mental, emocional e suas necessidades.

Em atendimento as necessidades básicas da população em situação de rua em Porto Velho são distribuídas roupas, agasalhos, produtos de higiene ou alimentos (Sopão) que neste contexto também atuam como estratégia de primeiro contato e o estabelecimento de um elo de confiança e aceitação do serviço a ser oferecido pelo projeto.

ACOLHIMENTO E ESCUTA PSICOLÓGICA

A imersão acadêmica SER Experience Clínica na Rua – UNAMA PVH é realizada de forma bimestral com datas estabelecidas em calendário específico com início às 22h e término as 00h, por meio de busca ativa e abordagem social.

O primeiro contato com a população em situação de rua é realizado pelos acadêmicos de psicologia por meio da doação de alimentos, roupas, ou produtos de higiene pessoal, nos pontos de maior concentração na cidade e a partir deste contato e com autorização, é realizado um breve cadastro de identificação e registro das necessidades, sugestões de intervenção e possíveis melhorias do projeto.

As escutas são realizadas de forma individual, priorizando a comunicação clara e objetiva gerando entendimento, compreensão e um olhar atento por parte da equipe na percepção de padrões relacionados ao estado mental e emocional das pessoas e suas necessidades, escutando atentamente e permitindo que expressem suas preocupações, ideias e pontos de vista.

Maria Lúcia Tiellet Nunes define em sua obra literária intitulada: “Escuta Ativa: Desenvolvendo Competências para o Atendimento em Saúde” que a habilidade de escutar de forma atenta e sem julgamentos é crucial para os processos de interação e ganho de confiança. Desenvolver uma escuta ativa permite compreender as preocupações, necessidades e desejos das pessoas em situação de rua, fortalecendo a criação conjunta de soluções que atendam às suas demandas.

O atendimento é finalizado com orientação direcionada acerca dos serviços públicos e programas sociais existentes que dão suporte nas áreas de saúde, alimentos, moradia e direitos sociais na busca do reestabelecimento do bem-estar físico, social e emocional do público atendido.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A extensão universitária atua favorecendo importantes processos de mudança no ensino das ciências da saúde ao possibilitar uma compreensão ampla dos indivíduos, suas relações e modos de viver no mundo, proporcionando experiências práticas em contextos reais de atendimento e engajamento comunitário, capacitando os estudantes a se tornarem profissionais mais completos e compassivos.

Através da extensão universitária, os futuros profissionais de saúde têm a oportunidade não apenas de desenvolver habilidades clínicas essenciais, mas também de aprimorar suas competências interpessoais, como comunicação eficaz, empatia e trabalho em equipe. Além disso, o contato direto com comunidades diversas permite aos estudantes compreenderem as complexidades sociais e culturais que influenciam a saúde, capacitando-os a fornecer cuidados mais individualizados e culturalmente sensíveis.

Em termos de formação acadêmica, técnica e humanística o projeto SER Experience, se consolida no conceito de que a formação acadêmica do futuro profissional deve estar vinculada à realidade social, sendo assim, é fundamental que cada vez mais as instituições de ensino possam ampliar o espaço da sala de aula, oferecendo oportunidades de desenvolvimento de atividades, a partir das disciplinas curriculares, que estabeleçam um elo com a realidade e possibilitem um redimensionamento de práticas pedagógicas eficazes que favoreçam ainda mais a relação Universidade X Sociedade.

A execução deste projeto foi extremamente produtiva, focado do aprendizado, associação de teoria e prática, bem como melhoria da prática clínica e humanizada oferecendo oportunidades inovadoras para aplicação de conhecimentos em ambientes do mundo real, interagindo com diferentes realidades contribuindo assim para iniciativas de saúde comunitária, a formação de profissionais mais conscientes e engajados, que possam atuar como intelectuais transformadores de sua realidade social.

Ao promover a participação em atividades de extensão, as instituições de ensino não apenas preparam os estudantes para os desafios da prática profissional, mas também os incentivam a se tornarem agentes de mudança em suas comunidades. Ao se envolverem em projetos de promoção da saúde, prevenção de doenças e educação em saúde, os futuros médicos contribuem para a melhoria do bem-estar das populações atendidas e para o fortalecimento do sistema de saúde como um todo.

Portanto, investir na integração efetiva da extensão universitária nos currículos dos cursos de saúde é essencial para formar profissionais mais capacitados, comprometidos e socialmente responsáveis. Ao reconhecer e valorizar a importância da extensão na formação profissional, as instituições de ensino não apenas atendem às necessidades dos estudantes, mas também contribuem para o avanço da saúde pública e o fortalecimento dos sistemas de saúde em todo o mundo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PLANO NACIONAL DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA. Raízes e Rumos. Rio de Janeiro, 1998.

THIOLLENT, M. Metodologia da Pesquisa-ação, 7.ed., São Paulo: Cortez,1996.

TUTIMAN, M. T.; MASCARENHAS, M. F. C.; GUIMARÃES, R. G. M.; MALHEIROS, R. “Escola Cidadã: um processo em construção”: uma experiência de extensão na UNI-RIO. Rio de Janeiro, 1998.

FRETRE, P. Extensão ou Comunicação? 10a ed., São Paulo: Paz e Terra, 1992.

CAPRA, F. O Modelo Biomédico. In: O ponto de mutação. São Paulo: Cultrix, 1982.

REGO, S. O processo de socialização na medicina. Machado, M.H. (org) In: Profissões de saúde: uma abordagem sociológica. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1995.

REGO, S. O processo de socialização na medicina. In: Machado, M.H. (org), Profissões de saúde: uma abordagem sociológica. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1995.

ROCHA RMG. As oito teses equivocadas sobre a extensão universitária. IN: A universidade e o desenvolvimento regional. Fortaleza. Edições UFC. 1986.

OLIVEIRA FLB, ALMEIDA JUNIOR JJ. Motivações de acadêmicos de enfermagem atuantes em projetos de extensão universitária: a experiência da faculdade ciências da saúde do trairí/UFRN. Espaço para a Saúde-Revista de Saúde Pública do Paraná, 2015.

CASTRO LMC. A Universidade, a extensão universitária e a produção de conhecimentos emancipadores: ainda existem utopias realistas. [Tese] Rio de Janeiro (RJ): Universidade do Estado do Rio de Janeiro; 2004.

NETO JFM. Extensão universitária: uma análise crítica. João Pessoa: Editora universitária/UFPB, 2002.

AVILA RC. Formação das mulheres nas escolas de medicina. Revista Brasileira de Educação Médica, 2014.

MELO JF. Extensão universitária: autogestão e educação popular. João Pessoa: Editora universitária/UFPB, 2004.

MAXIMILIANO JUNIOR, M. (2017). Indicadores Brasileiros de Extensão Universitária (IBEU). Campina Grande, PB: UFCG.

MOURA, L. D. F. A. D. D., PIAUILINO, R. J. B., ARAÚJO, Í. F., MOURA, M. S. D., LIMA, C. C. B., EVANGELISTA, L. D. M., & LIMA, M. D. D. M. D. (2012). Impacto de um projeto de extensão universitária na formação profissional de egressos de uma Universidade pública. Revista de Odontologia da UNESP.

NOGUEIRA, M. D. D. P. (2000). Extensão universitária: diretrizes conceituais e políticas: Documentos básicos do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras, 1987-2000. Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal de Minas Gerais.

SANTOS, L. C., ANDRADE, R. A., & SILVA, S. R. (2018). A importância das visitas domiciliares na Estratégia de Saúde da Família: uma revisão integrativa. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento.

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Decreto nº 7.053, de 23 de dezembro de 2009. Institui a Política Nacional para a População em Situação de Rua e seu Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento, e dá outras providências. Brasília: Diário Oficial da União, 2009.

BRASIL. Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. População em situação de rua: diagnóstico com base nos dados e informações disponíveis em registros administrativos e sistemas do Governo Federal. Brasília, DF: MDHC, 2023.


1 Docente e Ponto Focal de Extensão Curricularizada – Faculdade da Amazônia – UNAMA – Porto Velho/RO.

2 Biomédico/ Coordenador do curso de Biomedicina – Faculdade da Amazônia – UNAMA – Porto Velho/RO.

3 Docente/Preceptora do curso de Biomedicina – Faculdade da Amazônia – UNAMA – Porto Velho/RO.

4 Docente/Coordenadora do curso de Psicologia – Faculdade da Amazônia – UNAMA – Porto Velho/RO.

5 Enfermeira/Coordenadora do curso de Enfermagem – Faculdade da Amazônia – UNAMA – Porto Velho/RO.