O IMPACTO DA ATIVIDADE FÍSICA NAS HABILIDADES MOTORAS FUNDAMENTAIS NO TEA: FATORES DETERMINANTES E IMPLICAÇÕES PARA A QUALIDADE DE VIDA

THE IMPACT OF PHYSICAL ACTIVITY ON FUNDAMENTAL MOTOR SKILLS IN ASD: DETERMINING FACTORS AND  IMPLICATIONS FOR QUALITY OF LIFE 

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202507251746


Flávia Karla Monteiro Soares*1
Newton Benites Carvalho Lima2
Yasmin Maria Santos da Silva3
Orientador: Afrânio de Andrade Bastos3,4


Resumo

A prática de atividade física é amplamente reconhecida por seus benefícios à saúde mental e física,  especialmente em populações atípicas, como indivíduos diagnosticados com Transtorno do Espectro  Autista (TEA). Esses indivíduos frequentemente apresentam déficits motores, particularmente nas  habilidades motoras fundamentais (HMF), que são essenciais para o desenvolvimento de movimentos  mais complexos. Com o objetivo de revisar sistematicamente o impacto da atividade física no  desenvolvimento de HMF, foram selecionados oito estudos a partir de três bases de dados. Os critérios de  inclusão contemplaram crianças com TEA menores de 12 anos, publicações em inglês ou português, e  artigos publicados entre os anos de 2020 e 2025. Além disso, os estudos selecionados deveriam relatar  metodologias claras, incluindo dados de pré e pós-teste com séries temporais, informações sobre o gênero  dos participantes, a idade e o uso de instrumentos válidos para a análise do desenvolvimento motor. A  análise dos artigos selecionados revelou que a prática regular de atividade física não apenas melhora as  capacidades motoras, mas também contribui significativamente para o bem-estar emocional e social das  crianças. Assim, a presente revisão sugere que a implementação de programas de atividade física pode ser  uma estratégia eficaz para promover o desenvolvimento motor e a qualidade de vida de crianças com  TEA. 

Palavras-chave: Transtorno do espectro autismo, habilidade motoras fundamentais, desenvolvimento  motor 

Abstract

The practice of physical activity is widely recognized for its benefits to mental and physical health,  especially in atypical populations, such as individuals diagnosed with Autism Spectrum Disorder (ASD).  These individuals often exhibit motor deficits, particularly in fundamental motor skills (FMS), which are  essential for the development of more complex movements. Aiming to systematically review the impact  of physical activity on the development of FMS, nine studies were selected from three databases. The  inclusion criteria encompassed children with ASD under 12 years old, publications in English or  Portuguese, and articles published between 2020 and 2025. Additionally, the selected studies were  required to report clear methodologies, including pre-and post-test data with time series, information  about the participants’ gender, age, and the use of valid instruments for analyzing motor development.  The analysis of the selected articles revealed that regular physical activity not only improves motor  abilities but also significantly contributes to the emotional and social well-being of children. Thus, this  review suggests that the implementation of physical activity programs can be an effective strategy to  promote motor development and the quality of life of children with ASD. 

Keywords: Autism spectrum disorder, fundamental motor skills, motor development.

1. INTRODUÇÃO 

Na última década, o aumento nos casos de autismo tem revelado um panorama complexo e  de constante evolução, avanços na ciência permitem análises através de testes genéticos e  neuroimagem[1], métodos que estão sendo desenvolvidos para melhorar a precisão do  diagnóstico. 

De acordo com a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), organização que trabalha  em comunhão com o ministério da saúde, a estimativa mundial é de que 1 em cada 160 crianças  no mundo foi diagnosticada com Transtorno do Espectro Autismo (TEA), dados referidos ao  ano de 2017[2].  

Cerca de 16% das crianças no mundo são autistas [3], segundo o Center of Deseases Control (CDC’s) e Autism and Developmental Disabilities Monitoring (ADDM), órgãos do governo dos  Estados Unidos é de 1 em cada 36 nascidos, dados que comprovam a escalada, já que, em 2018  a proporção era de 1 a cada 44 nascidos [4,5], ademais, o número de meninos diagnosticados é  quatro vezes maior que o número de meninas [6].  

Em 2019, foram registrados aproximadamente 28,3 milhões de casos em todo o mundo,  resultando em uma taxa de 369,4 por 100.000 habitantes. Esse aumento é atribuído a uma maior  conscientização e compreensão sobre o autismo, bem como ao incremento nos diagnósticos.  Entre 1990 e 2019, a prevalência de casos de autismo cresceu em 39,3%. No entanto, tanto a  quantidade de novos casos quanto a prevalência não apresentaram um aumento significativo,  indicando que o crescimento no número de diagnósticos está mais relacionado ao  reconhecimento do transtorno do que a um aumento real na incidência de casos [7]. 

Já no último estudo do CDC feito em 16 cidades dos Estados Unidos no ano de 2022 com  crianças entre 4 e 8 anos de idade, aponta que para cada 32 nascidos 1 é autista e o número de  meninos diagnosticado é 3 vezes maior que o número de meninas [8]. 

Pesquisas trazem indicativos de que habilidades motoras de crianças com TEA são baixas e  há poucos estudos dedicados ao desenvolvimento de habilidades motoras, as prioridades são as  questões comportamentais [9], o déficits motores são comuns e podem ser um sinal que precede  o diagnóstico do TEA, influenciando negativamente na socialização e os processos adaptativos  do dia a dia [10–12]. 

De 80% a 95% de crianças autistas tem dificuldades nas habilidades motoras grossas (como  correr, pular e se mover de maneira geral) e habilidades motoras finas (como escrever, desenhar  e manipular objetos) [13].  

É importante ressaltar que a aquisição de habilidades motoras possibilita um amplo  desenvolvimento corpo, permitindo a execução de posturas diferenciadas em atividades de  equilíbrio, locomoção e manipulação, principalmente se a regularidade da prática de movimento  fizer parte da rotina desde o diagnóstico até a aquisição de habilidades importantes para a  qualidade de vida [14].  

As habilidades motoras se manifestam através do comportamento do equilíbrio, da  coordenação motora das habilidades finas (manipulativas) e grossas (locomotivas), além das  dificuldades para realizar planejamento motor e da hipotonia muscular [10,11,15]. 

Jones et al. 2020, descreve as habilidade motoras fundamentais (HMF) como blocos iniciais  que dão margem para aprendizagem de movimentos mais complexos e coordenados, que  futuramente podem ser usados em atividades esportivas, essas habilidades podem se  desenvolver explorando o ambiente, hábito natural das crianças [16]. 

O desenvolvimento das habilidades motoras ajuda as crianças a criarem padrões de  movimentos complexos. Para isso, melhor período de desenvolvimento é até os 12 anos de  idade, o que chamamos de fase pré-púbere, crianças que não tem um bom repertorio motor  referente as habilidades fundamentais são mais relutantes em engajar em atividades mais  complexas, o que pode comprometer sua autonomia nas atividades da vida diária e,  consequentemente, os indicadores de qualidade de vida [17]. 

Assim, a proposta deste estudo é explorar sistematicamente como a atividade física impacta  no desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais (HMF) em crianças com Transtorno  do Espectro Autista, visando identificar intervenções eficazes.

2. MATERIAL E MÉTODOS 

2.1 Desenho do estudo  

É possível compreender e construir a estratégia de busca utilizada neste estudo através da  questão de pesquisa baseado no PICO (P – População/paciente ou problema, I Intervenção/interesse, C- Comparação/Intervenção/Ausência e O -Desfecho), é um modelo  recomendado para simplificar a construção do estudo e facilitar o processo de pesquisa. 

A princípio os estudos foram eliminados por meio de leitura de títulos, resumos e estudos  duplicados.  

A tabela 1 apresenta a estratégia PICO a ser utilizada para a busca nas bases de dados. 

Tabela 1. PICO, estratégia de pesquisa da revisão sistemática 

2.1.1Estratégia de pesquisa  

O presente estudo foi construído através do guia Preferred Reporting Items for Systematic  Reviews and Meta-Analysis (PRISMA), criado por 29 especialistas em um encontro no ano de  2005, é uma evolução do QUOROM de 1999, incluindo 27 itens e um diagrama de fluxo de 4  fases [18], o fluxograma explicativo contendo os seguintes tópicos: identificação, seleção,  elegibilidade e inclusão [19]. 

Esta ferramenta ajuda os autores a melhorarem o relato das revisões sistemáticas, incluindo  orientações sobre identificações, seleção, avaliação e síntese de estudos, os 27 itens foram  organizados em título, resumo, introdução, métodos, resultados e discussão, sendo muito útil  para editores na avaliação de qualidade de revisões sistemáticas [20]. 

2.1.2Criterios de Elegibilidade 

a) Critérios de inclusão: estudos empíricos qualitativos e/ou quantitativos que reportem o  desenvolvimento motor com indivíduos diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista com grau de suporte variado, que avaliaram o efeito de intervenções educativas, feitas através  do movimento, eficácia na qualidade de vida, adesão e autocuidado ou ainda que amenizem  características que são prejudiciais a vida funcional do TEA; com delineamento experimental ou  quase experimental, com grupos pré e pós teste; séries temporais; indexados em bases de dados  publicados em inglês ou português

b) Critérios de exclusão: Estudos sem metodologia clara definida, teses, dissertações e artigos  publicados que sejam de acesso bloqueado, estudos com mais de 5 anos de publicação, revisões  sistemáticas ou meta-análises. 

2.1.3 Definição da Estratégia de Pesquisa 

Através das bases de dados Web of Science, Scopus, PubMed, foram escolhidas pela sua  abrangência, sendo que em todas as plataformas de busca foram utilizados termos chave em  português, inglês, e operadores boleanos Or (ou), And (e). 

Em inglês foram usados os descritores: “ASD” or “Autim Spectrum Disorder” or “Autism”  or “Autistic” And “Sports” and “Physical Exercise” And “Physical Activity Therapy” and  “Motor Skillor Motor Development” em português: Transtorno do Espectro Autismo or  Autismo or Autista and crianças not Adultos and Esportes and Exercício Físico and Terapia de  Atividade Física, estes descritores acima foram utilizados para encontrar o tema central deste  estudo. 

2.1.4 Seleção dos Estudos  

Foram encontrados 1303 estudos, avaliados por dois pesquisadores, e após discussão foram excluídos 1295 por serem irrelevantes, pois não tinham o resultado das intervenções, ou eram  inconclusivos, alguns estudos não apresentavam a idade dos grupos, outros não usaram teste que  mensurassem DM, estudos que não desenvolviam ao menos uma das HMF, e estudos que não  atendiam ao menos as questões do Consolidated Standards of Reporting Trials (CONSORT). 

Após resumo dos trabalhos identificados, aqueles que não eram sobre autismo, atividade  física/exercício ou esportes foram excluídos, posteriormente os estudos foram analisados partir  da leitura dos textos na íntegra e aplicados os critérios de inclusão e exclusão. O Diagrama do fluxo desse processo foi apresentado na Figura 1. 

2.1.5 Qualidade dos Estudos 

Para assegurar a qualidade dos estudos aqui relacionados, o CONSORT desenvolvido no Canadá em 1993 publicado em 1994 com sua versão completa publicado pela primeira vez  em 1996 [21], e atualizado em 2001 e 2010 com o objetivo de padronizar relatos de estudos  através de um checklist que avalia a qualidade metodológica, detalhes das intervenções e  aplicação das metodologias descritas, uma de suas extensões é o Template for Intervention  Description and Replication (TIdier) com 12 itens, é a expansão do item 5 do Consort 2010  foca na descrição da intervenção[22]. 

3. RESULTADOS 

3.1 Resultado da pesquisa 

O resultado da presente revisão indica que apesar do déficit no desenvolvimento motor ser  um fator precocemente identificado em crianças diagnosticadas com TEA, não é clinicamente  determinante.  

Fonte: Autor

Está tabela apresenta um resumo dos principais resultado sobre intervenções motoras  realizadas em crianças com TEA, esses resultados reforçam a importância das intervenções  regulares para evitar quedas no desempenho motor e promover o desenvolvimento físico e  social.

Autor  (Ano) Tipo Período Testes ResultadoSignificância  Estatística
Marzouk i, et al  (2022) [23]Treinamento  Aquático . 8 semanas  50 min.  por sessãoTGMD-2Aumento  significativo nas  habilidades de  locomoção e controle  de objetos. Redução  de comportamentos  estereotipadosLocomoção:  F(2,19) = 25.995,  p < 0.0001; CoS:  F(2,19) = 44.360,  p < 0.0001
Prieto et  al..(2023 )[24]Atividade  Física  Mediadas  pelos Pais12  semanas 60 min.  por sessãoTGMD-3Melhora significativa  nas habilidades  locomotoras, mas  não nas habilidades  com bola ou no total  de habilidades  motoras.Locomoção: F(1,  5) = 5.14, p = 0.03
Kapláno vá et.  al(2023) [25]Treinamento  TGMD-28 semanas  30 min.  por sessãoTGMD-2 Impacto significativo  no desenvolvimento  motor e de  locomoção.Locomoção: p <  0.01
Šišková  et  al.(2020) [26]Atividades  Físicas  TGMD-28 semanas  30  min.por  sessãoTGMD-2 Melhorias  significativas nas  habilidades motoras  de crianças saudáveis  e com TEA.TEA: p = 0.005;  Saúde: p = 0.012
Hatipoğl u Özcan  et al.  (2024) [27]Programa de  Intervenção  Motora12  semanas,  60 min.  por sessãoPeaBody  (PMDS – 2)Melhorias  significativas nas  habilidades motoras  e comportamentos  psicossociais.Estereotipia: p =  0.026;  Habilidades  Motoras: p =  0.001
Morales  et al.,  (2022) [28]Judô  adaptado6 meses,  90 min.  por sessãoTGMD-3Melhorias  significativas nas  habilidades motoras  e comportamentos  psicossociais.Habilidades  Motoras: F(3,43)  = 10.18, p < 0.001
Sansi et  al.  
(2021) [29]
Programa de  Atividade  Física  Inclusiva12  semanas,  1 hora por  sessãoTGMD-3Melhorias nas  habilidades motoras  dos alunos com TEA  e desenvolvimento  típico.Locomoção: p =  0.003
Dong et  al.  
(2021) [30]
Programa  Motor  (CPRT )9 semanas  80 min.  por sessãoTGMD-3 Eficácia em melhorar  habilidades motoras,  especialmente  locomotoras.Locomoção:  F(1,48) = 5.45, p  < 0.05

Quadro 1. Apresentação dos estudos que compõem a revisão. 

3.1.1 Medidas de HMF 

O Test of Gross Motor Development -3(TGMD-3)[24,28–30], que avalia 13 habilidades e  fornece um índice geral de habilidades motoras (Gross Motor Index – GMI), sendo este a versão  atualizada do Test of Gross Motor Development -2(TGMD-2)[23,25,26]. 

3.1.2 Medidas complementares 

Alguns dos artigos selecionados trazem alguns instrumentos de mensuração capazes de  elucidar questões comportamentais, emocionais e sociais, todos usados para melhor entender a  evolução das intervenções aplicadas (Quadro2).  

Quadro 2. Questionários de avaliação de características autistas. 

Fonte: Autor 

O quadro acima apresenta questionários que quantificam as características autistas, os quais  apresentam alterações assim como habilidades motoras estudadas, como o caso do Autism  Diagnostic Observation Schedule (ADOS-2) e o Autism Diagnostic Interview-Revised (ADI R)[25,26] instrumento estruturado para observar habilidades de linguagem e comunicação,  interação social mútua, brincadeiras, criatividade, expressões estereotipadas e interesses  restritos.  

Por outro lado, dependendo das diretrizes de cada país alguns outros testes são utilizados,  como por exemplo o Gilliam Autism Rating Scale – Third Edition (GARS-3)[28] versão  atualizada do GARS-2[23,27], também avalia sintomas do autismo, gravidade das estereotipias,  com base em observações e entrevistas com os responsáveis. E o Social Communication  Questionnaire (SCQ)[30] funciona como ponto de partida para identificação e diagnóstico, é uma triagem para identificar dificuldades e sintomas gerais do TEA. 

O Social Skills Rating System-Parent Form (SSRS-PF)[29] avalia as habilidades sociais e  comportamentos problemáticos, com base na percepção dos pais, o Emotion Regulation  Checklist (ERC)[23] avalia a capacidade das crianças de gerenciar emoções. 

Usado Pre-Academic Skills Assessment Form (PASAF) avalia habilidades usadas no  contexto educacional[28] identifica áreas que as crianças precisam de suporte. A escala Friendship Activity Scale (FAS)[29] determina a percepção dos colegas típicos em  relação aos atípicos, e o Adjective Checklist (ACL)[29] descreve como as crianças típicas se  sentem em relação as atípicas descrevendo características e sentimento.

4. DISCUSSÃO 

A atividade física é um tratamento não farmacológico que traz benefícios como: melhoria da  saúde física, benefícios mentais, emocionais e cognitivos, desenvolvimento social, redução de  estresse e estruturação de rotina [31] que são consideradas características autistas, e quanto  maior a prevalência destas em um indivíduo, menor a qualidade de vida [32]. 

Os resultados dos oito estudos analisados ressaltam a relevância da atividade física e a  consideração do fator tempo como parâmetros essenciais para mensurar as variações observadas  entre os períodos pré e pós-intervenção, e para garantir a significância estatística, as amostras  foram organizadas em diferentes configurações.  

Em três estudos, foram incluídas crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e  crianças com desenvolvimento típico (DT). No estudo conduzido por Šišková et al. [26], ambos  os grupos participaram da intervenção, resultando em uma significância estatística (p = 0,005)  que indica uma melhoria de 34,58% no desempenho das crianças. Em contraste, Sansi et al. [29] dividiram os participantes em dois grupos: um que participou da intervenção e outro grupo  controle, ambos compostos por crianças com TEA e crianças com DT. Os resultados deste  estudo demonstraram uma diferença positiva nas crianças que participaram das atividades,  apresentando significância estatística tanto para o grupo com TEA (p = 0,003) quanto para o  grupo com DT (p = 0,001). 

Entretanto, a meta-análise de Monteiro et al. (2022) [33], que abrangeu cinco ensaios  clínicos randomizados com um total de 109 crianças com TEA, não encontrou evidências que  sustentem a afirmação de que a atividade física influencia positivamente as habilidades motoras.  Os resultados sugerem que a atividade física pode não ter um impacto significativo na qualidade  de vida ou no comportamento das crianças com TEA. Essa discordância nos achados ressalta a  complexidade da relação entre intervenções de atividade física e o desenvolvimento motor,  indicando que, enquanto alguns estudos demonstram benefícios significativos, a evidência  consolidada por Monteiro et al. sugere que esses efeitos podem não ser generalizáveis a todas as  populações, enfatizando a necessidade de investigações adicionais para compreender melhor os  fatores que influenciam os resultados em crianças com TEA. 

Embora os resultados demonstrem uma diferença positiva nas crianças que participaram das  atividades, com significância estatística para os grupos com TEA e DT, é importante considerar  as limitações do estudo de Kaplánová et al.[25] o decréscimo no desempenho geral (-15,52%)  após 13 semanas sugere que os ganhos obtidos durante a intervenção podem não ser  sustentáveis a longo prazo, especialmente em crianças com TEA, que podem necessitar de um  suporte contínuo para manter os avanços. 

Por outro lado, Xing et al.[34] (2024) indica que, mesmo um mês após o término da  intervenção e na ausência de novos programas ou atividades, as crianças ainda apresentaram  efeitos positivos, isso pode sugerir que, em alguns contextos, os ganhos obtidos podem ser  mantidos sem intervenções adicionais, mas é essencial reconhecer que a manutenção dos  resultados podem variar significativamente entre diferentes populações e contextos. Assim,  enquanto alguns estudos indicam a possibilidade de retenção dos ganhos, outros destacam a  necessidade de intervenções contínuas para garantir a sustentabilidade do progresso,  especialmente em crianças com TEA. 

No estudo realizado por Dong et al. [30], observou-se que 80% das crianças no grupo  experimental apresentaram melhorias significativas nas habilidades locomotoras, com um valor  de p < 0,05. Além disso, mesmo após a conclusão do programa, essas crianças continuaram a  demonstrar melhorias contínuas em suas habilidades locomotoras. Em contraste, apenas 29%  das crianças no grupo controle mostraram resultados semelhantes. 

Em relação às habilidades de controle de objeto, 50% das crianças do grupo experimental  apresentaram um declínio. Este achado é consistente com os resultados do estudo de Ozcan et  al.[27] que também indicou que as habilidades de controle de objeto não apresentaram diferença  significativa, com um valor de p = 0,070. Adicionalmente, no estudo de Morales et al.[28], foi  registrada uma melhora significativa nas habilidades de locomoção, embora não tenha havido  uma melhora expressiva nas habilidades de controle de objeto. 

O estudo de Marzouki et al.[23] investigou o impacto de intervenções aquáticas em crianças  com TEA, dividindo os participantes em três grupos: dois grupos que participaram de intervenções aquáticas, uma com enfoque lúdico e outra com enfoque técnico, e um grupo  controle que não participou de qualquer atividade. Os resultados indicaram que os grupos  submetidos às intervenções aquáticas apresentaram ganhos significativamente maiores em  comparação ao grupo controle, com uma significância estatística de p < 0,0001. 

Prieto[24] realizou uma análise que separou os grupos em presencial e online, com foco na  influência dos pais na implementação das atividades. A falta de preparo dos pais pode ter  contribuído para a resposta insignificante observada nas habilidades manipulativas com bola com (controle de objeto) p = 0,29. No entanto, foi registrada uma melhora significativa nas  habilidades de locomoção com p = 0,03. Sousa e Medeiros (2020) [44], concordam com essa  perspectiva, afirmando que a presença dos pais é imprescindível para o sucesso do engajamento  nas atividades. No entanto, destacam que a eficácia das intervenções também é limitada pela  falta de recursos e preparo adequados. 

Estudos conduzidos por Rafiei et al. [35] e Stavrou et al. [36] evidenciam que a prática  regular de atividade física é benéfica na melhoria das habilidades motoras. Embora as  intervenções mencionadas promovam avanços significativos nas habilidades motoras funcionais  (HMF), também se observa uma redução nos movimentos estereotipados. 

De acordo com Ferreira et al. (2021) [36] e Yilmaz et al. (2004) [40], a frequência de  movimentos estereotipados pode diminuir após a realização de atividades físicas, com uma  variação de cessação que se estende de 40 a 120 minutos de exercício. Os estudos referidos  demonstram melhorias consideráveis nas estereotipias, embora não apresentem dados que  indiquem uma cessação completa desses comportamentos estereotipados. 

Essas evidências sugerem que, embora a atividade física regular possa contribuir para a  redução dos movimentos estereotipados em crianças com TEA, a magnitude e a duração dessa  diminuição requerem investigação adiciona. 

As limitações do estudo referem-se a condições ou fatores que podem restringir a validade e  a generalização dos resultados obtidos. Essas limitações devem ser consideradas na  interpretação dos dados e na formulação de recomendações para futuras pesquisas, visando  aprimorar a compreensão e a eficácia das intervenções em contextos semelhantes Entre as  principais limitações identificadas, destacam-se: diagnóstico, desigualdade de gênero, duração  da intervenção, tamanho da amostra.  

A amostra de pesquisas com crianças com TEA é sempre uma questão relevante para o  sucesso da pesquisa, na presente revisão, 264 crianças com até 12 anos participaram das  intervenções, sendo 184 meninos. Em todos os estudos, o número de meninos supera o de  meninas, confirmando a diferença de gênero na epidemiologia do TEA, Silva et al. (2025)[37] destacam a dificuldade em diagnosticar meninas, que tendem a ser mais sociais e camuflam suas  características autistas. Por outro lado, no estudo de coorte com 2.084 crianças de Licari et al.  (2020)[38]o gênero não se mostrou determinante para o desenvolvimento, já que os escores  motores não dependem do gênero, apoiando a ideia de que não há influência no comportamento  e na aprendizagem motora,  

Em Bolger et al. (2021) [39], a diferença de gênero pode ser evidente, contrariando 8 dos  estudos aqui relatados, afirma que meninos tem melhores habilidades de manipulação/controle  de objetos e as meninas possuem melhores habilidades de locomoção, o que é explicado pelas  experiências motoras que as crianças veem construindo ao longo da vida. Conforme relatado  crianças com TEA, que tem baixa socialização, não são estimuladas a praticar suas habilidades  motoras, diminuindo suas janelas de oportunidade e colocando todas elas no mesmo patamar  motor de desenvolvimento. 

Diagnósticos do TEA diagnóstico pode influenciar tanto o número de participantes em  estudos quanto a desigualdade de gênero observada. Segundo Mottron e Bzok (2020) [40], a  definição dos diagnósticos de TEA combina critérios sociais, repetitivos e poucos  especificadores, permitindo uma grande variedade de apresentações que não são especificas do  autismo, dificultando a identificação de características do autismo. A ausência de padronização  nos critérios diagnósticos compromete a replicabilidade das intervenções, resultando em  evidências fracas sobre sua eficácia. 

Todos os artigos revisados destacam que uma intervenção bem planejada é fundamental, pois  qualquer estímulo pode gerar impactos positivos nas habilidades motoras, nos comportamentos estereotipados e na regulação emocional. Além disso, essas intervenções promovem ganhos  sociais importantes. Durante este período crítico, as habilidades motoras fundamentais são  refinadas, criando oportunidades para o desenvolvimento de habilidades mais complexas no  futuro. Portanto, a implementação de estratégias de intervenção adequadas é essencial para  maximizar o potencial de desenvolvimento e bem-estar dos indivíduos. 

5. CONCLUSÃO 

As intervenções tiveram uma variação temporal, foram de 8 semanas a 6 meses, e trouxeram benefícios motores, comportamentais e sociais. A intervenção precoce, independente de qual  seja, foi considerado o melhor caminho, capaz de proporcionar qualidade de vida e bem-estar aos diagnosticados, no entanto não ficou claro se existe um tempo mínimo ou máximo para  mensurar a melhora dessas habilidades motoras, pois é difícil manter um cronograma, já que  crianças com TEA de diferentes níveis de suporte, passam por problemas emocionais e  sensoriais que podem minar suas energias e impedir de realizar suas rotinas. 

Portanto, é fundamental ter um olhar atento e especializado que considere as características  individuais de cada criança, além de um planejamento adaptado às suas necessidades  específicas. Essa abordagem personalizada é essencial para garantir que todas as crianças  possam usufruir plenamente dos benefícios da atividade física. 

Os dados apresentados revelam a importância de investigar e intervir no tratamento do TEA  através de atividade física. As significâncias estatísticas indicam que há relações que podem ser  exploradas para desenvolver estratégias de intervenção e suporte mais eficazes. É  imprescindível que estudos futuros investiguem atividades destinadas a crianças com níveis de  suporte distintos e reforcem a importância da conexão dos profissionais com os pais, que podem  ser um diferencial no sucesso das atividades.  

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

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1Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento, Universidade Federal de Sergipe, 49060-100, Aracaju, Sergipe, Brasil, Orcid: 0009-0001-4295-8474;
*fkarlams84@gmail.com e-mail do correspondente;
2Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Universidade Federal de Sergipe, 49060-100, Aracaju,Sergipe, Brasil, Orcid: 0009-0005-3416-1069;
3Departamento de Educação Física, Universidade Federal de Sergipe, 49060-100, Aracaju, Sergipe, Brasil,Orcid: 0009-0005-7049-6894;
4Orientador do curso de Mestrado,Orcid: 0000-0003-2403-8081