O HUMANO E SEU PROCESSO NA CAMINHADA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10038914


Jean Leonardo Loss Machado
Maurício Wisniewski


Resumo: Com este texto você não terá resposta sobre o que ou como fazer a caminhada da sua vida, mas, certamente, terá acesso a algumas reflexões, aspectos históricos e conceitos acerca do caminho que você trilhou, das dificuldades que passou, ou que algum dia poderá passar. Ou, nada disso, poderá subsidiar o auxílio a alguém que está no processo da caminhada. Também não condiz com nenhuma abordagem psicológica específica, mas, sim, com informações reflexivas acerca de temas e/ou dificuldades enfrentadas durante o processo da sua caminhada, na chamada vida. Esta foi uma pesquisa bibliográfica, na qual livros e artigos foram consultados, para construir a reflexão proposta. O processo e construção da vida constituem o objeto desta pesquisa. A Filosofia e a caminhada são duas atividades aparentemente distintas, mas que podem se entrelaçar de maneira profunda e significativa. Explorar como esses dois elementos podem se relacionar e o que cada um deles representa é o objetivo dessa conversa.

Palavras-chave: Psicologia; Filosofia; Caminho; Vida.

Introdução

A Filosofia é uma disciplina intelectual que busca compreender o mundo, a existência humana e os princípios fundamentais que governam a realidade. Baseia-se na análise crítica, no pensamento lógico e na reflexão profunda, tem uma longa história, que remonta aos filósofos gregos da antiguidade, como Sócrates, Platão e Aristóteles, e continua a ser uma parte essencial da cultura intelectual, até os dias de hoje.

A preocupação dessa ciência é com questões fundamentais, como a natureza da realidade, a moralidade, a liberdade, o conhecimento e a existência humana. Ela oferece ferramentas para questionar as crenças, os valores e os pressupostos que orientam nossas vidas, convidando a todos a refletir sobre o significado da vida, o propósito, a ética e o sentido da existência.

A caminhada, por outro lado, é uma atividade física que envolve o ato de percorrer a pé um caminho, trilha ou estrada. Pode ser uma atividade de lazer, de exercício, ou mesmo um meio de transporte. Ela oferece a oportunidade de estar em contato direto com a natureza, de apreciar paisagens, de relaxar e de se conectar com o ambiente ao seu redor. Aqui, também é uma metáfora para a jornada da vida. Assim como na vida, durante uma caminhada, você enfrenta obstáculos, desafios e descobertas.

A descoberta, ao escolher diferentes caminhos, definir metas e adaptar seu ritmo, de acordo com as circunstâncias, é um lembrete de que a vida é uma jornada, e o processo é tão importante quanto o destino.

Esse processo de caminhada surge em uma perspectiva simbólica, com Aristóteles, que ensinava seus “alunos” caminhando, não parados.

Filósofos encontraram inspiração em caminhadas para a reflexão filosófica. Andar, especialmente na natureza, pode ser um momento de contemplação e meditação. Filósofos como Friedrich Nietzsche e Jean-Jacques Rousseau eram conhecidos por suas caminhadas solitárias e por escreverem sobre a Filosofia que surgia durante esses passeios.

Rolar, Engatinhar e a Psicomotricidade

Filósofos que se dedicam à metafísica e à ontologia exploram questões relacionadas à natureza do ser e da existência. No contexto do início da vida, eles se perguntam quando uma pessoa ou ser vivo começa a existir. Argumentações, de alguns, que a vida começa no momento da concepção, enquanto outros defendem que ela tem início em um estágio posterior do desenvolvimento, como no nascimento, ou em algum marco biológico ou psicológico específico.

Filósofos éticos exploram sobre quando um embrião ou feto adquire direitos e dignidade moral, e como esses direitos podem ser ponderados, em relação aos direitos da mãe ou de outros indivíduos.

Não há consenso universal sobre o início da vida, e as respostas para essa questão variam de acordo com a perspectiva filosófica, religiosa e ética de cada indivíduo.

Mas existe um processo psicomotor pelo qual todos os indivíduos precisam passar para que essa vida em transformação possa evoluir. Assim, o processo da psicomotricidade entra em cena.

A psicomotricidade surgiu, inicialmente, no campo médico, com foco na Neurologia do século XIX. Nesse período, os neurologistas sentiram a necessidade de nomear as áreas corticais, além das regiões motoras.

Desde os primórdios da fala humana, a expressão do corpo desempenhou um papel significativo, e a psicomotricidade deixou sua marca na história. Com o passar do tempo, as concepções sobre o “corpo” e o “ser humano” se multiplicaram, refletindo a construção do ser humano em relação ao corpo e sua conexão com o simbólico.

A evolução histórica desse corpo simbólico é marcada por diversas percepções que a humanidade desenvolveu ao longo dos séculos. A própria palavra “corpo” tem origens distintas, incluindo o sânscrito “garbas” (significando “embrião”), o grego “karpós” (associado a fruto, semente e envoltura) e o latim “corpous” (referindo-se ao tecido dos membros, envoltura da alma e embrião do espírito).

Continuamos a perceber que a história da psicomotricidade está intimamente entrelaçada com a narrativa do corpo e seu processo de desenvolvimento, relacionada com a caminhada de cada um. Filósofos notáveis, como Platão, que viam uma clara separação entre corpo e alma, considerando o corpo apenas um lugar de transição para uma alma imortal, e Aristóteles, que via o homem como uma combinação de matéria (corpo), moldada por uma forma (alma), que incluía funções como a paixão, moldaram as concepções sobre a relação entre corpo e mente.

No século XVIII, René Descartes enfatizou o dualismo, distinguindo o corpo como uma entidade não pensante e a alma como uma estrutura pensante, alegando que sua essência estava no pensamento, mas reconhecendo a estreita ligação entre corpo e alma.

Posteriormente, no século XIX, Henri Bergson começou a reconciliar as esferas do corpo e da alma, argumentando que o cérebro molda o corpo com base no que a mente concebe. Jean-Martin Charcot, um psiquiatra famoso, identificou evidências da influência recíproca entre o psiquismo e o corpo, estudando o fenômeno do “membro fantasma” em amputados.

Essas investigações se alinharam com as análises de Sigmund Freud, que explorou o papel do corpo nas formações inconscientes e o considerou o provedor de todas as pulsões. Foi em 1870 que surgiu a necessidade médica de uma disciplina capaz de explicar esses fenômenos clínicos e, nesse momento, a palavra “psicomotricidade” foi cunhada pela primeira vez.

Em 1909, o neurologista francês Dupré, em sua pesquisa sobre a relação entre motricidade e inteligência, aprofundou o conceito de “âmbito psicomotor”, concluindo que não havia uma correspondência direta entre a localização neurológica e os distúrbios motores na infância, nem entre deficiência mental e motora.

Em 1925, Wallon contribuiu para o estudo da conexão entre a motricidade e a formação do caráter, enfatizando a importância do movimento para o desenvolvimento psicológico.

Após a Segunda Guerra Mundial, surgiram iniciativas mais ativas no desenvolvimento da reeducação psicomotora, incluindo a criação do Instituto Superior de Reeducação Psicomotora, em 1967, sob a liderança de Gisele Soubiran.

A psicomotricidade, em seu processo integral de desenvolvimento, contribui significativamente no desenvolvimento da pessoa, do ser. Nesse processo, o andar, rolar, correr, que necessitam de tanto empenho, são pontos-chave para as próximas etapas da vida.

Andar, o Controle Motor e a Corporeidade

Andar é uma ação que envolve o corpo em movimento. As filosofias da corporeidade e da fenomenologia, por exemplo, exploram como nossa experiência do mundo está profundamente ligada à nossa corporeidade. Pode ser uma forma de experimentar nosso próprio corpo no espaço e refletir sobre a relação entre corpo, mente e ambiente.

O andar nos faz refletir sobre algumas coisas, observar lugares, o meio em que se está inserido, concepções sobre a natureza e sua destruição. São reflexões que se dão somente enquanto andamos. Quando corremos, não observamos o que existe ao redor.

O que buscamos ao andar, apesar dos desequilíbrios que temos, e que conseguimos, aos poucos, é o controle do movimento necessário para dar continuidade. Assim, encontra-se a Filosofia existencialista, que, frequentemente, lida com questões de liberdade, escolha e autenticidade. Andar pode ser visto como um ato de liberdade, uma escolha consciente de se mover no mundo.

Caminhar é a forma mais essencial de mobilidade. Filósofos como Jean-Paul Sartre discutiram a importância da liberdade de escolha em nossas ações cotidianas.

Assim, a ação de andar pode ser uma lente, por meio da qual abordamos questões filosóficas variadas, desde a experiência sensorial e corporal, até a reflexão sobre a natureza, a liberdade, a ação e o significado de nossas vidas. Ela nos convida a pensar sobre a interconexão entre nossos corpos, mentes e o mundo ao nosso redor, proporcionando uma maneira única de se envolver com a filosofia.

A corporeidade, elemento da psicologia, engloba a percepção e a consciência do corpo humano, abrangendo a forma como compreendemos, experimentamos e interagimos com nosso próprio corpo. Isso inclui a vivência das sensações físicas, a consciência de nossos membros e órgãos, bem como a maneira como nos movemos e nos relacionamos com o ambiente.

A compreensão da corporeidade é de grande relevância para uma ampla gama de campos de estudo, uma vez que ajuda a esclarecer o papel central que nossos corpos desempenham, em nossas vidas e na maneira como nos relacionamos com o mundo. Adicionalmente, a corporeidade também tem implicações significativas em questões relacionadas à saúde, ao bem-estar e à identidade pessoal, influenciando como cuidamos de nossos corpos e como nos identificamos com eles.

As Quedas no Caminho e o Luto, os Traumas

O luto é uma experiência humana universal e complexa, que envolve a dor e o sofrimento decorrentes da perda de alguém ou de algo significativo em nossas vidas. A Filosofia desempenha um papel importante na reflexão sobre o luto, ajudando a compreender suas dimensões, a lidar com a dor e a explorar questões relacionadas à morte, à mortalidade e ao significado da vida.

Explorar o que acontece após a morte, se existe vida, então, e como ela afeta a existência humana, originou grandes debates desenvolvidos por filósofos, em várias épocas. Alguns, como Epicuro, argumentaram que a morte não deve ser temida, pois, quando estamos vivos, a morte não está presente, e, quando a morte chega, somos nós quem não estamos mais presentes.

Ter empatia, saber acolher e, principalmente, dar apoio emocional, são aspectos que a ética vai colocar sobre o luto. Filósofos como Martha Nussbaum e Robert Solomon argumentaram sobre a importância de entender e expressar nossas emoções, incluindo o luto, como parte integrante de uma vida bem vivida.

A Psicologia, que se utiliza das abordagens terapêuticas e de aconselhamento para o luto, considera a abordagem existencial uma possibilidade a ser utilizada para auxiliar as pessoas a lidar com o luto de maneira mais saudável.

Refletir sobre o luto, para explorar questões relacionadas à morte e para enfrentar a dor de maneira mais profunda e significativa, é necessário. Embora não forneça respostas definitivas ou soluções prontas, a Filosofia e a Psicologia podem ser fontes de conforto e sabedoria para aqueles que enfrentam o luto, ajudando-os a dar sentido a uma experiência tão desafiadora e universal.

O Dia a Dia e a Ansiedade

Agir de forma automática e negligenciar a reflexão sobre questões mais profundas são atitudes relacionadas com o dia a dia corrido, cenário contemporâneo, no qual a humanidade está inserida. Definir as prioridades: o que é realmente importante? O que traz significado e valor à existência? Por meio da reflexão filosófica, é possível reavaliar suas metas e compromissos diários, para garantir que estejam alinhados ao que realmente importa. Ponderar questões éticas e tomar decisões informadas, que estejam em conformidade com seus valores, demandam essa prática, ao longo de todo o processo.

Filósofos, como Aristóteles, exploraram conceitos de felicidade e bem-estar, podendo ajudar, ao utilizar essas reflexões, a avaliar o que realmente traz satisfação e contentamento, em meio à agitação, destacando a importância de buscar uma vida que seja verdadeiramente satisfatória. Refletir sobre o que é realmente essencial e eliminar o supérfluo são movimentos que enfatizam a simplificação e a redução do excesso, em nossas vidas.

Esse processo da vida cotidiana, sendo extremamente agitada, leva a pessoa a estados de ansiedade, que se caracterizam assim, pois

[…] diferem entre si nos tipos de objetos ou situações que induzem medo, ansiedade ou comportamento de esquiva e na ideação cognitiva associada. Assim, embora os transtornos de ansiedade tendam a ser altamente comórbidos entre si, podem ser diferenciados pelo exame detalhado dos tipos de situações que são temidos ou evitados e pelo conteúdo dos pensamentos ou crenças associados (APA, 2014, p. 189).

As Fases Lentas da Caminhada e os Momentos Depressivos

Pensando em depressão, uma condição mental caracterizada por sentimentos profundos de tristeza, desesperança e apatia, ações da Filosofia podem auxiliar no processo de tratamento. Filósofos como Aristóteles investigaram a natureza da felicidade e do bem-estar. O processo de compreender as teorias filosóficas sobre a busca da felicidade podem, para pessoas com depressão, ajudar a encontrar maneiras de aumentar seu bem-estar emocional.

É importante lembrar que a depressão é uma condição médica séria e que requer tratamento profissional, como terapia e, em alguns casos, medicação. A Filosofia não substitui a intervenção médica adequada, mas pode ser uma ferramenta complementar valiosa para compreender, enfrentar e gerenciar a depressão.

A depressão, ou transtornos depressivos incluem

transtorno disruptivo da desregulação do humor, transtorno depressivo maior (incluindo episódio depressivo maior), transtorno depressivo persistente (distimia), transtorno disfórico pré-menstrual, transtorno depressivo induzido por substância/medicamento, transtorno depressivo devido a outra condição médica, outro transtorno depressivo especificado e transtorno depressivo não especificado (APA, 2014, p. 155).

A depressão é um transtorno mental comum, que representa uma das principais causas de incapacidade em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que mais de 350 milhões de pessoas, em todo o mundo, sofram de depressão, com uma maior prevalência entre as mulheres. Os sintomas típicos da depressão incluem tristeza persistente, perda de interesse ou prazer, sentimentos de culpa, baixa autoestima, distúrbios do sono e/ou do apetite, fadiga e dificuldade de concentração.

Os Apoios que Temos Durante a Caminhada, Apoios de Pessoas e de Instrumentos

Durante a caminhada, tem-se apoios e necessidades especiais. Cada um com sua necessidade e, todos, dependendo uns dos outros. Seja para alimentação, transporte, orientações.

Entretanto, depara-se, na sociedade, com uma parte da população que depende mais, que necessita de maior apoio, durante a caminhada ou ao final dela. São as pessoas com deficiência, ou quando um indivíduo chega a uma idade mais avançada.

Experimentar deficiências é uma situação comum, que pode ocorrer em diversas fases da vida de uma pessoa. Seja devido a uma lesão, como a quebra de um braço, ou a um procedimento cirúrgico, indivíduos podem se encontrar em circunstâncias que fogem do padrão considerado normal. Essas limitações podem ser transitórias, conforme apontado pelo Relatório Mundialsobre a Deficiência:

[…] a deficiência faz parte da condição humana. Quase todas as pessoas terão uma deficiência temporária ou permanente em algum momento de suas vidas, e aqueles que sobreviverem ao envelhecimento enfrentarão dificuldades cada vez maiores com a funcionalidade de seus corpos (OMS, 2012, p. 03).

Esse documento de significativa importância, divulgado em 2012, oferece definições abrangentes sobre diversos tipos de deficiências. Ele classifica uma deficiência como permanente quando afeta a pessoa ao longo de toda a sua vida; ou temporária, quando se restringe a um período específico, como uma fratura no braço ou uma dificuldade visual momentânea.

À medida que percorremos a história, podemos observar mudanças significativas na maneira como a sociedade tratou as pessoas com deficiência. Inicialmente, houve tendências segregacionistas, em relação ao atendimento dessas pessoas, conforme apontado no documento. No entanto, com o tempo, soluções adaptativas, interativas e inclusivas começaram a surgir. A valorização dessas pessoas, como indivíduos capazes, desempenhou um papel fundamental em seu progresso na busca por igualdade e inclusão em diferentes espaços.

Esses avanços e a luta por direitos mobilizaram a sociedade como um todo, resultando no apoio político conquistado ao longo da história. Esse apoio político se traduziu em conquistas para pessoas com diversas deficiências, tanto no ambiente escolar quanto na sociedade em geral. Documentos internacionais, como a Declaraçãode Salamanca, desempenharam um papel significativo nesse processo, servindo de base para o desenvolvimento de leis, declarações e resoluções que garantem plenamente direitos para essa população.

O Decreto 3.298 de 1999 se refere à deficiência como

[…] toda perda ou anomalia de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano (BRASIL, 1999).

Pelo Decreto 5.296 de 2004, a pessoa “portadora de deficiência” é considerada como aquela

[…] pessoa com mobilidade reduzida, aquela que, não se enquadrando no conceito de pessoa portadora de deficiência, tenha, por qualquer motivo, dificuldade de movimentar-se, permanente ou temporariamente, gerando redução efetiva da mobilidade, flexibilidade, coordenação motora e percepção (BRASIL, 2004).

Em 2011, a Lei 12.470 destaca que a pessoa com deficiência

[…] é aquela que tem impedimentos de longo prazo (pelo menos 2 anos) de natureza física, mental, intelectual, ou sensorial. Os impedimentos podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade, em igualdade de condições com as demais pessoas (BRASIL, 2011).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é estimado que, em tempos de paz, aproximadamente 10% da população de qualquer país apresente algum tipo de deficiência. Dentre essas deficiências, uma parcela considerável, cerca de 50%, está relacionada à deficiência intelectual, que engloba diversas formas, incluindo síndromes, como a Síndrome de Down, por exemplo.

Conclusão

A Filosofia desempenha um papel fundamental na vida humana, ajudando a fornecer uma compreensão mais profunda e significativa do mundo, de nós mesmos e das questões fundamentais que enfrentamos. Ao longo da história, a Filosofia tem desempenhado uma busca constante por conhecimento, sabedoria, significado e valores, contribuindo para uma compreensão mais ampla da existência. Nesse contexto, pode ser vista como uma bússola que nos orienta na complexa jornada da vida.

Pode-se refletir sobre questões fundamentais, como o propósito da vida, a moralidade, a justiça, a verdade e a natureza da realidade. Ela nos incentiva a questionar nossas crenças, a considerar diferentes perspectivas e a buscar o entendimento mais profundo, a desenvolver habilidades críticas de pensamento, argumentação e raciocínio, que são valiosas em nossa vida cotidiana.

Oferecer orientação e consolo em momentos de crise e ajudar a encontrar sentido e significado, em situações difíceis, são elementos que a Filosofia acaba desenvolvendo em suas reflexões. Ela nos convida a explorar questões existenciais, como a natureza da morte, o significado da liberdade e a busca pela felicidade. Também nos lembra da importância da ética e da moralidade, em nossas ações e interações com os outros.

Em resumo, a Filosofia, a Psicologia e a caminhada podem se complementar, proporcionando uma maneira de conectar o pensamento intelectual com a experiência vivida, seja ela física ou psicológica. Ambas oferecem oportunidades para explorar a natureza da existência, o significado da vida e os valores que guiam nossas escolhas. Portanto, caminhar pode ser mais do que apenas um exercício físico; pode ser uma jornada filosófica experenciada em si mesma.

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