O CONTATO PELE A PELE E SUA INFLUÊNCIA NO PUERPÉRIO

THE IMPACT OF SKIN-TO-SKIN CONTACT AND ITS INFLUENCE ON THE POSTPARTUM PERIOD

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202504161158


Cecília Maria de Paiva Xavier dos Santos1
Karen Pereira Ribeiro2
Paula Cassila Rios da Silveira3
Arthur de Oliveira Rocha Villela4


RESUMO 

O método canguru, ou contato pele a pele entre mãe ou pai e o recém-nascido, consiste em colocar o bebê nu junto ao tórax do responsável logo após o parto. Essa prática tem demonstrado benefícios importantes, como estabilização da temperatura corporal, estímulo ao aleitamento materno, e redução de infecções hospitalares e da mortalidade neonatal. Foi realizado um estudo qualitativo em uma maternidade pública de Volta Redonda (RJ) com puérperas, revelando que 100% delas perceberam o contato imediato como fator estimulante do aleitamento. Além de promover vínculo afetivo e estabilidade fisiológica, o método é uma intervenção de baixo custo com impactos positivos tanto para o bebê quanto para a mãe, contribuindo para uma melhor qualidade da assistência obstétrica e neonatal. 

ABSTRACT 

The kangaroo method, or skin-to-skin contact between mother or father and newborn, consists of placing the naked baby next to the caregiver’s chest right after childbirth. This practice has demonstrated important benefits, such as stabilization of body temperature, breastfeeding promotion, and reduction of hospital infections and neonatal mortality. A qualitative study conducted in a public maternity hospital in Volta Redonda (Rio de Janeiro, Brazil) with postpartum women, revealed that 100% of participants perceived immediate contact as a  stimulating factor for breastfeeding. In addition to promoting affective bond and physiological stability, the method is a low-cost intervention with positive impacts for both baby and mother, contributing to a better quality of obstetric and neonatal care. 

RESUMEN 

El método canguro, o contacto piel con piel entre la madre o el padre y el recién nacido, consiste en colocar al bebé desnudo sobre el pecho del cuidador inmediatamente después del parto. Esta práctica ha demostrado beneficios importantes, como la estabilización de la temperatura corporal, el estímulo de la lactancia materna y la reducción de infecciones hospitalarias y de la mortalidad neonatal. Un estudio cualitativo realizado en una maternidad pública de Volta Redonda (RJ) con puérperas reveló que el 100% de ellas percibieron el contacto inmediato como un factor que favorece la lactancia. Además de promover el vínculo afectivo y la estabilidad fisiológica, el método es una intervención de bajo costo con impactos positivos tanto para el bebé como para la madre, contribuyendo a una mejor calidad de la atención obstétrica y neonatal. 

1. INTRODUÇÃO 

Segundo a World Health Organization (WHO, 2018), o puerpério é o período que compreende as primeiras seis semanas após o parto, durante o qual ocorrem diversas mudanças físicas, emocionais e hormonais no corpo da mulher. Compreende um momento de recuperação pósparto e de adaptação à nova rotina com o bebê. E durante esse período, a mãe e o bebê passam por um processo de estabelecimento de vínculo afetivo e, nesse contexto, o contato pele a pele tem sido amplamente estudado como uma intervenção que traz benefícios significativos para ambos (WHO, 2018).  

O puerpério, também denominado pós-parto, é o período posterior ao nascimento e, sob a perspectiva fisiológica, abrange os processos involutivos e de recuperação do organismo materno após uma gestação. O puerpério, embora, tenha um caráter gradual e progressivo deferido por essas manifestações é um período de demarcação temporal incerta, e pode ser dividido em: pós-parto imediato, do 1° ao 10° dia; pós-parto tardio, do 10° ao 45° dia; e pós-parto remoto, além do 45° dia (Rezende, 2017).  

Além disso, o método canguru, também conhecido como contato pele a pele, consiste em posicionar o recém-nascido nu, com contato direto com o peito da mãe ou do pai, logo após o nascimento. Essa intervenção tem sido associada a diversos benefícios para o bebê, como a estabilização da temperatura corporal, a promoção do aleitamento materno e a redução na incidência de infecções hospitalares e mortalidade neonatal (Luz et al., 2022).  

O contato pele a pele é uma prática que se mostra possível de ser efetuada, em diversos casos, logo após o nascimento, tanto pela via do parto vaginal quanto pela cesárea. A realização ou não desse procedimento vai depender das intercorrências durante a sua realização, como por exemplo as condições fetais de nascimento, em que o mesmo será recomendável sempre que possível (SBP, 2020).  

Diversos estudos científicos têm investigado os impactos do contato pele a pele no puerpério, fornecendo evidências sobre seus benefícios. Por exemplo, a pesquisa de Alves et al. (2020) mostrou que o contato pele a pele está associado a uma maior duração da amamentação exclusiva e a uma maior satisfação materna com a amamentação. Além disso, Campos et al. (2020) realizaram um estudo que demonstrou que o contato pele a pele promove a liberação de ocitocina, hormônio relacionado à sensação de bem-estar, favorecendo dessa forma o vínculo entre mãe e filho. 

No entanto, nem sempre essa prática é amplamente adotada e valorizada nas instituições de saúde e na sociedade em geral, pois a falta de conhecimento e de prática, a inexperiência e a não capacitação dos profissionais de saúde culminam na não abordagem do método, ou então na sua realização de maneira rápida (Marlin et al., 2019; Freire, 2019; Souza et al., 2020).  Diante desse contexto, o presente estudo visa investigar as experiências das puérperas sobre o contato pele a pele no puerpério, incluindo suas opiniões e possíveis dificuldades encontradas.

Apesar do conhecimento sobre a importância de se manter o contato pele a pele, a ausência de profissionais capacitados para priorizar e proporcionar esse momento é o que consta como principal problema para a efetivação do método. Por isso, faz-se necessário o desenvolvimento de novos estudos sobre o tema, o que é primordial para que a perpetuação dessa prática seja amplificada e incorporada em todos os serviços de saúde, público e particular, independente da via de parto escolhida.   

Segundo Silva et al. (2022), é sabido que o contato pele-pele imediato traz inúmeros benefícios para a puérpera e para o recém-nascido. A principal dificuldade de realização do contato pele a pele imediato se dá por conta da falta de capacitação dos profissionais envolvidos nesse cenário. Diante disto, quais são as percepções das mães a respeito do contato pele a pele imediato? 

O contato estabelecido entre parturiente e nascituro proporciona benefícios hormonais, sensoriais, fisiológicos, imunológicos e comportamentais, visto que fortalece o vínculo, incentiva o aleitamento materno, estimula o cuidar, proporciona alívio e tranquilidade aos envolvidos, estabiliza a temperatura corporal, o choro e a respiração,  auxiliando na colonização bacteriana pela microbiota cutânea da mãe e reduzindo as chances de intercorrências no pósparto (WHO, 2018; Moore et al., 2016; Kologeski et al., 2017).  

Neste contexto, este projeto tem como objetivo analisar a percepção de puérperas de um hospital público do município de Volta Redonda sobre o contato pele a pele imediato. Com isso, foi realizada uma revisão bibliográfica acerca da definição do contato pele a pele, de como esse procedimento é realizado e quais são os seus possíveis benefícios. Além disso, foi analisada a percepção das puérperas através de uma entrevista semiestruturada. E esta pesquisa pode contribuir para uma maior implementação dessa prática além de enriquecer o conhecimento e fornecer insights valiosos para profissionais da área da saúde, estudantes e puérperas.  

O conceito de Método Canguru foi iniciado em 1978 em Bogotá, na Colômbia, como uma solução para países em desenvolvimento, mas sem nenhuma normatização. Para que houvesse melhorias na aplicabilidade do método canguru, em 1989, Nathalie Charpak e Zita Figueroa de Calume alteraram as pautas iniciais do programa, além de inserir protocolos de inclusão, alta e seguimento baseados em avaliações científicas sistemáticas (Del Giudice et al.,1999).   No Brasil, este método desenvolveu características próprias, em que envolve estratégias para um cuidado individualizado e singular do bebê concomitante a participação da família nessas primeiras horas, que se deu como a valorização da rede de apoio social durante esse período do puerpério, bem como a preocupação da equipe hospitalar que atende à criança e o próprio espaço físico propício para esse momento (Ministério da Saúde, 2015).  

Dessa forma, sabe-se que promover o contato pele a pele é de suma importância para o desenvolvimento do bebê, e entre os benefícios cabe citar o estímulo sensorial gerado em bebês prematuros, em conjunto com as emoções e memória desenvolvida, o que propicia a secreção de ocitocina e potencializa o apego, cria um ambiente sólido para um melhor desenvolvimento, e com isso favorece o início da amamentação e progressão para uma maior produção de volume de leite, o contato ajuda a estabilizar os parâmetros vitais, o que auxilia na manutenção da temperatura corporal entre 36,5ºC e 37,5ºC, com isso favorece a adaptação à vida extrauterina com auxílio para o relaxamento e no ciclo do sono, além de fortalecer o vínculo entre mãe e filho (Ministério da Saúde, 2022a).  

De acordo com Rezende Filho (2022), a cesariana é um procedimento cirúrgico realizado para a extração do feto quando o parto vaginal não é possível ou seguro para a mãe ou o bebê. As indicações de cesárea podem ser divididas em absolutas e relativas. Sendo absolutas quando não houver possibilidade de se obter o concepto por vias naturais e relativas quando a cesariana for melhor para a parturiente e para o feto do que a via vaginal.   

Segundo Zugaib (2023), são algumas indicações para cesariana: apresentação cefálica; gestação múltipla de alto risco; idade materna avançada; sofrimento fetal; anormalidades cardiotocográficas; síndromes hemorrágicas agudas; iminência de rotura uterina; prolapso do cordão umbilical; malformações fetais; doenças maternas; intercorrências gestacionais graves entre outras. 

O Ministério da Saúde (2022b) define o nascimento normal como aquele que ocorre entre 37ª e 42ª semanas de gestação. Este período é considerado um tempo de gestação a termo, no qual o bebê está plenamente desenvolvido e pronto para nascer. O início espontâneo do trabalho de parto indica que o corpo da mãe está naturalmente iniciando o processo de parto, sem intervenções médicas como a indução.  

2. METODOLOGIA 

O levantamento bibliográfico foi realizado durante o período de agosto a outubro de 2023, nas seguintes bases de dados: Publisher Medline (Pubmed), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), além das diretrizes propostas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO).   

Para a estratégia de busca foram utilizados os seguintes descritores que foram retirados do Descritores em Ciências da Saúde (DEcS): Método Canguru; Período Pós-parto; Parto Humanizado; Entorno do Parto; e Humanização da Assistência, os quais foram combinados através dos operadores boleanos OR e AND. 

Nas referidas bases de dados foram realizadas buscas por artigos que atendessem aos seguintes critérios de inclusão: palavras-chave no título ou no resumo; palavras-chave nos textos publicados, inicialmente em língua portuguesa e posteriormente em língua inglesa.

Foram excluídos da amostra os artigos que não apresentaram relevância sobre o tema abordado e aqueles que não se enquadraram nos critérios de inclusão.  

As técnicas de coleta de dados foram por entrevistas semiestruturadas, antes e depois do parto, além de observação participante e análise dos prontuários. 

O método qualitativo, que será proposto no trabalho, direciona ao estudo da história, das relações das representações, crenças, percepções e opiniões, resultados das interpretações que os seres humanos fazem a respeito de como vivem, constroem seus artefatos e a si mesmos (Minayo, 2014). 

A pesquisa qualitativa foi realizada em um alojamento conjunto de uma maternidade pública localizada no Hospital São João Batista, na cidade de Volta Redonda, no estado do Rio de Janeiro.  

Nesse caso, a população do estudo foi composta por puérperas internadas na maternidade por ocasião do parto. O critério de inclusão foram todas as puérperas com parto a termo, isto é, entre a 37ª e 41ª semanas. Foram entrevistadas 21 puérperas, ao total, em um período de 15 dias específicos no mês de abril de 2024. Os critérios de exclusão utilizados na pesquisa foram: mulheres que tiveram natimortos; mulheres com transtornos mentais; mulheres com complicações médicas graves durante o parto ou o pós-parto, infecções graves, infecções contagiosas ou complicações cardíacas; mães que tiveram bebês prematuros ou com baixo peso ao nascer que foram encaminhados diretamente para a unidade de terapia intensiva neonatal. 

Dentro disso, foi excluída apenas uma entrevistada, cujo parto foi de um bebê prematuro.  Optou-se por manter o anonimato das entrevistadas, utilizando-se, para a identificação dos depoimentos, as iniciais abreviadas dos nomes das grávidas e puérperas, em conjunto ao número do alojamento. 

O presente projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do UniFOA e teve aprovação, número do CAAE: 77393623.1.0000.5237.  

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 

Realizaram-se entrevistas com 21 mulheres, no pré-parto e pós-parto. Na análise das falas, foram selecionados 4 depoimentos a fim de se relatar os resultados parciais. Dentro desse contexto, através da literatura revisada e diante das entrevistas realizadas, foi possível perceber que o contato pele a pele traz inúmeros benefícios à mãe e ao bebê, que serão descritos a seguir.  As opiniões expressas nos comentários selecionados estão alinhadas com o que se espera no primeiro contato entre a mãe e o recém-nascido. Esse momento gera esperança entre as puérperas em relação à expectativa do nascimento e à proximidade entre ambos. Mesmo que inicialmente haja descrença, é notável que as opiniões mudam quando elas efetivamente recebem o bebê.  

“[…] ele estava chorando e quando colocou ele do nada parou de chorar… as minhas primas haviam me falado sobre isso, eu achava que era bobagem, porém depois que vivemos a experiência é muito lindo.” (A. P. R. puérpera; alojamento 1; informação verbal).  
“[…] deve ser emocionante. Quando eu tive a minha primeira filha minha pressão estava bem alta, tive que tomar anestesia geral após o nascimento então eu não vi ela, fui ver bem depois.”  (A. V. N. gestante; alojamento 3; informação verbal). 

Dessa forma, podemos observar que o contato pele a pele acalma o bebê e a mãe, que entram em sintonia única proporcionada por esse momento, conforme apontado pela Organização Mundial da Saúde (2006).   

Os trechos dos depoimentos descritos revelam-se como uma perspectiva essencial para fundamentar de maneira verídica o propósito apresentado pela pesquisa. Além da expectativa gerada, elas também trazem um sentimento de alívio e conforto ao constatar que o contexto do nascimento está em ordem, pois todas esperam que tudo corra bem com o recém-nascido. 

Os resultados obtidos por meio das entrevistas semiestruturadas realizadas evidenciam o potencial que o contato pele a pele tem para promover um cuidado humanizado e seguro, proporcionando inúmeros benefícios à mãe e ao seu bebê.  

Além disso, as palavras mencionadas revelam uma perspectiva essencial que fundamenta de maneira verídica o propósito da pesquisa, trazendo também um sentimento de alívio e conforto. Ao constatar que o contexto do nascimento está em ordem, todos esperam que o recém-nascido esteja bem. 

Dessa forma, na prática, a estimulação ao aleitamento é exemplificada de forma significativa, já que 100% das puérperas relataram que o contato imediato após o parto estimula o aleitamento, como pôde ser observado na entrevista da seguinte puérpera:   

“[…] quando ele vem direto pra gente, o calor materno que ele tem com a gente já de primeira mão é uma coisa muito importante, como quando o bebê vem e você já coloca ele no peito, logo ele já para de chorar, ele sente o carinho ali.” (V. P. C. gestante; alojamento 3; informação verbal).  

Sendo assim, de acordo com Almeida e Filho (2004), o contato precoce pele a pele pode estimular a produção de ocitocina, um hormônio crucial para a ejeção do leite, além de fortalecer o vínculo entre mãe e bebê, o que é fundamental para o início e a manutenção do aleitamento materno exclusivo.    

Portanto, ao analisar a percepção das puérperas, elas percebem o contato pele a pele imediato como uma experiência positiva e enriquecedora. Muitas delas relatam sentimentos de felicidade, conexão e acolhimento ao segurarem seus recém-nascidos logo após o parto, como relatado na seguinte entrevista:  

“Não tem palavras, porque você cria toda uma expectativa durante a gestação, de conhecer o bebê, de como é o bebê, como vai estar, então naquele momento que você vê aquele rostinho, aquela carinha que coloca, que dá aquela tremidinha de boca, é lindo gente, é uma sensação maravilhosa.”  (T. G. L., puérpera; alojamento 2; informação verbal).  

Diante disso, a experiência do contato pele a pele revela-se fundamental para as puérperas, que a percebem como um momento de profunda conexão e alegria. Os relatos indicam que essa interação não apenas fortalece os laços afetivos entre mãe e filho, mas também contribui para o bem-estar emocional das mães. A descrição vívida da puérpera demonstra como esse instante único é capaz de despertar sentimentos intensos e positivos, reafirmando a importância de práticas que favoreçam essa aproximação imediata após o nascimento. Assim, promover o contato pele a pele deve ser uma prioridade nas rotinas de cuidado materno e neonatal, visando a saúde e o vínculo familiar.  

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 

O contato pele a pele entre mãe e recém-nascido  tem se mostrado uma prática fundamental para a promoção de vínculo afetivo, estabilização fisiológica e estímulo ao aleitamento materno. Além de ser uma intervenção de baixo custo, seus benefícios se estendem tanto para o bebe quanto para a mãe, refletindo diretamente na qualidade da assistência prestada no contexto obstétrico e neonatal. 

Frente a esse contexto, o presente estudo de revisão bibliográfica permitiu conhecer a importância do contato pele a pele e seus benefícios para a puérpera e o concepto. Assim como, informações sobre quando deve ser realizado e suas indicações e contraindicações. 

Em relação a pesquisa, foi possível perceber que o contato pele a pele foi recomendado por 100% das mulheres participantes, visto ainda como algo positivo e de fundamental importância para estabelecimento de vínculo entre mãe e filho, e um facilitador da amamentação. 

A implementação dessa prática enfrenta ainda desafios, como a falta de capacitação dos profissionais e a ausência de protocolos bem definidos nas instituições de saúde. No entanto, diante das evidências que a respaldam, é evidente a necessidade de qualificar os profissionais que atuam nos centros obstétricos, visando um cuidado mais humanizado e centrado nas necessidades da mãe e do recém-nascido. 

Uma possível limitação do estudo foi não saber quanto tempo levou o contato pele a pele, uma vez que esses dados foram relatados pelas mulheres. Uma sugestão é a realização de novos estudos com o intuito de conhecer o ponto de vista dos profissionais de saúde sobre a realização do contato pele a pele. 

Diante disso, a importância deste estudo está em dar visibilidade a uma prática que, embora muitas vezes passe despercebida na rotina hospitalar, tem seus benefícios e efeitos positivos comprovados cientificamente. A expectativa é que esta pesquisa estimule novas investigações e contribua para a formação de profissionais mais conscientes, comprometidos com atitudes baseadas em evidências e capazes de promover cuidados mais respeitosos, reconhecendo o início da vida como um momento único e sagrado. 

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1Universidade Fundação Oswaldo Aranha.
2Universidade Fundação Oswaldo Aranha.
3Universidade Fundação Oswaldo Aranha.
4Universidade Fundação Oswaldo Aranha.