O AUMENTO DOS CASOS DE HANSENÍASE MULTIBACILAR NAS REGIÕES NORTE E NORDESTE NA ÚLTIMA DÉCADA.

THE INCREASE IN CASES OF MULTIBACILLARY LEPROSY IN THE NORTH AND NORTHEAST REGIONS IN THE LAST DECADE.

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8161256


Jaqueline Soares Munhoz1
Liciane Sirley Forgiarini2
Venâncio Antônio Lonczynski3
Viviane Mendes de Oliveira4
Luciano de Oliveira Souza Tourinho5


RESUMO

A Hanseníase uma doença segregante, silenciosa, subdiagnosticada com graves e históricos impactos sociais, causada pelo Mycobacterium leprae, que desde seu surgimento causa profunda preocupação sanitária, em que pese conquistarmos sensível redução dos números gerais diagnosticados na última década, retoma sua ascensão nos casos das variantes multibacilares especialmente nas regiões Norte e Nordeste. O presente estudo tem como objetivo geral apresentar as razões que ocasionam o referido aumento epidemiológico apontado. Como objetivos específicos, verificar aspectos epidemiológicos, controle sanitário, imunológicos, genéticos, clínicos, ambientais e sociais. Serão avaliados esses indicadores para apontar qual dos mesmos está sendo determinante para o aumento dos casos das variantes hansênicas de maior gravidade. O impacto do presente estudo estabelece a relação direta ou indireta para o avanço dos casos alertando os profissionais e gestores da saúde para uma atuação precisa e fundamentada cientificamente. Pelo grave impacto econômico, social, na saúde coletiva considerando a comorbidade e incapacidade gerada, a hanseníase em suas formas mais graves deixam sequelas irreversíveis que podem serem evitadas com uma atuação precisa e eficaz. O presente estudo utiliza de pesquisa bibliográfica quanto aos métodos , utilizando recentes publicações científicas, disponíveis em  sítios eletrônicos e físicos disponíveis. A pesquisa será do tipo qualitativa com natureza aplicada utilizando-se de método exploratório diante da escassa bibliografia considerando ser recente a identificação do aumento epidemiológico da Hanseníase multibacilar. As bases de dados utilizadas foram PubMed, SVB, SCIELO, CICT–FIOCRUZ, Google acadêmico, artigos científicos, teses, dissertações, livros e outras fontes de informação acadêmica. Observou-se a inexistência de estudo similar ou que abordasse o assunto com propósito capaz de explicar o fenômeno proposto no presente estudo, muito embora expandiu-se nacional e internacional a busca pelos dados a serem considerados capazes de explicar os eventos investigados. Diante da  inexistência de claro e objetivo resultado ao qual se perseguiu com o manejo dos estudos já realizados, resta concluir pela necessidade de seguimento disciplinado no foco e especificidade adequada e necessária para exploração direcionada dos fatores que afetam direta e indiretamente o aumento da incidência dos casos, considerando todas as variáveis etiológicas, biológicas, técnicas, clínicas, ambientais e sociais para reverter o triste quadro de agravamento da condição sanitária apontada é caracterizada. 

Palavras-chave: Hanseníase. Variantes Multibacilares,. Incidência. Norte. Nordeste. Última década.

ABSTRACT

Leprosy is a segregating, silent, underdiagnosed disease with serious and historical social impacts, caused by Mycobacterium leprae, which since its emergence has caused deep health concern, in spite of achieving a significant reduction in the general numbers diagnosed in the last decade, it resumes its rise in cases of multibacillary variants especially in the North and Northeast regions. The present study has the general objective of presenting the reasons that cause the aforementioned epidemiological increase. As specific objectives, verify epidemiological, sanitary control, immunological, genetic, clinical, environmental and social aspects. These indicators will be evaluated to point out which of them is being decisive for the increase in cases of the most severe leprosy variants. The impact of the present study establishes a direct or indirect relationship with the advancement of cases, alerting health professionals and managers to a precise and scientifically based action. Due to the serious economic and social impact on collective health, considering the comorbidity and disability generated, leprosy in its most serious forms leaves irreversible sequelae that can be avoided with precise and effective action. The present study uses bibliographical research regarding the methods, using recent scientific publications, available in electronic and physical sites available. The research will be of a qualitative type with an applied nature, using an exploratory method in view of the scarce bibliography, considering that the identification of the epidemiological increase of multibacillary leprosy is recent. The databases used were PubMed, SVB, SCIELO, CICT–FIOCRUZ, academic Google, scientific articles, theses, dissertations, books and other sources of academic information. There was no similar study or one that approached the subject with a purpose capable of explaining the phenomenon proposed in the present study, although the search for data to be considered capable of explaining the investigated events expanded nationally and internationally. Given the lack of a clear and objective result pursued with the management of the studies already carried out, it remains to be concluded that there is a need for disciplined follow-up in the focus and adequate and necessary specificity for the directed exploration of the factors that directly and indirectly affect the increase in the incidence of cases , considering all the etiological, biological, technical, clinical, environmental and social variables to reverse the sad picture of worsening of the identified /and characterized sanitary condition.

Keywords: Leprosy. Multibacillary variants,. Incidence. North. North East. Last decade.

1 INTRODUÇÃO

1.1 RESUMO DA LITERATURA 

1.1.1 Aspectos Históricos

A hanseníase é considerada uma das doenças mais antigas do mundo. Estudos fazem acreditar que a doença tenha surgido no Oriente e se espalhado pelo mundo por tribos nômades ou por navegadores. Existem relatos nas escrituras bíblicas ainda sob a nomenclatura de Lepra, que também ficou conhecida com mal de Lázaro. Antigamente a enfermidade era associada ao pecado, à impureza, à desonra. Por falta de um conhecimento específico, era muitas vezes confundida com outras doenças, principalmente as de pele e venéreas. Sendo assim, surgia um grande preconceito em relação ao seu portador: a transmissão da doença pressupunha um contato corporal, muitas vezes de natureza sexual e, portanto, pecaminoso (MATTOS; DM FORNAZARI; SK, 2005).

Segundo Johannes Krause, paleontogeneticista da Universidade de Tübingen, que junto com outros cientistas, liderou um estudo que usou o método de fragmentação do DNA afim de decifrar o genoma da lepra medieval, onde mostrou que há 4 mil anos antes de Cristo, no norte da África, em muitos registros históricos indicavam a presença da hanseníase, além de descrições em papiros egípcios, múmias desse período encaixam-se no perfil da doença, a única transmitida por um micro-organismo que deixa marcas bastante particulares nos ossos.

A comparação entre as variações antigas e contemporâneas indicou que o bacilo medieval assemelha-se ao patógeno que circula hoje na Turquia e no Irã, o que também pode deslocar o ponto de disseminação da hanseníase para aquela região. “O que sabemos é que o bacilo surgiu ou no Oriente Médio ou na África e, com as migrações, começou a se disseminar”, afirma Johannes (OLIVETO; PALOMA, 2013).

 Apesar de ser uma das doenças mais antigas da história, o agente causador só foi isolado no ano de 1873, pelo médico norueguês Gerhard Armauer Hansen (COURA, 2005). Atualmente, mesmo com a progressão das tecnologias e ciências, ainda existem doenças que podemos considerar silente, cuja culpa não é apenas das políticas públicas, mas  também  da  população  que  muitas  vezes fazem descaso da existência e da importância. É o caso da  Hanseníase, que é uma doença que tem uma marca importante na história, onde  o preconceito  ainda  é segregante nos  dias  atuais,  faltando informação   correta   e   esclarecimentos   sobre   o   assunto,   principalmente,   nas populações consideradas mais desprovidas (NUNES; LIMA, 2019).

1.1.2 Aspectos Clínicos

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada pelo Mycobacterium leprae (M. leprae), ou bacilo de Hansen que possui importância global, pois apesar de erradicada em alguns países desenvolvidos, permanece com elevada incidência em países em desenvolvimento, estando presente em 145 países e territórios do globo (WHO, 2019). 

O M. leprae pertence à ordem Actinomycetales e a família Mycobacteriaceae, morfologicamente mede de 1 a 8 µm de comprimento e 0,3 µm de diâmetro, possui formato reto ou levemente encurvado com as extremidades arredondadas. Esse bacilo é um microrganismo intracelular obrigatório, predominantemente de macrófagos, onde formam aglomerados paralelos e sua reprodução se dá por divisão binária. Caracteriza-se como Gram-positivo álcool-ácido resistente quando exposto ao método de coloração de Ziehl-Neelsen, apresentando corados irregulares ou granulares (ALVES; FERREIRA; FERREIRA, 2014).

De forma resumida a hanseníase “é uma doença crônica, infectocontagiosa[…], que infecta os nervos periféricos e, mais  especificamente,  as  células  de  Schwann”  (BRASIL,  2020).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica a hanseníase, desde 1982, pelo índice baciloscópico menos que 2 como paucibacilar e maior ou igual a 2 como multibacilar, facilitando a identificação da forma terapêutica adequada para cada caso (WHO, 2023). 

A transmissão ocorre quando uma pessoa com hanseníase, na forma infectante da doença, sem tratamento, elimina o bacilo para o meio exterior, infectando outras pessoas suscetíveis, ou seja, com maior probabilidade de adoecer. A forma de eliminação do bacilo pelo doente são as vias aéreas superiores (por meio do espirro, tosse ou fala), e não pelos objetos utilizados pelo paciente. Também é necessário um contato próximo e prolongado. Os doentes com poucos bacilos – paucibacilares (PB) – não são considerados importantes fontes de transmissão da doença, devido à baixa carga bacilar (OMS, 2020).

Não se transmite a hanseníase pelo abraço, compartilhamentos de pratos, talheres, roupas de cama e outros objetos. Já as pessoas com muitos bacilos – multibacilares (MB) – constituem o grupo contagiante, mantendo-se como fonte de infecção enquanto o tratamento específico não for iniciado. A hanseníase apresenta longo período de incubação, ou seja, o tempo em que os sinais e sintomas se manifestam desde a infecção. Geralmente, esse período dura em média de dois a sete anos; porém, há referências a períodos inferiores a dois e superiores a dez anos (OMS, 2020).

Em 1988, foram estabelecidos critérios clínicos com relação às lesões, sendo paucibacilares casos com até cinco lesões cutâneas e/ou um tronco nervoso acometido e multibacilares casos com  mais de cinco lesões cutâneas e/ou mais de um tronco nervoso acometido (BACKER, 2005; WHO, 2023). 

Com classificação realizada de acordo com um tipo de padrão clínico de hanseníase Paucibacilar e multibacilar caracterizam-se por: o primeiro tipo é indeterminado (HI), classificado como paucibacilar. E é considerada a primeira fase da doença. Seu período de incubação pode durar de dois a cinco anos em média, emergem manchas hipocrômicas com alteração da sensibilidade ou áreas de hipoestesia da pele.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2020), os sinais e sintomas mais frequentes apresentados na hanseníase são manchas brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas em áreas da pele com alteração da sensibilidade térmica, tanto ao calor como ao frio, e dolorosa principalmente ao tato; Há comprometimento dos nervos periféricos, geralmente espessamento (engrossamento), associado a alterações sensitivas, motoras e autonômicas; Áreas com diminuição dos pelos e do suor; Sensação de formigamento e fisgadas, principalmente em mãos e pés; Diminuição ou ausência da sensibilidade e da força muscular na face, nas mãos e nos pés; Caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.

Dado conhecimento das formas paucibacilares, temos    também    as multibacilares que são a Hanseníase virchowiana (HV) e a Hanseníase borderline ou dimorfa. A primeira HV é uma forma clínica da doença com suscetibilidade ao bacilo, inicialmente  de  progressão  lenta,  avançando  pelas áreas  do  tegumento,  múltiplos troncos nervosos, e inclusive outros órgãos, sem que o paciente sinta os sintomas, até que surjam máculas mal definidas, discretamente hipocrômicas ou eritematosas (BRASIL, 2020). 

A evolução da doença provoca piora do eritema e infiltração, pele luzidia, com poros dilatados, com pápulas, nódulos e tubérculos sobre estas áreas. Geralmente  a região frontal, centro medial da face, e lóbulos da orelha, além de extensas áreas do tegumento são comprometidas. Além das superfícies extensoras, como antebraços, dorso das mãos e extremidades, tanto dos membros superiores, como dos inferiores. Progressivamente acontece a perda sensitiva e a motora, que leva à perda da função, atrofia  muscular,  paralisias,  deformidades  e  contraturas (SOUZA, 1997). 

A  doença ainda pode acometer outros órgãos e partes do corpo como olhos, rins, fígado, baço e testículos, entre outros agravantes. A segunda forma multibacilar da  hanseníase  é a borderline ou  dimorfa (HD). Possui acima de cinco lesões, compromete dois ou mais nervos e quadro reacional mais frequente (BRASIL, 2020). Nesse quadro se observa instabilidade imunológica, provocando diversas manifestações clínicas, tanto na pele, quanto nos nervos. Suas características morfológicas  se   entrelaçam   entre aspectos   de   HV   e   HT.   Se desenvolvem placas eritematosas, manchas hipocrômicas, manchas eritematosas ou acastanhadas,  placas  eritemato-ferruginosas  ou  violáceas,  com  bordas  internas nítidas e limites externos difusos (BRASIL, 2020).

Araújo (2003) afirma que a forma clínica borderline pode ser encontrada como borderline-borderline,  onde  o  mesmo  paciente  pode  apresentar   numerosas  lesões cutâneas,  de  diversos tipos  e  dimensões,  máculas,  pápulas  e  placas,  de  tamanhos variados, com margens de diferentes aspectos, sendo relacionados a essa variação clínica dermatológica, fatores bacteriológicos, histopatológicos e imunológicos (ARAÚJO, 2003).

2 MATERIAIS E MÉTODOS 

Identificar a razão pela qual houve na última década aumento da incidência dos casos de Hanseníase Multibacilar nas regiões do Norte e Nordeste, com a finalidade de apontar a melhor estratégia científica sanitária na prevenção, tratamento e consequente redução dos dados epidemiológicos. Realizou-se uma abordagem qualitativa de natureza de pesquisa básica. Adotou-se pesquisas explicativas, e em relação aos procedimentos a pesquisa foi bibliográfica. 

Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, a partir da investigação do tema realizado em bases de dados, como SCIELO, CICT–FIOCRUZ, PUBMED, BVS, Google Acadêmico. Serão coletados artigos que façam abordagem a temática sobre a Hanseníase. Utilizou-se a metodologia de revisão da literatura em análise e descrição de um corpo do conhecimento em busca de resposta a uma pergunta específica.

Como critério de inclusão utilizou-se descritores como: Hanseníase; Variantes multibacilares; Incidência; Norte; Nordeste; Última década. Artigos científicos publicados de 2013-2023 na língua portuguesa, inglesa e espanhola, bem como critérios de exclusão: artigos científicos publicados antes de 2013 em outras línguas  

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O estudo que segue considerou as publicações com viés analisado quanto ao impacto, interferência no aumento da incidência de casos da Hanseníase multibacicar nas Regiões Norte e Nordeste, porém com expansão dos estudos da doença em todo o território nacional e internacional com a intenção de buscar os desfechos capazes de explicar o fenômeno objeto de nosso estudo. Houve considerada dificuldade em apontar indicadores estudados com o respectivo enfoque, mostrando a necessidade de aprofundamento específico do caso explorado.

O presente estudo busca revelar os principais fatores diretos e indiretos capazes de explicarem o aumento dos índices de incidência da Hanseníase Multibacilar nas regiões Norte e Nordeste para que de forma eficaz, direta e otimizada busque implantar e direcionar os esforços dos profissionais da saúde e da Administração Pública,  fundamentada técnica e cientificamente a realizarem e implementarem a melhor e mais eficaz ação sanitária, política, prevenindo as populações vulneráveis de tamanho mal.

Existem importantes aspectos que a pesquisa trará significativa melhora, o primeiro deles consiste na evolução científica, pesquisa acadêmica, com abordagens seguindo métodos para melhor compreensão dos fenômenos que interferem na saúde doença, na história natural da doença. Outro importante aspecto consiste no filtro técnico de escolha dos trabalhos e pesquisas científicas capazes de impactar positivamente na saúde dos doentes, apresentando o melhor mecanismo de controle da Hanseníase multibacilar.

A principal importância da presente pesquisa reside no oferecimento de informações científicas idôneas para os profissionais e gestores de saúde no combate ao aumento dos casos em estudo.

Os fatores genéticos e imunológicos da população do norte e nordeste tem apresentado menor resistência à patogenicidade da Hanseníase. Com o advento da pandemia da Covid-19 houve desestruturação das ações preventivas e acompanhamento dos doentes e comunicantes de Hanseníase. Nas regiões Norte e Nordeste do Brasil os pacientes e comunicantes tem apresentado baixa adesão ao tratamento da Hanseníase. A Micobacteria Leprae na última década desenvolveu maior resistência ao tratamento convencional realizado na rede de atenção básica de saúde. A condição econômica, social e sanitária da população em estudo sofreu agravamento com o aumento da pobreza, fome e dos fatores sanitários causando a elevação dos casos de Hanseníase multibacilar.

3.1.1 Fatores Imunológicos 

Além dos fatores socioeconômicos, a hanseníase também está associada a fatores imunológicos. A resposta imunológica do indivíduo desempenha um papel importante na suscetibilidade e progressão da doença. Diferenças genéticas e fatores imunológicos individuais podem influenciar a resposta do organismo à infecção pelo Mycobacterium leprae. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020).

Estudos têm sido realizados para compreender melhor os fatores imunológicos específicos relacionados à hanseníase nessas regiões. A análise dos perfis de citocinas, como o equilíbrio entre as respostas Th1 e Th2, e a investigação de marcadores genéticos relacionados à suscetibilidade à doença são algumas das abordagens utilizadas nessa área de pesquisa (DUTHIE; M, 2018).

No entanto, é importante ressaltar que a hanseníase é uma doença complexa, influenciada por múltiplos fatores, e a compreensão completa de sua epidemiologia e fatores de risco requer estudos abrangentes e atualizados que levem em consideração as características específicas da população do Norte e Nordeste do Brasil (SOUZA; C M, 2019). 

3.1.2 Fatores determinantes

Embora a doença esteja diminuindo globalmente, ela ainda é endêmica em algumas áreas do nordeste do Brasil. Vários fatores contribuem para a alta incidência e prevalência da hanseníase nessa região. Os fatores determinantes incluem a situação socioeconômica, pois a pobreza e a desigualdade socioeconômica são  determinantes importantes da hanseníase. O nordeste do Brasil enfrenta grandes desafios de pobreza, falta de acesso a serviços de saúde adequados, más condições de moradia e baixa qualidade de vida que podem contribuir para a disseminação de doenças (MOURA; ML DUPNIK; KM, 2013).

As condições climáticas e ambientais do Nordeste (como alta temperatura, baixa umidade e falta de saneamento  em algumas áreas) podem facilitar a transmissão da doença. A hanseníase é transmitida principalmente por gotículas, e as más condições de vida  podem aumentar a exposição e  disseminação da bactéria. 

O Nordeste é uma região que passou por intensos processos de migração e urbanização nas últimas décadas. A concentração populacional em áreas urbanas densamente povoadas, muitas vezes com infraestrutura precária, pode criar condições favoráveis ​​para a disseminação da hanseníase.   

A falta de acesso a serviços de saúde, incluindo diagnóstico precoce e tratamento adequado, é um fator chave. A detecção precoce e o tratamento oportuno são essenciais para prevenir a transmissão da doença. No entanto, o sistema de saúde da região apresenta muitas deficiências que dificultam o diagnóstico e o tratamento adequados (ALENCA; CH RAMOS JR; AN, 2013).  

A falta de educação e conscientização sobre a hanseníase também pode contribuir para os surtos contínuos de hanseníase no Nordeste. O estigma associado a esta doença podem levar a atrasos no diagnóstico e tratamento, bem como ao ocultamento de casos.   

É importante ressaltar que a hanseníase é uma doença complexa e multifatorial e que esses determinantes interagem entre si. Enfrentar esses desafios requer uma abordagem abrangente que inclua melhores condições socioeconômicas, acesso a serviços de saúde de qualidade, programas de conscientização e educação e medidas de controle de doenças, como detecção precoce e tratamento adequado (SALES; A M PONCE DE LEON, 2013).

3.1.3 Diagnóstico

Os casos de hanseníase são diagnosticados por exame físico dermatológico e neurológico de rotina para identificar lesões cutâneas ou áreas de envolvimento sensitivo e/ou nervoso periférico alterado com alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas. Casos com suspeita de envolvimento nervoso sem lesões cutâneas (suspeita de hanseníase neuropática primária) e alterações sensitivas e/ou autonômicas suspeitas e sem lesões cutâneas evidentes devem ser encaminhados para serviços de saúde mais sofisticados para confirmação do diagnóstico. Nesse serviço, esses pacientes são incentivados a repetir exames dermatológicos e neurológicos minuciosos, exames laboratoriais (histopatologia de pele sensível ou nervos periféricos) e/ou coleta de dados para outros exames  mais complexos. Testes para identificar defeitos individuais da pele ou dos nervos e fazer um diagnóstico diferencial de outras neuropatias periféricas (OMS, 2020).

O diagnóstico precoce da hanseníase em crianças requer uma avaliação mais cuidadosa porque os testes de sensibilidade são difíceis de usar e interpretar, e isso é fundamental para prevenir a progressão da doença, reduzir o risco de incapacidades e interromper a transmissão da infecção. É importante estar atento a sinais e sintomas característicos, como manchas hipocrômicas ou eritematosas, perda de sensibilidade e alterações neurológicas.” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020). Casos de hanseníase em crianças podem indicar transmissão ativa da doença, principalmente entre familiares. Por esse motivo, as investigações de contato devem ser fortalecidas. 

O diagnóstico de hanseníase deve ser aceito como qualquer outra doença tratável. No entanto, se causar sofrimento mental tanto para a pessoa acometida pela doença quanto para aqueles em sua família ou redes sociais, essa situação requer uma abordagem adequada da equipe médica para um melhor  tratamento e decisões para lidar com o problema psicossocial. Esse cuidado qualificado deve ser prestado não apenas durante o tratamento da doença, mas também desde o momento do diagnóstico e, se necessário, após a alta (OMS, 2020).

O Guia da OMS de Saúde das Pessoas Acometidas pela Hanseníase é uma ferramenta que permite ao paciente acompanhar e documentar seu tratamento e obter orientações sobre sua doença, direitos e autocuidado. Como ferramenta de registro, é importante para a gestão do cuidado da equipe médica, mas é do paciente. A cartilha deve ser entregue ao paciente no momento do diagnóstico.

3.1.4 Tratamento e Controle

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento e acompanhamento de pacientes em unidades médicas básicas e de referência sem a necessidade de internação. O tratamento da hanseníase é baseado em uma poliquimioterapia, que combina o uso de múltiplos medicamentos antibióticos, como rifampicina, dapsona e clofazimina, visando a erradicação do bacilo e a prevenção de reações e sequelas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020). Essa combinação reduz a resistência dos bacilos, que muitas vezes ocorre  quando se usa apenas um medicamento, tornando a doença incurável.  A duração do tratamento varia de acordo com a forma clínica da doença. Para pacientes com hanseníase oligo bacteriana (PB), a duração do tratamento é de seis meses, e para pacientes com hanseníase polimicrobiana (MB), a duração do tratamento é de 12 meses. Medicamento seguro e eficaz. Mesmo quando o tratamento é iniciado, a doença para de se espalhar (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020).

Além do tratamento de suporte, familiares, colegas e amigos também precisam ser cuidadosos. Durante as consultas mensais, os pacientes recebem uma nova embalagem de Poliquimioterapia Unificada (PCT-U ) e são acompanhados por um profissional de saúde, em dosagem monitorada. Outras doses da tira Poliquimioterapia Multidrogas (MDT-U) são tomadas em casa. Quando o paciente completou regularmente o tratamento medicamentoso, significa que tomou todas as doses corretas do medicamento pelo tempo prescrito (seis ou doze meses), inclusive sob supervisão, e após uma boa avaliação na última consulta médica, o paciente recebe  alta para se recuperar. Quando necessário, e a critério do médico, durante ou após a terapia medicamentosa, alguns pacientes podem ser encaminhados para um Centro de Referência em Hanseníase, para posterior avaliação clínica  e  prescrição de medicamentos, exceto o PCT-U (WHO, 2020).

 Gravidez e lactação não são contra-indicados ao uso de PCT-U;  Pessoas com peso inferior a 30 kg devem usar a dosagem do medicamento adequada à sua condição;  O uso de anticoncepcionais orais pode ser reduzido pelo uso de rifampicina;  Caso haja necessidade de esquemas alternativos ao PCT-U, o SUS também disponibiliza gratuitamente esses medicamentos;  É importante que as pessoas que entram em contato com um paciente com hanseníase também sejam avaliadas por um profissional médico (WHO, 2020).

3.1.5 Adesão do paciente ao tratamento

A adesão ao tratamento da hanseníase é um desafio em algumas regiões, inclusive no Nordeste do Brasil. Vários fatores específicos podem influenciar a descontinuação do tratamento e a má adesão do paciente nessa região. Esses fatores incluem condições socioeconômicas, onde a pobreza e a desigualdade socioeconômica prevalecem em muitas áreas do Nordeste. Dificuldades financeiras e  acesso limitado a serviços médicos podem dificultar a adesão ao tratamento (SANTOS; MA PENNA; ML, 2015). 

Em algumas áreas rurais e remotas do Nordeste, o acesso regular aos serviços de saúde é difícil devido à falta de infraestrutura de transporte adequada e às distâncias dos centros de saúde, o que pode dificultar a manutenção do tratamento (SOUZA; CDF SILVA; GD MOURA; MEB, 2020). 

O estigma associado à hanseníase pode levar a situações de discriminação e isolamento social. Isso pode afetar negativamente a adesão ao tratamento, pois os pacientes podem temer ou estigmatizar a revelação de seu diagnóstico. A falta de conhecimento sobre a hanseníase e seu tratamento adequado pode ser enganosa e levar à falta de compreensão da importância de aderir ao tratamento abrangente. Campanhas de educação e conscientização são essenciais para superar esses obstáculos. É importante enfatizar que esses fatores se influenciam mutuamente e podem diferir entre as comunidades e sub-regiões do Norte e Nordeste (OLIVEIRA; MLW PONTES; CA, 2020).

Os programas de saúde pública voltados para a hanseníase devem considerar esses aspectos a fim de desenvolver estratégias efetivas de prevenção, diagnóstico precoce e garantia da adesão ao tratamento. Além disso, é fundamental que os profissionais de saúde sejam devidamente treinados para lidar com as complexidades associadas à adesão do paciente e fornecer suporte adequado para garantir a continuidade do tratamento (LESSA; F BARRETO; JG, 2016).

3.1.6 Abandono do paciente ao tratamento

O abandono do tratamento da hanseníase no Nordeste do Brasil é uma questão preocupante que afeta a eficácia do controle da doença. O abandono do tratamento é definido como a interrupção do uso regular dos medicamentos prescritos antes da conclusão do período recomendado, o que pode levar a complicações, recidivas e transmissão contínua da doença (FERREIRA; F BARRETO; JG, 2009).

Vários fatores têm sido identificados como contribuintes para o abandono do tratamento da hanseníase no Nordeste. Um dos principais fatores é a falta de informações adequadas sobre a doença e seu tratamento. A falta de conhecimento pode levar a mal-entendidos, medos infundados e crenças errôneas sobre a hanseníase, o que pode levar ao abandono do tratamento (MARTINS MELO; FR LIMA; MS, 2016).

Além disso, questões socioeconômicas desempenham um papel significativo no abandono do tratamento. A pobreza, a falta de acesso a serviços de saúde de qualidade, a distância das unidades de saúde e a falta de transporte adequado são desafios enfrentados pelos pacientes no Nordeste, dificultando a adesão ao tratamento (CUNHA; MD MONTEIO; LD, 2017). Muitos pacientes enfrentam dificuldades financeiras para se deslocar até os centros de saúde e para arcar com os custos de transporte e medicação.

Outro fator importante é o estigma associado à hanseníase. A doença ainda é cercada por estigmas e preconceitos, o que pode levar os pacientes a esconder sua condição e evitar o tratamento adequado. O medo do estigma social, a discriminação e a exclusão podem influenciar negativamente a adesão e levar ao abandono do tratamento.

É fundamental implementar estratégias eficazes para enfrentar o abandono do tratamento da hanseníase no Nordeste. Isso inclui ações de educação em saúde para aumentar a conscientização sobre a doença, seus sintomas, o tratamento disponível e os benefícios da adesão. A abordagem deve ser culturalmente sensível e adaptada às necessidades e realidades locais.

Além disso, é necessário garantir o acesso aos serviços de saúde, fornecendo transporte adequado e reduzindo as barreiras financeiras. O fortalecimento da capacidade das equipes de saúde para identificar e abordar o abandono do tratamento, bem como a promoção de parcerias com organizações locais, comunidades e líderes religiosos, também são estratégias importantes (MARTINS MELO; FR ALENCAR; CH, 2015).

4 CONCLUSÃO

A elevação dos dados epidemiológicos da Hanseníase multibacilar nas Regiões Norte e Nordeste divergente da redução dos números gerais da doença, no presente estudo não logrou-se êxito em identificar o fator preponderante e determinante, porém observou-se o consórcio dos mesmos em sinergia para o lamentável regresso do esforço de combate histórico da doença. 

Conclui-se assim, a importância da sequência do presente estudo firmando-se a necessidade imperiosa de empreendermos objetivo e específico estudo exploratório e epidemiológico do caso em tela considerando todas as variáveis etiológicas, biológicas, técnicas, clínicas, ambientais e sociais que envolvem as populações afetadas do Norte e Nordeste.

5 REFERÊNCIAS

ALENCAR CH, RAMOS JR. AN, BARBOSA JC, KERR-PONTES LRS, HEUKELBACH  J. Socioeconomic determinants of leprosy in northeast Brazil: a systematic review and meta-analysis. Rev Saúde Pública. 2013.

ARAÚJO, M. G. Hanseníase no Brasil: situação epidemiológica e desafios no contexto da descentralização e integração da atenção à saúde. Boletim do Instituto de Saúde, 2013.

ARAÚJO, M. G., & SOARES, M. J. P. Análise dos determinantes do abandono do tratamento da hanseníase no Nordeste brasileiro. Cadernos de Saúde Coletiva, 2017.

BARRETO JG, BISANZIO D, FRADE MAC, et al. Spatial epidemiology and serologic cohorts increase the early detection of leprosy. BMC Infect Dis. 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da hanseníase como problema de saúde pública: manual técnico-operacional. Brasília: Ministério da Saúde. 2020.

BRASIL. Ministério da Saúde. Hanseníase: Guia de vigilância em saúde. Brasília: Ministério da Saúde. 2020.

BRASIL, Ministério da Saúde. Guia prático sobre o abandono do tratamento da hanseníase. Brasília: Ministério da Saúde. 2018.

CUNHA MD, MONTEIRO LD, TEIXEIRA MG, et al. Social determinants and inequalities in the abandonment of multidrug therapy for leprosy control in Brazil: an ecological study. Int J Equity Health. 2017.

DUTHIE, M. S., BALAGON, M. F., MAGHANOY, A., ORCULLO, F. M., & ABBELANA, J. Defining the Th1, Th2, and inflammatory cytokine profiles of leprosy patients. Journal of Clinical Microbiology, 2018.

FERREIRA SMB, MENDES CM, ANTUNES CMF. Factors associated with treatment dropout in multibacillary Hansen’s disease patients in the state of Pernambuco, Brazil. Cad Saude Publica. 2009.

FREITAS, L. O, DUARTE, E. C., & GARCIA, L. P. Leprosy treatment dropout: a systematic review. Cadernos de Saúde Pública 2016.

GOULART IMB, PENNA MLF, CUNHA G, GONÇALVES MA. Occupations associated with leprosy in a hyperendemic area in Brazil. Cad saúde Pública? 2003.

LESSA F, BARRETO JG, OLIVEIRA MLW, et al. Hanseníase no Brasil: desafios e estratégias para o controle. Rev Panam Salud Publica. 2016.

LIMA MLC, RIBEIRO KSQS, Silva LS, et al. Socioeconomic factors and access to health services: an analysis of leprosy in the State of Alagoas, Northeast Brazil. Rev Soc Bras Med Trop. 2018.

MARTINS-MELO FR, LIMA MS, RAMOS JR. AN, et al. Factors associated with discontinuation of multidrug therapy for leprosy: a systematic review and meta-analysis. PLoS Negl Trop Dis. 2016.

MARTINS-MELO FR, LIMA MDA S, ALENCAR CH, et al. Temporal trends and spatial distribution of leprosy in Brazil, 2001-2012. Rev Saúde Pública. 2015.

MOET FJ, PAHAN D, OSKAM L, RICHARDUS JH. Effectiveness of single dose rifampicin in preventing leprosy in close contacts of patients with newly diagnosed leprosy: cluster randomised controlled trial. BMJ. 2008.

MOTEIRO, L. D., ALENCAR, C. H. M., BABOSA, J. C., & BRAGA, K. P. Abandono do tratamento da hanseníase no estado do Maranhão, Nordeste do Brasil. Revista Pan-Amazônica de Saúde, 2019.

MONTEIRO LD, MARTINS-MELO FR, BRITO AL, ALENCAR CH, HEUKELBACH  J. PHYSICAL DISABILITY, social stigma and depression in relation to the persistence of leprosy in northeast Brazil: a 4-year follow-up study. PLoS Negl Trop Dis. 2014.

MOURA ML, DUPNIK KM, SAMPAIO GA, et al. Active surveillance of Hansen’s Disease (leprosy): importance for case finding among extra-domiciliary contacts. PLoS Negl Trop Dis. 2013.

OLIVEIRA , M. L., COSTA, R. M., CASTRO, F. D., & OLIVEIRA, D. M. Manifestações clínicas e diagnóstico da hanseníase em crianças. Revista Baiana de Saúde Pública, 2018.

OLIVEIRA, M. L. W. D., PENNA, G. O., & BERNARDO, E. B. Análise epidemiológica da hanseníase no Brasil no período 2003-2012. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 2015.

OLIVEIRA MLW, PONTES CA, PENNA GO, et al. Social stigma, knowledge and leprosy: a systematic review of qualitative studies. An Bras Dermatol. 2020.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Global leprosy strategy 2016-2020: accelerating towards a leprosy-free world. Genebra: OMS; 2016.

PENNA, G. O., & TEIXEIRA, M. G. Hanseníase no Brasil: análise do contexto atual e desafios para o controle. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 2018.

PENNA, M. L. F., OLIVEIRA, M. L. W. D., CARMO, E. H. C., & PENNA, G. O. Temporal trends in leprosy in a Brazilian state capital in Northeast Brazil: epidemiology and analysis by joinpoints, 2001 to 2012. Revista Brasileira de Epidemiologia, 2015.

RODRIGUES, L. D. M., ARCOVERDE, M. A. M., ALBUQUERQUE, M. F. P. M., XIMENES, R. A. D. A., & MIRANDA-FILHO, D. B. Factors associated with non-adherence to multidrug therapy in patients with leprosy: a literature review. Anais Brasileiros de Dermatologia, 2018.

SÁ, A. L. A., SILVA, D. G., COSTA, K. S. D., & OLIVEIRA, J. G. C. D. Abandono do tratamento da hanseníase no Nordeste do Brasil: uma revisão integrativa. Revista Enfermagem Atual In Derme, 2021.

SALES AM, PONCE DE LEON A, DÜPPRE NC, et al. Hanseníase no Brasil e associação com pobreza: revisão sistemática e meta-análise. Rev Panam Salud Publica. 2013

SANTOS, PENNA ML, OLIVEIRA MLW, et al. Adesão ao tratamento da hanseníase em municípios prioritários para o controle da doença no Brasil. Rev Bras Epidemiol. 2015.

SANTOS VS, SANTOS AS, CASTRO DS, et al. Socioeconomic factors and leprosy in Northeast Brazil: a systematic review and meta-analysis. Cad saúde Pública? 2015.

SILVA, A. V. D., MENEZES, A. V., & OLIVEIRA, M. H. L. Abandono do tratamento da hanseníase em uma unidade de referência em Salvador, Bahia, Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 2017.

SILVA, C. S., RIBEIRO, S. L., & MRTINS, J. M. Hanseníase em crianças: diagnóstico e tratamento. Medicina (Ribeirão Preto), 2019.

SILVA GD, SOUZA CDF, Dantas DCS, et al. Factors associated with treatment dropout and adherence to treatment in multibacillary leprosy: a literature review. Rev Esc Enferm USP. 2017.

SOUZA CDF, SILVA GD, MOURA MEB, et al. Access to health services for diagnosis and treatment of leprosy in Northeastern Brazil. Rev Bras Enferm. 2020.

SOUZA,  C. M. M. DE, LAPA, T. E. N. F., VAZ, J. F., & VIEIRA, J. V. Situação da hanseníase nos estados da Região Nordeste do Brasil, 2001-2015. Revista de Epidemiologia e Controle de Infecção, 2019.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Guidelines for the diagnosis, treatment and prevention of leprosy. Geneva: World Health Organization; 2018.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global leprosy update, moving towards a leprosy-free world. Weekly Epidemiological Record, 2019.


1 Acadêmica de medicina da Faculdade Santo Agostino – Itabuna
2 Bacharel em Enfermagem – Acadêmica de medicina da Faculdade Santo Agostino – Itabuna
3 Bacharel em Direito – Acadêmico de medicina da Faculdade Santo Agostino – Itabuna
4 Acadêmica de medicina da Faculdade Santo Agostino – Itabuna
5 Professor Orientador da Faculdade Santo Agostinho de Itabuna.