EXCLUSIVE BREASTFEEDING AND FORMULA FEEDING: CONSIDERATIONS FOR THE NEURODEVELOPMENT OF PRETERM BABIES
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10204964
Júlia Vicente Hass1
Nadia Cristina Valentini2
Resumo
OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão narrativa de literatura e descrever as relações entre aleitamento materno exclusivo e alimentação na prematuridade após a alta da UTI, com enfoque no aleitamento materno como um fator de proteção para o neurodesenvolvimento desta população. MÉTODO: os dados foram obtidos por meio de busca online nas bases Google Scholar, PubMed e SciELO, com o período de publicações estabelecido entre 2000 e 2023. Foram selecionados 45 artigos e 3 guias informativos sobre alimentação infantil e/ou aleitamento materno para a construção desta narrativa. CONCLUSÃO: A amamentação promove a interação mãe-bebê e impacta positivamente o neurodesenvolvimento. Estratégias simples, como contato face a face e posturas variadas durante a alimentação por fórmula, podem mitigar desfechos indesejados. A promoção e suporte ao aleitamento materno são essenciais para o desenvolvimento e qualidade de vida dos bebês prematuros.
Palavras-chave: Prematuridade. Aleitamento Materno. Fórmula Infantil. Desenvolvimento Infantil.
1 INTRODUÇÃO
A prematuridade é um desafio significativo no Brasil, onde mais de 12% dos nascimentos ocorrem antes de completar 37 semanas de gestação (BRASIL, 2022). Embora avanços científicos e tecnológicos tenham melhorado a sobrevivência de bebês prematuros (SPITTLE et al., 2015), muitos deles enfrentam atrasos e sequelas no neurodesenvolvimento, e diversos fatores de risco podem estar associados a esses desfechos (SPITTLE et al., 2015). A prematuridade, e consequente baixo peso ao nascer são conhecidos por predispor a prejuízos no desenvolvimento devido à imaturidade dos órgãos e sistemas no nascimento, levando a deficiências cognitivas, problemas de desempenho escolar e dificuldades comportamentais (MAGGI et al., 2013). Além dos fatores biológicos, o ambiente físico, a escolaridade dos pais, a relação e a renda familiar também desempenham papéis cruciais nos desfechos do desenvolvimento infantil (CHIQUETTI et al., 2018).
Nos últimos anos, houve um aumento no interesse por fatores ambientais que podem moderar a influência dos fatores biológicos no desenvolvimento das crianças (HASS et al 2022: SACCANI et al., 2013; PANCERI et al., 2022; VALENTINI et al., 2021). No caso de bebês prematuros, que são considerados de maior risco, uma atenção ainda maior é necessária para otimizar as oportunidades ambientais (CALDAS, 2018; HASS et al., 2022; VALENTINI et al., 2021). Entre os fatores ambientais que desempenham um papel crítico no desenvolvimento infantil, a amamentação se destaca (MCCORY e MURRAY, 2013; HASS et al., 2022). A interação mãe-bebê durante a amamentação não apenas fornece benefícios nutricionais, mas também promove o desenvolvimento motor (BARBOSA et al., 2020; VALENTINI et al., 2021), cognitivo (BARBOSA et al., 2020; HASS et al., 2022; VALENTINI et al., 2021) e de linguagem (VALENTINI et al., 2021). Estudos clínicos documentaram os benefícios do leite materno, incluindo proteção contra infecções, alergias e enterocolite necrosante (MARTA, 2022; MOREIRA et al., 2020; FELDENS et al., 2018). Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) enfatiza a importância do aleitamento materno como padrão normativo para a alimentação infantil (OMS, 2022).
No entanto, existem desafios significativos que impedem muitas mães de amamentar, como a falta de tempo devido ao mercado de trabalho, o desconhecimento sobre o assunto, as dificuldades físicas e emocionais associadas ao cuidado de um filho e a falta de apoio social (CARANDINA, 2006). Esses obstáculos podem ser ainda mais complexos para mães de bebês prematuros, que frequentemente enfrentam situações de estresse devido à fragilidade de saúde de seus recém-nascidos (NEUMANN et al., 2020). Além disso, a amamentação de bebês prematuros pode ser desafiadora devido a atrasos no desenvolvimento dos reflexos de sucção e deglutição, o que pode levar à dependência de bombas de leite e diminuição da oferta de leite, além de um ambiente estressante na unidade de terapia intensiva neonatal (FEITOSA, 2019).
A amamentação não oferece apenas benefícios nutricionais, mas também promove uma interação de qualidade entre a mãe e o bebê, estimulando o desenvolvimento de habilidades de comunicação e conexão (SOARES et al., 2018; ROCHA et al., 2019). Em bebês prematuros, fatores de risco biológicos e clínicos podem estar relacionados a fatores ambientais, tornando a influência desses fatores ainda mais importante no desenvolvimento (PEREIRA et al., 2016; PANCERI et al., 2020). Portanto, a investigação do papel da amamentação e da interação mãe-bebê no desenvolvimento motor, cognitivo, social e de linguagem de bebês prematuros é crucial para identificar fatores protetores nesse contexto.
Até o momento, estudos têm documentado os efeitos positivos da amamentação na saúde infantil, no desenvolvimento, motor e da linguagem (AZEVEDO et al., 2013; BUFFONE et al., 2016; HASS et al., 2023; LOWE et al., 2019; SPITTLE et al., 2015; VALENTINI et al., 2021). No entanto, uma descrição especifica desses benéficos em relação as populações investigadas, idades e períodos de amamentação, bem como a exclusividade amamentação ou de benefícios de outras formas de alimentação como por exemplo a mista ou por formula no desenvolvimento de bebês prematuros e ainda se faz necessária para o entendimento da diferentes variáveis que se associam a estes processos. Portanto, o objetivo deste estudo foi realizar uma revisão narrativa de literatura e descrever as relações entre aleitamento materno exclusivo e alimentação na prematuridade após a alta da UTI, com enfoque no aleitamento materno como um fator de proteção para o neurodesenvolvimento desta população.
2 MÉTODO
Considerando a importância dos tópicos a serem apresentados, optamos pelo formato de uma revisão narrativa para descrever e interpretar de forma integrativa o tema ampliando a compreensão de como este corpo de conhecimento tem evoluído e desenvolvido e quais são os desafios atuais para a promoção do aleitamento materno. Os dados foram adquiridos através de uma busca online no período de 2021-2023, realizada nas páginas do Google Scholar, do PubMed e do SciELO. Os termos de busca utilizado foram “aleitamento materno”, “aleitamento materno exclusivo”, “prematuridade”, “fórmula infantil”, “fatores de risco”, “alimentação” com o período de publicações estabelecido entre 2000 a 2023; obtendo-se 47 artigos, assim como 3 guias informativos sobre alimentação infantil e/ou aleitamento materno para a construção desta narrativa.
3 DESENVOLVIMENTO
3.1) O ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO E ALIMENTAÇÃO NA PREMATURIDADE
A desnutrição causa crescimento deficiente em crianças, e uma nutrição e crescimento adequados no início da vida são fundamentais para a saúde infantil (MARTA et. al, 2022). Recém-nascidos prematuros são mais vulneráveis à desnutrição em relação aos bebês nascidos a termo, devido, dentre diversos fatores, aos estoques reduzidos de nutrientes ao nascimento, bem como, à imaturidade na absorção e na utilização destes (GOLDBERG et al., 2018). Nos primeiros seis meses de vida o crescimento infantil é mais intenso, porém os prematuros nascidos pequenos para a idade gestacional apresentam uma velocidade de crescimento mais lenta quando comparados aos que não são (MENDES et al., 2019). Além disso a própria prematuridade, e o consequente baixo peso ao nascer são fatores de potencial risco para desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (MENDES et al., 2019). Portanto, para o crescimento e o desenvolvimento dos prematuros ressalta-se a importância do cuidado nutricional, visto que uma alimentação adequada pode influenciar positivamente no neurodesenvolvimento desta população, e o aleitamento materno exclusivo é fundamental para esta criança, embora nem sempre seja possível.
Em relação ao neurodesenvolvimento do bebê, é crucial compreender que a nutrição desempenha um papel essencial na formação e na maturação do cérebro infantil. O cérebro cresce de maneira significativa durante os primeiros anos de vida, e a disponibilidade adequada de nutrientes é vital para apoiar esse processo (VOHR et. al, 2006). Assim, estratégias nutricionais direcionadas, especialmente durante os primeiros anos de vida, podem desempenhar um papel significativo na promoção de um desenvolvimento cognitivo saudável. O leite materno é uma fonte rica em nutrientes, anticorpos e fatores de crescimento, fornecendo benefícios significativos para o sistema imunológico e o desenvolvimento cerebral (VICTORA et. al, 2015).
No contexto da alimentação na prematuridade, é essencial adotar abordagens individualizadas para atender às demandas únicas desses bebês (PEREIRA et. al, 2016; VALENTINI et al., 2021). Bebês prematuros, em particular, enfrentam desafios adicionais devido à sua vulnerabilidade nutricional. A introdução de dietas enriquecidas e suplementos nutricionais, quando necessário, pode compensar as limitações nutricionais inerentes à prematuridade (FEITOSA et. al, 2019).
Além disso, estratégias para promover o desenvolvimento cognitivo, motor e de linguagem durante a amamentação, por meio a troca de posturas, da interação verbal, da estimulação tátil cenestésica, da troca de olhares e expressões podem ser incorporadas no cuidado integrado da criança (PANCERI et. al, 2020; VALENTINI et al., 2021). É importante também salientar que a interseção entre alimentação, desenvolvimento cognitivo, motor e de linguagem destaca a importância de uma abordagem multidisciplinar, envolvendo profissionais de saúde, pais e cuidadores, para otimizar o crescimento e o desenvolvimento global de bebês prematuros (BARBOSA et. al, 2020). A intervenção nutricional adequada, adaptada às necessidades específicas dessas crianças, não apenas auxilia no crescimento físico, mas também contribui para a aquisição adequada de marcos motores. Portanto, uma abordagem holística que considere o neurodesenvolvimento é crucial para promover o bem-estar global e o potencial de crianças, especialmente aquelas nascidas prematuramente.
3.2) ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO NA PREMATURIDADE E SEUS BENEFÍCIOS
O aleitamento materno é uma prática que confere diversas vantagens nutricionais e imunológicas para o bebê (LIMA et. al, 2019). Dentre seus benefícios, o leite materno fornece os nutrientes necessários para seu desenvolvimento, além de hormônios, fatores de crescimento e componentes imunológicos associados ao menor risco de desenvolver doenças (LIMA et. al, 2019) e ressalta-se por ser um alimento seguro e facilmente digerido e absorvido pelos recém-nascidos (USDA, 2009). Além disso, está diretamente associado ao vínculo afetivo e à interação mãe-bebê, proporcionando um ambiente mais favorável para ambas as partes (DAMASCENO et. al, 2022).
A Organização Mundial da Saúde (WHO, 2022) recomenda o aleitamento materno exclusivo durante os primeiros seis meses de vida, com manutenção do aleitamento materno acrescido de alimentos complementares por dois anos ou mais conforme desejo mútuo da mãe e do bebê. No entanto, as taxas de aleitamento materno no Brasil são baixas. A IIª Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal mostra uma estimativa de duração mediana do aleitamento materno exclusivo de 51,8 dias e do aleitamento materno de 11,2 meses (BRASIL, 2009). Dentre as situações que interferem, direta ou indiretamente, na manutenção do aleitamento materno, o baixo nível socioeconômico e de escolaridade, a pouca idade materna, a prematuridade, o estado civil, o tabagismo e o retorno precoce ao trabalho destacam-se entre os fatores de risco para o desmame precoce (CARANDINA, 2006).
Entretanto, quando realizada com sucesso da prática do aleitamento materno as vantagens nutricionais, desenvolvimental, e de proteção contra infecções já são bem estabelecidas (MORAES; AGUIAR, 2021). Estudos demonstram o benefício positivo da amamentação no neurodesenvolvimento infantil (VOHR, 2006; ODDY, 2011), constituindo-se em elemento adicional para que o aleitamento materno seja estimulado de forma mais consistente.
Estudos indicam que o aleitamento materno exclusivo está associado a melhorias no desempenho cognitivo (BARBOSA et al., 2020; HASS et al., 2022; VALENTINI et al., 2021), promovendo a plasticidade cerebral e contribuindo para a formação de conexões neuronais essenciais (SILVA; SOUZA, 2014; ODDY et. al, 2011; MOREIRA et. al, 2020; DEREDDY et. al, 2015). Além disso, a composição do leite materno adapta-se às necessidades específicas do bebê prematuro, oferecendo suporte nutricional personalizado para superar desafios associados à prematuridade (GOMES et. al, 2019).
OS benefícios da amamentação vão além do período inicial de desenvolvimento cogntivo, impactando também o desenvolvimento cognitivo ao longo do tempo (HASS et al, 2021; VALENTINI et al., 2021; LEE et al., 2016; VICTORA et al., 2015) bem como as habilidades sociais na infância e na adolescência (SENNA et. al, 2020). Por exemplo, períodos longos de amamentação potencializam o desenvolvimento cognitivo das crianças prematuras com efeitos persistentes aos 12 meses (HASS et al, 2022) e 24 meses (VALENTINI et al., 2021). No estudo longitudinal de Victora et. al (2015), as durações do aleitamento materno exclusivo foram positivamente associadas ao QI, ao nível de escolaridade e à renda aos 30 anos de idade: os participantes que foram amamentados por 12 meses ou mais, tiveram pontuações de QI mais altas, mais anos de escolaridade e renda mensal mais elevada do que aquelas que foram amamentadas por menos de 1 mês. Pesquisas indicam que os componentes bioativos do leite materno, como ácidos graxos essenciais, fatores de crescimento e fatores imunológicos, têm efeitos positivos no desenvolvimento do sistema nervoso central e na plasticidade cerebral (CABRAL et. al, 2023).
Além disso, o contato físico e a interação mãe-bebê durante a amamentação desempenham um papel importante no estabelecimento de vínculos emocionais saudáveis, o que, por sua vez, influencia positivamente a regulação emocional e a capacidade de aprendizado da criança ao longo da vida (SILVA; PORTO, 2016) e também na linguagem (VALENTINI et al., 2021). Estudos sugerem que o desenvolvimento da linguagem aos dois anos de idade é positivamente afetando pela duração do aleitamento materno por mais de 4 meses (VALENTINI et al., 2021). Em outro estudo recente, a amamentação exclusiva no momento da alta hospitalar foi associada a melhores resultados de linguagem aos 24 meses em comparação com a alimentação com fórmula ou amamentação mista e alimentação com fórmula (VALAVANI ET AL., 2022).
Paralelamente, o desenvolvimento motor também é influenciado pelo aleitamento materno exclusivo (BARBOSA et al., 2020; HALPERN et al. 2000; SENNA et. al, 2020; VALENTINI et al., 2021), quer seja por fatores nutricionais ou pelas diferentes demandas posturais que a criança está exposta durante a amamentação. Por exemplo, um estudo inicial de Halpern et al. (2000), demonstrou que as crianças que nunca haviam sido amamentadas tiveram uma chance 88% maior de apresentar um teste suspeito de atraso no desenvolvimento motor, quando comparadas àquelas que foram amamentadas por mais de seis meses. Estudos mais recentes sugerem que os benefícios da amamentação vão além do período inicial de desenvolvimento motor, repercutindo no desenvolvimento motor aos 24 meses de idade para bebês prematuros moderados (VALENTINI et al., 2021).
Essas evidências reforçam a importância de promover e apoiar a prática do aleitamento materno exclusivo nos primeiros meses de vida e sua continuidade, sempre que possível, para o desenvolvimento cognitivo, motor, de linguagem e socioemocional ideal da criança. Porém, no que se refere aos recém-nascidos prematuros, esses bebês apresentam limitações fisiológicas que influenciam o processo de amamentação, como a coordenação dos reflexos de respiração-sucção-deglutição (que se torna efetivo somente entre 32 e 34 semanas de idade gestacional), a imaturidade intestinal e a instabilidade respiratória e hemodinâmica (NEUMANN et. al, 2020). A oferta do leite materno é um fator determinante para a sobrevivência imediata e para o crescimento e o desenvolvimento infantil, sendo o maior condicionante para a saúde em longo prazo (MOREIRA et. al, 2020) e uma das principais estratégias para a redução da mortalidade em recém-nascidos prematuros (GOMES et. al, 2019). Entretanto, os recém-nascidos prematuros apresentam início tardio e menor duração do aleitamento materno, quando comparados aos nascidos a termo (DEREDDY et. al, 2015; FREITAS et. al, 2016) e estratégias precisam ser estabelecidas de forma individualizada apara a superação dessas dificuldades.
O neurodesenvolvimento de prematuros está intrinsecamente relacionado à prática do aleitamento materno. Embora pesquisas tenham evidenciado melhoria na prática do aleitamento materno entre prematuros, as taxas de aleitamento materno exclusivo nesse grupo ainda estão inferiores às recomendadas pela OMS (WHO, 2022). Mesmo quando se consegue estabelecer o aleitamento materno exclusivo em prematuros hospitalizados, muitos são desmamados em tempo inoportuno, já nas primeiras semanas após a alta hospitalar, com taxas decrescentes de aleitamento materno exclusivo que variam de 25% a 7,5% no primeiro mês pós-alta (LIMA et. al, 2019). Essas prevalências revelam a carência de intervenções de suporte materno e apoio à manutenção da amamentação, apesar dos benefícios incontestáveis que o leite humano proporciona a essas crianças (MÉIO et. al, 2018; AZEVEDO; CUNHA, 2013). O planejamento e estabelecimento de estratégias efetivas que possibilitem a manutenção do aleitamento materno do prematuro por tempo adequado devem ser realizados com base no contexto epidemiológico, evidenciado por dados acerca da prática do aleitamento materno no ambiente hospitalar, bem como sua realidade no período pós-alta e os motivos que conduzem as mães a introduzir outros alimentos, para além da amamentação (LIMA et. al, 2019).
3.3) ALIMENTAÇÃO POR FÓRMULA NA PREMATURIDADE
Bebês prematuros podem necessitar de ajustes para se alimentar nas primeiras semanas de vida, e isto se deve à incapacidade de coordenar a respiração, a sucção e a deglutição antes de 34 semanas de idade gestacional (MANGALAT, 2019), fazendo com que o leite materno não possa vir a ser ofertado diretamente da mama, sendo necessária a utilização de sondas de alimentação orogástrica ou nasoentéricas a depender da prematuridade e complicações associadas (FEITOSA, 2019). Isso acontece devido à sua imaturidade fisiológica, que impede o recém-nascido de permanecer em estado de alerta, apresentando tônus predominantemente extensor, reflexos orais ausentes ou incompletos, resultando em dificuldades para coordenar o movimento de sucção-deglutição-respiração, que pode ocasionar risco de aspiração, levando a sérios problemas de saúde e interrupção da lactação (SILVA, 2014). Portanto, na impossibilidade da oferta do leite materno, torna-se necessária a oferta de fórmula infantil modificada para prematuros. Considerando a grande vulnerabilidade nutricional dos bebês em alimentação exclusiva por fórmula infantil, a relativa escassez de informações sobre o assunto é preocupante, a segurança alimentar do prematuro deve ser considerada e as famílias, principalmente as de baixa renda, devem ter garantido o acesso às fórmulas de modo igualitário, pois este é um produto relativamente caro. Houve evolução nas fórmulas infantis e as mesmas atendem diferentes tipos de necessidades nutricionais dos lactentes, porém seu alto custo monetário pode ser promotor de insegurança alimentar.
As fórmulas infantis são definidas como um produto à base leite de vaca ou de outros animais e/ou outros constituintes de animais, que tenham provado ser seguros para a alimentação infantil. Um alimento criado para tornar-se o mais semelhante possível ao leite humano (SILVA, 2019). Nesse sentido refere-se que, muito embora se tenha conseguido atingir uma similaridade entre as fórmulas infantis e o leite humano, é certo que ainda se registram diferenças no perfil de crescimento e na saúde, no que diz respeito aos efeitos em curto e longo prazo, em crianças alimentadas com fórmula (RÊGO, 2013). Ainda mais, sabe-se do potencial alergênico da proteína do leite de vaca contida nessas formulações associado a um intestino neonatal imaturo e altamente suscetível a apresentar manifestações gastrointestinais, entre elas a enterocolite necrosante (FELDENS et. al, 2018). A enterocolite necrosante, geralmente, acomete prematuros com peso inferior a 1,5kg. Acredita-se que um dos fatores de proteção contra o desenvolvimento da enterocolite necrosante é a oferta prolongada de leite materno pelo seu efeito protetor e estimulador de uma microbiota bifidogênica, parâmetro que não é visto em prematuros alimentados com fórmula, onde a incidência de enterocolite é maior (FEITOSA et. al, 2019).
Em relação ao neurodesenvolvimento de crianças alimentadas por fórmula, embora as necessidades clínicas restrinjam a modificação da alimentação dessas crianças, é possível atenuar os desfechos indesejados associados à alimentação por fórmula por meio de estratégias simples de cuidado diário. Incentivar um contato face a face mais intenso durante a alimentação, estimulando a criança na linguagem, representa uma abordagem eficaz, porém pouco abordada na literatura. Além disso, promover diferentes posturas durante a alimentação no colo do cuidador, indo além do uso de cadeirinhas ou bebês conforto, pode contribuir para o desenvolvimento motor adequado ao desafiar a criança em posições variadas e fomentar a interação próxima entre mãe e bebê, fortalecendo as díades de interação durante as refeições. Adicionalmente, incorporar maior estimulação sinestésica, por meio de toques, carinhos e gestos afetuosos durante a alimentação, emerge como uma estratégia valiosa para aprimorar a interação durante esse momento crucial. Para bebês que precisam ser alimentados por fórmula, devido as suas condições clínicas, recomenda-se portanto a mudanças na rotina com estratégias simples com o intuito de mitigar desfechos indesejados.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vários benefícios do aleitamento materno estão estabelecidos na literatura, e para bebês prematuros, variam desde a proteção contra algumas doenças até a sobrevida neonatal com maior qualidade de vida (MÉIO et. al, 2018). Os benefícios nutricionais e imunológicos do leite materno são particularmente importantes para esses bebês que apresentam maior risco de infecção e outros problemas de saúde e desenvolvimento do que bebês nascidos a termo, mas para algumas crianças essa alimentação precisa ser complementada com outros recursos, como a fórmula (MCCORY e MURRAY, 2013), estratégias compensatórias podem ser incorporadas no cuidado com o prematuro para intensificar as interações ma/bebe durante este processo.
Os dados da American Academy of Pediatrics (2012) demonstraram que a alimentação via aleitamento materno constitui para o lactente a melhor nutrição, oferece proteção imunológica e alérgica, facilita o desenvolvimento e favorece o contato mãe-bebê. Existem vários efeitos benéficos significativos de curto e longo prazo na alimentação de bebês prematuros com leite humano. A alimentação de leite humano para bebês prematuros proporciona benefícios no desenvolvimento nutricional (MORAES; AGUIAR, 2021), gastrointestinal (FELDENS et. al, 2018), imunológico (SILVA, 2019) desenvolvimento motor (LIMA et. al, 2019) e psicológicos (SILVA, 2019) que podem impactar sua saúde e desenvolvimento a longo prazo.
Portanto, o leite humano é defendido como a melhor fonte de nutrição para bebês prematuros, pois fornece substâncias não fornecidas na fórmula (RÊGO, 2013). Taxas mais baixas de sepse e enterocolite necrotizante indicam que o leite humano contribui para o desenvolvimento da defesa imunológica imatura do bebê prematuro (FEITOSA et. al, 2019). Os benefícios da alimentação de leite humano a bebês prematuros são percebidos não apenas na UTI, mas também no menor número de readmissões hospitalares por doenças no primeiro ano após a alta da UTI (LIMA et. al, 2019). A amamentação e o uso de leite humano conferem benefícios nutricionais e de desenvolvimento para o bebê e, por sua vez, otimiza a saúde, bem como o crescimento e desenvolvimento infantil. Recentemente, diversos estudos confirmaram e quantificaram os riscos de não amamentar (MORAES; AGUIAR, 2021; FELDENS et. al, 2018; SILVA, 2019; LIMA et. al, 2019). Assim, a alimentação não deve ser considerada como uma escolha de estilo de vida, mas sim como uma questão básica de saúde. O papel na defesa e apoio de práticas adequadas de amamentação é essencial para a consecução deste objetivo preferencial de saúde pública (WHO, 2022).
Nos últimos anos, as evidências científicas crescentes da relevância de fatores ambientais que potencializam o desenvolvimento do bebê moderando ou compensando a influência de fatores de risco biológicos, como a prematuridade e o baixo peso, no desenvolvimento infantil destaca a importância da amamentação, especialmente para bebês prematuros. A amamentação não apenas fornece benefícios nutricionais, mas também promove interação mãe-bebê essencial para o desenvolvimento motor, cognitivo e de linguagem. Uma vez que a prematuridade representa um desafio significativo para o desenvolvimento infantil no Brasil, com 12% dos nascimentos ocorrendo prematuramente, o controle de fatores de risco que podem fragilizar o bebe depois da alta hospitalar e relevante para proteger a saúde da criança e potencializar o desenvolvimento cognitivo, motor e de linguagem. O acesso às informações sobre os tipos de aleitamento materno possíveis, a importância da duração do aleitamento materno para a saúde e neurodesenvolvimento do bebe após a alta da UTI, e o papel essencial da interação da mãe durante a alimentação do bebê, quer seja por fórmula quando necessário ou por aleitamento materno exclusivo, ou ainda de forma mista, devem ser fortalecidas para auxiliar as famílias no cuidado do bebê prematuro. Estratégias implementadas na saúde pública podem superar os desafios existentes, como a falta de tempo, desconhecimento e dificuldades físicas e emocionais, que podem impedir muitas mães de amamentar, especialmente as de bebês prematuros.. Embora a alimentação por fórmula seja necessária em muitos casos, destaca-se a importância do aleitamento materno exclusivo em bebês prematuros devido aos inúmeros benefícios nutricionais e imunológicos. No entanto, é crucial abordar questões de segurança alimentar e acesso igualitário a fórmulas infantis quando necessário. Em última análise, a promoção e o suporte à prática do aleitamento materno são fundamentais para o desenvolvimento ideal de bebês prematuros, proporcionando benefícios a curto e longo prazo em sua saúde e qualidade de vida.
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Júlia Vicente Hass – Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Campus ESEFID/UFRGS1
Nadia Cristina Valentini – Docente do Curso Superior de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Campus ESEFID/UFRGS2