O AGIR COMUNICATIVO DE HABERMAS COMO BASE PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA EDUCAÇÃO SIGNIFICATIVA NOS ANOS INICIAIS, PROMOVENDO A PARTICIPAÇÃO ATIVA, A ESCUTA ATENTA E O DIÁLOGO CRÍTICO.

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202503211904


Fransimar Dos Santos Cruz1
Aneri Francisca Silva Costa2
Claudia da Silva Hungria3
Elba Kaline Cardoso Mires4


RESUMO

Este artigo analisa a teoria do Agir Comunicativo de Jürgen Habermas como base para uma educação significativa nos anos iniciais, destacando a importância da participação ativa, da escuta atenta e do diálogo crítico entre alunos e educadores. A pesquisa bibliográfica fundamenta-se em autores reconhecidos, contrapondo a educação tradicional, frequentemente autoritária, à proposta de uma prática dialógica e colaborativa. O estudo enfatiza a comunicação como elemento essencial na construção da racionalidade e na coordenação da ação social, promovendo um ambiente escolar pautado no entendimento mútuo. Também são discutidos desafios contemporâneos, como o impacto da tecnologia na qualidade das interações, reforçando a necessidade de equilibrar o uso de ferramentas digitais com relações significativas. Conclui-se que a aplicação do Agir Comunicativo na educação fortalece a formação cidadã e contribui para uma sociedade mais democrática e justa, tornando o aprendizado mais relevante e transformador.

Palavras chave: Agir Comunicativo. Educação significativa. Diálogo crítico. Participação ativa. Formação cidadã.

ABSTRACT
This article rigorously analyzes Jürgen Habermas’s theory of Communicative Action as the fundamental basis for meaningful education in the early years, emphasizing the absolute necessity of active participation, attentive listening, and critical dialogue between students and educators. The bibliographic research is grounded in renowned authors, directly opposing the often authoritarian nature of traditional education to a dialogical and collaborative educational practice. The study asserts that communication is an essential pillar in the construction of rationality and the coordination of social action, fostering a school environment rooted in mutual understanding. Contemporary challenges, such as the impact of technology on interaction quality, are also examined, underscoring the imperative to balance digital tools with meaningful human relationships. The study concludes unequivocally that implementing Communicative Action in education strengthens civic formation and directly contributes to a more democratic and just society, making learning profoundly relevant and transformative.

Keywords: Communicative Action. Meaningful Education. Critical Dialogue. Active Participation. Civic Formation.

1. INTRODUÇÃO 

A busca por uma educação significativa nos anos iniciais, capaz de promover o desenvolvimento integral do aluno, é um tema central e recorrente nas discussões contemporâneas sobre a prática pedagógica. Neste contexto, a teoria do Agir Comunicativo de Jürgen Habermas emerge como um referencial teórico promissor, capaz de fornecer subsídios para a construção de um ambiente educacional que valorize a participação ativa, a escuta atenta e o diálogo crítico como pilares para a aprendizagem e o desenvolvimento da autonomia, dado que ao “conferir autoridade epistêmica à comunidade daqueles que cooperam e falam uns com os outros” (Habermas, 1989, p. 33). Além disso, a teoria do Agir Comunicativo pode apoiar a criação de um ambiente educacional mais colaborativo e centrado no aluno, onde os mesmos podem desenvolver aptidões críticas e reflexivas sobre a comunicação (Rodrigues, 2019).

A relevância do tema reside na necessidade de repensar a educação tradicional, frequentemente caracterizada por uma relação vertical e autoritária entre professor e aluno, em prol de uma prática pedagógica que priorize a interação dialógica, a construção coletiva do conhecimento e a formação de cidadãos críticos e autônomos. Como argumenta Moran (2007, p. 59-60), 

[…] a educação é um processo que facilita a comunicação em níveis cada vez mais profundos e ricos entre todos os participantes, especialmente entre professores e alunos, e a escola pode se transformar em um espaço privilegiado de comunicação rica, aberta e inovadora, capaz de organizar, num clima de confiança, o caos informativo e de ideias que enfrentamos diariamente.

A obra de Habermas, em especial a sua teoria da ação comunicativa, oferece um arcabouço teórico para a compreensão da importância da linguagem como ferramenta de emancipação e da razão comunicativa como instrumento para a superação de conflitos e a busca por consensos. Nesse sentido, a aplicação da teoria do Agir Comunicativo de Habermas pode contribuir para o desenvolvimento de habilidades comunicativas mais integrativas, abrangentes e humanas (Gomes, 2020).

O objetivo geral deste estudo é analisar como o Agir Comunicativo de Habermas pode contribuir para a construção de uma educação significativa nos anos iniciais. Para alcançar esse objetivo, serão desenvolvidos os seguintes objetivos específicos: identificar e analisar as estratégias pedagógicas que podem promover a participação ativa, a escuta atenta e o diálogo crítico na prática educativa dos anos iniciais, tendo como base a teoria do Agir Comunicativo de Habermas; investigar a influência da aplicação do Agir Comunicativo de Habermas no desenvolvimento da autonomia crítica e da capacidade de resolução de conflitos por meio do diálogo, no contexto da educação dos anos iniciais; e analisar o papel da linguagem como instrumento de emancipação e construção de conhecimento na sala de aula, tendo como referência a teoria do Agir Comunicativo de Habermas e sua potencialidade para promover uma educação significativa nos anos iniciais.

A presente pesquisa se estrutura em torno do seguinte problema: Como o Agir Comunicativo de Habermas pode promover uma educação significativa nos anos iniciais, valorizando a participação, a escuta e o diálogo crítico? A investigação proposta busca contribuir para o debate sobre a construção de uma educação crítica e emancipatória nos anos iniciais, aprofundando o entendimento sobre a aplicabilidade da teoria do Agir Comunicativo de Habermas nesse contexto. Através da análise das possibilidades de aplicação da teoria em práticas pedagógicas, este estudo visa oferecer subsídios para a formação de professores e para a elaboração de políticas públicas educacionais que promovam uma educação significativa, centrada no diálogo, na participação e na construção de uma sociedade mais justa e democrática.

A Teoria da Ação Comunicativa de Habermas, centrada na ideia de que a comunicação é um processo fundamental para a construção da racionalidade e para a coordenação da ação social, propõe um modelo de interação que valoriza o entendimento mútuo e a cooperação. No contexto educacional, essa teoria sugere que a aprendizagem não deve ser vista apenas como a transmissão de conteúdos, mas como um processo dialógico, onde os alunos são incentivados a participar ativamente, expressar suas opiniões e colaborar na construção do conhecimento. Nesse sentido, Habermas alerta que “à medida que a cultura se torna mercadoria, e isso não só por sua forma, mas também por seu conteúdo, ela se aliena àqueles momentos cuja recepção exige uma certa escolarização – no que o ‘conhecimento’ assimilado por sua vez eleva a própria capacidade de conhecer” (Habermas, 1984, p. 196). Essa perspectiva crítica aponta para a necessidade de uma educação que vá além da simples assimilação passiva, promovendo o engajamento ativo e o desenvolvimento da capacidade crítica.

Nesse sentido, a aplicação do Agir Comunicativo na educação dos anos iniciais pode transformar a sala de aula em um espaço de diálogo autêntico, onde a escuta atenta e o respeito pelas perspectivas alheias são fundamentais. Ao incentivar a participação ativa dos alunos e a valorização do diálogo, a educação baseada no Agir Comunicativo contribui para o desenvolvimento de habilidades críticas e para a formação de indivíduos capazes de agir de forma autônoma e responsável na sociedade. Portanto, a teoria habermasiana, ao enfatizar a importância da comunicação para a construção do conhecimento e da autonomia, oferece um caminho promissor para a educação nos anos iniciais, apontando para práticas pedagógicas que vão além da simples transmissão de informações, focando na formação integral do aluno e na construção de uma sociedade mais democrática e justa.

2. METODOLOGIA 

A presente pesquisa adotou uma abordagem qualitativa, fundamentada na pesquisa bibliográfica, com o objetivo de analisar a aplicação da teoria do Agir Comunicativo de Jürgen Habermas e suas implicações para a construção de uma educação significativa nos anos iniciais. A escolha dessa metodologia justifica-se pela necessidade de um embasamento teórico sólido, possibilitando a identificação de lacunas e oportunidades para a aplicação prática da teoria em contextos educacionais contemporâneos.

O estudo caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica, definida pela análise crítica da produção acadêmica existente sobre o tema central da investigação. Essa abordagem permite a construção de um referencial teórico consistente, essencial para a compreensão do Agir Comunicativo e sua relevância na formação de práticas educacionais mais dialógicas e participativas nos anos iniciais. 

Para garantir a qualidade e a confiabilidade das referências, foram utilizados artigos e livros publicados em periódicos. A seleção das fontes seguiu critérios rigorosos, priorizando a relevância temática, a credibilidade acadêmica dos autores e a atualização teórica das publicações. Dessa forma, foram consideradas apenas obras que abordam diretamente a teoria do Agir Comunicativo e sua aplicação na educação, produzidas por pesquisadores reconhecidos e vinculados a instituições renomadas, além de textos que apresentam discussões recentes sobre o tema.

O desenvolvimento da pesquisa seguiu três etapas principais. Primeiramente, realizou-se um levantamento bibliográfico com base em plataformas acadêmicas reconhecidas, como Scielo, CAPES Periódicos e Google Scholar, mapeando as principais obras e artigos científicos sobre a relação entre o Agir Comunicativo e a educação. Em seguida, foi conduzida uma análise e sistematização dos dados, na qual as fontes selecionadas foram submetidas a uma leitura analítica para identificar os principais argumentos, contribuições teóricas e críticas ao modelo habermasiano aplicado ao contexto educacional. 

Por fim, as reflexões centrais do estudo foram organizadas para a construção da discussão, estabelecendo conexões entre a teoria do Agir Comunicativo e as práticas pedagógicas voltadas para a promoção de uma educação significativa nos anos iniciais. Esse processo metodológico permitiu aprofundar a compreensão sobre o potencial emancipatório da comunicação no ambiente escolar, contribuindo para o avanço das discussões acadêmicas e pedagógicas sobre o tema.

3. REFERENCIAL TEÓRICO 

3.1 O Agir Comunicativo e a Educação Significativa.

A busca por uma educação significativa, que promova a autonomia e a emancipação do sujeito, é um desafio constante no campo educacional. Nesse contexto, a teoria do agir comunicativo de Jürgen Habermas emerge como um importante referencial teórico, oferecendo subsídios para a construção de práticas pedagógicas que valorizem a participação, a crítica e a construção de consensos. Habermas, em sua teoria, defende a ideia de que a comunicação humana é um processo fundamental para a construção de uma sociedade justa e democrática. 

O agir comunicativo ocorre através de um diálogo livre e racional, em que os participantes buscam alcançar o entendimento mútuo e a resolução de conflitos por meio do consenso. “A teoria da ação comunicativa se propõe, afinal, como tarefa investigar a ‘razão’ inscrita na própria prática comunicativa cotidiana e reconstruir a partir da base de validez da fala um conceito não reduzido de razão” (Habermas, 2001, p. 506). Habermas ainda saliente que (1999a, pág. 24), a racionalidade não se resume à mera acumulação de conhecimento, mas se manifesta na maneira como os indivíduos, dotados de linguagem e ação, aplicam esse conhecimento em suas práticas sociais.

No contexto educacional, o agir comunicativo se configura como um instrumento poderoso para a construção de uma educação significativa. A prática pedagógica pautada no diálogo, na escuta atenta, na troca de ideias e na valorização das diferentes perspectivas possibilita a construção de um ambiente de aprendizagem autêntico e transformador. 

Desde a perspectiva dos participantes, ‘entendimento’ não significa um processo empírico que dá lugar a um consenso fático, senão um processo recíproco de convencimento que coordena as ações dos distintos participantes à base de uma motivação por razões. Entendimento significa a comunicação orientada por um acordo válido. (Habermas, 1999a, p. 500). 

Através do diálogo, alunos e professores podem construir um processo de aprendizagem ativo, reflexivo e crítico, no qual o conhecimento é construído de forma colaborativa e contextualizada. Dado que, a educação tradicional, muitas vezes centrada na transmissão de conteúdos e na memorização, tem se mostrado ineficaz na formação de indivíduos críticos e autônomos. A necessidade de uma educação significativa que valorize o desenvolvimento integral do indivíduo, incluindo suas dimensões cognitiva, social, afetiva e moral, torna-se cada vez mais evidente. A educação significativa se caracteriza pela construção de um currículo relevante e contextualizado, que conecta o aprendizado com a realidade dos alunos. É uma educação que considera as diferentes necessidades, interesses e experiências dos aprendizes, promovendo a participação ativa e a construção de conhecimentos relevantes para suas vidas.

A aprendizagem significativa, como defendida por Ausubel, se dá quando o novo conteúdo se conecta com os conhecimentos prévios do aprendiz, expandindo e enriquecendo sua estrutura cognitiva.

Na aprendizagem por recepção o que deve ser aprendido é apresentado ao aprendiz em sua forma final, enquanto que na aprendizagem por descoberta o conteúdo principal a ser aprendido é descoberto pelo aprendiz. Após a descoberta em si, a aprendizagem só é significativa se o conteúdo descoberto relacionar-se a conceitos subsunções relevantes já existentes na estrutura cognitiva” (Moreira; Masini, 2006, p.19).

Em contraponto, 

[…] a aprendizagem mecânica ocorre quando novas informações são aprendidas praticamente sem interagirem com conceitos relevantes existentes na estrutura cognitiva, sem ligar-se a conceitos subsunções específicos. A nova informação é armazenada de maneira arbitrária e literal, não interagindo com aquela já existente na estrutura cognitiva e pouco ou nada contribuindo para sua elaboração e diferenciação” (Moreira, 2009, p. 9-10).

Um exemplo prático da aplicação do agir comunicativo na educação significativa é a utilização de metodologias ativas, como o ensino-aprendizagem baseado em projetos. Nesse tipo de metodologia, os alunos são protagonistas do processo de aprendizagem, trabalhando em grupos para desenvolver projetos que explorem temas relevantes para sua realidade. O diálogo, a colaboração, a pesquisa e a reflexão crítica são elementos centrais nesse tipo de prática pedagógica. 

Outro exemplo é a implementação de espaços de escuta e diálogo na escola, como conselhos de classe e assembleias, onde alunos, professores e funcionários podem discutir e construir soluções para os desafios da comunidade escolar. A criação de um ambiente de comunicação aberta e respeitosa, onde as diferentes perspectivas são valorizadas, é fundamental para a construção de uma escola democrática e inclusiva.

O mundo da vida é, por assim dizer, o lugar transcendental em que o falante e o ouvinte se encontram; é o lugar em que podem estabelecer reciprocamente a pretensão de que suas emissões concordam com o mundo objetivo, subjetivo social; e em que podem criticar e exibir os fundamentos das respectivas pretensões de validade, resolver seus desentendimentos e chegar a um acordo” (Habermas, 1999b, p. 179). 

Esse processo de diálogo e construção de consensos, presente no agir comunicativo, é fundamental para a aprendizagem significativa, permitindo que o conhecimento seja construído de forma colaborativa e contextualizada.

A partir da análise do agir comunicativo e da educação significativa, a presente pesquisa se aprofunda no estudo da linguagem como instrumento de emancipação. A linguagem é uma ferramenta fundamental para a construção da autonomia e da emancipação humana. O agir comunicativo e a educação significativa são elementos cruciais para a construção de uma sociedade justa e democrática. A comunicação autêntica, a participação ativa, a construção de consensos e a valorização da diversidade são pilares para o desenvolvimento de indivíduos capazes de transformar a realidade. 

A linguagem, como ferramenta de comunicação e expressão, emerge como um instrumento poderoso para a emancipação humana, habilitando os indivíduos a se tornarem sujeitos de suas próprias histórias. Por isso, na próxima parte deste estudo será desvendado o potencial da linguagem para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, contribuindo para o debate sobre a educação crítica e emancipatória.

3.2 Linguagem como Instrumento de Emancipação

A linguagem, fenômeno intrinsecamente humano, vai além da mera comunicação, desempenhando um papel fundamental na construção de identidades, na organização de relações sociais e na perpetuação ou transformação de estruturas de poder. Essa perspectiva é central para uma análise crítica que reconhece as nuances e potencialidades da linguagem, sobretudo em sua capacidade de promover a emancipação humana. Tal reconhecimento demanda uma compreensão ampla das diversidades de usos linguísticos e das influências dos fatores históricos e sociais que moldam essas práticas.

Conforme destacado por Silveira et al. (2020), a busca por homogeneidade linguística é uma falácia ideológica que desconsidera a riqueza e a complexidade inerentes à linguagem. Em sua natureza multifacetada, a linguagem é veículo de expressão de diferentes visões de mundo e instrumento na construção de identidades individuais e coletivas. Mussalin (2012) enfatiza que a constituição discursiva reflete as histórias pessoais e as estruturas sociais nas quais os sujeitos estão inseridos, reforçando a ideia de que a linguagem não é apenas uma ferramenta de comunicação, mas também um meio de moldar a realidade social.

Ao abordar a linguagem como um instrumento de comunicação, emerge seu papel dual: tanto como mecanismo de transformação social e “emancipação humana quanto como ferramenta de manutenção de ideologias que perpetuam relações de poder e subjugação” (Silveira et al., 2020). Nesse contexto, o discurso, seja escrito ou oral, pode servir como um instrumento de opressão, reforçando hierarquias sociais e marginalizando grupos. Como aponta Fabrício (2006), a linguagem molda não apenas as mensagens que transmitimos, mas também as próprias relações sociais e identidades dos indivíduos, sendo um elemento fundamental na construção do pertencimento e na formação de grupos sociais.

A violência simbólica perpetrada por meio da linguagem revela-se nas formas de estereótipos, preconceitos e discursos de ódio que perpetuam desigualdades e exclusões. “Portanto, entender o poder da linguagem como instrumento de dominação exige uma postura crítica, que reconheça tanto seu potencial emancipador quanto seu caráter opressor.” (Silveira et al., 2020). A desconstrução de discursos hegemônicos que naturalizam as desigualdades é essencial para promover a inclusão e o respeito à diversidade linguística.

Num cenário contemporâneo caracterizado pela diversidade e pela reconfiguração constante das relações sociais, a linguagem torna-se um campo de disputa, onde diferentes visões de mundo se confrontam. Rajagopalan (2010) ressalta que a linguagem é um espaço de luta pela construção de sentidos e pelo controle da narrativa que molda a realidade. Nesse sentido, o acesso à informação e a possibilidade de expressão livre e participação em debates públicos são fundamentais para a emancipação humana.

Ademais, as diversas formas de linguagem, incluindo as manifestações verbais e não-verbais, os códigos e os signos, interconectam-se na construção de significados que refletem e influenciam as relações de poder e as desigualdades sociais. A linguagem corporal, os gestos, as expressões faciais e até a aparência física são portadores de mensagens que influenciam a percepção e o tratamento dos indivíduos na sociedade. A análise dessas nuances, como salienta Mussalin (2012), é importante para entender como a linguagem pode ser utilizada tanto para reforçar estereótipos e hierarquias sociais quanto para questioná-los.

Portanto, a linguagem deve ser compreendida como um instrumento poderoso que molda a realidade e as relações sociais. A busca pela emancipação requer uma análise crítica de seu potencial e de suas complexas implicações na sociedade contemporânea. É essencial que a reflexão sobre a linguagem, em seu caráter criador e organizador de sentidos, se torne um pilar na construção de um mundo mais justo e igualitário. Nesse sentido, a democratização do acesso à informação, a promoção de uma educação crítica e o desenvolvimento de políticas linguísticas que valorizem a diversidade são fundamentais para que a linguagem seja verdadeiramente um instrumento de emancipação, e não de dominação.

3.3 A Importância do Diálogo e da Escuta na Sala de Aula

A sala de aula, enquanto palco da construção do conhecimento, demanda mais do que a simples transmissão de informações. Para que o processo educativo se concretize de forma significativa, é imprescindível que haja uma interação efetiva entre professor e alunos. Conforme Habermas (2012a, p. 194), essa interação é o motor da aprendizagem: “Na sala de aula, o processo de ensino e de aprendizagem se efetiva na interação entre os estudantes e o professor”. É nesse espaço de trocas que o conhecimento se transforma, ganhando sentido e relevância para cada indivíduo.

Para que essa interação seja produtiva, é necessário criar um ambiente de diálogo, no qual todos tenham a oportunidade de falar e de serem escutados. Freire (2019a, p. 115) reforça essa ideia: “Para que essa interação ocorra no processo educativo, o professor precisa favorecer a constituição de um ambiente de diálogo, com oportunidades de fala e de escuta”. O diálogo, nesse contexto, vai além da simples troca de palavras, configurando-se como um espaço de comunicação genuína, essencial para a verdadeira educação, como também afirma Freire (2019a, p. 115): “Sem o diálogo, não há comunicação e sem esta não há verdadeira educação”. É por meio desse diálogo que professores e alunos se conectam, compartilhando ideias, questionamentos e perspectivas, e, assim, construindo juntos um processo de aprendizagem mais rico e profundo.

A escuta ativa, nesse cenário, desempenha um papel crucial. Através dela, o professor é capaz de compreender verdadeiramente as perspectivas dos alunos, suas dúvidas, necessidades e conhecimentos prévios, o que contribui para uma aprendizagem significativa. Escutar ativamente envolve mais do que ouvir palavras, mas captar o sentido que está por trás delas, demonstrando interesse e respeito pelas ideias dos alunos. Isso permite ao professor ajustar sua abordagem pedagógica às necessidades específicas de cada aluno, tornando o ensino mais relevante e eficaz.

A ausência de diálogo e escuta compromete o desenvolvimento individual, como alerta Anjos (2018, p. 132): “O indivíduo que não se relaciona de forma comunicativa, que não fala, que não escuta, que não interage, consequentemente, não gera desenvolvimento”. A comunicação é a base da construção do conhecimento e da formação do indivíduo; sem diálogo e escuta, torna-se impossível construir um ambiente de aprendizagem colaborativo e participativo.

Além de promover a comunicação, o diálogo permite ao professor compreender a realidade sociocultural do aluno e avaliar se os métodos de ensino são adequados, como afirmam Cássia, Ebisui e Farinha (2023, p. 16): “O diálogo é fundamental para identificar a realidade sócio-cultural do aluno e para diagnosticar se os procedimentos de ensino estão adequados para a aprendizagem”. Ao conhecer o contexto social, cultural e econômico do aluno, o professor pode adaptar seu ensino, tornando-o mais significativo e conectado às vivências do estudante.

Para Cássia, Ebisui e Farinha (2023, p. 20), o diálogo constroi uma ponte entre professor e aluno, facilitando uma aprendizagem significativa: “Para mim, diálogo significa o mesmo que possibilidade, pois no momento em que ele ocorre se estabelece a ponte necessária entre ambos para a existência do processo de ensino-aprendizagem”. Através dessa ponte, cria-se uma relação de confiança e respeito mútuo, em que professor e aluno se sentem à vontade para compartilhar suas ideias e construir conhecimento conjuntamente.

O diálogo também desempenha um papel central no estímulo à motivação e à curiosidade dos alunos, fatores essenciais para o sucesso no processo de ensino-aprendizagem (Cássia; Ebisui; Farinha, 2023, p. 18). Quando o aluno se sente ouvido, valorizado e parte ativa desse processo, sua motivação para participar, questionar e buscar novos conhecimentos aumenta. Essa curiosidade é a chave para uma aprendizagem autônoma e verdadeiramente significativa.

A prática dialógica, baseada no respeito à autonomia do aluno (Freire, 1996a, p. 65-66), rompe com a tradicional visão de ensino, onde o professor detém todo o poder e o aluno é um receptor passivo de informações (Freire, 1987, p. 68). A educação problematizadora, proposta por Freire, promove a construção conjunta do conhecimento através da interação entre educador e educando, orientando-os a interpretar criticamente o mundo (Cássia; Ebisui; Farinha, 2023, p. 15). Nesse ambiente, o aluno se torna agente ativo, questionando, criando interpretações próprias e desenvolvendo autonomia e pensamento crítico.

Nas reflexões de Freire (1987, p. 68), observa-se que a educação problematizadora, centrada no diálogo, transcende a “concepção ‘bancária'”, que perpetua a contradição educador-educandos: “Enquanto a primeira [concepção ‘bancária’], necessariamente, mantém a contradição educador-educandos, a segunda [educação problematizadora] realiza a superação”. Enquanto a educação bancária reforça uma relação de poder hierárquica, em que o professor é a única fonte de conhecimento, a educação problematizadora incentiva a colaboração e a autonomia dos participantes.

Portanto, o diálogo e a escuta ativa são elementos indispensáveis para a construção de um ambiente de aprendizagem dinâmico e significativo. Através dessa relação dialógica, professor e alunos constroem juntos o conhecimento, transformando a sala de aula em um espaço de respeito, colaboração e crescimento mútuo. O diálogo torna a sala de aula um local de troca de ideias, reflexão e construção coletiva, onde ambos, professor e aluno, aprendem juntos e desenvolvem suas capacidades para interpretar e transformar o mundo de forma mais profunda e significativa.

3.4 Desafios e Potencialidades do Agir Comunicativo nos Anos Iniciais

A educação nos anos iniciais, etapa crucial para o desenvolvimento integral da criança, exige uma comunicação rica e significativa que crie pontes entre o conhecimento formal e as experiências individuais. Nesse contexto, o agir comunicativo, conforme a teoria de Habermas, destaca-se como uma abordagem fundamental, com foco no entendimento mútuo por meio do diálogo e da interação. No entanto, o cenário contemporâneo, marcado por avanços tecnológicos e a influência da “rede digital, a telefonia celular, os recursos de busca na internet” (Citelli, 2015, p. 68), apresenta desafios e oportunidades únicos para a implementação do agir comunicativo nas salas de aula dos anos iniciais. 

Entre os principais desafios está a fragmentação da comunicação, especialmente pela introdução de tecnologias digitais que, muitas vezes, promovem interações rápidas e superficiais. Essa superficialidade pode dificultar a construção de um diálogo autêntico, uma das bases do agir comunicativo. Rosa (2019, p. XLV) adverte que “não se pode, ao mesmo tempo, concorrer e ressoar com alguém”, destacando a importância da escuta atenta e da receptividade. O desafio, portanto, reside em como equilibrar o uso das tecnologias sem perder a profundidade das interações que devem ser pautadas pela busca

Outro grande desafio é a “incapacidade de um indivíduo ou de um grupo social usar sua potencialidade de autoesclarecimento para superar determinada incompreensão ou determinada situação de conflito” (Mühl, 2020, p. 230). Na sala de aula, superar preconceitos e divergências por meio do diálogo aberto e respeitoso é essencial para o sucesso do agir comunicativo. Contudo, muitas vezes, o ambiente escolar tradicional não fornece as condições adequadas para que os estudantes utilizem suas habilidades de reflexão crítica e construção coletiva de soluções, gerando um

Por outro lado, a presença constante da tecnologia na vida cotidiana das crianças pode ser vista como uma oportunidade para ampliar o alcance do agir comunicativo. A “experiência cotidiana dos jovens com a tecnologia – no contexto da cultura tecnopopular” (Buckingham, 2010, p. 43) pode ser uma aliada no desenvolvimento de habilidades comunicativas. O uso crítico e reflexivo das ferramentas digitais pode “proporcionar aos jovens experiências sociais, intelectuais e culturais que eles não deveriam ter sem ela” (Buckingham, 2012, p. 51), ampliando o repertório comunicativo e colaborativo dos alunos. Assim, o papel do professor nos anos iniciais é orientar o uso dessas tecnologias para que elas sirvam como plataformas de diálogo, troca de ideias e construção de conhecimento.

O agir comunicativo nos anos iniciais, portanto, precisa ser construído sobre uma “relação responsiva, isto é, que se dá em um alcance mútuo do outro lado, que desdobra um efeito transformador em ambos os lados” (Rosa, 2019, p. XXXIII). Isso exige que o educador atue como um facilitador do diálogo, criando um ambiente de confiança e respeito mútuo, onde “não invada, não manipule, é não ‘sloganize’” (Freire, 2022, p. 47). Esse ambiente dialógico é essencial para que o conhecimento seja construído de forma participativa e crítica.

Uma forma de concretizar essas potencialidades é por meio da utilização de plataformas digitais, como Google Classroom e Moodle, que podem promover um ambiente de aprendizagem colaborativo, permitindo que alunos, professores e famílias participem ativamente do processo educacional. Projetos interdisciplinares que envolvem múltiplas linguagens e mídias podem ser utilizados para abordar temas relevantes de maneira criativa, promovendo a comunicação, a colaboração

Diante dos desafios e das oportunidades que a contemporaneidade apresenta, o agir comunicativo surge como uma ferramenta essencial para a construção de uma educação transformadora nos anos iniciais. Promover um ambiente de diálogo aberto, respeitoso e colaborativo, onde o diálogo e a interação sejam a base para a construção do conhecimento, e onde a tecnologia seja integrada de forma crítica à prática pedagógica, é fundamental para expandir o repertório comunicativo e desenvolver a autonomia e a criatividade dos alunos.

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DAS IDEIAS 

O artigo “O Agir Comunicativo de Habermas como base para a construção de uma educação significativa nos anos iniciais” aborda a aplicação da teoria do Agir Comunicativo de Jürgen Habermas no contexto educacional, propondo uma transição de práticas pedagógicas tradicionais para abordagens que incentivem a participação ativa, a escuta atenta e o diálogo crítico. Esta mudança se mostra fundamental para o desenvolvimento integral dos alunos e para a formação de cidadãos autônomos e críticos, essenciais em uma sociedade democrática.

A proposta central do autor é que a educação não deve ser entendida apenas como a transmissão de conteúdos, mas como um processo dialógico que envolve todos os participantes da sala de aula. A interação mútua e a construção coletiva do conhecimento são vistas como caminhos para o fortalecimento da autonomia dos alunos, uma vez que lhes é conferido o papel de agentes ativos em seu processo de aprendizagem. Este conceito se contrapõe à educação tradicional, frequentemente caracterizada por uma relação vertical e autoritária, onde o professor é o único detentor do conhecimento.

Habermas destaca que a comunicação, quando realizada de maneira livre e racional, propicia não apenas a resolução de conflitos, mas também a construção de consensos, fundamentais na educação significativa. O autor argumenta que a linguagem deve ser reconhecida como um instrumento poderoso, capaz de moldar realidades sociais e identidades. Portanto, a sala de aula precisa ser um espaço onde o diálogo autêntico e a escuta ativa prevaleçam, permitindo que todos os alunos se sintam valorizados e ouvidos. Nesta perspectiva, a educação é vista como um meio de emancipação, essencial para a formação de uma sociedade mais justa e igualitária.

No entanto, o artigo não ignora os desafios contemporâneos que a aplicação da teoria do Agir Comunicativo enfrenta nas salas de aula. A inserção de tecnologias digitais, por exemplo, oferece tanto oportunidades quanto dificuldades. A fragmentação da comunicação provocada por essas tecnologias pode dificultar a profundidade das interações necessárias para um diálogo genuíno e enriquecedor, conforme mencionado por Rosa (2019) no texto. Assim, é crucial encontrar um equilíbrio entre a utilização das novas mídias e a promoção de interações ricas e significativas.

Ademais, é enfatizado que, para que a teoria de Habermas seja efetivamente aplicada, é necessário que professores e alunos desenvolvam competências que vão além da simples transmissão de conhecimento. Estas incluem a capacidade de escuta, a disposição para o autoesclarecimento e a habilidade de conduzir diálogos respeitosos frente a divergências – habilidades essenciais para a convivência em sociedade.

Por fim, a análise destaca que a educação baseada no Agir Comunicativo possibilita a formação de indivíduos críticos e autônomos, preparados para enfrentar as complexidades do mundo contemporâneo. O estudo propõe que a reflexão sobre a linguagem e a interação deve se tornar um pilar fundamental na construção de um ambiente educacional que priorize a democracia e a justiça social, alinhando-se, assim, aos ideais de Habermas de uma sociedade comunicativa e consensual.

Assim sendo, a contribuição da teoria do Agir Comunicativo para a educação significativa nos anos iniciais é robusta e necessária. Ela desafia os paradigmas educacionais tradicionais e propõe uma educação que realmente favoreça a construção de um conhecimento crítico, promovendo o diálogo e o entendimento mútuo, o que se torna imprescindível para a formação de cidadãos mais conscientes e envolvidos socioculturalmente.

5. CONCLUSÃO

O presente estudo explorou a relevância da teoria do Agir Comunicativo de Jürgen Habermas como base teórica para a construção de uma educação significativa nos anos iniciais. Ao enfatizar a importância da comunicação livre, da escuta atenta e do diálogo crítico, essa abordagem, frequentemente associada à construção de um ambiente educacional colaborativo e centrado no aluno, revela-se essencial para o desenvolvimento integral das crianças.

A análise das práticas pedagógicas à luz da teoria habermasiana evidenciou que a educação significativa não deve se restringir à mera transmissão de conteúdos, mas, sim, promover a participação ativa dos alunos na construção do conhecimento. As interações entre professores e estudantes, quando pautadas pelo entendimento mútuo, favorecem a formação de cidadãos autônomos e críticos, preparados para enfrentar os desafios de uma sociedade em constante transformação.

No entanto, os desafios contemporâneos, como a influência das tecnologias digitais e a necessidade de superar relações autoritárias na sala de aula, devem ser considerados na implementação de práticas educacionais baseadas no Agir Comunicativo. O papel do educador como facilitador do diálogo e agente de transformação torna-se fundamental para a criação de um espaço escolar onde o respeito, a reflexão e a colaboração possam florescer.

Por fim, a teoria do Agir Comunicativo não apenas oferece uma nova perspectiva sobre a educação, mas também se configura como um caminho promissor para a construção de um currículo que valorize a diversidade, o diálogo e a emancipação dos sujeitos. Ao integrar essas práticas na formação docente e nas políticas públicas educacionais, não apenas aprimoramos a prática pedagógica, mas também contribuímos para a construção de uma sociedade mais justa e democrática. Dessa forma, a proposta de uma educação significativa fundamentada no Agir Comunicativo constitui uma contribuição valiosa para o campo educacional, reforçando a necessidade urgente de reflexão e ação transformadora no processo de ensino-aprendizagem.

REFERÊNCIAS:

HABERMAS, J. Teoria do agir comunicativo: sobre a crítica da razão funcionalista. São Paulo: Martins Fontes, 1987.

GOMES, A. L. S. Aplicação da teoria do agir comunicativo de Habermas na formação de profissionais de saúde. Revista de Educação em Saúde, v. 14, n. 1, p. 56-68, 2020.

MORAN, José Manuel. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. Campinas: Papirus, 2007.

MASINI, E. F. S.; MOREIRA, M. A. Aprendizagem significativa: a teoria de aprendizagem de David Ausubel. São Paulo: Centauro Editora. 2ª edição, 2006.

MOREIRA, M. A. Aprendizagem significativa: a teoria e texto complementares. São Paulo: Editora Livraria da Física. 2011. 

MOREIRA, M. A. Física de Partículas: uma abordagem conceitual epistemológica. São Paulo: Editora Livraria da Física. 2011.

AUSUBEL, D. P. Aquisição e retenção de conhecimentos: uma perspectiva cognitiva. Lisboa: Plátano, 2003.

SILVEIRA, Rosemary do Nascimento; SANTOS, Letícia Adriana Pires Ferreira dos; ALENCAR, Claudiana Nogueira de. Linguagem em sociedade: interações, sentidos e emancipação. UNILETRAS, Ponta Grossa, v. 42, p. 1-14, e-15976, 2020. Disponível em: http://www.revistas2.uepg.br/index.php/uniletras . Acesso em: 23/08/2024.

RAJAGOPALAN, Kanavillil. O professor de língua e a suma importância do seu entrosamento na política linguística de seu país. In: CORREA, Djane Antonucci. (Org.). Política linguística e ensino de língua. São Paulo: Pontes Editores, 2014b.

FABRÍCIO, Branca Falabella. Linguística Aplicada como espaço de desaprendizagem. In: Moita

Lopes, Luiz Paulo da. (Org.). Por uma Linguística Aplicada Indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006.

MUSSALIM, Fernanda. Análise do discurso. In: MUSSALIM, Fernanda; BENTES, Anna Christina [Orgs.]. Introdução à linguística: domínios e fronteiras. São Paulo: Cortez, 2012. v. 2, cap. 4, p. 113-165.

Christina. (Org.). Introdução à linguística: domínios e fronteiras. 8. ed. São Paulo: Cortez Editora, 2012.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 6. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2019a.

ANJOS, Eline dos. Diálogo na ação comunicativa. In: SÍVERES, Luiz; VASCONCELOS, Ivan César Oliveira de (Org.). Diálogo: um processo educativo. Brasília: Cidade Gráfica Editora, 2018. p. 129-147.

HABERMAS, Jürgen. Teoria do agir comunicativo 1: racionalidade da ação e racionalização social. Tradução: Flávio Beno Siebeneichler. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2012a.

BUENO, Sonia Maria Villela; EBISUI, Cássia Tiemi Nagasawa; DE SOUZA, Joseane; FARINHA, Marciana Gonçalves. A importância do diálogo e da escuta na sala de aula. Temas em Educação e Saúde, 2017, v.5, 1-26. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/tes/article/view/9507 . Acesso em: 04/09/2024.

FEIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 32. Ed. São Paulo: Cartez, 1996.

FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? 25. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2022.

BANNELL, Ralph I. Habermas & a educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

CITELLI, Adilson. Comunicação e educação: convergências educomunicativas. Comunicação, mídia e consumo, v.7, n.19, 2010. p. 67-85.

MÜHL, Eldon H. Habermas e a educação: ação pedagógica como agir comunicativo. 2 ed. rev. e at. Curitiba: CRV, 2020.

BUCKINGHAN, David. Cultura digital, educação midiática e o lugar da escolarização. Educação & Realidade, v. 35, n. 3, 2010. p. 37-58.

ROSA, Hartmut. Aceleração: A transformação das estruturas temporais na modernidade. São Paulo: Editora da Unesp, 2019.


1Mestre em Ciências da educação. Facultad Interamericana de Ciencias Sociales – FICS. Aracaju, Sergipe – Brasil. E-mail: fransimar@hotmail.comhttp://lattes.cnpq.br/0490119640432061
2Mestre em Educação FICS- UNIMES. Guanambi – Bahia – Brasil. E-mail: anerisilva@hotmail.comhttp://lattes.cnpq.br/5266195514177740
3Pedagoga, formada pela Universidade Federal de Sergipe – UFS. Nossa Senhora do Socorro, Sergipe – Brasil.  E-mail: claudiahungria@hotmail.comhttp://lattes.cnpq.br/1214319133320311
4Pedagoga, formada pela Faculdade Pio Décimo. Aracaju – Sergipe – Brasil. E-mail: cardosoelba782@gmail.comhttps://lattes.cnpq.br/2719952098833303