NUTRIGENÔMICA E SAÚDE: A INTERAÇÃO ENTRE NUTRIENTES E EXPRESSÃO GENÉTICA NA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA DOENÇA DE ALZHEIMER

NUTRIGENOMICS AND HEALTH: THE INTERACTION BETWEEN NUTRIENTS AND GENE EXPRESSION IN THE PREVENTION AND TREATMENT ALZHEIMER’S DISEASE

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202510051753


Aysha Isabella Gomes da Silva1
Mirella Gonçalves Romera1
Stephany De Oliveira Pantoja1
Francisca Marta Nascimento de Oliveira Freitas2
David Silva dos Reis3


RESUMO 

O presente estudo teve como objetivo analisar a interação entre nutrientes e expressão genética, visando à elaboração de estratégias nutricionais personalizadas para a prevenção e o tratamento da Doença de Alzheimer (DA). Caracteriza-se como uma revisão integrativa da literatura, cuja busca foi realizada nas bases de dados PubMed, SciELO e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando descritores relacionados a “nutrigenômica”, “nutrigenética”, “doenças crônicas” e “Alzheimer”, delimitando-se aos últimos cinco anos (2020-2025). Foram selecionados 20 artigos na íntegra, cujos resultados evidenciaram que nutrientes bioativos, como ácidos graxos ômega-3, polifenóis e vitaminas antioxidantes, apresentam potencial para modular a expressão gênica e reduzir processos neuroinflamatórios e oxidativos associados à progressão da DA. Além disso, estudos indicaram que a correção personalizada de deficiências minerais, a adoção de padrões alimentares protetores, como a dieta mediterrânea, e o uso de estratégias baseadas em polimorfismos genéticos podem contribuir para retardar o declínio cognitivo. Conclui-se que a nutrigenômica representa uma ferramenta promissora para a formulação de intervenções nutricionais individualizadas, ainda que sejam necessários mais ensaios clínicos para consolidar sua aplicação prática.

Palavras-chave: Doença de Alzheimer, Nutrigenômica, Nutrigenética.

ABSTRACT

The present study aimed to analyze the interaction between nutrients and gene expression, with a view to developing personalized nutritional strategies for the prevention and treatment of Alzheimer’s Disease (AD). It is characterized as an integrative literature review, with searches conducted in the PubMed, SciELO, and Virtual Health Library (BVS) databases, using descriptors related to “nutrigenomics,” “nutrigenetics,” “chronic diseases,” and “Alzheimer,” limited to the last five years (2020–2025). A total of 20 full-text articles were selected, and the results showed that bioactive nutrients such as omega-3 fatty acids, polyphenols, and antioxidant vitamins have the potential to modulate gene expression and reduce neuroinflammatory and oxidative processes associated with the progression of AD. In addition, studies indicated that the personalized correction of mineral deficiencies, the adoption of protective dietary patterns such as the Mediterranean diet, and the use of strategies based on genetic polymorphisms may help delay cognitive decline. It is concluded that nutrigenomics represents a promising tool for the development of individualized nutritional interventions, although further clinical trials are needed to consolidate its practical application.

Keywords: Alzheimer’s Disease; Nutrigenomics; Nutrigenetics.

1 INTRODUÇÃO

A nutrição no Brasil passou por um processo contínuo de transformação, que vai desde suas raízes biológicas até alcançar a era pós-genômica, na qual dimensões biológicas, sociais e ambientais se articulam. Nesse cenário, a nutrigenômica desponta como disciplina capaz de integrar conhecimentos da genética com as práticas nutricionais, ampliando a compreensão sobre a relação entre alimentos e expressão gênica (Fischer et al., 2020; Lucas; Schneider, 2023).

A nutrigenômica e a nutrigenética, embora distintas em seus enfoques, compartilham a finalidade de investigar a interação entre nutrientes e genes. Enquanto a nutrigenômica busca compreender como os nutrientes modulam a expressão gênica, a nutrigenética examina como variações genéticas individuais influenciam a resposta aos alimentos (De Felippi, 2023). Essa perspectiva abre caminho para estratégias personalizadas de prevenção e tratamento de doenças, representando uma ruptura com paradigmas tradicionais da nutrição, historicamente centrados no metabolismo e nos nutrientes isolados (Garcia; Sbrisse; Godoy, 2023).

Estudos recentes têm evidenciado que o mapeamento genético permite identificar predisposições individuais e, assim, orientar medidas preventivas capazes de reduzir riscos de doenças crônicas (Canário et al., 2022). Nesse sentido, a nutrigenômica tem se mostrado promissora tanto na prevenção quanto na elaboração de dietas terapêuticas personalizadas (Silva; Oliveira; Pimenta, 2019).

Entre essas doenças, a Doença de Alzheimer (DA) ganha destaque por sua elevada prevalência e impacto social, configurando-se como uma das principais causas de demência no mundo (Granja; Nascimento; Barbosa, 2024). Trata-se de uma enfermidade neurodegenerativa progressiva marcada pela perda de memória, pelo declínio cognitivo e por alterações funcionais que comprometem a autonomia dos indivíduos (Cunha et al., 2024; Lacerda et al., 2024). 

Sua fisiopatologia envolve mecanismos como acúmulo de beta-amiloide, emaranhados neurofibrilares de proteína tau, inflamação crônica e estresse oxidativo, os quais se relacionam diretamente a vias moleculares moduláveis pela dieta (Keathley et al., 2022; Mullins et al., 2020). Assim, compreender como nutrientes e compostos bioativos podem interferir nesses processos patológicos reforça o potencial da nutrigenômica como ferramenta de prevenção e manejo personalizado da DA.

Contudo, o avanço científico traz consigo desafios éticos, logo, a bioética torna-se, portanto, um campo essencial de discussão, pois a utilização de dados genéticos levanta questões relacionadas à privacidade, ao acesso e ao uso responsável dessas informações. Pesquisas destacam a necessidade de um debate ético permanente que acompanhe os avanços tecnológicos, assegurando que os benefícios sejam amplamente distribuídos sem prejuízo aos direitos individuais (Fischer et al., 2020).

A literatura também aponta para a relevância dos nutracêuticos e alimentos funcionais na prevenção de doenças, como as cardiovasculares, destacando que a integração entre compostos bioativos e informações genéticas pode ampliar a eficácia das estratégias de promoção da saúde (Villarreal, 2019). Esse enfoque interdisciplinar reforça a importância de unir saberes da biologia molecular, da nutrição e das ciências sociais, fortalecendo a elaboração de estratégias de prevenção mais efetivas.

Dessa forma, a evolução dos paradigmas nutricionais no Brasil reflete não apenas o progresso científico, mas também o reconhecimento da necessidade de considerar fatores sociais e ambientais na formulação de políticas públicas de saúde. A nutrigenômica se consolida, assim, como campo promissor e multidisciplinar, capaz de transformar a compreensão da relação entre alimentação e saúde, com aplicações clínicas e preventivas cada vez mais evidentes (Cominetti; Rogerio; Horst, 2017; Saraiva et al., 2020).

A relevância desta pesquisa se justifica pela necessidade de compreender a interação entre nutrientes e expressão gênica, possibilitando a elaboração de estratégias nutricionais personalizadas. Estudos nacionais e internacionais reforçam que identificar predisposições genéticas e promover intervenções direcionadas pode ter impacto significativo na prevenção de doenças crônicas e degenerativas (Sousa; Nascimento; Bezerra, 2021; Villarreal, 2019).

Nesse sentido, o objetivo geral deste estudo é analisar a interação entre nutrientes e expressão genética, visando à elaboração de estratégias nutricionais personalizadas para a prevenção e o tratamento da Doença de Alzheimer (DA). Como objetivos específicos, propõe-se: (i) investigar os principais mecanismos moleculares que fundamentam a nutrigenômica e a nutrigenética; (ii) avaliar os estudos interdisciplinares disponíveis em bases de dados acerca dos impactos das intervenções nutricionais personalizadas na prevenção e no manejo da DA; e (iii) discutir as implicações éticas e a necessidade de diretrizes que regulem o uso dos dados genéticos na prática nutricional.

2  METODOLOGIA

2.1 Tipo de estudo

O presente estudo caracteriza-se como uma revisão integrativa da literatura, tendo como objetivo reunir e sintetizar evidências sobre as aplicações clínicas e preventivas da nutrigenômica. A abordagem adotada permite a análise crítica dos principais estudos publicados, integrando informações provenientes de dissertações, teses e artigos científicos. A revisão segue os preceitos metodológicos que asseguram a confiabilidade dos dados e a relevância das evidências para a prática clínica e preventiva. Dessa forma, o estudo contribui para a consolidação de um referencial teórico atualizado sobre a interação entre genética e nutrição.

2.2 Coleta de dados

A coleta de dados foi realizada por meio de pesquisa sistemática em bases de dados eletrônicas, tais como PubMed, SciELO e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando descritores relacionados a “nutrigenômica”, “nutrigenética”, “doenças crônicas” e “Alzheimer”, com combinação de termos booleanos (AND/OR) nas línguas portuguesa e inglesa.

O período de busca foi delimitado aos últimos cinco anos (2020-2025), a fim de garantir maior atualidade e relevância dos estudos incluídos. Foram aplicados critérios de elegibilidade que consideraram a pertinência do conteúdo, a qualidade metodológica dos estudos e a disponibilidade do texto completo. O processo de seleção seguiu uma estratégia rigorosa, permitindo a identificação de publicações relevantes que contribuam para o entendimento das aplicações da nutrigenômica na prevenção e manejo do Alzheimer.

2.3 Análise de dados

A análise dos dados foi realizada de forma qualitativa, por meio da leitura crítica e sistemática dos artigos incluídos na revisão. Essa etapa buscou identificar, organizar e interpretar os principais achados relacionados à interação entre nutrientes e expressão genética, com ênfase nas aplicações clínicas e preventivas da nutrigenômica na Doença de Alzheimer (DA).

O fluxograma disposto na Figura 1 ilustra o processo de seleção dos estudos da revisão.

Figura 1 – Fluxograma de Análise de dados

Fonte: Elaborado pelos autores (2025).

Como pode ser observado na Figura 1, foi realizada a triagem inicial dos 145 estudos identificados nas bases eletrônicas, com exclusão de 85 artigos por duplicação, título ou resumo, resultando em 60 publicações elegíveis para leitura na íntegra. Após essa etapa, aplicou-se o critério de exclusão por conteúdo não pertinente, sendo eliminados 10 estudos que não atendiam diretamente ao objetivo da pesquisa. Assim, o processo culminou com a inclusão de 50 artigos na revisão, dos quais 22 estavam disponíveis na íntegra e foram utilizados na análise final dos resultados.

3    RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Doença de Alzheimer é uma enfermidade neurodegenerativa progressiva que se caracteriza pela perda gradual de funções cognitivas, especialmente memória, linguagem e raciocínio, impactando significativamente a autonomia e a qualidade de vida do indivíduo. Seu desenvolvimento está associado ao acúmulo anormal de placas de beta-amiloide e emaranhados neurofibrilares de proteína tau no cérebro, que desencadeiam processos inflamatórios, estresse oxidativo e morte neuronal (Balbino et al., 2021; Licodiedoff et al., 2023; Sobral et al., 2024; Santi; Teixeira; Silva, 2025; Mouro et al., 2025).

Conforme Rodrigues (2022), embora fatores genéticos, como a presença do alelo APOE-ε4, estejam relacionados ao risco aumentado, aspectos ambientais e de estilo de vida, como dieta inadequada, sedentarismo e doenças metabólicas, também exercem influência relevante. Nesse contexto, cresce o interesse científico por estratégias de prevenção e manejo que integrem intervenções nutricionais personalizadas, capazes de modular vias metabólicas e epigenéticas envolvidas na fisiopatologia da doença, abrindo perspectivas para uma abordagem mais eficaz e individualizada (Almeida; Zuppi, 2022; Caroni; Rodrigues; Santos, 2023; Sena; Serquiz, 2023; Souza et al., 2025).

A nutrigenômica visa compreender como os nutrientes interagem com o genoma e modulam a expressão gênica, assim, Mullins et al. (2020) ressaltam que a consolidação desse conhecimento rompe com o paradigma de recomendações nutricionais uniformes, permitindo avançar para diretrizes personalizadas que considerem a variabilidade genética dos indivíduos, abrindo caminho para a nutrição de precisão, alinhada ao potencial de dados ômicos e da biologia molecular. 

Logo, Lee et al. (2022) evidenciam que fatores genéticos, ambientais, fisiológicos e sociais se entrelaçam para determinar a resposta individual à dieta. Nesse sentido, a nutrigenômica aparece como ferramenta para reduzir disparidades em saúde e promover intervenções específicas em condições como Alzheimer, câncer e doenças cardiovasculares. 

Do mesmo modo que, destaca-se que as interações entre dieta e genoma não se restringem às doenças metabólicas e crônicas, mas também afetam distúrbios psicológicos (Ventura; Nazareno; Reisdörfer, 2025). Birla et al. (2022) ampliam a discussão, considerando a relação entre microbiota intestinal, nutrientes e expressão gênica pode impactar quadros de depressão e ansiedade, evidenciando que a nutrigenômica pode ter aplicações transversais na saúde mental (Lopes, 2025). 

No contexto da nutrigenômica, é importante pontuar sobre o papel dos polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs), dados que, os estudos de Madeo et al. (2023) mostram como SNPs associados ao metabolismo de lipídios e carboidratos influenciam a suscetibilidade ao diabetes tipo 2 e à obesidade, evidenciando a necessidade de ajustar intervenções nutricionais às particularidades genéticas. Paralelamente, Dhuli et al. (2023) identificaram SNPs relacionados a deficiências minerais, como ferro, cálcio e magnésio, demonstrando o impacto da diversidade genética sobre o risco de carências nutricionais.

A interface entre nutrigenômica e processos celulares fundamentais foi explorada por Chiarelli, Caradonna e Naselli (2024), que destacam a autófagia como elo essencial, já que, nutrientes e compostos bioativos, como polifenóis e ácidos graxos ômega-3, podem modular a via da autófagia e, consequentemente, influenciar tanto a prevenção quanto a progressão de doenças metabólicas, neurodegenerativas e oncológicas. O que, de fato, confirmam a complexidade das interações gene-nutriente.

No Brasil, Vasconcelos (2025) destaca que a nutrigenômica e a nutrição de precisão surgem como novos campos de atuação do nutricionista, incorporando inovações tecnológicas como inteligência artificial e big data, na qual, essa evolução sinaliza não apenas a ampliação das áreas de especialização profissional, mas também a necessidade de formação continuada para lidar com a complexidade das interações genômicas e ambientais que impactam a saúde da população.

Assim, a nutrigenômica possibilita compreender como variantes genéticas modulam a resposta a nutrientes, enquanto a nutrigenética identifica predisposições individuais que podem ser mitigadas por intervenções dietéticas. O diálogo entre essas áreas fortalece a construção de protocolos individuais de prevenção e tratamento, superando o modelo reducionista de recomendações dietéticas generalizadas (Almeida, 2023).

A nutrigenômica investiga como os nutrientes modulam a expressão gênica, influenciando processos metabólicos, inflamatórios e degenerativos (Almeida; Lima, 2021). Mullins et al. (2020) destacam que variações genéticas individuais determinam diferentes respostas aos alimentos, e isso se expressa por meio de mecanismos moleculares como polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs), que afetam vias metabólicas e aumentam ou reduzem riscos de doenças crônicas, incluindo as neurodegenerativas.

Os estudos de Madeo et al. (2023) mostraram que SNPs relacionados ao metabolismo de lipídios e carboidratos alteram a susceptibilidade à obesidade e diabetes, fatores de risco que intensificam a vulnerabilidade ao Alzheimer. Logo, os mecanismos reforçam a interconexão entre doenças metabólicas e neurodegenerativas, revelando que a personalização das dietas pode modular diretamente a progressão de patologias associadas ao envelhecimento.

No mesmo ensejo, Dhuli et al. (2023) complementam ao identificar polimorfismos associados a deficiências minerais essenciais, como ferro, cálcio e magnésio. A deficiência desses micronutrientes pode comprometer funções cognitivas e desencadear processos inflamatórios no sistema nervoso central. Assim, a regulação individualizada da ingestão mineral, pautada em variantes genéticas, pode desempenhar papel protetor contra alterações neurodegenerativas.

A autófagia representa outro mecanismo-chave da interação gene-nutriente. Chiarelli, Caradonna e Naselli (2024) enfatizam que compostos bioativos, como polifenóis e ácidos graxos ômega-3, podem ativar genes ligados à autófagia, reduzindo o acúmulo de proteínas tóxicas, como o beta-amiloide, característica da fisiopatologia do Alzheimer. Dessa forma, a modulação da autófagia por nutrientes se apresenta como mecanismo de neuroproteção.

No campo dos estudos experimentais, Imai et al. (2021) evidenciaram que a ficocianina digerida enzimaticamente não apenas melhorou o desempenho cognitivo de camundongos modelo de Alzheimer, mas também regulou a expressão de genes no hipocampo. Assim, o resultado da pesquisa dos autores exemplifica como nutrientes específicos podem interagir diretamente com o genoma, alterando vias neuronais críticas para memória e aprendizado.

Birla et al. (2022) acrescentam que a microbiota intestinal exerce influência indireta, mas essencial, na interação entre nutrientes e genes. A modulação da microbiota por dieta pode afetar a expressão gênica de mediadores inflamatórios e neurotransmissores, impactando tanto a saúde mental quanto o risco de declínio cognitivo. Ou seja, de certo modo amplia a compreensão da nutrigenômica para além das células, envolvendo sistemas integrados.

A importância do gene APOE, especialmente sua variante E4, foi destacada por Keathley et al. (2022), que relacionaram sua interação com o consumo de ácidos graxos ômega-3. Indivíduos portadores de APOE-E4 apresentam respostas diferenciadas à suplementação de EPA/DHA, sugerindo que a nutrição personalizada pode retardar processos neurodegenerativos em subgrupos genéticos específicos.

Lee et al. (2022) apontam que a resposta aos nutrientes não é determinada apenas pelo genótipo, mas também por fatores sociais e ambientais, que modulam epigeneticamente a expressão gênica. Assim, esses fatores contribuem para explicar a variabilidade interindividual nas estratégias de prevenção, mostrando que a nutrigenômica deve ser compreendida em contexto multidimensional.

Fischer et al. (2020) ressaltam que, embora os mecanismos moleculares sejam promissores, há necessidade de cautela em sua aplicação clínica, visto que a compreensão parcial pode gerar riscos de uso inadequado. Do ponto de vista bioético, Almeida (2023) e De la Garza e Zonenszain-Laiter (2022) reforçam que a análise desses mecanismos deve ser acompanhada de protocolos éticos que respeitem a individualidade genética, garantindo que tais estratégias sejam aplicadas sem discriminação ou exclusão social.

A aplicação clínica da nutrigenômica no Alzheimer tem como principal meta desenvolver estratégias nutricionais personalizadas que considerem o perfil genético dos indivíduos. Mullins et al. (2020) destacam que esse avanço rompe com o paradigma das recomendações universais, permitindo identificar riscos e potencializar intervenções direcionadas à prevenção da DA.

Estudos experimentais, como o de Imai et al. (2021), fornecem evidências da aplicabilidade clínica da nutrigenômica, na qual, a ficocianina digerida enzimaticamente demonstrou efeito positivo em modelos animais de Alzheimer, melhorando memória e reduzindo alterações patológicas no hipocampo. De modo que, os nutrientes bioativos podem ser incorporados a protocolos terapêuticos para atenuar a progressão da doença.

A utilização de ácidos graxos ômega-3 constitui uma das mais promissoras intervenções preventivas. Keathley et al. (2022) comprovaram que indivíduos portadores do gene APOE-E4 apresentam respostas diferenciadas à suplementação de EPA/DHA. Isto é, envidenciou-se que a prática clínica deve considerar o perfil genético do paciente ao recomendar suplementação, o que amplia a eficácia e reduz riscos de intervenções ineficazes.

Chiarelli, Caradonna e Naselli (2024) reforçam que a ativação da autófagia por compostos bioativos representa uma aplicação direta da nutrigenômica no Alzheimer, ao reduzir o acúmulo de proteínas tóxicas no cérebro. A integração desses nutrientes em dietas personalizadas pode retardar o avanço clínico da doença, mostrando a relevância dos mecanismos moleculares para o cuidado prático.

Ainda, os autores explicam que a autófagia é regulada por vias como mTOR e AMPK, que atuam como sensores do estado nutricional da célula. Compostos bioativos, como polifenóis (resveratrol, quercetina), ácidos graxos poli-insaturados (EPA/DHA) e carotenóides (licopeno, indicaxantina), são capazes de modular essas vias, promovendo maior eficiência no processo autofágico. Essa ativação facilita a degradação de agregados proteicos como o beta-amiloide e a tau hiperfosforilada, marcadores centrais da fisiopatologia do Alzheimer. Assim, a nutrigenômica, ao integrar nutrientes reguladores da autófagia, não apenas atua de forma preventiva, mas também abre possibilidades terapêuticas inovadoras, com potencial de reduzir tanto o impacto clínico quanto socioeconômico da doença (Chiarelli; Caradonna; Naselli, 2024). 

Do ponto de vista preventivo, Birla et al. (2022) argumentam que a modulação da microbiota intestinal, por meio da dieta, pode beneficiar diretamente a saúde mental e reduzir o risco de declínio cognitivo associado ao Alzheimer. Os autores destacam que a microbiota atua como um elo entre os nutrientes ingeridos e a expressão gênica, influenciando a produção de neurotransmissores como serotonina, dopamina e ácido gama-aminobutírico (GABA), além de regular respostas inflamatórias sistêmicas. Uma dieta rica em fibras, prebióticos e probióticos pode favorecer a manutenção da eubiose intestinal, reduzindo a neuroinflamação e fortalecendo a barreira hematoencefálica. 

Nesse contexto, a nutrigenômica amplia o entendimento dessas interações ao demonstrar que o perfil genético do indivíduo pode determinar a forma como a microbiota responde à dieta, abrindo espaço para intervenções ainda mais precisas. Assim, a integração de aspectos psicológicos, metabólicos e neurológicos consolida-se como uma estratégia inovadora de prevenção do Alzheimer, atuando sobre múltiplos sistemas biológicos interligados (Birla et al., 20022). 

Madeo et al. (2023) e Dhuli et al. (2023) complementam ao evidenciar que a correção personalizada de polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) associados ao metabolismo energético e a deficiências minerais pode reduzir fatores de risco indiretos para a Doença de Alzheimer. No caso do metabolismo de lipídios e carboidratos, alterações genéticas podem predispor indivíduos à resistência insulínica, dislipidemias e obesidade, condições frequentemente relacionadas ao comprometimento cognitivo e à aceleração da deposição de beta-amiloide. Já os SNPs ligados ao metabolismo de minerais como ferro, magnésio, cálcio e selênio afetam processos celulares fundamentais, como a neurotransmissão, a defesa antioxidante e a plasticidade sináptica. Dessa forma, estratégias nutricionais voltadas à correção dessas deficiências e ao equilíbrio metabólico podem reduzir processos inflamatórios crônicos e estresse oxidativo, ambos implicados na fisiopatologia da DA. Ao direcionar a intervenção para o controle de comorbidades metabólicas, a nutrigenômica fortalece uma abordagem preventiva mais ampla e eficaz para o Alzheimer.

Almeida (2023) acrescenta que, no contexto do envelhecimento populacional, a medicina personalizada baseada em nutrigenômica só alcançará impacto positivo se estiver articulada a políticas públicas inclusivas, capazes de garantir acesso amplo e justo às inovações. Para o autor, a incorporação dessas tecnologias de forma restrita a grupos economicamente privilegiados poderia intensificar desigualdades já existentes no tratamento e prevenção da Doença de Alzheimer, criando uma divisão entre aqueles que têm acesso às estratégias preventivas de ponta e aqueles que permanecem dependentes de práticas convencionais (Oliveira; Junior; Silva, 2024). 

A discussão sobre os impactos das intervenções nutricionais personalizadas na prevenção e no manejo da Doença de Alzheimer tem se intensificado com os avanços da nutrigenômica e nutrigenética. Corrêa et al. (2020) destacam que a interação entre dieta, genoma e inflamação fornece bases sólidas para compreender doenças crônicas, incluindo neurodegenerativas. A inflamação de baixo grau, comum em obesidade e diabetes, também é central na fisiopatologia da DA. Assim, padrões alimentares como a dieta mediterrânea, rica em ácidos graxos mono e poli-insaturados, podem modular a expressão gênica de citocinas pró-inflamatórias, reduzindo processos neuroinflamatórios que agravam a degeneração neuronal.

No mesmo sentido, Pereira Filho et al. (2021) discutem a relevância dos polimorfismos do gene FTO na obesidade, mas os achados podem ser extrapolados para a DA, uma vez que o metabolismo energético e o acúmulo de gordura corporal influenciam o risco de doenças cognitivas. SNPs específicos modulam o balanço energético e podem predispor indivíduos a maior risco de resistência insulínica e inflamação sistêmica, fatores que estão relacionados ao comprometimento cognitivo. Isso sugere que intervenções personalizadas, levando em conta esses polimorfismos, poderiam contribuir para reduzir a vulnerabilidade ao Alzheimer.

Zanini et al. (2021) reforçam o papel dos polimorfismos no gene PON1, que regula a atividade antioxidante associada à lipoproteína de alta densidade (HDL). Na DA, o estresse oxidativo é um dos principais mecanismos de dano neuronal. Os autores mostram que determinados genótipos influenciam a atividade da enzima PON1 de forma mais decisiva que a dieta. Entretanto, conhecer esse perfil genético permitiria personalizar a dieta com compostos antioxidantes, como polifenóis, vitamina E e ácidos graxos essenciais, potencializando a proteção contra a oxidação lipídica e, consequentemente, contra os processos neurodegenerativos.

No campo do diabetes, Duarte Neto et al. (2025) demonstram que intervenções nutricionais personalizadas, como a dieta low-carb, apresentam resultados expressivos na melhora do controle glicêmico. A relação com a DA é clara: pacientes com diabetes têm risco aumentado de desenvolver Alzheimer, considerado por alguns pesquisadores como “diabetes tipo 3” (Oliveira et al., 2023). Dessa forma, dietas que melhoram a resistência insulínica e reduzem a glicotoxicidade podem desempenhar papel protetor na manutenção da função cognitiva (Dantas et al., 2025). A nutrigenômica, nesse contexto, abre espaço para definir dietas específicas de acordo com a resposta metabólica individual.

Lopes et al. (2024), ao investigarem a nutrigenômica no câncer de mama, destacam que compostos como resveratrol e ômega-3 exercem efeitos epigenéticos relevantes. Esses mesmos compostos apresentam evidências de ação neuroprotetora na DA, seja pela modulação da expressão de genes ligados à inflamação, seja pelo estímulo a mecanismos antioxidantes e antiapoptóticos. Essa convergência aponta para a importância de incorporar bioativos alimentares em protocolos personalizados, considerando tanto a prevenção de câncer quanto de doenças neurodegenerativas.

Cintra et al. (2020) reforçam que a restrição calórica e o jejum intermitente modulam positivamente a expressão gênica, reduzindo o acúmulo de tecido adiposo e melhorando a sensibilidade à insulina. Esses mesmos mecanismos têm sido associados a maior neuroplasticidade e proteção contra a morte neuronal em modelos de Alzheimer. Assim, intervenções alimentares que respeitam o perfil genético individual e modulam vias metabólicas podem ser consideradas estratégias adjuvantes promissoras no manejo da DA.

Santos et al. (2021) e Salviano, Bezerra e Maynard (2024) discutem o papel da nutrigenômica no tratamento de doenças crônicas, como o diabetes e as doenças cardiovasculares, destacando a importância de dietas personalizadas na redução do risco de complicações metabólicas. Essas condições frequentemente coexistem com a DA e compartilham mecanismos comuns, como inflamação e estresse oxidativo. Ao integrar intervenções personalizadas que considerem variações genéticas individuais, torna-se possível não apenas melhorar o perfil metabólico, mas também oferecer proteção indireta contra o declínio cognitivo.

Por fim, Almeida e Lima (2021) e Lopes (2025) ressaltam a importância de compreender polimorfismos e aspectos epigenéticos na saúde das futuras gerações. No caso da DA, isso é particularmente relevante, pois fatores ambientais e nutricionais podem modular a expressão de genes relacionados à neurodegeneração. O direito à alimentação adequada, defendido por Lopes (2025), não é apenas uma questão social, mas também de saúde genética e epigenética, influenciando a incidência de doenças crônicas e neurodegenerativas ao longo do ciclo de vida. Portanto, as intervenções nutricionais personalizadas emergem como ferramenta essencial não só para o tratamento, mas também para a prevenção transgeracional da Doença de Alzheimer.

Logo, os artigos utilizados na discussão estão dispostos no Quadro 1, no qual são apresentados os respectivos autores e ano de publicação, bem como seus objetivos, métodos empregados, principais resultados e conclusões. 

Quadro 1 – Estudos incluídos na revisão

AUTORES (ANO)MÉTODORESULTADOCONCLUSÃO
Mullins et al. (2020)Revisão narrativa.Exemplos de interações gene-dieta (cafeína, vitamina D) associadas a risco de Alzheimer.A nutrigenômica pode orientar recomendações dietéticas personalizadas, mas ainda há lacunas.
Imai et al. (2021)Estudo experimental em animais.Melhorou déficits cognitivos e modulou genes no hipocampo.Nutrientes bioativos podem ter efeito neuroprotetor e auxiliar na prevenção da DA.
Lee et al. (2022)Relatório de workshop NIH.Destacaram fatores genéticos, sociais e ambientais na resposta individual à dieta.A nutrição de precisão pode apoiar estratégias contra Alzheimer e outras doenças crônicas.
Birla et al. (2022)Revisão narrativa.Relação entre microbiota, nutrientes e expressão gênica afetando cognição.A nutrigenômica pode apoiar estratégias preventivas em declínio cognitivo e DA.
Madeo et al. (2023)Revisão sistemática.SNPs influenciam risco de obesidade e diabetes, fatores de risco para DA.Dietas personalizadas podem prevenir doenças metabólicas associadas ao Alzheimer.
Dhuli et al. (2023)Revisão integrativa.Identificaram polimorfismos relacionados a ferro, cálcio, magnésio e selênio.Correção personalizada de deficiências minerais pode reduzir riscos neurodegenerativos.
Chiarelli; Caradonna; Naselli (2024)Revisão crítica.Nutrientes bioativos modulam vias da autófagia, ligadas à neuroproteção.A regulação da autófagia pela dieta pode contribuir para estratégias contra Alzheimer.
Almeida (2023)Revisão teórica.Aponta riscos à privacidade e equidade no uso de dados genômicos.Intervenções nutrigenômicas para Alzheimer devem considerar princípios bioéticos.
Vasconcelos (2025)Revisão exploratória/documental.Emergência da nutrição de precisão e uso de IA na prática clínica.Reforça a necessidade de formação profissional para lidar com Alzheimer via nutrigenômica.
Fischer et al. (2020)Revisão integrativa.Identificaram ausência de regulamentação e desafios éticos.A bioética deve acompanhar a aplicação da nutrigenômica na prevenção de Alzheimer.
De la Garza e Zonensza in Laiter (2022)Revisão teórica em bioética.Apontaram riscos psicossociais e de privacidade em predisposição genética.O uso clínico para Alzheimer requer protocolos éticos robustos centrados no indivíduo.
Keathley et al. (2022)Revisão sistemática + GRADE e AGREE II.Evidência forte para APOE-E4 e resposta a EPA/DHA.Ômega-3 pode atuar na prevenção e manejo da DA, exigindo cautela ética nos testes genéticos.
Corrêa et al. (2020)Revisão narrativa sobre genômica nutricional, inflamação e obesidadeEvidenciou que padrões alimentares como a dieta ocidental elevam marcadores inflamatórios, enquanto a dieta mediterrânea reduz citocinas pró inflamatórias.A genômica nutricional permite compreender a modulação gênica pela dieta e aponta a dieta mediterrânea como protetora contra inflamações associadas à obesidade.
Pereira Filho et al. (2021)Levantamento cienciométrico sobre SNPs do gene FTO (2009–2018)Identificou 23 artigos originais correlacionando o gene FTO à obesidade; destacou influência genética no acúmulo de gordura.Os polimorfismos no gene FTO estão associados à predisposição à obesidade, indicando necessidade de mais pesquisas.
Zanini et al. (2021)Estudo experimental com 26 mulheres; análise de polimorfismos do gene PON1 (T-107C e L55M) e dietaIndivíduos com genótipos LL e CC tiveram maior atividade sérica da PON1; dieta não apresentou efeito significativo.Os polimorfismos do gene PON1 têm maior influência que a dieta sobre a atividade enzimática, associada à proteção cardiovascular.
Duarte Neto et al. (2025)Revisão sistemática de 46 ensaios clínicos sobre intervenções nutricionais noDM2Dieta low-carb reduziu HbA1c e glicemia pós-prandial; compostos bioativos melhoraram sensibilidade insulínica.A dieta low-carb é mais eficaz no controle glicêmico do DM2; nutrigenômica oferece potencial para personalização do tratamento.
Lopes et al. (2024)Revisão sistemática (2020– 2024) sobre nutrigenômica e câncer de mamaCompostos como ômega-3 e resveratrol mostraram efeito protetor; modulação epigenética foi relevante.Estratégias personalizadas com base em nutrigenômica podem auxiliar na prevenção e tratamento do câncer de mama.
Cintra et al. (2020)Revisão bibliográfica e análise cienciométrica (118 artigos)Restrições calóricas, fibras e jejum modulam expressão gênica ligada ao tecido adiposo.A nutrição influencia diretamente a expressão gênica, podendo contribuir para prevenção e controle da obesidade.
Santos et al. (2021)Revisão narrativa sobre tratamento nutricional do DM com enfoque em nutrigenômicaDestacou o papel de nutrientes e compostos bioativos na expressão gênica e no controle glicêmico.A nutrigenômica é alternativa eficaz para prevenção e tratamento do diabetes, permitindo dietas personalizadas.
Lopes (2025)Estudo documental e bibliográfico sobre direito à alimentação e epigenéticaMostrou que alimentação adequada pode modular epigenética das células reprodutivas.O direito à alimentação adequada está diretamente ligado à saúde genética e epigenética das futuras gerações.
Salviano, Bezerra e Maynard(2024)Revisão de literatura (últimos 10 anos) sobre nutrigenômica e doenças crônicasAlimentos ultraprocessados associados a obesidade e DCNTs; bioativos previnem câncer e doenças cardiovasculares.A nutrigenômica e nutrigenética são fundamentais na prevenção de doenças crônicas por meio da personalização alimentar.
Almeida e Lima (2021)Revisão bibliográfica (2018– 2020) sobre polimorfismos e compostos bioativosIdentificou SNPs em genes como FTO, LEPR e BRCA1 relacionados a DCNTs; alimentos vegetais mostraram efeito protetor.Interações gene-nutriente têm papel central na prevenção de DCNTs, reforçando a importância da alimentação personalizada.

Fonte: Elaboração Própria (2025). 

A literatura analisada evidencia que a nutrigenômica e a nutrigenética oferecem subsídios valiosos para compreender como nutrientes modulam a expressão gênica associada à Doença de Alzheimer. Mullins et al. (2020) destacam exemplos de nutrientes como a cafeína e a vitamina D, cujas interações com polimorfismos específicos estão relacionadas ao risco de DA. Essa constatação converge com os achados de Keathley et al. (2022), que reforçam a importância dos ácidos graxos ômega-3 (EPA/DHA) em indivíduos portadores do alelo APOE-E4. Assim, torna-se evidente que a personalização dietética pode mitigar riscos em grupos geneticamente predispostos, configurando-se como um caminho promissor para a prevenção.

Estudos experimentais como de Imai et al. (2021) demonstraram em modelos animais que nutrientes bioativos podem melhorar déficits cognitivos e modular genes do hipocampo, região crítica para a memória na DA. De forma complementar, Chiarelli, Caradonna e Naselli (2024) destacam que compostos bioativos podem modular vias de autófagia, essenciais para o controle do acúmulo de proteínas neurotóxicas, como a betaamiloide. Esses resultados sugerem que a incorporação estratégica de nutrientes antioxidantes e anti-inflamatórios em dietas personalizadas pode favorecer a neuroproteção.

O papel dos fatores metabólicos também foi ponderado por Madeo et al. (2023) apontam que SNPs associados à obesidade e ao diabetes aumentam o risco para DA, o que se conecta aos achados de Duarte Neto et al. (2025), que observaram os efeitos positivos de dietas low-carb no controle glicêmico. Considerando que o diabetes é um fator de risco relevante para o Alzheimer, intervenções nutricionais que visem à modulação genética e ao metabolismo da glicose podem exercer efeito preventivo sobre o declínio cognitivo.

Outro ponto trata-se do papel dos minerais, que Dhuli et al. (2023) identificaram polimorfismos associados ao metabolismo de ferro, cálcio, magnésio e selênio, cuja deficiência ou excesso pode impactar processos neurodegenerativos. Esses achados dialogam com Corrêa et al. (2020), que ressaltam como a dieta mediterrânea influencia positivamente a expressão de genes pró e anti-inflamatórios. A correção personalizada de deficiências minerais, combinada a padrões alimentares protetores, pode, portanto, reduzir a vulnerabilidade a processos inflamatórios e degenerativos típicos da DA.

A interação entre microbiota, dieta e expressão gênica, discutida por Birla et al. (2022), amplia essa perspectiva, ao mostrar que desequilíbrios no eixo microbiotaintestinal-cérebro influenciam a cognição e a neuroinflamação. Esse enfoque se articula com os achados de Cintra et al. (2020), que mostram que fibras alimentares e jejum intermitente modulam genes relacionados ao metabolismo energético. Logo, estratégias que integrem alimentos prebióticos e práticas alimentares reguladoras podem impactar positivamente a expressão gênica ligada à saúde cerebral.

Do ponto de vista ético e social, autores como Almeida (2023), Fischer et al. (2020) e De la Garza e Zonenszain-Laiter (2022) lembram que a personalização da dieta baseada em dados genômicos deve considerar riscos de privacidade, equidade e estigmatização de indivíduos geneticamente predispostos à DA. Esse alerta é reforçado por Lopes (2025), ao enfatizar que o direito à alimentação adequada está diretamente associado à modulação epigenética e à saúde das gerações futuras. Assim, qualquer estratégia nutrigenômica voltada à DA deve ser acompanhada de protocolos bioéticos robustos.

Além disso, a emergência da nutrição de precisão apoiada por inteligência artificial, destacada por Vasconcelos (2025), mostra-se estratégica para integrar informações genéticas, ambientais e sociais na prática clínica. Essa visão é apoiada por Lee et al. (2022), que ressaltam a influência conjunta de fatores genéticos, sociais e ambientais na resposta individual à dieta. Nesse cenário, a formação profissional se torna crucial para traduzir achados da nutrigenômica em recomendações factíveis para a prevenção da DA.

Ao relacionar os achados de Santos et al. (2021), Salviano, Bezerra e Maynard (2024) e Almeida e Lima (2021), fica evidente que a alimentação personalizada, com foco em compostos bioativos, redução de ultraprocessados e integração de polimorfismos genéticos, representa uma estratégia viável para reduzir os riscos associados à DA. Ao combinar nutrientes com propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e epigenéticas, a nutrigenômica abre caminho para protocolos terapêuticos e preventivos mais eficazes, que consideram a singularidade biológica de cada indivíduo.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo analisou a interação entre nutrientes e expressão genética, demonstrando que a nutrigenômica e a nutrigenética oferecem bases consistentes para a formulação de estratégias nutricionais personalizadas. Os achados evidenciaram que nutrientes bioativos, como ácidos graxos ômega-3, polifenóis, vitaminas antioxidantes e minerais essenciais, podem modular vias moleculares envolvidas na inflamação, no estresse oxidativo e na plasticidade sináptica, processos centrais na fisiopatologia da Doença de Alzheimer (DA). Assim, se amplia as possibilidades de intervenção e reforça a relevância de compreender os mecanismos moleculares que fundamentam a interface entre dieta e expressão gênica.

No que se refere aos impactos das intervenções nutricionais na prevenção e no manejo da DA, os estudos revisados apontam resultados promissores. Dietas como a mediterrânea, o jejum intermitente e estratégias de restrição calórica mostraram-se capazes de regular genes ligados ao metabolismo energético e à neuroproteção. Além disso, a correção de deficiências nutricionais, especialmente de minerais como ferro, selênio e magnésio, pode reduzir riscos neurodegenerativos. Ou seja, a personalização das práticas nutricionais, orientada pelo perfil genético individual, pode contribuir para retardar o declínio cognitivo e melhorar a qualidade de vida de pessoas predispostas à doença.

A análise interdisciplinar também evidenciou que a utilização da nutrigenômica deve estar associada à consideração de aspectos éticos. A coleta, o uso e o armazenamento de dados genéticos levantam questões importantes de privacidade, equidade e acesso, sendo fundamental que a aplicação clínica dessas informações seja acompanhada por protocolos claros e responsáveis. A bioética, portanto, surge como eixo estruturante para assegurar que os benefícios das estratégias personalizadas cheguem à população de forma segura e justa, evitando discriminação ou exclusão.

Por fim, conclui-se que a nutrigenômica constitui-se inovadora no enfrentamento da Doença de Alzheimer, permitindo compreender de maneira mais profunda como a dieta pode modular a expressão gênica e influenciar o curso da doença. Embora os resultados revisados confirmem seu potencial, há necessidade de ampliar os ensaios clínicos em populações diversas, de modo a consolidar evidências robustas que orientem a prática profissional. Assim, este estudo reforça que a integração entre ciência, ética e políticas públicas é fundamental para transformar o conhecimento gerado em estratégias efetivas de prevenção e tratamento da DA, alinhando inovação científica a um cuidado humanizado e equitativo.

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1Graduandas do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO. E-mail: ayshaisabella16@gmail.com; mirella.romera18@gmail.com; oliveirastephany369@gmail.com
2Orientadora do TCC, Doutora em Biotecnologia pela Universidade Federal do Amazonas. Docente do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO. E-mail: francisca.freitas@fametro.edu.br
3Co-orientador(a) do TCC, Mestre em Saúde Coletiva. Docente do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO. E-mail: davidreis@fametro.edu.br