NEUROEDUCAÇÃO E ESTRATÉGIAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA LEITURA ATRAVÉS DO IMAGINÁRIO AMAZÔNICO

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202506052109


Mackson Azevedo Mafra1; Daniela Kelly Pereira da Cruz2; Maria Ivanete Enes Maia3; Rebeca Cruz Leal4; Ociley Lopes Batista5; Auxiliadora Fonseca Machado6; Marly Ferreira Maia7


Resumo: Através de uma revisão de literatura, esta obra buscar mostrar como a Neuroeducação encontra no imaginário amazônico uma alternativa para desenvolver a leitura em estudantes que possuem dificuldades de aprendizagem. Como se sabe cada indivíduo tem uma maneira, um modo e tempos diferentes em assimilar o conhecimento, neste sentido muitas alternativas estão surgindo para oferecer aos profissionais da educação maneiras, meios, técnicas e principalmente as chamadas metodologias ativas, neste sentido as neurociências vem se destacando no meio educacional com propostas que possibilitam aos professores desenvolverem mecanismo que desenvolva com mais praticidade a Plasticidade cerebral. Fato é que muito já se estudou a muito ainda se tem a estudar para que a cada dia se possa melhor e ofertar uma educação de qualidade, neste sentido abraçar a todas os meios encontrados é de suma importância, principalmente quando os profissionais da educação carecem de apoio técnico e metodológicos em salas de aula para que possam desenvolver suas atividades com excelência. Neste sentido a imaginário amazônico pode ser uma das portas de entrada no universo dos estudantes que demostram ter dificuldades de aprendizagem, pois com despertando o imaginário o estudante conseguira deslumbrar na pratica o universo Lúdico.

Palavras-chave: Neuroeducação, Estratégias, Imaginário Amazônico 

Abstract: Through a literature review, this work seeks to show how Neuroeducation finds in the Amazonian imaginary an alternative to develop reading in students who have learning difficulties. As we know, each individual has a different way, mode and time to assimilate knowledge, in this sense many alternatives are emerging to offer education professionals ways, means, techniques and mainly the socalled active methodologies, in this sense neuroscience has been standing out in the educational environment with proposals that allow teachers to develop mechanisms that develop brain plasticity more practically. The fact is that much has already been studied and there is still much to study so that each day we can improve and offer quality education, in this sense embracing all the means available is of utmost importance, especially when education professionals lack technical and methodological support in classrooms so that they can develop their activities with excellence. In this sense, the Amazonian imaginary can be one of the gateways into the universe of students who demonstrate learning difficulties, because by awakening the imagination the student will be able to experience the playful universe in practice.

Keywords: Neuroeducation, Strategies, Amazonian Imagination

INTRODUÇÃO

O imaginário amazônico refere-se às representações simbólicas, míticas e culturais que a Amazônia guarda tanto para os habitantes da região quanto para aqueles que não a conhecem fisicamente. Este imaginário é influenciado por muitos fatores, incluindo lendas locais, contos de viajantes, literatura e filmes, bem como a percepção das pessoas sobre o mistério, o poder e a beleza da floresta.

O imaginário amazônico é rico em lendas, mitos e conhecimentos tradicionais que podem ser uma ferramenta poderosa para desenvolver habilidades de leitura, especialmente na Amazônia. Ao incorporar histórias e personagens da região às atividades de leitura, você pode despertar o interesse, expandir o vocabulário, estimular a imaginação e fortalecer a identidade cultural dos leitores. Neste sentido quando o professor, consegue despertar o imaginário dos alunos através de atividades lúdicas, este profissional está ativando a plasticidade cerebral nos estudantes desta forma estes conseguiram absorver o conhecimento de maneira mais fácil. Desta forma quando as neurociências se conectam com a educação estas têm o poder de transformar conteúdos tidos como difíceis em atividades simples de serem desenvolvidas pelos alunos que apresenta dificuldade na aprendizagem.

Corroborando com a Neuroeducação as neurociências abrem portas para que novas técnicas novas métodos sejam implementados no cotidiano escolar. Desta forma, esta investigação apresenta uma revisão de literatura demostrando como a o imaginário amazônico e a Neuroeducação podem ser utilizados como estratégia para que alunos que tem dificuldade de aprendizagem na leitura possam melhorar seus desempenhos com o despertar da magia do lúdico. Esta investigação está registrada na Plataforma Brasil sob o número CAAE 74771523.0000.5015, a qual submeteu o projeto de pesquisa ao conselho de ética da Universidade Nilton Lins registrada com o cep: 69.058-030, que conforme parecer número: 5.582.158, aprovou a realização da investigação aqui desenvolvida.

NEUROEDUCAÇÃO E ESTRATÉGIAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA LEITURA ATRAVÉS DO IMAGINÁRIO AMAZÔNICO

A figura do docente no ensino da leitura é fundamental para o desenvolvimento da aprendizagem do estudante de acordo com os PCN’s (2006), ele defende uma variedade de métodos de ensino, com foco na escolha de histórias, poemas, teatro e diversos outros trechos escritos em diferentes idiomas. Utilizar a Literatura com os alunos em sala de aula oferece ao educador diversos recursos didáticos que facilitam e melhoram o processo de aprendizagem.

Neste sentido (ÁLVAREZ, 2017) nos mostra que:

Um estudo da Literatura de Expressão Amazônica, considerando a identidade cultural e a literatura próprias da Amazônia. Procurou-se abordar nesse enfoque o social, a história, a cultura, as representações da cidade (espaço amazônico) e a produção literária, discutindo-se a tradição ancestral entre o Local e o Universal. Recomendou-se ainda analisar obras e elaborar roteiros para debates a partir de leituras, comentários e entrevistas com escritores contemporâneos. Também os esforços serão para realizar estudo de textos, disponibilizados em antologias, em publicações raras, em revistas e periódicos, com ênfase à fundamentação nos Estudos Comparados e nos Estudos Culturais. (ÁLVAREZ, 2017, p. 3).

Na criação da abordagem do imaginário amazônico, os esforços de: Almeida (2004) foram observados e empregados como base para esta abordagem; Álvarez (2017); Cosson (2000); Freire (2006); Fernandes (2009); Soares (2008); e muitos outros, que discutem o valor da leitura no desenvolvimento do indivíduo e que complementam esse esforço.

Castoriadis (1986) descreve o imaginário como um mundo que pode ser comparado a um fluxo de reproduções emocionais, é livre de limitações que impedem que o produto seja considerado inconsciente da influência humana, isso possibilita o aparecimento da objetividade, diferenciando assim o ser humano de sim. Durant (2012, p.18) descreve o imaginário como o conjunto de imagens, conexões, sentimentos, memórias e experiências que compõem a reserva mental ou intelectual do ser humano. É como se fosse um depósito ou reservatório de conhecimento que se acumula ao longo do tempo, afeta a forma como a pessoa percebe o mundo ao seu redor e destaca a complexidade da mente humana. Esta abordagem centra-se no significado da componente fantasia na criação da compreensão humana, uma vez que as histórias dos mitos e a forma como são narradas constituem um conjunto de imagens que são o “capital pensante dos humanos”.

Cabe ao professor oportunizar ao aluno o hábito saudável da leitura, sem muitas regras e sem que essa atitude se torne um fardo para os alunos. Eles precisam ter liberdade para escolher a leitura que mais lhes proporcione oportunidade de satisfação pelo que estão fazendo, desde que esteja agregado aos conteúdos programáticos que o educador deve aplicar na sala de aula para a formação do ensino/aprendizagem dos alunos. Assim o aluno poderá perceber que sua inserção no mundo também se faz através da leitura e da escrita.

As pesquisas atuais da neurociência comprovam que o processo de aprendizagem é único e diferente para cada ser humano, e que cada pessoa aprende o que é mais relevante e o que faz sentido para si, o que gera conexões cognitivas e emocionais (BACICH; MORAN, 2018, p. 2).

Inserir no aluno o gosto pela leitura é um dos papéis que o educador deve saber desenvolver, desde que respeite as limitações de cada aluno, ajudando no seu desenvolvimento com metodologias que o leve a superar suas limitações diante dos desafios que o próprio aluno se impõe e os desafios impostos pela escola e pela sociedade, deixando este mais à vontade para seu despertar para a leitura.

Ferreira (2009, p. 45) descreve as relações entre o “ficcional” e o “real” como sendo complexas, isso porque a condição humana é complexa. Ele define o “ficcional” como sendo responsável pelo desenvolvimento de valores, tradições, fé e sonhos, todos os quais têm efeito no comportamento individual e na ação coletiva. Além disso, o passado, o presente e o futuro estão todos conectados com a dinâmica. Segundo Carvalho (2019, p. 36): “Não se ignora que, além dos portugueses, outras culturas também se fizeram presentes no processo de edificação cultural brasileiro, como os judeus e os árabes, desde a época das entradas e bandeiras no território brasileiro”. Essas perspectivas sugerem que o caboclo medieval amazônico também foi motivado pela flotilha de caravelas para explorar o desconhecido, o não exposto, levando consigo apenas o sonho de encontrar um paraíso. Sua imaginação serve como catalisador para seus pensamentos e atua como um impulso para o conhecimento, a percepção e a reflexão sobre o desconhecido.

A educação psicomotora como estratégia trabalhada desde os primeiros anos de vida, fase crucial do desenvolvimento humano, poderá minimizar ou neutralizar possíveis dificuldades de aprendizagens, pois, ao receber vários estímulos, a criança passa a realizar mais conexões cerebrais, e ao chegar à fase da alfabetização, por exemplo, já possuirá um leque de capacidades desenvolvidas, necessitando apenas de aprimoramento e aprofundamento (MANEIRA; GONÇALVES, 2015).

É importante considerar que quando o aluno ingressa na escola já conhece o mundo, por isso é necessário ter contato com o mundo real para compreender os textos escritos. No que diz respeito à utilização da literatura no ensino da leitura e da escrita, se for dada aos alunos a oportunidade de interagir com a literatura de forma crítica e criativa, isso levará a uma contribuição mais eficaz à formação de cidadãos mais ativos na sociedade tecnológica em que vivem. Além da narrativa imaginarias e lendária que podem despertar muito interesse dos alunos, a história de Eldorado: a cidade do ouro, sua lenda afirma que existiam inúmeras estruturas feitas de ouro maciço e que as ruas estavam cobertas de pedras preciosas além dos tesouros imensuráveis, que seduziu a ganância de inúmeros aventureiros que vinham da Europa, em busca da cidade, historias conhecidas e até hoje muito discutidas podem fazer parte das literaturas utilizadas pelos professores.

Gondim (1994) afirma que esses viajantes estavam situados no meio da imensa floresta com seus rios, seguiam a imaginação dos antigos viajantes e associavam essas terras ao território do Éden. Loureiro (2021, p. 416) demonstra que o imaginário popular, assim como o paraíso terrestre, ambos têm papel mítico de destaque e são considerados fantásticos nessas viagens. Para Loureiro (2021): […] era como aportar em um enigma, território do maravilhoso visível, lugar de revelação. A América foi descoberta também pela fantasia, por uma espécie de caravelas do imaginário que navegou do Oriente ao Ocidente – esse novo mundo imaginário” (LOUREIRO, 2001, p. 416).

Essas narrativas facilitaram a criação da primeira imagem da região Amazônica, a descrição do cotidiano da população local e o estilo de comunicação contribuíram para a criação da primeira imagem da região Amazônica na cabeça do estudante. Mais tarde, a floresta, o rio e os animais foram convertidos em histórias e mitos próprios da idade primitiva, essas histórias e mitos assemelham-se às fontes de criação dentro de um mundo imaginário, que é pelo menos humano, desta forma o desenvolvimento da leitura se torna mais atrativa, pois este imaginário facilita o celebro a trabalha gerando conexões mais rápidas que facilitarão a aprendizagem.

Fregni (2019) afirma que os seres humanos estão ligados à aprendizagem e que o progresso da civilização resulta do acúmulo rápido de conhecimento. Para o autor, entretanto, há escolas e programas educacionais que parecem ignorar essa capacidade humana e dedicam-se mais a um currículo com grande carga informativa, em vez de uma abordagem mais reflexiva, ativa e crítica. A leitura em sala de aula para alguns alunos é muito agradável, pois desde cedo já foram estimulados a conviverem com a leitura e esta ação para eles é prazerosa. Mas para outra parte dos alunos, o ato de terem que efetuar uma leitura se torna um fardo, por não terem se familiarizados desde cedo com este hábito. Sendo assim, o professor, como mediador entre a construção do conhecimento e o aluno, deve inserir na realidade deste educando, metodologias que abordem temas e assuntos que despertem nesse aluno o gosto pelo que está lendo e o faça se sentir inserido no meio em que convive, incentivando-o a dar opinião e mostrar suas perspectivas de mundo nos debates que o professor venha mediar na sala de aula.

Bachelard (1996, p. 13) afirma que o devaneio é “o testemunho de uma função do irreal, função normal, função útil que protege o psiquismo humano, à margem de todas as brutalidades de um não-eu hostil, de um não-eu estranho”. Neste trecho aqui descrito, o autor salienta que a imaginação criativa se materializa na fantasia e estimula um ato criador da humanidade, por ser capaz de movimentar o pensamento e o sonho, além das ideias registradas na mente do indivíduo na tentativa de investigar a realidade (BACHELARD 1996, p. 13). A região amazônica possui um grande universo mítico, pois são inúmeras as histórias que povoam esta região, segundo Loureiro (2021), sua magia poderia ser classificada tanto como um lugar de limbo quanto como um lugar onde diferentes teosofias amazônicas poderiam ser combinadas, com isso o nome “encantado” usado para toda a região. O desperta dessas literaturas juntamente com as neurociências fortalecem uma ligação primordial para o desenvolvimento educacional.

Diante do exposto, as narrativas encantadas se estruturam pelo imaginável, este dado é mediado por sincronizar o discurso entre o real e o imaginário. Para Loureiro (2021), o poético e o mítico sempre apresentam constantes afinidades, algumas parecem imagens de espelhos paralelos. A profissão docente era considerada de responsabilidade exclusiva da escola, o educador era considerado a figura central, o conhecimento era detido pela escola, e a transmissão do conhecimento aos alunos ocorria por meio de aulas que se baseavam em verdades pré-estabelecidas, os conteúdos dos quais foi determinado pela sociedade. Basicamente os voltados aos valores sociais visando prepará-los para a vida, para ingressar em uma profissão ao final de determinada formação, os alunos eram meros espectadores, cabendo-lhes apenas memorizar e reproduzir saberes.

Conforme Fregni (2019), os professores, à luz dos mecanismos neurais, podem pensar estratégias capazes de mudar essa realidade e envolver os alunos num percurso de aprendizagem significativa. Substituir a aula-palestra por formas mais contextualizadas de ensino e pensar maneiras de mobilização e motivação são algumas alternativas apresentadas pelo autor. A leitura desenvolvida dentro da sala de aula entre o educador e os alunos, é uma das estratégias de interação e através dela o aluno pode criar e desenvolver um pensamento crítico, e neste momento o educador deve estar atento para agir como mediador, moldando as opiniões dos alunos, lhes explicando e esclarecendo a mensagem que o texto está transmitindo.

A compreensão do aluno com relação ao que ele está lendo, forma um elo entre o discente e o objeto de estudo da leitura e, por conseguinte, entre o aluno e o professor. O educador deve estar atento as dificuldades de raciocínio dos alunos e àqueles que não conseguem compreender o conteúdo que estão lendo, observando se esta é uma dificuldade passageira ou se é preciso intervir junto aos alunos que tem problemas de leitura. Conforme a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) (2018), já não é mais possível ter o mesmo pensamento, porque as mudanças rápidas que ocorreram na tecnologia foram atribuídas as novas formas da atividade de ensinar e de aprender. “Educação deve afirmar valores e estimular ações que contribuam para a transformação da sociedade, tornando-a mais humana, socialmente justa e, também, voltada para a preservação da natureza” (BRASIL, 2013, p. 08).

Com o desenvolvimento da tecnologia e da educação avançada, a educação também passou a proporcionar outra forma de ensino que envolvia o aluno em uma busca constante de conhecimento e desenvolvimento no que diz respeito à construção de seu aprendizado. Não foi considerado aceitável considerar que uma pessoa treinada não buscaria aprender sobre novas informações e recursos. Os avanços tecnológicos educacionais, de acordo com Graça (2007) proporcionam:

Novos objetivos para a educação que emergem uma sociedade de informação e da necessidade de exercer uma cidadania participativa, crítica e interveniente; Novas concepções acerca da natureza dos saberes, valorizando o trabalho cooperativo; Novas vivências e práticas escolares, através do desenvolvimento de interfaces entre escolas e instituições, tais como bibliotecas, museus; Novas investigações científicas (GRAÇA, 2007, p. 68).

O estudante, ao ser inserido no ambiente escolar, deve ser incentivado a participar do universo criado pelos livros, explorando a literatura e abrindo um leque infinito de possibilidades para apoiar a construção de sua aprendizagem, para que ao crescer tanto física quanto intelectualmente, poderá conhecer os mais diversos aspectos da linguagem e, assim, tornar-se um ser criativo e independente, capaz de construir sua aprendizagem de forma satisfatória.

De acordo com os PCN’s (2017):

Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação processual e formativa serão organizados nas redes de ensino por meio de atividades teóricas e práticas, provas orais e escritas, seminários, projetos e atividades on-line, de tal forma que ao final do ensino médio o educando demonstre: I – domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna; II – conhecimento das formas contemporâneas de linguagem (PCN’s 2017, p. 28).

O professor é responsável por utilizar esses novos e diversos métodos para facilitar e promover o interesse dos alunos pela leitura, o que os ajudará a se tornarem cidadãos mais críticos, que se apropriem do assunto e compreendam as informações previamente abordadas pelo educador. Ao destacar o papel mediador do docente, Fregni (2019), pela ótica da neurociência, salienta a importância de uma mudança paradigmática na prática de ensino: a passagem de métodos de ensino centrados no professor para aqueles centrados no aluno.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacional (BRASIL, 1998, p. 36): 

Não se formam bons leitores oferecendo materiais empobrecidos, justamente no momento em que as crianças são iniciadas no mundo da escrita. As pessoas aprendem a gostar de ler quando, de alguma forma a qualidade de suas vidas melhora com a leitura. No âmbito desta abordagem, fica evidente que os recursos didáticos e procedimentos devem viabilizar e enriquecer a forma como se procede a uma atividade, seja ela individual ou coletiva, com intuito de facilitar à criança desenvolver seus próprios esquemas mentais na organização do processo de aprendizagem. Sabe-se que os procedimentos estão relacionados ao domínio do uso de instrumentos de trabalho, que possibilitem a construção de conhecimento e o desenvolvimento de habilidades. Favorecem, portanto, a construção, por parte dos alunos, de instrumentos que os ajudarão a analisar os resultados de sua aprendizagem e os caminhos percorridos para efetivá-la. Como exemplo, tem-se a realização de pesquisas, produções textuais, resolução de problemas, elaboração de sínteses e outros (BRASIL, 1998, p. 36).

O que se observa na educação hoje é que muitos discentes não se dedicam ou não têm interesse em construir o próprio conhecimento, a prática da leitura foi perdida por muitos desses alunos. Devido a este e outros fatores que afetam o seu próprio desenvolvimento intelectual, era principalmente importante que os educadores se concentrassem em abordagens metodológicas que dizem respeito ao mundo real e aos seus habitantes, em vez de se concentrarem simplesmente no currículo e no contexto social, o que levará a uma investigação das causas do seu total desinteresse pelos estudos e da vontade de saber. Uma das ferramentas mais fundamentais que o educador pode utilizar é a leitura com os alunos, método de ensino essencial e indispensável ao desenvolvimento de uma aprendizagem precisa desses indivíduos, dentro do sistema formal de ensino. No entanto, também é importante demonstrar aos alunos e aos seus pais que o sucesso da educação não vem apenas da escola.

Como resultado, o educador deve incutir no aluno o interesse pela criação e aquisição de conteúdo, que é um dos papéis primordiais que o educador desempenha nas suas funções educativas. É considerada a criação de conhecimento, isso estimula o aluno a aumentar seu desenvolvimento intelectual, atividades e habilidades cognitivas, pois estão sempre em constante adaptação à sociedade, as maiores mudanças que existem estão sempre associadas a constantes mudanças nos processos de ensino e aprendizagem. É através da progressão da leitura e da transformação de ideias que a sociedade como um todo, através de instrumentos e métodos criados pelo homem, cria o seu património cultural.

Segundo Freire (2006):

“Um texto para ser lido é um texto para ser estudado. Um texto para ser estudado é um texto para ser interpretado. […] Não podemos interpretar um texto se o lemos sem atenção, sem curiosidade. […] Estudar exige disciplina […] é criar e recriar e não repetir o que os outros dizem. Estudar é um dever revolucionário” (FREIRE, 2006, p. 59).

Ler e escrever são comuns, e as pessoas, alfabetizadas ou não, vão encontrálas a qualquer momento, seja na mídia impressa, na mídia digital, nos livros, ou no uso do computador, nas lojas de mercearia, no cinema, na televisão, ou telefones celulares. Eles fazem parte da programação diária de todos. A prática da leitura é uma forma de cidadania, o cidadão leitor, através de diferentes métodos de leitura, pode aprender quais são as suas responsabilidades e também pode defender os seus direitos, além disso, está aberto à busca de outros direitos que sejam necessários para uma vida justa, sociedade democrática e feliz.

A leitura é uma atividade social que envolve a participação do indivíduo em uma troca linguística com o meio ambiente, essa troca aumenta o conhecimento e as crenças do indivíduo quanto aos seus direitos e também aos seus deveres, todos ligados ao seu status social. Existem muitas tradições amazônicas que fascinam as pessoas e estimulam sua curiosidade. Muitos escritores utilizaram esse vasto espectro para descrever a herança cultural do povo do Norte do Brasil. Apesar de o Amazonas ser a maior região do Brasil, o estado ainda é pouco populoso, em comparação com outros estados, por exemplo, da região Sul, porém seu patrimônio cultural é significativo. A utilização dessas literaturas amazônicas sem dúvidas alguma ira desperta no leitor uma gama por buscar novos conhecimentos estimulando dessa forma o cérebro a querer sempre está em atividade de aprender buscando a curiosidade por novas histórias.

Conforme Paulo Freire (2003):

“… A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto”. (PAULO FREIRE, 2003, p. 11 – 12).

As lendas amazônicas são fontes de conhecimentos milenares, são a expressão do resultado da convivência do homem com o meio em que ele está inserido, porem esses contos muitas das vezes não são conhecidos pelos estudantes. Despertar a curiosidade pela busca do conhecimento é um dos propulsores da Neuroeducação que visa facilitar o processo de aprendizagem, quando esta se encontra com esse mundo imaginário, podem fortalecer laços proporcionando aos professores uma nova metodologia para fazer com que os estudantes se estimulem na pratica da leitura e da interpretação dos textos.

A leitura também dá asas à imaginação e também “abre mundos”, cruciais para qualquer sociedade pela necessidade de saber ler e escrever. Ribas (2008) descreve o professor como sendo criativo, dedicado e competente, aberto a críticas quando novas tecnologias são introduzidas, interagindo assim com a sociedade, o conhecimento e a análise, bem como buscando fundamentos para a utilização dessas novas tecnologias, que têm um impacto significativo impacto no sistema educativo e conduzir a uma nova cultura, bem como a novos valores na sociedade.

Neste sentido a BNCC (2019, p. 42) enfatiza que:

Para que a experiência da literatura – e da arte em geral – possa alcançar seu potencial transformador e humanizador, é preciso promover a formação de um leitor que não apenas compreenda os sentidos dos textos, mas também que seja capaz de fruí-los. Um sujeito que desenvolva critérios de escolha e preferências (por autores, estilos, gêneros) e que compartilhe impressões e críticas com outros leitores-fruidores (BNCC 2019, p. 42).

Devido às alterações na forma de ensinar e à introdução de tecnologias no processo de ensino e aprendizagem, os métodos também mudaram, juntamente com as práticas de ensino dos professores. Os alunos percebem a tecnologia mais como resultado de seus próprios interesses, a incorporação da mídia na sala de aula faz com que eles tenham mais interesse pelo assunto. Hoje existe uma comunicação constante entre o professor e os alunos em sala de aula, o professor não possui mais todas as informações, de modo que os alunos e o professor compartilham a responsabilidade pela construção do conhecimento, isso leva a um papel mais ativo na a busca de soluções para seus problemas. A ideia de ensinar e aprender fica evidente na prática em sala de aula e na forma como alunos e professores utilizam os recursos tecnológicos para ter acesso ao universo imaginário. A presença de ferramentas tecnológicas em sala de aula não acarreta necessariamente alterações no método de ensino/aprendizagem. A tecnologia deve melhorar o ambiente educacional, permitindo que estudantes, professores e meios de comunicação críticos participem, criem e discutam conhecimento.

O objetivo principal do processo de ensino-aprendizagem através do imaginário é transformar os alunos em seres mais ativos, críticos e criativos, de maneira que o docente e a literatura venham a se tornar mediadores deste processo, devendo ainda estarem unificados para que a aprendizagem se torne um processo eficaz.

De acordo com o Ministério da Educação (Brasil,2008, p. 07):

Uma ação pública de incentivo à leitura, como parte da política educacional, tem por princípio proporcionar melhores condições de inserção dos alunos das escolas públicas na cultura letrada, no momento de sua escolarização. Constitui, ainda, no contexto da sociedade brasileira, uma forma de reverter uma tendência histórica de restrição do acesso aos livros e à leitura, como bem cultural privilegiado, a limitadas parcelas da população (BRASIL, 2008, p. 07).

Os livros digitais foi inicialmente concebida como um meio de apoio complementar no processo de ensino-aprendizagem, e não como um substituto do professor, o objetivo era apresentar aos alunos a cultura alfabetizada, acessar livros e ler para todos os alunos, independentemente de sua situação social, pois todos tem acesso, não há mais a necessidade de comprar livros caros.

Este objetivo justifica-se pelas mudanças e transformações sociais que exigem novas formas de acesso à informação tanto para alunos como para professores, o que por sua vez promoverá o processo de ensino-aprendizagem e a construção do conhecimento. e demonstrar o valor da utilização dessas tecnologias no campo da educação. Entretanto, ainda vale ressaltar que a maioria destes educadores, não estão preparados para atenderem as demandas expostas, exatamente por ainda não disporem de um letramento digital, conforme afirma Pereira e Copatti (2017):

A condição que o mesmo desenvolve, a partir do conjunto de práticas sociais para acessar, ler, escrever, gerenciar, avaliar e interpretar, de maneira crítica, as informações disponíveis nos recursos digitais, em diferentes suportes, bem como possuir noções de instalação e funcionamento dos equipamentos, para com isso fomentar possibilidades de novas aprendizagens, possíveis mudanças de discurso ideológico e uso adequado TDIC, para uma efetiva construção do conhecimento, com vistas a inclusão social dos indivíduos que fazer parte do processo de ensino-aprendizagem da escola. (PEREIRA e COPATTI, 2017, p. 32).

De acordo com a LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação (1996), o Ensino Fundamental que compõe um dos níveis da Educação básica e que tem por finalidade desenvolver o estudante, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício de sua cidadania. O que objetiva também na formação básica do cidadão diante do entendimento do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia e de valores em que se baseia a sociedade. Considerado a leitura como um processo ininterrupto, esse procedimento exige a presença de um observador especificamente atento às especificidades de cada fase da vida do aluno, não só no ambiente escolar, mas também em outros ambientes sociais. A leitura deve ser uma experiência prazerosa, isso faz com que o aluno transcenda seu conforto e amplie seus conhecimentos.

Em nossa cultura, a escrita é considerada uma forma de expressão mais significativa do que a tecnologia nesta cultura. Tornou-se um recurso social vital que ajuda as pessoas a lidar com as suas tarefas diárias, seja em áreas urbanas ou rurais, neste sentido, a sobrevivência da modernidade pode ser considerada primordial. Não pelos valores intrínsecos que lhe são internos, mas pela forma como se apresentou e pela violência que empregou para invadir as sociedades e culturas modernas em geral. A leitura é um dos métodos mais importantes para o desenvolvimento da expressão escrita, pois não só facilita a aquisição de conhecimentos específicos; também melhora a capacidade de compreender e avaliar; auxilia na organização de ideias e pensamentos e aumenta o vocabulário.

Num mundo rico em meios de comunicação social, a leitura é cada vez mais importante para abordar a crescente influência dos meios de comunicação social no interesse das novas gerações. Sem leitura, seria difícil lidar com a crescente prevalência destas inovações que estão a alterar a forma como as pessoas pensam e se percebem. Para que esses alunos se interessem mais em superar os problemas que apresentam na leitura e na escrita, o uso de sequências instrucionais para o ensino da leitura tornou-se significativo em sala de aula. Neste sentido a Neuroeducação tem se dedicado a ajudar os professores a implementar métodos para o prazer da leitura nos alunos. Esses métodos ativos de leitura são procedimentos que potencializam a capacidade de ensino do professor. Muitos processos envolvem a utilização de uma sequência de leitura e podem ser utilizados para ajudar os alunos a reter seus conhecimentos.

Os maiores professores serão aqueles que conseguem ensinar em diferentes ambientes, não só porque devem criar novos métodos de ensino, mas também porque devem ser capazes de reconsiderar, diariamente, o seu próprio conhecimento, a sua associação com a filosofia e o enquadramento. em que pretendem ensiná-lo. Estas são mais frequentes do que dificuldades educativas ocasionais, são também verdadeiras questões políticas e filosóficas. Faz-se necessário, ainda, compreender que a educação é um direito de todos e que isso significa, dentro de suas formas variadas de ser, aprender, mover-se ou se socializar-se, é fundamentalmente contar novos recursos para o desenvolvimento do indivíduo dentro da sociedade onde está inserido. Para isso, as tecnologias presentes no ambiente escolar podem contribuir para o desenvolvimento eficaz desse indivíduo, a fim de que ele participe ativamente em todos os contextos sociais, culturais, escolares, políticos e profissionais no ambiente em que vive.

Nos múltiplos processos e relações de ensino ocorrem transformações que implicam em mudanças nos processos de aprendizagem. Segundo Sancho (2018, p. 01) esses processos “são múltiplos, contínuos, híbridos, formais e informais, organizados e abertos, intencionais e não intencionais”.

Outros pesquisadores como Santos, Fazion e Meroe (2018, p. 06) afirmam que: 

A educação escolar na era da informação deve formar cidadãos críticos capazes de identificar e compreender as teorias que norteiam o paradigma tecnológico da comunicação e informação e vêm provocando mudanças radicais no universo do trabalho e da educação. (SANTOS, FAZION E MEROE, 2018, p. 06).

É necessário que o professor altere, aprimore e reconsidere seus métodos pedagógicos, bem como trabalhe de forma que sempre inspire o aluno e o coloque na posição de questionador, isso permite que o aluno se expresse através de ideias, emoções e argumentos, e também para pensar nas decisões que tomaram e na solidificação dos seus objetivos. Jesus (2016), afirma: 

O ato de ler abrange muito mais do que códigos linguísticos, engloba nossas experimentações, tudo o que nos fez e constituiu, o que somos e representamos todas aquelas leituras e releituras de imagens, sons, toques, gostos e paladares, entre outros. Destarte, informações não visuais como estas são essenciais e precedem a visualização e leitura de informações visuais. Esta compreensão faz-se fundamental para a leitura significativa e crítica, seja de textos verbais ou textos não verbais. A leitura sensorial não é uma leitura elaborada, ela começa cedo, quando ainda somos crianças, e se configura como uma resposta imediata às demandas e ofertas que o mundo nos apresenta, sendo intrínseca às primeiras escolhas e revelações. Nossos cinco sentidos podem ser assinalados como os referenciais mais elementares do ato de ler (JESUS, 2016, p. 02).

Com isso, a prática da leitura em sala de aula, desde os primeiros dias da criança, no ambiente escolar, é facilitada pela leitura sensorial, está envolve o uso de gestos, tato, audição e visão, e é fundamental para o desenvolvimento da leitura. significativa e importante que ocorre ao longo dos anos escolares. Essa apreciação e crescimento podem inspirar leitores regulares e até mesmo escritores talentosos.

Quando se analisa profundamente as dificuldades encontradas pelos estudantes no processo de aprendizagem da leitura verifica-se que estes se sentem desmotivados, este fato ressalta a importância que a Neuroeducação tem no desenvolvimento de práticas pedagógicas como a inserção do imaginário como estimulo para o estudante a quero ser o protagonista no processo de ensino e aprendizagem. O professor deve facilitar o desenvolvimento do gosto pela leitura, utilizando todas as línguas que interessam aos alunos e incentivando a criatividade dos alunos e a apreciação do mundo que os rodeia. Com isso, o novo leitor do século XXI é aquele que busca novos conhecimentos e revelações, investe em imagens, movimentos, cores e outras formas de aprendizagem. O contexto da literatura, o novo leitor, ou neoleitor, é o indivíduo que combina diferentes tipos de leitura através da imaginação. Ele persegue e gosta das cores e vibrações que a magia cria, existem várias maneiras de ler o mundo através das novas metodologias que a Neuroeducação está apresentada ao cenário educacional.

A leitura é um procedimento de comunicação humana com as palavras, mas não é simples, necessita da interpretação, compreensão e análise crítica das palavras pelo indivíduo, bem como de sua interação com os símbolos visuais. É isso que levará à sua leitura. A prática de ler livros, jornais, revistas, periódicos e ouvir histórias deve fazer parte do cotidiano dos alunos, isso porque os ajuda a crescer intelectualmente. É fundamental ler alguns textos, não apenas os escritos, mas também todos aqueles que são passíveis de interpretação pessoal, como símbolos, uma simples figura, até um desenho, e saber que tudo transmite conhecimento.

Compreender a sociedade é uma condição única para garantir o desenvolvimento social e humano sustentável; é necessária a inclusão social e cultural de milhares de brasileiros, bem como a construção plena da cidadania; além disso, devemos reconhecer que existe uma dívida histórica que deve ser paga. É necessário criar políticas públicas que promovam o hábito da leitura no Brasil, pois a leitura promove o desenvolvimento social e individual e cada pessoa se compromete plenamente com a cidadania.

Nesse sentido, a escola tem um papel significativo na aprendizagem da leitura e da escrita do aluno, o educador e a escola devem incentivar constantemente o aluno a se engajar nessas atividades. Além de oferecer projetos de leitura que buscam despertar o interesse dos alunos pela leitura e pela escrita, as leituras também são adequadas à população escolar, além de terem conexão com o mundo social dos alunos. Isso ajudará o aluno a ter assistência para se tornar um leitor de qualidade. O Anuário Brasileiro da Educação Básica (ABEB) de 2021, demonstra sua preocupação com a formação dos professores que atuam na Educação Básica, especialmente na área de Língua Portuguesa, pois em um de seus gráficos apresenta dados estatísticos que comprovam que no Ensino Fundamental somente 71,3% dos professores possuem formação adequada para atuarem, enquanto no Ensino Médio esse percentual alcança o patamar de 83,8%.

É óbvio e evidente que falta uma formação de professores que seja ideal, para se obter grande sucesso na formação dos alunos, é fundamental a formação desta profissão na sua área específica de atuação, mas isso ainda não é visto na sua totalidade, apesar de todo o desenvolvimento tecnológico e da acessibilidade de uma faculdade facilitada pelo desenvolvimento.

De acordo com a ABEB (2021):

Garantir, em regime de colaboração entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, no prazo de um ano de vigência do PNE, política nacional de formação dos profissionais da Educação de que tratam os incisos I, II e III do caput do art. 61 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996 assegurando que todos os professores e as professoras da Educação Básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam (ABEB 2021, p. 101).

As estatísticas indicam que muitas escolas ainda carecem das qualificações de alguns dos seus professores, isto é particularmente prevalente nas escolas do interior, que têm uma menor força de trabalho educativa e um menor número de professores qualificados que preferem mudar-se para a capital. para trabalhar, deixando essas escolas do interior e seus alunos com professores ainda em formação ou especializados em outras áreas, esses professores não possuem as qualificações necessárias para o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos. Para que se desenvolva um bom aprendizado na construção do caminho do saber nos discentes, o professor é o principal agente mediador entre o que a escola tem a oferecer, para que seus alunos se desenvolvam como leitores centrados no que eles têm que aprender para que seu aprendizado seja significativo, desta forma estes devem entender como as Neurociências estão apresentadas e como estas podem ser o alicerce para apoia-los nesses processo.

A escola possui como uma das tarefas principais a função de desenvolver o gosto pela leitura e pela escrita no ensino direcionado aos alunos, no entanto, essas tarefas não são responsabilidades somente da escola. Toda a sociedade deve ter sua parcela influenciadora, deixando a cargo dos educadores o trabalho de despertar nos discentes o hábito de leitura e escrita prazerosa e criativa, de forma que expressem suas ideias, pensamentos, sentimentos e opiniões de forma coerente com o padrão culto da língua.

O papel do professor não seria apenas instruir a leitura, mas sim criar condições para que o aluno aprenda por si mesmo, de acordo com seus próprios interesses, necessidades, desejos e dúvidas. Estudos de entrevistas demonstram que crianças com problemas de compreensão de leitura têm menos conhecimento direto de como ler e estratégias de leitura do que leitores bem-sucedidos. A evidência é bastante sólida de que as crianças com problemas de compreensão têm menos sucesso do que aquelas sem problemas na utilização de estratégias de leitura. A causa disso ainda é desconhecida. A compreensão pode ser prejudicada pela dificuldade de desenvolver estratégias para implementar.

Outros alunos devem ser apresentados a situações e circunstâncias que lhes permitam se sentir seguros e desenvolver suas habilidades de leitura. Esta deficiência é muitas vezes causada pela variedade de diferentes realidades que existem na convivência dos alunos na escola, algumas das quais também diferentes, complexas e por vezes contraditórias.

Em concordância com os PCN’s (BRASIL, 1997):

A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto, a partir dos seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a língua: características do gênero, do portador, do sistema de escrita, etc. Não se trata simplesmente de extrair informação da escrita, decodificando-a letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica, necessariamente, compreensão na qual os sentidos começam a ser constituídos antes da leitura propriamente dita. (BRASIL, 1997, p. 41).

Alguns estudantes não tiveram mais dificuldades porque começaram a ler mais cedo, incentivados pelos pais e/ou pela comunidade, enquanto outros não tiveram contato com o mundo real até a escola. A leitura promove a remoção de obstáculos educacionais discutidos com frequência, a maioria dos quais são concedidos por meio do desenvolvimento da linguagem e das habilidades intelectuais, além de aumentar a probabilidade de normalização da situação pessoal de uma pessoa.

O Imaginário facilita o desenvolvimento da criatividade, sensibilidade, habilidades sociais, pensamento crítico, pensamento criativo, e uma habilidade básica, o livro facilita o aprendizado do português. É através da leitura que você desenvolve a capacidade de ler, escrever e interpretar. É através da obra literária (poesia ou prosa) que ela aprenderá ideias e compreenderá a gramática, os aspectos técnicos da linguagem. Estudá-lo, sem compreender os princípios poético-literários da leitura, assemelha-se ao processo de aprender a ler, escrever e interpretar, ao invés do processo de pensar.

Para que o professor tenha êxito na sua missão de desenvolver o aprendizado dos alunos de forma satisfatória é muito importante que ele faça uso de todo material de apoio que esteja a sua disposição, como por exemplo, o livro didático, apostilas por ele elaboradas. Também textos diversos, com temáticas que chamem a atenção dos alunos, como por exemplo, as Lendas Amazônicas, que sempre trabalharam temáticas encantadoras, que tratam da realidade do povo amazonense, de maneira diferenciada e que chamam a atenção até do público adulto.

O professor é encarregado compulsoriamente de aproximar o educando da leitura; porém, é fundamental que ele faça essa mediação, mostrando o texto como algo prazeroso e não como instrumento de avaliação e tarefa. E assim o leitor, além de se cumpliciar com o autor e os personagens, tem no professor também um cúmplice; isto é, se o professor estiver disposto a compartilhar com ele a leitura e o mundo Imaginário. É importantíssima a mediação do professor no ambiente escolar com a responsabilidade de desenvolver ações para incentivar o hábito da leitura, pois é a sala de aula o lugar que o aluno recebe as orientações necessárias para a construção do seu aprendizado e para o desenvolvimento do ensino da leitura, sem imposição de regras, mas é indispensável que acompanhe, incentive e respeite sua escolha como forma de motivação para despertar o desejo, e o prazer em ler.

A leitura é uma das atividades de maior importância na vida de um indivíduo, pois ela é capaz de transformar o ser humano, de escrever histórias, de fazer sorrir e chorar, de encantar, de mudar o mundo. Isso começa a ser desenvolvido, desde quando o indivíduo entra na escola enquanto criança para desenvolver sua trajetória acadêmica, um de seus primeiros aprendizados é o desenvolvimento da leitura. O fato do ingresso na escola não é garantia de construção de um aprendizado eficaz. É preciso empenho e dedicação por parte do educador, do educando, da família desse indivíduo, da escola e da sociedade como um todo. Para tanto, precisa haver uma sincronia de ações entre todas as partes envolvidas, a fim de que esses alunos não findem sem absorver de forma correta o que lhes é ensinado, e por consequência seu aprendizado fique defasado. Nesta concepção trabalhar a Neuroeducação com o Imaginário se torna eficaz, pois, garante tanto a família como aos professores terem acesso a mesmo material de transmissão do conhecimento.

Moran (2000) descreve que: 

Educar é colaborar para que professores e alunos transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem. É ajudar os alunos na construção da sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional e a tornarem-se cidadãos realizados e produtivos. Na sociedade da informação todos estão reaprendendo a conhecer, a comunicar-se, a ensinar e a aprender; a integrar o humano e o tecnológico; a integrar o individual, o grupal e o social. Uma mudança qualitativa no processo de ensino-aprendizagem acontece quando se consegue integrar dentro de uma visão inovadora todas as tecnologias: as telemáticas, as audiovisuais, as textuais, as orais, as músicas, as lúdicas e as corporais. Passamos muito rapidamente do livro para a televisão e vídeo e destes para o computador e a internet, sem aprender e explorar todas as possibilidades de cada meio (MORAN, 2000, p. 79).

Albino (2018) afirmam que ensinar é, ainda mais do que nunca na vida educacional, um processo de mão dupla, de maneira que, para se tenha os melhores resultados, é essencial que se trabalhe uma conexão entre o aluno e o professor, de maneira que esteja facilitando e aperfeiçoando o processo de aprendizagem. No que se refere à pandemia desencadeada pelo Coronavírus, que fechou as instituições de ensino, incluindo até mesmo as universidades. Este vírus chegou repentinamente e contaminou todos os setores da sociedade, que infelizmente estavam desprevenidos, e dentre eles, encontrava-se a importantíssima educação.

De todo modo, segundo Papim (2021):

As circunstâncias da pandemia do novo Coronavírus determina a muitos professores a necessidade de rever a maneira de abordar a pedagogia. Consequentemente, essa parcela de atores, uma particularidade da estrutura educacional nacional, busca alternativas com potencial de remodelar as abordagens educacionais tradicionais, incorporando ao seu repertório a possibilidade do ensino online ou uma forma mista de ensino, coo presencial e a distância, com efeito positivo na aprendizagem dos alunos. (PAPIM, 2021, p. 216).

Este vírus chegou e ainda continua entre a população, ele ainda não foi debelado, obrigando muitos países a buscarem, o equilíbrio num mundo basicamente marcado pelo manto da incerteza. Ainda hoje, meados de 2023, vivemos atipicamente e sofremos as consequências da pandemia. Grandes desafios foram impostos pela nova realidade, instituições, docentes e discentes tiveram que se refazer, reinventar, reorganizar para viver o ensino remoto e a inserção de novas metodologias, amparadas nas tecnologias digitais, tem sido a alta medida, para o seguimento do ensino. Dentre as inúmeras lições que se precisa tirar desta nova realidade ou no chamado “novo normal”, onde todos estão tentando aprender juntos, compartilhando um espaço através dos sistemas e suas plataformas e se conectando em rede de pessoas em torno do mundo.

Nunca se fez tão necessário criar novas maneiras de se melhorar o processo de ensino e aprendizagem. As neurociências bem como a Neuroeducação se mostram como possíveis soluções para sanar algumas problemáticas se por décadas se fazem presentes nos ambientes escolares e que na atualidade apresenta-se como um principal desafio educacional, pois agora com o dito novo normal a educação a distância se fara cada vez mais presente na vida dos estudantes, dificultando assim principalmente o processo de alfabetização.

 Conforme afirma Lima e Bernardes (2020), a EaD se desenvolve a partir do ajustamento do conteúdo trabalhado de forma real para a realidade virtual, estruturada e reunida para atender de forma eficaz o currículo via atendimento sincronizado. Esta que é a modalidade em que o professor transmite sua aula ao vivo, por intermédio de uma plataforma pré-escolhida, em que o conteúdo passa a ser disponibilizado, nessa plataforma virtual, com tarefas, questionários, vários textos referentes a aquela matéria específica daquele educador. Na EaD existe o acompanhamento dos chamados tutores e as plataformas de ensino, os chamados ambientes virtuais de aprendizagens, como ficaram conhecidos pelos educadores e tutores. 

O que foi estabelecido no período de pandemia de Covid-19 é chamada de Educação Remota Emergencial, ela é remota pelo fato de que a tecnologia se tornou mediadora para as aulas presenciais; enquanto que emergencial no que se refere ao conjunto de estratégias de ensino que foi pensada e adaptada no para aquele momento (LIMA e BERNARDES. 2020, p. 37). É do entendimento de todos que a necessidade imediatista do ensino remoto se configurou como um dos desafios fundamentais para esse enfrentamento da educação reconfigurada pelas tecnologias digitais. Porém, com o objetivo de atender também às necessidades de formação e às demandas dos consumidores, inúmeras abordagens educacionais foram tentadas com a expectativa de diminuir a perda de conhecimento durante o processo de ensinoaprendizagem, bem como observar se todos esses novos métodos educacionais não teriam um impacto positivo. efeito na capacidade de conhecimento além de ser capaz de enfrentar os desafios do século XXI.

Neste mundo moderno o conhecimento é abundante (PIMENTEL; CARVALHO, 2020) e, neste contexto, o processo de ensino e aprendizagem está sendo imitado. Mesmo assim, o ensino dentro de sua tradicionalidade, como essência formal nas escolas, onde os professores transmitem conhecimento e, consequentemente, os estudantes os absorvem, este processo não estava atendendo tais demandas nas organizações. Rocha; Faria; Albino (2018) afirmam que ensinar é, ainda mais do que nunca na vida educacional, um processo de mão dupla, de maneira que, para se tenha os melhores resultados, é essencial que se trabalhe uma conexão entre o aluno e o professor, de maneira que esteja facilitando e também aperfeiçoando o processo de aprendizagem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta revisão de literatura, foi possível demostrar a correlação entre a Neuroeducação e as estratégias para o desenvolvimento da leitura dos estudantes que apresentam dificuldade, o imaginário por sua vez se apresentou com uma alternativa que chega trazendo os encantos do lúdico para as salas de aula. Muitas investigações já forma realizadas como objetivo de apresentar estratégias para ajudar alunos que necessitam de AEE, porém um fato deve ser deixado bem claro, os alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem, não necessariamente necessitam de AEE, estes apenas necessitam de uma atenção diferenciada no que concerne a metodologia utilizada por seus professores.

Quando se fala em estratégias de ensino e aprendizagem, sempre deve ser lembrado que no atual momento as metodologias ativas estão ganhado espaço e se apresentando como uma alternativa para que os professores possam melhorar suas práticas pedagogias principalmente no que se refere a atenção nos anos inicias, pois se o estudante tiver uma boa formação em suas base, este não terá dificuldades futuras, pois, não adianta somente que o aluno saibas como ler e escrever é de fundamental importância que estes saibam como interpretar o que está sendo trabalhado, para que isto aconteça com maior facilidade os professores podem desenvolver práticas que utilizem o imaginário principiante quando se fala no imaginário amazônico, pois este é cheio de encanto e mistério.

Trabalhar o lúdico, nuca foi tão importante como está sendo na atualidade, pois quando se soma as metodologias ativas com as atividades lúdicas, estas promovem o desenvolvimento da Plasticidade Cerebral que é a capacidade do cérebro absorver conhecimento com maior facilidade. Desta forma a Neuroeducação se desenvolve de uma forma tão simples que os docentes, muita das vezes nem imaginam que suas ações estão promovendo uma área de suma importância da ciência.

Fato é que muitas pesquisas são realizadas e novas metodologias surgem, porém nenhuma destas práticas pedagógicas se apresenta como prontas e acabadas, como se fossem uma receita que se aplicada terá efeito imediato e de maneira eficaz em todo os estudantes. Isto se justifica pelo fato de que nenhum estudante aprende de maneira e tempo igualmente aos outro. Cada individuo tem sua maneira e seu tempo para desenvolver-se, no que compete a educação, ou seja, aos professores, é desenvolver práticas pedagógicas possam facilitar este processo de ensino e aprendizagem.

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1DOUTOR em Ciência da Educação pela Universidad de lá Integración de Las Américas, UNIDA PY, Professor da SEDUC-AM, Email:mackson.azevedo@hotmail.com;

2ESPECIALISTA em Redação e Oratória da Língua Portuguesa, Graduada em Letras, Língua Portuguesa UFAM 2016, Professora da SEDUC-AM, E-mail: cruz.dkp23@gmail.com 

3MESTRA em Ciências da Educação, pela Universidad de la Integración de las Américas -UNIDA – Paraguay (2023).  Graduada em Letras lingua e Literatura Espanhola, pela UFAM (2007) Professora da SEDUC-AM. E-mail: Contato: mariaivanetemaia@gmail.com;

4MESTRE em Educação pela UNADES Paraguai, Graduada em Língua Inglesa pelo Centro Universitário Leonardo Da Vinci 2020, Professora da SEDUC – AM, E-mail: rebeca.leal@prof.am.gov.br

5MESTRE em Filosofia pela UFAM 2025, Graduado em Normal Superior pela UEA 2007, Ciência Política pela UEA 2009, Filosofia pela FACEL 2013, Ciências Agrárias pela UFAM 2022, Professor da Seduc-AM, E-mail: Contato: ocylopes@gmail.com;

6MESTRA em Letras pela UFAM, 2021, Graduada em Letras Língua Portuguesa pela UEA 2005, Bacharel em Administração pela UFAM, Professora da SEDUC-AM, E-mail auxiliadora.2020@gmail.com

7MESTRA em Ciências da Educação, pela Universidad de la Integración de las Américas -UNIDA – Paraguay (2023), Graduada em Licenciatura em Letras pela Universidade Nilton Lins 2011, Professora da SEDUC-AM, E-mail: marly.maia2014@gmail.com