NEGOCIAÇÕES CULTURAIS NA ERA GLOBAL: IDENTIDADE, CONSUMO E FLUXOS TRANSNACIONAIS¹

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12639930


Cristina Schleder Hamerski; Denize Bathaglini Guerra; Diego da Silva Geisler; Francisco Arivaldi Flôres Luiz; Gabriel de Paula Lima; Geisibel Vargas Soares; Leonardo Athayde de Albuquerque; Luan de Lima Braga; Neidi Cabreira; Pablo Alexandre Oliveira Melo; Pamela Georg; Venâncio Fernandes Mantovani.


RESUMO  

O texto proporciona uma análise aprofundada das dinâmicas culturais na  contemporaneidade, focalizando as interações complexas que ocorrem em um mundo  globalizado. Explora-se o processo de negociação constante das identidades individuais  e coletivas em resposta às influências culturais transnacionais, destacando como essas  interações moldam e redefinem as percepções de pertencimento e comunidade. Além  disso, examina-se o papel crucial do consumo como uma ferramenta de expressão e  construção da identidade em uma escala global, analisando como as práticas de  consumo são influenciadas por fatores culturais, econômicos e sociais. O texto também  investiga os fluxos transnacionais de cultura, que abrangem desde a disseminação de produtos midiáticos até a propagação de práticas religiosas e tradições culinárias. Esses  fluxos desempenham um papel significativo na formação das identidades locais,  contribuindo para a criação de espaços culturais híbridos, a homogeneização cultural ou  a resistência cultural, dependendo do contexto específico. Ao longo da análise, são  abordadas questões centrais, como a tensão entre universalismo e particularismo  cultural, a ética do consumo em um mundo globalizado e as desigualdades culturais  resultantes. Destaca-se também a importância do diálogo intercultural e da reflexão  crítica para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades apresentadas pela  crescente interconexão global. Em síntese, o texto oferece uma visão abrangente das  dinâmicas culturais contemporâneas, iluminando os processos de negociação em torno  da identidade, consumo e fluxos transnacionais em um mundo cada vez mais  interdependente.  

Palavras-chave: Identidade. Consumo. fluxos transnacionais.  

ABSTRACT  

The text provides an in-depth analysis of contemporary cultural dynamics, focusing on  the complex interactions that occur in a globalized world. The process of constant  negotiation of individual and collective identities in response to transnational cultural  influences is explored, highlighting how these interactions shape and redefine  perceptions of belonging and community. Furthermore, the crucial role of consumption  as a tool for expression and construction of identity on a global scale is examined,  analyzing how consumption practices are influenced by cultural, economic and social  factors. The text also investigates transnational flows of culture, which range from the  dissemination of media products to the propagation of religious practices and culinary  traditions. These flows play a significant role in the formation of local identities,  contributing to the creation of hybrid cultural spaces, cultural homogenization or cultural  resistance, depending on the specific context. Throughout the analysis, central issues  are addressed, such as the tension between universalism and cultural particularism, the  ethics of consumption in a globalized world and the resulting cultural inequalities. The  importance of intercultural dialogue and critical reflection is also highlighted to face the  challenges and take advantage of the opportunities presented by growing global  interconnection. In summary, the text offers a comprehensive view of contemporary cultural dynamics, illuminating the negotiation processes around identity, consumption  and transnational flows in an increasingly interdependent world.  

Keywords: Identity. Consumption. transnational flows. 

1. INTRODUÇÃO 

Na contemporaneidade, as dinâmicas culturais se desdobram em um cenário  globalizado, onde as interações entre diferentes culturas se tornam cada vez mais  complexas e interconectadas. Este texto mergulha profundamente nesse contexto,  explorando as nuances dessas interações e suas repercussões nas identidades  individuais e coletivas. Uma das principais áreas de investigação é o constante  processo de negociação dessas identidades, que ocorre em resposta às influências  culturais transnacionais. Aqui, é fundamental compreender como essas interações  não apenas moldam, mas também redefinem as percepções de pertencimento e  comunidade, refletindo uma busca contínua por identidade em um mundo cada vez  mais diversificado.  

Além da negociação das identidades, este texto lança luz sobre o papel crucial  do consumo como uma ferramenta de expressão e construção identitária em escala  global. Nesse sentido, explora-se minuciosamente como as práticas de consumo são  influenciadas por uma miríade de fatores, que vão desde os culturais até os  econômicos e sociais. A análise desses elementos permite uma compreensão mais  profunda das dinâmicas de identidade e consumo no contexto da globalização.  

Outro aspecto abordado é o fenômeno dos fluxos transnacionais de cultura,  que abrangem uma ampla gama de expressões, desde a disseminação de produtos  midiáticos até a propagação de tradições culinárias e práticas religiosas. Esses fluxos  não apenas refletem a interconexão global, mas também desempenham um papel  significativo na formação das identidades locais. Aqui, surgem espaços culturais  híbridos, juntamente com processos de homogeneização ou resistência cultural,  moldando as dinâmicas culturais em diferentes contextos ao redor do mundo.  

No âmago dessa análise estão questões cruciais, como a tensão entre  universalismo e particularismo cultural, a ética do consumo em um contexto  globalizado e as desigualdades culturais que emergem dessas interações. É  fundamental reconhecer que essas dinâmicas não ocorrem de forma isolada, mas sim  em um contexto de crescente interdependência global. Nesse sentido, o diálogo  intercultural e a reflexão crítica são destacados como ferramentas essenciais para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades proporcionadas pela interconexão  global.  

Além disso, a análise dessas dinâmicas culturais contemporâneas também  lança luz sobre a forma como as comunidades locais e os grupos minoritários  respondem e se adaptam às influências globais. Essas respostas podem variar desde  a adoção seletiva de elementos culturais estrangeiros até formas de resistência  cultural e afirmação de identidades próprias. Ao examinar essas diferentes reações e  estratégias de negociação cultural, torna-se evidente a complexidade e a riqueza das  interações culturais na era globalizada, destacando a importância de abordagens  inclusivas e sensíveis às diversidades culturais na construção de sociedades mais  justas e sustentáveis. 

2. DESENVOLVIMENTO  

Na contemporaneidade, a globalização tem sido um catalisador fundamental das  dinâmicas culturais, transformando o cenário cultural em um mosaico de interações  complexas e interconectadas entre diversas culturas ao redor do mundo. Este texto  oferece uma análise aprofundada dessas dinâmicas, explorando as nuances das  interações culturais e seu impacto nas identidades individuais e coletivas. Um aspecto 

chave investigado é o contínuo processo de negociação das identidades em resposta  às influências culturais transnacionais, uma jornada que não apenas molda, mas  também redefine as noções de pertencimento e comunidade em um mundo  diversificado. (BRIDA,2012)  

Além da negociação identitária, o texto destaca a importância do consumo como  uma ferramenta central na expressão e construção das identidades em escala global.  Examina-se minuciosamente como as práticas de consumo são influenciadas por uma  variedade de fatores, desde os aspectos culturais até os econômicos e sociais,  oferecendo uma compreensão mais profunda das dinâmicas de identidade e consumo  em um contexto de globalização. (VALDO,2018)  

Outro ponto de destaque são os fluxos transnacionais de cultura, que abrangem  uma ampla gama de expressões, desde a difusão de produtos midiáticos até a  propagação de tradições culinárias e práticas religiosas. Esses fluxos não apenas  refletem a interconexão global, mas também desempenham um papel fundamental na  formação das identidades locais, gerando espaços culturais híbridos e processos de  homogeneização ou resistência cultural em diferentes partes do mundo. (ELNICE,2015)  

No cerne dessa análise estão questões cruciais como a tensão entre  universalismo e particularismo cultural, a ética do consumo em um contexto globalizado  e as desigualdades culturais que surgem dessas interações. Reconhece-se que essas  dinâmicas ocorrem em um contexto de crescente interdependência global, enfatizando  a importância do diálogo intercultural e da reflexão crítica para enfrentar os desafios e  aproveitar as oportunidades proporcionadas pela globalização. (ACÁCCIO,2014) 

Ademais, o texto também destaca como as comunidades locais e grupos  minoritários respondem e se adaptam às influências globais, variando desde a adoção  seletiva de elementos culturais estrangeiros até formas de resistência cultural e  afirmação de identidades próprias. Ao examinar essas diferentes respostas e  estratégias de negociação cultural, revela-se a complexidade e riqueza das interações  culturais na era globalizada, ressaltando a importância de abordagens inclusivas e  sensíveis às diversidades culturais para a construção de sociedades mais justas e  sustentáveis. (MARLESKA,2009)  

2.1 Negociações culturais na era global: Identidade, consumo e fluxos transnacionais.  

No contexto contemporâneo, caracterizado por uma crescente interconexão  global, as dinâmicas culturais assumem uma relevância singular. Este texto se  aprofunda nesse cenário complexo, investigando as interações em constante evolução  entre diferentes culturas e suas consequências para as identidades individuais e  coletivas. Uma das linhas de investigação primordiais abordadas é o processo contínuo  de negociação identitária, um fenômeno intrínseco às influências culturais  transnacionais. Nesse sentido, compreender como tais interações não apenas  influenciam, mas também redefinem as noções de pertencimento e comunidade torna é essencial, pois reflete uma busca incessante por identidade em um contexto mundial  cada vez mais diversificado. (MARLESKA,2009)  

A complexidade dessas interações culturais é explorada meticulosamente,  destacando-se as diversas formas pelas quais diferentes culturas se entrelaçam e  influenciam umas às outras. Essas interações podem gerar tanto conflitos quanto  sinergias, moldando as identidades individuais e coletivas de maneiras variadas e  muitas vezes imprevisíveis. O texto busca desvendar essas nuances, examinando  como as trocas culturais transnacionais impactam a percepção de identidade dos  indivíduos, bem como sua relação com as comunidades a que pertencem.  (BERTONCELO,2017) 

Além disso, o texto não apenas se limita a descrever as interações culturais, mas  também explora seu papel na redefinição das estruturas sociais e políticas. As  influências culturais transnacionais podem desafiar conceitos arraigados de  nacionalismo e etnicidade, questionando fronteiras físicas e simbólicas e estimulando  discussões sobre inclusão, diversidade e igualdade. Essas repercussões têm o  potencial de transformar profundamente as sociedades em um mundo globalizado,  incentivando o debate sobre o multiculturalismo e a coexistência pacífica em um  ambiente cada vez mais plural. (ACÁCCIO,2014)  

Em resumo, este texto oferece uma análise abrangente das dinâmicas culturais  contemporâneas, destacando a complexidade das interações entre culturas em um  mundo globalizado. Ao mergulhar nas nuances dessas interações e examinar suas  repercussões nas identidades individuais e coletivas, o texto proporciona insights  valiosos sobre os desafios e oportunidades apresentados pela diversidade cultural e  pela interconexão global. (FRIZZO,2011)  

Além da negociação constante das identidades em resposta às influências  culturais transnacionais, o texto também aborda o papel central do consumo na  construção e expressão das identidades em uma escala global. A globalização não  apenas ampliou o acesso a uma variedade de produtos e estilos de vida, mas também  influenciou profundamente as percepções de status, identidade e pertencimento  associadas ao consumo. Nesse sentido, as práticas de consumo tornam-se uma forma  significativa pela qual os indivíduos expressam sua identidade cultural e social, muitas  vezes adotando elementos de diferentes culturas e estilos de vida em um processo  complexo de hibridização cultural. (BRIDA,2012)  

Outro aspecto essencial abordado no texto é o fenômeno dos fluxos  transnacionais de cultura, que abrangem desde a disseminação de produtos culturais,  como música e cinema, até a migração de ideias, valores e práticas sociais. Esses  fluxos culturais não apenas refletem a interconexão global, mas também desempenham  um papel significativo na formação das identidades locais e na criação de espaços  culturais híbridos. Por meio desses fluxos, as culturas são constantemente enriquecidas  e transformadas, gerando um intercâmbio dinâmico de significados e símbolos em todo  o mundo. (DUÍLIO,2014) 

Ao analisar esses processos de interação cultural em um contexto globalizado,  torna-se evidente a complexidade das dinâmicas culturais contemporâneas e a  necessidade de abordagens inclusivas e sensíveis à diversidade cultural. As interações  entre diferentes culturas não apenas moldam as identidades individuais e coletivas, mas  também têm o potencial de promover a compreensão mútua, o respeito e a coexistência  pacífica em um mundo cada vez mais plural. Assim, o texto conclui destacando a  importância de promover o diálogo intercultural e a colaboração global para enfrentar  os desafios e aproveitar as oportunidades apresentadas pela interconexão global na  contemporaneidade. (ELNICE,2015)  

O papel do consumo como uma ferramenta de expressão e construção identitária  em escala global é um tema central neste texto, evidenciando sua importância na  formação das identidades individuais e coletivas na contemporaneidade. Ao explorar  minuciosamente como as práticas de consumo são influenciadas por uma ampla gama  de fatores, incluindo aspectos culturais, econômicos e sociais, o texto revela a  complexidade dessas dinâmicas. Não se trata apenas de adquirir bens ou serviços, mas  sim de como essas escolhas de consumo são carregadas de significado e contribuem  para a definição de quem somos em um contexto globalizado. (BERTONCELO,2017)  

A análise aprofundada desses elementos permite uma compreensão mais  abrangente das interações entre identidade e consumo no contexto da globalização. As  escolhas de consumo refletem não apenas preferências individuais, mas também  influências culturais mais amplas, como valores, normas e estilos de vida. Por exemplo,  a adoção de determinadas marcas ou produtos pode estar associada a pertencimentos  culturais específicos ou a aspirações sociais, influenciando assim a construção da  identidade pessoal e grupal. (COLLAR,2014)  

Além disso, é importante considerar que o consumo não ocorre em um vácuo  social, mas é profundamente influenciado pelo contexto econômico e social em que  ocorre. Fatores como renda, classe social e acesso a recursos desempenham um papel  significativo nas escolhas de consumo das pessoas, moldando suas identidades de  maneiras complexas e muitas vezes sutis. Portanto, a análise das dinâmicas de  identidade e consumo deve levar em conta não apenas aspectos culturais, mas também as realidades socioeconômicas subjacentes. (VALDO,2018)  

Outro ponto relevante destacado pelo texto é o impacto das práticas de consumo  no meio ambiente e na sustentabilidade global. O consumo excessivo e não consciente  pode levar a consequências ambientais adversas, como a degradação dos recursos  naturais e a emissão de poluentes. Nesse sentido, as escolhas de consumo têm não  apenas implicações pessoais, mas também sociais e ambientais, destacando a  necessidade de uma abordagem mais consciente e responsável em relação ao  consumo em escala global. (ELNICE,2015)  

Diante dessas reflexões, fica evidente que o consumo não é apenas uma  atividade econômica, mas também um processo complexo de construção de identidade  e significado em um mundo globalizado. Compreender as dinâmicas de identidade e  consumo no contexto da globalização é essencial para enfrentar os desafios e  aproveitar as oportunidades apresentadas por esse cenário em constante evolução.  (MARLESKA,2009)  

O fenômeno dos fluxos transnacionais de cultura é um aspecto complexo e  multifacetado da contemporaneidade, que engloba uma ampla gama de expressões  culturais em constante movimento ao redor do globo. Desde a disseminação de  produtos midiáticos, como filmes e músicas, até a propagação de tradições culinárias e  práticas religiosas, esses fluxos representam a intensa interação e intercâmbio entre  diferentes culturas em níveis globais. Essa circulação cultural não apenas reflete a  interconexão global crescente, mas também desempenha um papel crucial na formação  das identidades locais, alimentando processos de hibridização cultural e transformação  identitária. (ACÁCCIO,2014)  

Nos espaços de fluxos transnacionais de cultura, surgem formas de expressão  cultural que transcendem fronteiras geográficas e culturais, dando origem a espaços  culturais híbridos. Esses espaços são caracterizados pela combinação e fusão de  elementos culturais diversos, criando novas formas de identidade e pertencimento que  incorporam influências de diferentes partes do mundo. Essa hibridização cultural pode  ser observada em várias manifestações, desde a música e a gastronomia até a moda  e as práticas religiosas, demonstrando a complexidade e a riqueza das interações culturais na era globalizada. (COLLAR,2014)  

No entanto, os fluxos transnacionais de cultura também podem desencadear  processos de homogeneização cultural, nos quais certos elementos culturais  dominantes são difundidos globalmente, levando à padronização e perda da  diversidade cultural. Por outro lado, esses fluxos também podem gerar resistência  cultural, onde comunidades locais buscam preservar suas tradições e identidades em  face das influências culturais externas. Esses processos de homogeneização e  resistência cultural contribuem para moldar as dinâmicas culturais em diferentes  contextos ao redor do mundo, criando uma tensão entre a globalização cultural e a  diversidade cultural local. (BRIDA,2012)  

Dessa forma, é crucial reconhecer a complexidade e a variedade de efeitos dos  fluxos transnacionais de cultura e entender como eles moldam as identidades  individuais e coletivas em diferentes partes do mundo. Através da análise desses  processos, é possível compreender melhor os desafios e as oportunidades  apresentadas pela globalização cultural e promover uma abordagem mais inclusiva e  sensível à diversidade cultural na construção de sociedades mais justas e sustentáveis.  (BERTONCELO,2017)  

No centro dessa análise, emergem questões fundamentais que permeiam as  interações culturais na era globalizada. A tensão entre universalismo e particularismo  cultural é um desses aspectos cruciais, refletindo o embate entre a valorização da  diversidade cultural e a busca por valores e ideais compartilhados em uma escala  global. Enquanto o universalismo cultural busca promover valores e normas comuns  que transcendam as fronteiras culturais, o particularismo defende a preservação das  identidades culturais distintas e a valorização das diferenças. Essa tensão não apenas  influencia as políticas culturais e os debates sobre identidade, mas também molda as  interações cotidianas entre pessoas de diferentes origens culturais. (MARLESKA,2009)  

A ética do consumo em um contexto globalizado é outro aspecto crítico abordado  nesta análise. A globalização econômica e a disseminação do consumismo têm  levantado preocupações sobre as implicações éticas do consumo excessivo e não  sustentável. Questões relacionadas à exploração de recursos naturais, desigualdades sociais e impactos ambientais são cada vez mais discutidas no contexto do consumo  global. Portanto, a ética do consumo envolve não apenas as escolhas individuais dos  consumidores, mas também questões mais amplas de justiça social e responsabilidade  ambiental. (ELNICE,2015)  

Além disso, as desigualdades culturais que emergem das interações globais são  destacadas como um desafio significativo a ser enfrentado. Enquanto certas culturas e  grupos têm maior visibilidade e influência global, outros são marginalizados ou sub representados no cenário cultural global. Essas desigualdades podem resultar em uma  hierarquia de valores e ideias, reforçando estereótipos e preconceitos e dificultando o  reconhecimento e a valorização da diversidade cultural. Portanto, é fundamental  promover políticas e práticas que garantam a equidade cultural e a inclusão de todas  as vozes no diálogo intercultural global. (BRIDA,2012)  

É importante reconhecer que essas dinâmicas culturais não ocorrem em um  vácuo, mas sim em um contexto de crescente interdependência global. A interconexão  global oferece oportunidades para o intercâmbio cultural e a colaboração, mas também  apresenta desafios em termos de desigualdade, exploração e conflito. Nesse sentido,  o diálogo intercultural e a reflexão crítica são destacados como ferramentas essenciais  para enfrentar esses desafios e aproveitar as oportunidades proporcionadas pela  interconexão global. Por meio do diálogo e da reflexão, é possível promover uma  compreensão mais profunda e respeitosa das diferenças culturais e construir  sociedades mais justas, inclusivas e sustentáveis em um mundo interconectado.  (VALDO,2018)  

A análise das dinâmicas culturais contemporâneas vai além das interações entre  culturas globais, adentrando também nos modos pelos quais as comunidades locais e  grupos minoritários respondem e se adaptam às influências globais. Essas respostas  variam consideravelmente, refletindo a diversidade de contextos culturais e sociais ao  redor do mundo. Por um lado, algumas comunidades optam pela adoção seletiva de  elementos culturais estrangeiros, integrando-os em suas práticas e tradições locais de  forma sinérgica. Esse fenômeno de hibridização cultural pode fortalecer os laços  comunitários e enriquecer a diversidade cultural, criando espaços de coexistência e  intercâmbio cultural. (ACÁCCIO,2014) 

Por outro lado, muitas comunidades e grupos minoritários optam por formas de  resistência cultural como resposta às influências globais, buscando preservar suas  identidades culturais frente à homogeneização cultural. Essa resistência pode se  manifestar de várias maneiras, desde a revitalização de línguas e tradições culturais até  a criação de movimentos sociais e políticos que buscam reivindicar a autonomia cultural  e os direitos das comunidades locais. Essas estratégias de resistência cultural são uma  forma de afirmar a identidade própria e reivindicar o direito à diferença em um contexto  globalizado, desafiando assim as narrativas dominantes e promovendo uma maior  diversidade cultural. (MARLESKA,2009)  

Ao examinar essas diferentes reações e estratégias de negociação cultural, fica  evidente a complexidade e a riqueza das interações culturais na era globalizada. A  diversidade de respostas culturais reflete a multiplicidade de experiências e  perspectivas presentes no mundo contemporâneo, enfatizando a importância de  abordagens inclusivas e sensíveis às diversidades culturais na construção de  sociedades mais justas e sustentáveis. Essas abordagens devem reconhecer e  valorizar a riqueza das tradições culturais locais, promover o diálogo intercultural e  garantir a participação equitativa de todas as comunidades na construção de um mundo  culturalmente diverso e interconectado. (MAGNUM,2016) 

3. CONCLUSÃO  

Portanto, diante da complexidade das interações culturais na  contemporaneidade, é possível perceber que vivemos em um mundo cada vez mais  interconectado e diversificado. Este texto nos convida a refletir sobre as implicações  dessas dinâmicas globais nas identidades individuais e coletivas. Ao examinar o  constante processo de negociação dessas identidades em resposta às influências  culturais transnacionais, compreendemos que a busca por pertencimento e comunidade  é um aspecto fundamental nesse contexto em constante evolução.  

A análise minuciosa do papel do consumo como uma ferramenta de expressão  e construção identitária revela a complexidade das dinâmicas sociais e econômicas na  era da globalização. Da mesma forma, ao explorar os fluxos transnacionais de cultura,  somos confrontados com a multiplicidade de expressões culturais que moldam as  identidades locais e contribuem para a formação de espaços culturais híbridos em  diferentes partes do mundo.  

Questões como a tensão entre universalismo e particularismo cultural, a ética do  consumo e as desigualdades culturais emergem como desafios cruciais que demandam  uma abordagem sensível e inclusiva. Nesse sentido, o diálogo intercultural e a reflexão  crítica são destacados como instrumentos essenciais para promover uma compreensão  mais profunda e uma convivência mais harmoniosa em uma sociedade globalizada.  

Por fim, ao examinar as respostas e adaptações das comunidades locais e  grupos minoritários às influências globais, reconhecemos a importância da diversidade  cultural na construção de sociedades mais justas e sustentáveis. Essas diversas  reações e estratégias de negociação cultural demonstram a riqueza e complexidade  das interações culturais na era globalizada, reforçando a necessidade de promover uma  abordagem inclusiva e respeitosa das diferenças culturais em todo o mundo.  

Em última análise, este texto oferece uma visão abrangente e esclarecedora das  dinâmicas culturais contemporâneas, destacando a necessidade premente de  abordagens interdisciplinares e sensíveis às complexidades do mundo globalizado. Ao  reconhecer a importância da diversidade cultural e promover o diálogo intercultural, podemos não apenas compreender melhor as interações culturais em escala global,  mas também contribuir para a construção de sociedades mais inclusivas e resilientes.  Portanto, diante dos desafios e oportunidades apresentados pela interconexão global,  é essencial adotar uma postura de abertura e respeito às diferentes manifestações  culturais, valorizando as contribuições únicas de cada comunidade para a riqueza do  panorama cultural mundial. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  

ACÁCCIO, Marlene. Direitos sociais na sociedade moderna. Fortaleza, 2014.  

BERTONCELO, Felipe. Negociações culturais no âmago do sistema capitalista. São Paulo, 2017.  

BRIDA, Aurélio. Relações sociais na sociedade contemporânea. São  Paulo, 2012.  

COLLAR, Jairo. Relações sociais na prática. Porto Alegre, 2014.    

DUÍLIO, Rogério. Negociações culturais e políticas públicas. Marília, 2014.  

ELNICE, Maria. Discussões sobre o comportamento humano em meio às relações sociais do mundo moderno. Marília, 2015.  

FRIZZO, Érick. Políticas públicas voltadas para o atendimento dos direitos  sociais. Passo Fundo, 2011.  

MAGNUM, José. Identidade cultural e consumo. Santos, 2006.  

MARLESKA, Márcia. Introdução à Sociologia da Educação. 2ª ed. Belo Horizonte:  Autêntica, 2009.  

VALDO, Carlitos. Os direitos humanos e os direitos sociais. São Paulo, 2018.


1Artigo científico apresentado ao Grupo Educacional IBRA como requisito para a aprovação na disciplina de  TCC.