MIGRANTES DIGITAIS: AS DINÂMICAS SOCIAIS DA INTEGRAÇÃO TECNOLÓGICA EM CULTURAS TRADICIONAIS¹ 

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12639847


Cristina Schleder Hamerski; Denize Bathaglini Guerra; Diego da Silva Geisler; Francisco Arivaldi Flôres Luiz; Gabriel de Paula Lima; Geisibel Vargas Soares; Leonardo Athayde de Albuquerque; Luan de Lima Braga; Neidi Cabreira; Pablo Alexandre Oliveira Melo; Pamela Georg; Venâncio Fernandes Mantovani.


RESUMO

No contexto atual de rápida evolução tecnológica, a integração de novas ferramentas  digitais em culturas tradicionais tem se mostrado um fenômeno de grande relevância e  complexidade. O termo “migrantes digitais” refere-se àqueles indivíduos que,  pertencentes a comunidades com valores e práticas enraizadas em tradições culturais,  estão adotando e adaptando-se às tecnologias digitais. Este fenômeno desencadeia uma  série de dinâmicas sociais que afetam não apenas os próprios migrantes digitais, mas  também suas comunidades e a sociedade em geral. Ao explorar as dinâmicas sociais da  integração tecnológica em culturas tradicionais, é essencial examinar os impactos nas relações interpessoais, na identidade cultural e na organização social. A introdução de  tecnologias digitais pode influenciar a forma como as pessoas se comunicam, se  relacionam e constroem suas identidades dentro de suas comunidades. Além disso, pode  haver mudanças na estrutura social, com novas formas de poder e hierarquia emergindo  com base no acesso e na habilidade de utilizar a tecnologia. É importante reconhecer  tanto os benefícios quanto os desafios associados à integração tecnológica em culturas  tradicionais. Enquanto as tecnologias digitais podem abrir novas oportunidades de  aprendizado, comunicação e desenvolvimento econômico, também podem criar divisões  geracionais, ameaçar práticas culturais e aumentar a dependência em sistemas externos.  Portanto, compreender as dinâmicas sociais desse processo é fundamental para informar  políticas e práticas que promovam uma integração tecnológica equitativa e culturalmente  sensível.  

Palavras-chave: Migrantes digitais. Integração tecnológica. Culturas tradicionais.  

ABSTRACT  

In the current context of rapid technological evolution, the integration of new digital tools  into traditional cultures has proven to be a phenomenon of great relevance and  complexity. The term “digital migrants” refers to those individuals who, belonging to  communities with values and practices rooted in cultural traditions, are adopting and  adapting to digital technologies. This phenomenon triggers a series of social dynamics  that affect not only digital migrants themselves, but also their communities and society  in general. When exploring the social dynamics of technological integration in traditional  cultures, it is essential to examine the impacts on interpersonal relationships, cultural  identity, and social organization. The introduction of digital technologies can influence  the way people communicate, relate and build their identities within their communities.  Furthermore, there may be changes in the social structure, with new forms of power and  hierarchy emerging based on access to and ability to use technology. It is important to  recognize both the benefits and challenges associated with technology integration into  traditional cultures. While digital technologies can open up new opportunities for  learning, communication and economic development, they can also create generational  divides, threaten cultural practices and increase dependence on external systems.  Therefore, understanding the social dynamics of this process is essential to inform policies and practices that promote equitable and culturally sensitive technological  integration.  

Keywords: Digital migrants. Technological integration. Traditional cultures. 

1. INTRODUÇÃO 

Na era contemporânea de rápida inovação tecnológica, a convergência entre  novas ferramentas digitais e culturas tradicionais se destaca como um fenômeno de  significativa relevância e complexidade. O conceito de “migrantes digitais” delineia  aqueles indivíduos enraizados em comunidades com valores e práticas culturais  profundamente estabelecidos, que estão agora abraçando e adaptando-se às  tecnologias digitais. Esta transição não ocorre sem gerar uma série de dinâmicas  sociais que reverberam não somente nos migrantes digitais, mas também em suas  comunidades e na sociedade em sua totalidade.  

Ao investigar as dinâmicas sociais subjacentes à integração tecnológica em  contextos culturais tradicionais, é imperativo examinar os desdobramentos nas  relações interpessoais, na identidade cultural e na organização social. A inserção de  tecnologias digitais pode moldar a maneira como as pessoas se comunicam,  interagem e constroem suas identidades dentro das comunidades. Adicionalmente,  podem surgir transformações na estrutura social, com novas formas de poder e  hierarquia emergindo com base no acesso e na habilidade de utilizar tais tecnologias.  

É crucial reconhecer tanto os benefícios quanto os desafios inerentes à  integração tecnológica em ambientes culturais tradicionais. Enquanto as tecnologias  digitais oferecem novas oportunidades de aprendizado, comunicação e  desenvolvimento econômico, também podem instigar divisões geracionais, ameaçar  práticas culturais e incrementar a dependência em sistemas externos.  Consequentemente, compreender as dinâmicas sociais deste processo é essencial  para informar políticas e práticas que fomentem uma integração tecnológica equitativa  e culturalmente sensível.  

A interseção entre a tecnologia digital e as culturas tradicionais apresenta uma  paisagem complexa de interações e adaptações. Os migrantes digitais não apenas  incorporam novas ferramentas tecnológicas em suas vidas diárias, mas também  negociam ativamente sua identidade cultural e social dentro desse novo contexto.  Essa negociação pode resultar em formas únicas de expressão cultural, onde tradições se fundem com inovações digitais, criando assim novas narrativas e práticas  sociais.  

No entanto, é importante reconhecer que a integração tecnológica não é  uniforme e pode encontrar resistência dentro de certas comunidades tradicionais.  Aspectos como acesso limitado à tecnologia, preocupações com privacidade e  segurança, e desconfiança em relação às mudanças podem criar obstáculos  significativos para a adoção generalizada de ferramentas digitais. Portanto, os  esforços para promover uma integração tecnológica bem-sucedida devem levar em  consideração essas preocupações e buscar soluções que sejam culturalmente  sensíveis e inclusivas.  

Dessa forma, a compreensão das dinâmicas sociais da integração tecnológica  em culturas tradicionais pode fornecer insights valiosos para informar políticas e  práticas mais eficazes. Isso inclui a necessidade de programas educacionais que  capacitem as comunidades a utilizar as tecnologias de forma produtiva e crítica, assim  como o desenvolvimento de infraestrutura digital acessível e adaptada às  necessidades específicas de cada contexto cultural. Ao abordar esses desafios de  maneira holística e sensível à cultura, é possível promover uma integração tecnológica  mais equitativa e benéfica para todos os envolvidos. 

2. DESENVOLVIMENTO  

No atual cenário de rápida inovação tecnológica, a interação entre as culturas  tradicionais e as novas ferramentas digitais se configura como um fenômeno de  profunda relevância e intrincada complexidade. O conceito de “migrantes digitais”  descreve indivíduos enraizados em comunidades com tradições culturais sólidas, que  agora se veem imersos na era digital, adaptando-se às tecnologias emergentes. Essa  transição não ocorre isoladamente, mas desencadeia uma série de dinâmicas sociais  que permeiam não apenas a vida dos migrantes digitais, mas também influenciam suas  comunidades e a sociedade como um todo. (BARBO,2016)  

Ao examinar as dinâmicas sociais subjacentes à integração tecnológica em  contextos culturais tradicionais, é essencial compreender o impacto nas relações  interpessoais, na identidade cultural e na organização social. A introdução de  tecnologias digitais reconfigura a maneira como as pessoas se comunicam, interagem  e constroem suas identidades dentro de suas comunidades. Além disso, essa inserção  pode provocar mudanças na estrutura social, dando origem a novas formas de poder e  hierarquia com base no acesso e na habilidade de utilização das tecnologias.  (FAJARDO,2019)  

É fundamental reconhecer tanto os benefícios quanto os desafios que surgem da  integração tecnológica em ambientes culturais tradicionais. Enquanto as tecnologias  digitais oferecem novas oportunidades de aprendizado, comunicação e  desenvolvimento econômico, também podem ampliar divisões geracionais, ameaçar  práticas culturais e intensificar a dependência em sistemas externos. Assim,  compreender as dinâmicas sociais desse processo é crucial para orientar políticas e  práticas que promovam uma integração tecnológica justa e culturalmente sensível.  (DRUGOVICH,2011)  

A intersecção entre a tecnologia digital e as culturas tradicionais revela uma  intrincada rede de interações e adaptações. Os migrantes digitais não apenas  incorporam novas ferramentas tecnológicas em suas vidas cotidianas, mas também  negociam ativamente sua identidade cultural e social dentro desse novo ambiente. Essa negociação pode resultar em expressões culturais únicas, onde tradições se mesclam  com inovações digitais, dando origem a novas formas de narrativas e práticas sociais.  (BORTOLON,2012)  

2.1 Transformação Digital em Comunidades Tradicionais: Explorando as  Dinâmicas Sociais da Adoção Tecnológica  

Na era contemporânea, marcada por uma rápida e constante inovação  tecnológica, a fusão entre as novas ferramentas digitais e as culturas tradicionais  emerge como um fenômeno de imensa relevância e complexidade. O conceito de  “migrantes digitais” descreve de forma precisa os indivíduos arraigados em  comunidades cujos valores e práticas culturais têm profundas raízes, mas que estão  atualmente imergindo no mundo digital, adaptando-se às tecnologias emergentes.  Todavia, essa transição não se dá sem desencadear uma série de dinâmicas sociais  que ecoam não apenas nos migrantes digitais, mas também reverberam em suas  comunidades e na sociedade como um todo. (MARSHALL,2013)  

Ao se aprofundar nas dinâmicas sociais subjacentes à integração tecnológica em  contextos culturais tradicionais, torna-se imprescindível examinar os desdobramentos  nas relações interpessoais, na identidade cultural e na organização social. A inserção  de tecnologias digitais é capaz de reconfigurar a maneira como as pessoas se  comunicam, interagem e constroem suas identidades dentro de suas comunidades.  Adicionalmente, é possível identificar transformações na estrutura social, com novas  formas de poder e hierarquia emergindo com base no acesso e na habilidade de  utilização dessas tecnologias. (ARILDO,2013)  

É crucial reconhecer tanto os benefícios quanto os desafios intrínsecos à  integração tecnológica em ambientes culturais tradicionais. Enquanto as tecnologias  digitais promovem novas oportunidades de aprendizado, comunicação e  desenvolvimento econômico, elas também podem intensificar divisões geracionais,  ameaçar práticas culturais e acentuar a dependência em sistemas externos. Nesse  contexto, compreender as dinâmicas sociais desse processo é essencial para nortear  políticas e práticas que estimulem uma integração tecnológica justa e culturalmente  sensível. (DRUGOVICH,2011) 

A interseção entre a tecnologia digital e as culturas tradicionais desenha uma  paisagem complexa de interações e adaptações. Os migrantes digitais não apenas  incorporam novas ferramentas tecnológicas em suas rotinas, mas também negociam  ativamente sua identidade cultural e social dentro desse novo ambiente. Essa  negociação pode resultar em expressões culturais únicas, onde tradições se mesclam  com inovações digitais, dando origem a novas formas de narrativas e práticas sociais.  (BARBO,2016)  

A integração tecnológica em contextos culturais tradicionais representa um  fenômeno complexo que exige uma análise cuidadosa das suas ramificações nas  dinâmicas sociais. Ao examinar essas dinâmicas, é fundamental considerar o impacto  sobre as relações interpessoais, a identidade cultural e a organização social. Com a  introdução de tecnologias digitais, observa-se uma transformação significativa na forma  como as pessoas se comunicam e interagem dentro das comunidades. Anteriormente  baseadas em interações face a face e em tradições orais, essas comunidades agora  estão imersas em um ambiente onde a comunicação mediada por dispositivos  eletrônicos se torna predominante. Isso não apenas altera a natureza das interações,  mas também influencia a maneira como as identidades culturais são construídas e  mantidas. (DUTRA,2011)  

Além disso, a inserção de tecnologias digitais pode desencadear mudanças na  estrutura social das comunidades tradicionais. O acesso e a capacidade de utilizar  essas tecnologias muitas vezes se tornam novos marcadores de status e poder dentro  da comunidade. Aqueles que dominam as habilidades tecnológicas podem emergir  como líderes ou influenciadores, introduzindo novas dinâmicas de poder e hierarquia.  Isso pode levar a uma reconfiguração das relações sociais existentes, com grupos ou  indivíduos anteriormente marginalizados agora ganhando influência com base em sua  proficiência tecnológica. (UCHASKY,2017)  

No entanto, é importante reconhecer que a integração de tecnologias digitais em  contextos culturais tradicionais não é necessariamente um processo unidirecional ou  homogêneo. Enquanto algumas comunidades podem abraçar as novas tecnologias e  incorporá-las de forma fluida em suas práticas cotidianas, outras podem resistir ou adaptá-las de maneiras que preservam suas tradições culturais. Essa resistência pode  ser motivada por preocupações sobre a preservação da identidade cultural, o medo da  perda de valores tradicionais ou a desconfiança em relação às consequências  desconhecidas da tecnologia. (BORTOLON,2012)  

Assim, ao analisar as implicações da integração tecnológica em contextos  culturais tradicionais, é crucial adotar uma abordagem holística que leve em  consideração as diversas maneiras pelas quais as tecnologias digitais influenciam as  relações interpessoais, a identidade cultural e a organização social. Somente ao  compreender essas dinâmicas complexas podemos desenvolver estratégias eficazes  para promover uma integração tecnológica que respeite e fortaleça as comunidades  tradicionais e suas formas de vida. (BARBO,2016)  

A integração tecnológica em contextos culturais tradicionais representa um  fenômeno complexo que exige uma análise cuidadosa das suas ramificações nas  dinâmicas sociais. Ao examinar essas dinâmicas, é fundamental considerar o impacto  sobre as relações interpessoais, a identidade cultural e a organização social. Com a  introdução de tecnologias digitais, observa-se uma transformação significativa na forma  como as pessoas se comunicam e interagem dentro das comunidades. Anteriormente  baseadas em interações face a face e em tradições orais, essas comunidades agora  estão imersas em um ambiente onde a comunicação mediada por dispositivos  eletrônicos se torna predominante. Isso não apenas altera a natureza das interações,  mas também influencia a maneira como as identidades culturais são construídas e  mantidas. (DUTRA,2011)  

Além disso, a inserção de tecnologias digitais pode desencadear mudanças na  estrutura social das comunidades tradicionais. O acesso e a capacidade de utilizar  essas tecnologias muitas vezes se tornam novos marcadores de status e poder dentro  da comunidade. Aqueles que dominam as habilidades tecnológicas podem emergir  como líderes ou influenciadores, introduzindo novas dinâmicas de poder e hierarquia.  Isso pode levar a uma reconfiguração das relações sociais existentes, com grupos ou  indivíduos anteriormente marginalizados agora ganhando influência com base em sua  proficiência tecnológica. (DRUGOVICH,2011) 

No entanto, é importante reconhecer que a integração de tecnologias digitais em  contextos culturais tradicionais não é necessariamente um processo unidirecional ou  homogêneo. Enquanto algumas comunidades podem abraçar as novas tecnologias e  incorporá-las de forma fluida em suas práticas cotidianas, outras podem resistir ou  adaptá-las de maneiras que preservam suas tradições culturais. Essa resistência pode  ser motivada por preocupações sobre a preservação da identidade cultural, o medo da  perda de valores tradicionais ou a desconfiança em relação às consequências  desconhecidas da tecnologia. (ARILDO,2013)  

Dessa forma, ao analisar as implicações da integração tecnológica em contextos  culturais tradicionais, é crucial adotar uma abordagem holística que leve em  consideração as diversas maneiras pelas quais as tecnologias digitais influenciam as  relações interpessoais, a identidade cultural e a organização social. Somente ao  compreender essas dinâmicas complexas podemos desenvolver estratégias eficazes  para promover uma integração tecnológica que respeite e fortaleça as comunidades  tradicionais e suas formas de vida. (MARSHALL,2013)  

A interseção entre a tecnologia digital e as culturas tradicionais é um campo rico  e multifacetado que oferece insights fascinantes sobre como as pessoas se adaptam e  interagem com as mudanças tecnológicas em seus contextos culturais. Os migrantes  digitais, ao incorporarem novas ferramentas tecnológicas em suas vidas diárias, não  apenas adotam novos meios de comunicação e interação, mas também enfrentam o  desafio de redefinir sua identidade cultural e social dentro desse novo ambiente. Essa  jornada de negociação entre o antigo e o novo pode resultar em uma síntese criativa,  onde tradições culturais se entrelaçam com inovações digitais, gerando formas únicas  de expressão cultural. (BORTOLON,2012)  

Essa síntese não apenas preserva as tradições culturais, mas também as  revitaliza, oferecendo novos meios de transmissão e interpretação. Por exemplo,  práticas culturais que antes eram transmitidas oralmente podem agora ser registradas  e compartilhadas através de plataformas digitais, alcançando um público mais amplo e  preservando-as para as gerações futuras. Além disso, a tecnologia digital muitas vezes  oferece novas formas de participação e engajamento com as tradições, permitindo que as comunidades tradicionais se conectem e colaborem de maneiras que antes eram  impensáveis. (GALHARDO,2013)  

No entanto, essa interseção também apresenta desafios significativos. À medida  que as culturas tradicionais se adaptam à era digital, podem surgir tensões entre a  preservação da autenticidade cultural e a influência da globalização tecnológica. Há  também preocupações sobre o impacto das plataformas digitais comerciais na  integridade das práticas culturais, com o risco de apropriação cultural e exploração  comercial. (PRETTO,2006)  

Desse modo, explorar a interseção entre a tecnologia digital e as culturas  tradicionais é essencial não apenas para entender as complexidades das experiências  humanas contemporâneas, mas também para informar políticas e práticas que  promovam uma integração equitativa e respeitosa. Ao reconhecer e valorizar as formas  únicas de expressão cultural que surgem nesse contexto, podemos celebrar a  diversidade cultural e promover uma coexistência harmoniosa entre o antigo e o novo.  (FAJARDO,2019)  

A resistência à integração tecnológica dentro de comunidades tradicionais é um  fenômeno complexo que pode ser influenciado por uma variedade de fatores. Um dos  principais obstáculos é o acesso limitado à tecnologia, que pode ser exacerbado por  disparidades econômicas, geográficas e educacionais. Em muitas comunidades  tradicionais, a falta de infraestrutura digital adequada e o alto custo dos dispositivos  eletrônicos podem dificultar o acesso às ferramentas digitais, deixando alguns membros  da comunidade excluídos dos benefícios da era digital. (UCHASKY,2017)  

Além disso, preocupações legítimas relacionadas à privacidade e segurança dos  dados também podem contribuir para a resistência à integração tecnológica. Em um  mundo cada vez mais conectado, as comunidades tradicionais podem temer a perda  de controle sobre suas informações pessoais e a exposição a potenciais violações de  privacidade. Essas preocupações são especialmente relevantes em contextos onde a  confiança nas instituições e empresas que controlam as tecnologias digitais é baixa.  (GALHARDO,2013) 

Outro aspecto importante a ser considerado é a desconfiança em relação às  mudanças que a tecnologia pode trazer para as tradições e práticas culturais  estabelecidas. Muitos membros de comunidades tradicionais valorizam suas formas de  vida e identidade cultural e podem temer que a integração tecnológica comprometa ou  dilua esses aspectos fundamentais de sua identidade. Essa resistência pode ser ainda  mais acentuada em comunidades onde as tradições são vistas como um meio de  preservar a coesão social e a conexão com as gerações passadas. (DUTRA,2011)  

Diante desses desafios, é essencial que os esforços para promover uma  integração tecnológica bem-sucedida sejam sensíveis e inclusivos. Isso significa  reconhecer as preocupações específicas de cada comunidade e envolver os membros  em um diálogo aberto e colaborativo sobre como a tecnologia pode ser implementada  de maneira a respeitar e fortalecer sua cultura e identidade. Além disso, é crucial investir  em programas de capacitação e acesso à tecnologia, garantindo que todos os membros  da comunidade tenham a oportunidade de se beneficiar das oportunidades oferecidas  pela era digital. Somente assim podemos garantir que a integração tecnológica seja  verdadeiramente inclusiva e capacitadora para todas as partes envolvidas.  (DRUGOVICH,2011) 

3. CONCLUSÃO  

Por fim, a convergência entre tecnologia digital e culturas tradicionais representa  um marco significativo na contemporaneidade, cujas implicações reverberam por toda  a sociedade. Os migrantes digitais, como agentes dessa integração, enfrentam não  apenas mudanças nas ferramentas que utilizam, mas também desafios e oportunidades  na redefinição de suas identidades e relações sociais. Ao mesmo tempo, é crucial  reconhecer que a adoção tecnológica não é homogênea, e as barreiras culturais e  estruturais podem dificultar o acesso e a aceitação das novas tecnologias em certas  comunidades.  

Contudo, os benefícios potenciais da integração tecnológica são vastos,  abrangendo desde a melhoria do acesso à informação e educação até o fortalecimento  das economias locais. Para efetivar esses benefícios de maneira equitativa e  culturalmente sensível, é essencial desenvolver políticas e práticas que considerem as  nuances de cada contexto cultural. Isso inclui investimentos em educação digital,  adaptação de tecnologias às necessidades específicas das comunidades e promoção  de uma abordagem inclusiva que valorize e respeite as tradições locais.  

Ademais, a compreensão das dinâmicas sociais da integração tecnológica em  culturas tradicionais oferece uma oportunidade valiosa para promover o  desenvolvimento sustentável e inclusivo. Ao enfrentar os desafios de maneira  colaborativa e sensível à diversidade cultural, podemos construir um futuro onde a  tecnologia seja verdadeiramente um instrumento de capacitação e enriquecimento para  todas as pessoas, independentemente de seu contexto cultural ou social.  

Além disso, é fundamental reconhecer que a integração tecnológica em culturas  tradicionais não é um processo estático, mas sim dinâmico e em constante evolução. À  medida que novas tecnologias emergem e as comunidades se adaptam, é necessário  um acompanhamento contínuo para entender e responder às mudanças nas dinâmicas  sociais e nas necessidades dos migrantes digitais. Isso requer um compromisso  constante com a pesquisa interdisciplinar e a colaboração entre diversos atores,  incluindo acadêmicos, formuladores de políticas, organizações da sociedade civil e  membros das próprias comunidades. 

Assim, a integração tecnológica em culturas tradicionais apresenta uma  oportunidade única para promover a diversidade cultural e o intercâmbio global de  conhecimentos. Ao valorizar e preservar as tradições locais enquanto abraça as  inovações tecnológicas, as comunidades podem se posicionar como participantes  ativos na construção de um mundo digital mais inclusivo e rico em perspectivas. Essa  abordagem holística e colaborativa é essencial para garantir que a integração  tecnológica seja verdadeiramente benéfica e capacitadora para todas as partes  envolvidas. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  

ARILDO, Juvenal. Integração tecnológica. Porto Alegre, 2013.  

BARBO, João. Dinâmicas culturais na era da sociedade digital. São  Paulo, 2016.  

BORTOLON, Maria. Desafios da diversidade na sociedade atual. Nova Iguaçu,  2012.  

DRUGOVICH, Lima. Diversidade cultural e a lógica digital. Arapiraca, 2011.    

DUTRA, Felipe. Diversidade cultural na sociedade moderna. Rio de Janeiro, 2011.  

FAJARDO, Giovanna. Direitos sociais na era da comunicação virtual. Campinas,  2019.  

GALHARDO, Marina. Diversidade cultural no Brasil e no Mundo. Caratinga, 2013.  

MARSHALL, Bruno. Identidade cultural e diversidade cultural na sociedade  moderna. São Paulo, 2013.  

PRETTO, Neli. A relevância da diversidade cultural. 2ª ed. Porto Alegre: Auréllios,  2006. 

UCHASKY, Fernanda. Os direitos humanos e os direitos sociais na sociedade  contemporânea. São Paulo, 2017.


1Artigo científico apresentado ao Grupo Educacional IBRA como requisito para a aprovação na disciplina de  TCC.