REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202501241500
Maria Iully Melo Silva¹
Resumo
O presente artigo, fruto de reflexões durante o percurso na componente curricular “Medotologia da Pesquisa Interdisciplinar em humanidades”, ofertada pelo Mestrado Interdisciplinar em Humanidades da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro- Brasileira (UNILAB), reflete de forma preliminar, sobre as vendedoras ambulantes de produtos e serviços da Ilha do Sal, Cabo Verde, em específico da cidade de Santa Maria. Assim, buscamos enfatizar as especificidades teórico-metodológicas que constituem a minha pesquisa em andamento, tomando como eixo analítico as questões em torno da migração interna em Cabo Verde, gênero e comércio ambulante. Nesse sentido, pautamos o comércio das rabidantes da Ilha do Sal, atentando para divisão geográfica entre as cidades de Espargos, Pedra Lume, Murdeira, Palmeira e Santa Maria, sendo esta última, a cidade mais turística de Cabo Verde. Visto isso, destacamos a pesquisa interdisciplinar sob o aporte de levantamento bibliográfico e da produção de dados a partir de pesquisa etnográfica juntamente com as vendedoras ambulantes da cidade de Santa Maria.
Palvras-chave: Migração interinsular. Gênero. Comércio Ambulante. Cabo Verde
Introdução
O presente artigo produzido para a disciplina “Medotologia da Pesquisa Interdisciplinar em humanidades, oferecida pelo Mestrado Interdisciplinar em Humanidades da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro- Brasileira (UNILAB)”, propõe uma reflexão sobre as vendedoras ambulantes de produtos e serviços da Ilha do Sal, Cabo Verde, em específico da cidade de Santa Maria, na ideia de investigar para além da atividade laboral, as relações de gênero envolvidas, bem como a construção do campo do comércio de ambulante caboverdiano através da relação entre migração, gênero e turismo . Nesse sentido, tem-se em mente que a Ilha do Sal é dividida geograficamente entre as cidades de Espargos, Pedra Lume, Murdeira, Palmeira e Santa Maria, sendo esta última, a cidade mais turística de Cabo Verde, contendo diversos empreendimentos, desde resorts, hotéis, restaurantes, cassinos, clubes, bares, discotecas e dentre outros, com grande demanda de produtos e serviços, sendo de grande atrativo para homens e mulheres de outras ilhas do arquipélago na busca por trabalho e subsistência.
Tal como podemos pressupor neste trabalho, focar a lente nos fluxos migratórios internos nos direciona para complexificar questões no e sobre o próprio território insular em questão, as quais abrem possibilidades para se pensar dinâmicas de mobilidades, aspectos socioculturais e históricos que não necessariamente estão condicionados as concepções modernas traçadas pelo mundo euro-americano e/ou ocidental. Ou seja, ao invés de realizar um estudo sobre a migração de caboverdianos/as em busca de estudo e trabalho em países do ocidente, a minha pesquisa em andamento, tem como intuito versar sobre mulheres que migram internamente em busca de trabalho, que acabam por constituir formas de subsistência através do comércio ambulante sob a ênfase de um imaginário e estrutura turística concebida na ilha do Sal.
Sobre essa perspectiva, de acordo com Grassi (2003) e Lobo (2001; 2018), essas mulheres comerciantes/vendedoras são chamadas de rabidantes, termo de origem caboverdiana que é utilizado especificamente em Cabo Verde para designar sobretudo esse tipo de comércio feminino, e tem várias ramificações dentro do próprio setor de comércio ambulante no território insular.
Segundo Silva (2012), a rabidância é dividida em três subgrupos. O primeiro corresponde ao comércio transatlântico de importação de mercadorias diversas (roupas, cosméticos, eletrônicos, utensílios gerais) entre Cabo Verde, Brasil, Estados Unidos e Europa. O segundo segue essa mesma lógica, no entanto, se restringe á importação de mercadorias a partir de alguns países africanos (Senegal, Gâmbia, Marrocos, Guiné-Conakri e África do Sul). O terceiro tipo diz respeito ao comércio interno caboverdiano de gêneros alimentícios (veduras, grãos, frutas,carnes e peixes). Dessa maneira, o principal fator que define a divisão e por consequência a hierarquização desse tipo de comércio é o capital de investimento de cada vendedora.
Em outros países africanos, esse tipo de atividade ganha outras classificações e notoriedade. Ainda de acordo com Silva (2012), “este tipo de comércio é comum em vários outros países africanos e a depender do contexto recebem diferentes denominações, como é o caso das zungueiras e quitandeiras angolanas” (Ibidem, 2012, p.14). Ressalta-se também o caso das vendedoras de frutas, verduras e pescados em São Tomé e Príncipe, chamadas de palaiês, e as comerciantes transfronteiriças moçambicanas, denominadas de mukheristas.
É importante salientar, que apesar do termo rabidantes ser usado para a denominação dessas mulheres vendedoras caboverdianas, não centramos necessariamente a análise a partir dessa classificação, mas, de forma a tentar perceber outras designações e modos de identificação sob a ênfase do trabalho de campo previsto na metodologia da referente pesquisa.
De acordo com o que foi colocado, o recorte empírico da minha pesquisa é voltado para as vendedoras (geralmente migrantes internas) que especificamente desenvolvem suas atividades laborais na cidade de Santa Maria, justificando-se pela singularidade social, econômica e cultural desse tipo de segmento no território caboverdiano, e, principalmente pela questão turística e pelos fluxos migratórios que circunscrevem e envolvem tal prática no contexto colocado. Desse modo, o arcabouço teórico se baseia em autores/as das ciências sociais, em específico da sociologia das migrações, antropologia do turismo, geografia crítica, estudos de gênero na/sobre África e principalmente dos estudos sociais caboverdianos.
Perspectiva teórico-metodológica
Com isso, pretende-se uma abordagem de forma interdisciplinar na medida em que propomos utilizar tanto a pesquisa biliográfica quanto a etnográfica por meio do trabalho de campo, visto que, o próprio conceito de pesquisa interdisciplinar gira em torno não apenas da palavra em sí, mas da diversidade de formas pelas quais é modelada a pesquisa. Desse modo, entendemos que tal conceito, segundo Pimenta (2013, p.17), “refere-se essencialmente a relação entre diversas ciências ou disciplinas”, ou seja, a interdisciplinaridade alimenta-se justamente das fronteiras das disciplinas cientificas”.
Assim, o referencial para esta pesquisa constituí-se inicialmente, por autores/as que analisam e discutem questões sociológicas, antropológicas e geográficas sobre o comércio ambulante realizado por mulheres na África, sobretudo em Cabo Verde, bem como produções que versem sobre mulheres vendedoras e as suas contribuições socioeconômicas em outros territórios. Ressaltamos também a importância de aprofundar as questões teóricas em torno de gênero no território em questão, visto que, ao focalizar o comércio ambulante feminino na ilha do Sal relacionado com o setor turístico, tais categorias se revelam como base para a proposta da abordagem interdisciplinar aqui proposta.
As principais referências se dão pela contribuição de autoras e autores como Fortes (2013; 2015), Lobo (2001; 2018), Grassi (2001; 2003; 2007), Gonçalves (2021), Silva (2012; 2020), Pólvora (2013),) e Silva (2024), que tornam-se fundamentais, pois trazem luz às questões e contribuições das relações e conceitos supracitados, principalmente quando colocamos em evidência a questão de gênero e comércio em Cabo Verde. Dentro do universo que é comércio ambulante, o olhar aqui é voltado para um universo específico dentro desse tipo de atribuição, caracterizada pelas atividades laborais que tem como fator a predominância de mulheres na venda e negociação de produtos e serviços turísticos.
Nesse raciocínio, consideramos que o fenômeno da rabidancia está posto justamente na fronteira entre o formal e informal. Segundo Silva (2020), há complexidades envolvidas na conceitualização acerca do setor informal, visto que, “incorpora uma multiplicidade de práticas comerciais que se diferenciam quanto ao financiamento, espaço e perfil dos trabalhadores” (Ibidem, 2020, p.106), uma vez que a diversidade de contextos nos leva a refletir não apenas a partir de um único conceito. Ainda conforme a autora, a crítica sobre o informal é importante quando:
Não apenas nos deparamos com mulheres² com baixa escolaridade, pouco capital de giro ou mesmo instaladas em um ambiente precário de trabalho, assim como grandes empresárias³, que pagam taxas diárias e cujos rendimentos mensais são bastante expressivos (SILVA, 2020, p.106).
Nesse sentido, vale ressaltar que as diferenças de classe e gênero, são marcadores sociais importantes para compreender as desigualdades em torno do comércio ambulante feminino, que não se restringe apenas a economia, mas, também, segundo Furtado (2008), as questões simbólicas. Visto isso, reforçando a proposta da pesquisa interdisciplinar, entende-se segundo Silva (2012), que:
Embora algumas pesquisas registrem um crescimento do trabalho da mulher no setor produtivo, em nível mundial, persiste a diferença de oportunidades e de remuneração em relação ao homem. Isso demonstra como as desigualdades de gênero têm influenciado inclusive o âmbito do trabalho. Na realidade, o conteúdodo trabalho feminino não é unicamente econômico, mas também é simbólico, é algo que não pode ser definido através de uma única perspectiva, pois assume formas e sentidos diferentes de acordo com o contexto social e o momento histórico em que ocorre. (SILVA, 2012, p.121)
Ainda segundo a autora, referindo-se á sociedade caboverdiana, “apesar das rabidantes acabarem por desenvolver uma atividade remunerada, que em alguns casos, o valor adquirido supera o do companheiro, elas continuam presas ás atividades domésticas” (SILVA, 2012, p.122). Nesse sentido, as relações de gênero ganham destaque nesta proposta, visto que, mesmo essas mulheres vendedoras conseguindo desenvolvimento pessoal e econômico, tal fator:
[…] não consegue reverter as assimetrias de gênero, que se tornam cada vez mais arraigadas, ganhando novas configurações. O cotidiano de muitas dessas mulheresretrata que de fato tem ocorrido uma sobreposição de tarefas e obrigações, exigindo destas um desempenho cada vez maior, ao mesmo tempo, que reforçam a sua subordinação”. (SILVA, 2012, p.122)
Nesse mesmo viés, Grassi (2001), enfatiza que a partir das múltiplas identidades coexistentes (pacifica e/ou conflituosas), os conceitos construídos acerca das mulheres do continentes africano, bem como de regiões do mundo onde sofreram com a colonização, idealizações do tipo “mulher do terceiro mundo ou mulher africana”, considera a visão do colonizador em detrimento do colonizado, ou seja, “tem um impacto colonizador porque homogeneízam as mulheres e criam os mitos que incorporados na ideologia dominante, servem para perpetuar a sua opressão”. (GRASSI, 2001, p.10).
Da mesma forma, a crítica epistemológica deve vir acompanhada de um comportamento teórico alinhado ao que Mignolo (2008) sugere enquando uma “desobediência epistêmica”, na tentativa de provocar frissuras nas questões político- teóricas hierárquicas, vinculadas ao que Césarie (1978) e Fanon (2005; 2008; 2011) identificam como violência colonial, perpetuada socialmente até os dias atuais através das desigualdades oriundas desse mesmo sistema-mundo.
Dessa maneira, conforme Macamo (2012), entende-se que o o fator colonial transformou-se em algo bem maior, e “deixou de ser uma simples questão de ocupação europeia do continente africano para passar a ser o efeito de um sistema econômico à escala internacional”, ou seja, cooptou em forma de exploração o próprio continente e o tudo que nele existe, e o transformou em um dos braços fortes para o projeto de expansão do sistema-mundo (Ibidem, 2012, p.68), e para além do “lugar da África em um terceiro mundo” (Locksley, 2010), protagonizado por um imaginário sob o prisma desenvolvimentista
A partir da linha reflexiva acima, relacionada ao contexto em específico desta proposta de pesquisa, é importante salientar outro tipo de violência ocasionada pela implementação de modelos estruturais pré-estabelecidos sob a óptica ocidental, e aplicados nos territórios africanos no pós-independência. Assim, Moniz (2008), enfatiza que:
No período pós-independência em Cabo Verde, elites dominantes voltaram-se para modelos desenvolvimentistas pensados e elaborados para países cujas especificidades em nada assemelhavam-se às de Cabo Verde, denunciando fortes tendências em transferir para a sociedade cabo-verdiana esquemas gerais de produção, como soluções prontas, apresentadas como cientificamente adequadas à realidade cabo-verdiana. (MONIZ, 2008, p. 30)
Com isso, pressupõe-se que as desigualdades sociais mais agravantes na Ilha do Sal, são fundamentadas a partir do estabelecimento das elites econômicas e do surgimento dos grandes empreendimentos no referido território insular, especificamente na cidade de Santa Maria, a qual é geralmente identificada sem muito aprofundamento por fatores advindos da modernidade e consequentemente pelos aspectos turísticos. Desse modo, Barros (2007), escreve, que:
É verdade que o turismo promove o desenvolvimento das ilhas se for planeado e implementado de modo sustentável, mas também é verdade que pode trazer consequências nefastas para os residentes. No caso do turismo massivo, sabe-se que muitas ilhas têm sofrido um processo de degradação dos seus valores culturais em consequência da sobrecarga de turistas nessas regiões. A interacção entre turistas e residentes nem sempre se processa no sentido da valorização da cultura local. Por vezes a cultura local é atrofiada e sente-se ameaçada pela imposição de valores que vem de fora para dentro. Contudo, isto não significa que só há perdas, mas em muitos casos o que há é um processo de aculturação. (BARROS, 2007, p.58)
No que diz respeito as questões sobre o turismo na Ilha do Sal, Barros (2007), caracteriza, como:
[…] a ilha mais turística de Cabo Verde, ou seja, representa cerca de 70% do turismo nacional. É a mais procurada tanto pelos turistas como pelos investidores estrangeiros. Mais de 50% dos turistas que entram em Cabo Verde destinam-se ao Sal. Trata-se de um destino turístico vocacionado essencialmente para sol e praia. […] Os hotéis na ilha do Sal concentram- se na sua maioria na localidade de Santa Maria onde existe uma das praias mais belas do país. Como segundo povoado logo a seguir aos Espargos, Santa Maria tem vindo a afirmar-se como importante instância turística. (BARROS, 2007, p.108-111)
Dessa forma, chamamo atenção para a importância em analisar as experiências sociais de vendedoras ambulantes da Ilha do Sal, se faz necessária no sentido de contribuir para o debate entre migração interinsular, gênero e turismo, bem como mensurar a importância de investigar esse tipo de atividade laboral em Cabo Verde, reiterando a necessidade para com os problemas sociais a partir de uma interrelação teórico-metodológica, que segundo Tonet (2013), é essencial realizar uma abordagem de um mesmo objeto científico a partir de vários aspectos, na tentativa de superar da fragmentação do saber (Ibidem, 2013, p.727).
A contribuição da pesquisa socioetnográfica e documental nos estudos sociais caboverdianos
No que diz respeito ao uso da etnografia, além da realização de pesquisa bibliográfica, levando em consideração os conceitos elencados anteriormente e as especificidades da construção do problema e objeto aqui expostos, tendo como principais temas centrais para levantamento: migração interinsular, gênero e turismo em Cabo Verde. Sabendo dessas especificidades, adere-se á pesquisa qualitativa enquanto prioritária, visto que, irá se trabalhar diretamente com redes laborais e fluxos migratórios internos em Cabo Verde, sob a ênfase das experiências sociais de vendedoras ambulantes da Ilha do Sal.
Nesse sentido, os sujeitos da pesquisa são aqui entendidos como principal fator no que se refere ao levantamento de dados, sob a perspectiva da pesquisa etnográfica, na possibilidade do uso da história oral e trajetórias de vida quando possível. Sobre a definição do grupo que fará parte desta pesquisa, tendo em mente o mapeamento e a observação deste, serão adotados os critérios a seguir: 1) Dentre as mulheres vendedoras ambulantes da Ilha do Sal, se priorizará as que trabalham com produtos e serviços turísticos; 2) Da cidade de Santa Maria (sem desconsiderar a importância de outras cidades, por exemplo, Espargos); 3) Em seguida, irá se fazer a observação dessas vendedoras em seu cotidiano laboral e contextos os quais estão inseridas.
As condições acima, tem como principal objetivo, a obtenção de dados significativos que possibilitem a análise e a interpretação de cada objetivo adotado nesta pesquisa, no sentido de contribuir para a compreensão do comércio ambulante feminino, e, consequentemente, do cotidiano dessas vendedoras atrelado aos fluxos migratórios internos. Visto isso, definimos como prioridade para a obtenção de dados: 1) Aplicação de questionários, com questões fechadas e abertas; 2) Realização de entrevistas (semiestruturadas e entrevistas abertas); 3) Observações em campo sob os moldes pesquisa etnográfica e o uso da história oral como foco de construção narrativa; 4) Pesquisa cartográfica quando necessária; 5) Trajetórias de vida, quando possível; 6) Pesquisa documental.
Dentre as mulheres vendedoras ambulantes da Ilha do Sal, se priorizará as que trabalham com produtos e serviços turísticos; Da cidade de Santa Maria (sem desconsiderar a importância de outras cidades, a exemplo Espargos); Em seguida, pretendemos realizar observações dessas vendedoras em seu cotidiano laboral e contexto os quais estão inseridas.
Considerações finais
A partir do que foi colocado, este texto versa praticamente sobre minha proposta de pesquisa em desenvolvimento. Chamamos atenção para as questões conceituais acerca do uso do termo rabidancia, do comércio de rua, e da migração interinsular enquanto problemáticas circunscritas historicamente em várias realidades no mundo, nas Américas, Europa e África, sendo este último continente, central na compreensão do desenvolvimento de diversos fenômenos laborais correlatos a rabidancia. Ou seja, mesmo que haja correlações com outros fenômenos laborais de outros contextos, esta só pode ser entendida a partir da relação traçada com a categoria gênero, visto que rabidar é uma atividade essencialmente feminina.
Nesse sentido, enfatizamos que a importância do trabalho de campo para esta pesquisa se efetiva de forma central, pois, com os dados que serão produzidos a partir da observação participante e das entrevistas realizadas juntamente com as vendedoras ambulantes da ilha do Sal, vislumbra-se que será possível responder as questões propostas e expandir os conhecimentos acerca do comércio de rua caboverdiano, principalmente em torno do fenômeno da rabidancia, o que pressupõe-se como um sistema comercial complexo, protagonizado e organizado por mulheres chefes de família, composto por redes de sociabilidades familiares e locais.
²Rabidantes que comercializam na rua de forma ambulante.
³Rabidantes envolvidas no comércio transnacional.
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¹Mestranda pelo Programa Interdisciplinar em Humanidades da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira.