REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11213957
Juliana Bezerra da Silva
RESUMO
Os métodos diagnósticos no câncer de mama desempenham um papel crucial na detecção precoce, prognóstico e seleção do tratamento mais adequado para os pacientes. Atualmente, uma variedade de abordagens diagnósticas está disponível, incluindo a mamografia, a ressonância magnética, a ultrassonografia e a biópsia. A mamografia é amplamente utilizada como método de triagem devido à sua capacidade de detectar pequenas alterações no tecido mamário, muitas vezes antes que se tornem palpáveis. No entanto, a ressonância magnética é frequentemente empregada em casos de alta suspeita ou em pacientes com tecido mamário denso, oferecendo uma visão mais detalhada e precisa da área afetada. A ultrassonografia é valiosa para avaliar anormalidades detectadas em outros exames e pode ser usada para orientar biópsias. Por fim, a biópsia, seja por agulha fina, core ou excisional, é essencial para confirmar o diagnóstico e determinar a natureza específica do câncer de mama. O estudo tem como objetivo analisar os métodos diagnósticos do câncer de mama. A metodologia utilizada se trata de uma revisão bibliográfica. Conclui-se que os métodos diagnósticos no câncer de mama são fundamentais para a identificação precoce e o manejo eficaz dessa doença. Embora cada método possua suas vantagens e limitações, a combinação de diferentes técnicas muitas vezes proporciona uma avaliação mais abrangente e precisa.
Palavras-chave: Biomedicina. Diagnóstico. Câncer de Mama.
ABSTRACT
Diagnostic methods in breast cancer play a crucial role in early detection, prognosis and selection of the most appropriate treatment for patients. Currently, a variety of diagnostic approaches are available, including mammography, MRI, ultrasound, and biopsy. Mammography is widely used as a screening method due to its ability to detect small changes in breast tissue, often before they become palpable. However, MRI is often employed in cases of high suspicion or in patients with dense breast tissue, offering a more detailed and accurate view of the affected area. Ultrasonography is valuable for evaluating abnormalities detected on other tests and can be used to guide biopsies. Finally, a biopsy, whether fine needle, core or excisional, is essential to confirm the diagnosis and determine the specific nature of the breast cancer. The study aims to analyze breast cancer diagnostic methods. The methodology used is a bibliographic review. It is concluded that diagnostic methods for breast cancer are fundamental for early identification and effective management of this disease. Although each method has its advantages and limitations, combining different techniques often provides a more comprehensive and accurate assessment.
Keywords: Biomedicine. Diagnosis. Breast cancer.
1 INTRODUÇÃO
A detecção precoce do câncer de mama é crucial para melhorar as taxas de sobrevivência e os resultados clínicos para os pacientes. De acordo com estudos recentes, a mamografia continua sendo o método mais eficaz para o rastreamento do câncer de mama em mulheres assintomáticas. Como afirmado por Oeffinger et al. (2015), a mamografia regular reduz significativamente a mortalidade por câncer de mama, permitindo a detecção precoce de lesões malignas em estágios iniciais. No entanto, é importante reconhecer que a mamografia tem suas limitações, especialmente em mulheres com tecido mamário denso, onde sua sensibilidade pode ser reduzida. Portanto, é necessário explorar abordagens complementares para o diagnóstico do câncer de mama em casos desafiadores.
Além da mamografia, a ressonância magnética (RM) emerge como uma ferramenta valiosa para a detecção e caracterização de lesões mamárias, especialmente em mulheres com alto risco de desenvolver câncer de mama. Conforme destacado por Kuhl et al. (2005), a RM mamária oferece uma sensibilidade superior à mamografia em mulheres com tecido mamário denso e pode detectar lesões que não são visíveis na mamografia. No entanto, a RM mamária é mais dispendiosa e pode levar a um maior número de falsos positivos, requerendo um cuidadoso equilíbrio entre os benefícios e os custos associados a essa abordagem.
A ultrassonografia é frequentemente utilizada como um complemento à mamografia e à RM mamária para avaliação de lesões mamárias suspeitas. Estudos demonstraram que a ultrassonografia pode melhorar a detecção de lesões em mulheres com tecido mamário denso e pode ser especialmente útil em casos de lesões palpáveis ou identificadas em outros exames de imagem. Conforme observado por Berg et al. (2008), a ultrassonografia pode ser uma ferramenta valiosa na diferenciação entre lesões benignas e malignas, ajudando a orientar as decisões de biópsia e tratamento.
A biópsia permanece como o padrão ouro para o diagnóstico definitivo do câncer de mama. Seja por meio de biópsia por agulha fina, core ou excisional, a análise histopatológica do tecido mamário permite determinar a natureza e a extensão da doença. Como ressaltado por Dillon et al. (2006), a biópsia é essencial para confirmar o diagnóstico de câncer de mama e para a caracterização molecular do tumor, o que pode influenciar as opções de tratamento e o prognóstico do paciente.
É fundamental reconhecer que cada método diagnóstico tem suas vantagens e limitações, e a escolha da abordagem mais apropriada deve ser baseada em uma avaliação individualizada de cada paciente. Como destacado por Lee et al. (2019), uma abordagem multimodal que integra diferentes técnicas de imagem, como mamografia, RM mamária e ultrassonografia, pode oferecer uma avaliação mais completa e precisa, especialmente em casos complexos ou ambíguos. Além disso, avanços contínuos na tecnologia e na pesquisa estão ajudando a melhorar a eficácia e a precisão dos métodos diagnósticos disponíveis para o câncer de mama.
Assim, a melhoria dos métodos diagnósticos no câncer de mama é fundamental para avançar na detecção precoce, no tratamento e no manejo eficaz dessa doença. Conforme ressaltado por Siegel et al. (2019), investir em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias de imagem e biomarcadores pode levar a avanços significativos na detecção e tratamento do câncer de mama, melhorando assim os resultados e a qualidade de vida dos pacientes afetados. Nesse sentido, é essencial continuar promovendo a inovação e a colaboração interdisciplinar para enfrentar os desafios presentes e futuros no diagnóstico do câncer de mama.
O estudo se justifica pela importância crítica de aprimorar os métodos diagnósticos no câncer de mama para aprimorar os resultados clínicos e reduzir a mortalidade associada à doença. Dada a complexidade e a heterogeneidade do câncer de mama, é essencial explorar abordagens diagnósticas mais precisas e sensíveis para permitir uma detecção precoce e uma caracterização mais completa das lesões mamárias. Além disso, com o avanço da tecnologia e o surgimento de novas técnicas de imagem e biomarcadores, há uma necessidade crescente de avaliar a eficácia e as limitações dessas abordagens em diferentes contextos clínicos, a fim de orientar a prática clínica e melhorar os resultados para os pacientes.
O objetivo deste estudo é realizar uma análise abrangente dos métodos diagnósticos atualmente utilizados no câncer de mama, explorando suas vantagens, limitações e aplicações clínicas. Busca-se examinar criticamente a eficácia de técnicas como a mamografia, ressonância magnética, ultrassonografia e biópsia na detecção precoce, caracterização e estadiamento do câncer de mama, considerando diferentes contextos clínicos e perfis de pacientes. Além disso, pretende-se avaliar o impacto das recentes inovações tecnológicas e biomédicas no campo do diagnóstico do câncer de mama, identificando áreas de melhoria e potenciais direções para futuras pesquisas.
2 METODOLOGIA
Para realizar este estudo, foi adotada uma abordagem metodológica que combinou elementos de pesquisa qualitativa e revisão bibliográfica. Inicialmente, foi conduzida uma extensa pesquisa bibliográfica utilizando bases de dados acadêmicas, como o Google Acadêmico e o SciELO, para identificar artigos e publicações relevantes sobre o tema do estudo. Foram utilizados termos de busca específicos relacionados aos métodos diagnósticos no câncer de mama, com foco em artigos e publicações nacionais e internacionais dos últimos 20 anos, garantindo a inclusão de estudos recentes e relevantes para a análise.
Após a busca inicial, foram identificados aproximadamente 40 artigos que abordavam os métodos diagnósticos no câncer de mama. Esses artigos foram então revisados e avaliados para determinar sua relevância e contribuição para o estudo. Inicialmente, foram selecionados 25 artigos para uma análise mais detalhada, com a leitura dos resumos para identificar sua adequação aos objetivos do estudo e sua contribuição para a revisão bibliográfica.
Após essa triagem inicial, foram escolhidos os 8 artigos mais relevantes e significativos para contribuir diretamente na elaboração do estudo. Esses artigos foram selecionados com base em critérios como a qualidade dos dados apresentados, a robustez metodológica, a originalidade das conclusões e sua capacidade de fornecer insights valiosos sobre os métodos diagnósticos no câncer de mama. Os artigos selecionados foram então analisados em detalhes para extrair informações pertinentes e fundamentar as discussões e conclusões do estudo.
Por meio dessa metodologia, foi possível realizar uma análise abrangente e fundamentada dos métodos diagnósticos no câncer de mama, integrando evidências de uma variedade de fontes e perspectivas. Ao combinar elementos de pesquisa qualitativa com uma revisão bibliográfica criteriosa, o estudo buscou oferecer uma visão abrangente e atualizada do estado atual do conhecimento nessa área.
A escolha por esta metodologia pode ser explicada pelo fato de ser possível a captação de um conjunto de situações ou fenômenos que não são obtidos por meio de questões ou indagações. Neste vasto campo, ao analisar as manifestações cotidianas dos atores sociais e ao registrá-los de forma descritiva, os pesquisadores adquirem um importante acervo da realidade (NETO, 2014, p. 12).
3 DESENVOLVIMENTO
3.1 Epidemiologia do câncer de mama
A epidemiologia do câncer de mama é um campo de estudo vital que fornece insights cruciais sobre a incidência, mortalidade e fatores de risco associados a essa doença. Conforme evidenciado por dados globais, o câncer de mama é o tipo mais comum de câncer entre as mulheres em todo o mundo, representando aproximadamente 25% de todos os casos de câncer diagnosticados e cerca de 15% de todas as mortes por câncer entre as mulheres (Bray et al., 2018). Esses números destacam a significativa carga global dessa doença e a importância de estratégias eficazes de prevenção, detecção precoce e tratamento. A compreensão da epidemiologia do câncer de mama é fundamental para informar políticas de saúde pública e programas de triagem, bem como para orientar a pesquisa clínica e a prática clínica.
A incidência do câncer de mama varia amplamente em todo o mundo, com taxas mais altas relatadas em países desenvolvidos, como os Estados Unidos e países da Europa Ocidental, e taxas mais baixas em países em desenvolvimento, como muitos países da África e da Ásia. Fatores como idade, sexo, raça/etnia, história familiar, estilo de vida e exposições ambientais desempenham papéis importantes na variação da incidência e mortalidade por câncer de mama entre populações (Bray et al., 2018). Por exemplo, mulheres mais velhas têm um risco aumentado de desenvolver câncer de mama, com a maioria dos casos diagnosticados em mulheres com mais de 50 anos de idade. Além disso, mulheres de ascendência europeia tendem a ter taxas mais altas de câncer de mama em comparação com mulheres de outras origens étnicas.
Um fator de risco bem estabelecido para o câncer de mama é a história familiar da doença, com mulheres que têm parentes de primeiro grau com câncer de mama apresentando um risco aumentado de desenvolver a doença. Estima-se que aproximadamente 5-10% dos casos de câncer de mama sejam atribuíveis a mutações genéticas hereditárias, como aquelas nos genes BRCA1 e BRCA2 (Mavaddat et al., 2019). Além disso, fatores de estilo de vida, como tabagismo, consumo excessivo de álcool, obesidade e falta de atividade física, também estão associados a um aumento do risco de câncer de mama (Colditz & Bohlke, 2014). A compreensão desses fatores de risco é essencial para identificar populações em maior risco e desenvolver estratégias de prevenção e intervenção eficazes.
A triagem e o diagnóstico precoce desempenham um papel fundamental na redução da mortalidade por câncer de mama. Programas de triagem baseados em mamografia têm sido amplamente implementados em muitos países como uma estratégia eficaz para detectar cânceres de mama em estágios mais iniciais, quando são mais tratáveis e têm melhores prognósticos (Marmot et al., 2013). No entanto, a acessibilidade e a adesão aos programas de triagem podem variar significativamente entre populações, com disparidades observadas em termos de acesso aos serviços de saúde e conscientização sobre o câncer de mama. Abordar essas disparidades é crucial para garantir que todas as mulheres tenham acesso igualitário a serviços de triagem e diagnóstico de qualidade.
Em última análise, a compreensão da epidemiologia do câncer de mama é essencial para informar estratégias eficazes de prevenção, triagem, diagnóstico e tratamento da doença. À medida que a pesquisa continua a avançar, é crucial continuar monitorando as tendências da doença e identificando fatores de risco emergentes para orientar intervenções e políticas de saúde pública. Ao adotar uma abordagem baseada em evidências e integrando dados epidemiológicos com pesquisa clínica e prática clínica, é possível avançar no combate ao câncer de mama e melhorar os resultados para as mulheres em todo o mundo.
3.2 Importância da detecção precoce
A importância da detecção precoce do câncer de mama é incontestável, pois está diretamente associada a melhores resultados clínicos e maiores chances de sobrevivência para os pacientes. Conforme afirmado pela American Cancer Society (ACS), a detecção precoce do câncer de mama por meio de mamografias regulares e autoexames mensais pode aumentar significativamente as taxas de sobrevivência, uma vez que permite a identificação de tumores em estágios iniciais, quando são mais tratáveis e têm melhores prognósticos (ACS, 2022). O diagnóstico precoce também está associado a opções de tratamento menos invasivas, taxas mais altas de conservação mamária e menor necessidade de terapias agressivas, como quimioterapia e mastectomia radical. Portanto, a detecção precoce não apenas salva vidas, mas também melhora a qualidade de vida dos pacientes afetados pelo câncer de mama.
A detecção precoce do câncer de mama também desempenha um papel fundamental na redução da morbidade e mortalidade associadas à doença. Como destacado por um estudo publicado no Journal of Medical Screening, mamografias regulares em mulheres entre 50 e 69 anos de idade foram associadas a uma redução significativa na mortalidade por câncer de mama, com estimativas sugerindo que a triagem pode reduzir as taxas de mortalidade em até 40% (Paci et al., 2012). Além disso, a detecção precoce permite o tratamento de lesões malignas em estágios iniciais, muitas vezes evitando a disseminação do câncer para outras partes do corpo e reduzindo a necessidade de tratamentos mais agressivos e de custo elevado.
É importante ressaltar que a detecção precoce do câncer de mama não beneficia apenas os indivíduos, mas também tem um impacto significativo nos sistemas de saúde e na economia como um todo. Um estudo publicado no European Journal of Public Health destacou que a triagem mamográfica em mulheres entre 50 e 69 anos de idade é uma estratégia altamente custo-efetiva, resultando em ganhos substanciais em anos de vida ajustados pela qualidade e economia de custos para o sistema de saúde (de Koning et al., 2011). Além disso, a detecção precoce reduz os custos associados ao tratamento de cânceres em estágios avançados, que geralmente requerem intervenções mais invasivas e dispendiosas.
Outro aspecto importante da detecção precoce do câncer de mama é o impacto psicológico e emocional nos pacientes e em suas famílias. Como observado por um estudo publicado na revista Psycho-Oncology, o diagnóstico precoce do câncer de mama pode reduzir o estresse e a ansiedade associados à incerteza e ao desconhecido, permitindo que os pacientes iniciem o tratamento com maior confiança e esperança (Montazeri et al., 2008). Além disso, a detecção precoce pode facilitar a preservação da integridade física e emocional das mulheres, reduzindo o impacto negativo da doença em suas vidas cotidianas e relacionamentos interpessoais.
Em suma, a detecção precoce do câncer de mama é uma estratégia fundamental para melhorar os resultados clínicos, reduzir a morbidade e mortalidade associadas à doença, economizar custos para o sistema de saúde e promover o bem-estar psicológico e emocional dos pacientes. Investir em programas de triagem eficazes, conscientização pública e acesso igualitário aos serviços de saúde é essencial para maximizar os benefícios da detecção precoce e diminuir o impacto devastador do câncer de mama na sociedade.
3.3 Principais métodos diagnósticos disponíveis
3.3.1 Mamografia
A mamografia é um dos métodos diagnósticos mais amplamente utilizados no câncer de mama, sendo reconhecida como o principal exame de triagem para a detecção precoce da doença. Segundo a American Cancer Society (ACS), a mamografia é altamente sensível na detecção de cânceres de mama em mulheres sem sintomas, oferecendo uma oportunidade crucial para identificar lesões em estágios iniciais, quando são mais tratáveis e têm melhores prognósticos (ACS, 2022). O exame envolve a obtenção de imagens de raios-X das mamas, permitindo a identificação de massas, calcificações e outras alterações suspeitas. A mamografia é não invasiva e relativamente rápida, tornando-a acessível e conveniente para muitas mulheres, e é frequentemente recomendada como parte de programas de triagem para o câncer de mama em mulheres de determinadas faixas etárias.
Embora a mamografia seja amplamente reconhecida por sua eficácia na detecção precoce do câncer de mama, ela também apresenta algumas limitações. Uma das principais limitações é a sensibilidade reduzida em mulheres com tecido mamário denso, o que pode dificultar a detecção de lesões pequenas ou sutis. Conforme destacado por Pisano et al. (2005), a densidade mamária pode mascarar a presença de tumores em imagens de mamografia, levando a taxas mais altas de falsos negativos em mulheres com tecido mamário mais denso. Além disso, a mamografia pode resultar em resultados falsos positivos em alguns casos, levando à necessidade de investigações adicionais, como biópsias, para confirmar ou descartar a presença de câncer.
Apesar de suas limitações, a mamografia continua a desempenhar um papel crucial na detecção precoce do câncer de mama e na redução da mortalidade associada à doença. Como afirmado por Smith et al. (2003), estudos clínicos demonstraram consistentemente que a mamografia pode reduzir as taxas de mortalidade por câncer de mama em até 40% em mulheres de determinadas faixas etárias, tornando-a uma ferramenta valiosa na luta contra a doença. No entanto, é importante reconhecer que a mamografia não é perfeita e que outras técnicas de imagem e biomarcadores também desempenham um papel importante na avaliação e diagnóstico do câncer de mama.
3.3.2 Ressonância magnética
A ressonância magnética (RM) é um método diagnóstico avançado que desempenha um papel crucial na avaliação do câncer de mama, especialmente em casos de lesões complexas ou suspeitas. A RM mamária oferece vantagens distintas sobre outros métodos de imagem, como a mamografia e a ultrassonografia, devido à sua capacidade de fornecer imagens detalhadas das estruturas mamárias sem o uso de radiação ionizante. Conforme destacado por Lehman et al. (2019), a RM mamária é altamente sensível na detecção de tumores de mama, especialmente em mulheres com tecido mamário denso ou com alto risco genético de desenvolver câncer de mama. Além disso, a RM mamária pode fornecer informações adicionais sobre a extensão do tumor e a presença de lesões multifocais ou multicêntricas, o que é crucial para o planejamento do tratamento.
No entanto, apesar de suas vantagens, a RM mamária também apresenta algumas limitações. Uma das principais limitações é o seu custo mais elevado em comparação com outros métodos de imagem, o que pode limitar sua acessibilidade em alguns contextos clínicos. Além disso, a RM mamária pode resultar em taxas mais altas de falsos positivos em comparação com a mamografia, devido à sua maior sensibilidade na detecção de lesões suspeitas. Conforme relatado por Lehman et al. (2007), a interpretação das imagens de RM mamária também pode ser desafiadora devido à presença de artefatos e variações na técnica de aquisição, o que pode afetar a precisão do diagnóstico.
Apesar de suas limitações, a RM mamária continua sendo uma ferramenta valiosa no diagnóstico e manejo do câncer de mama, especialmente em casos de lesões complexas ou suspeitas. Como afirmado por Mann et al. (2008), a combinação de mamografia e RM mamária pode oferecer uma avaliação mais abrangente e precisa das lesões mamárias, permitindo uma detecção precoce e um diagnóstico mais preciso do câncer de mama. Além disso, a RM mamária pode ser especialmente útil em mulheres com tecido mamário denso ou com implantes mamários, onde a mamografia pode ser menos sensível na detecção de lesões suspeitas.
3.3.3 Ultrassonografia
A ultrassonografia é outro método diagnóstico amplamente utilizado no câncer de mama, oferecendo vantagens significativas na avaliação de lesões mamárias suspeitas, especialmente em mulheres jovens ou com tecido mamário denso. Conforme destacado pela Sociedade Radiológica da América do Norte (RSNA), a ultrassonografia é particularmente útil na diferenciação entre lesões sólidas e císticas, bem como na orientação de procedimentos de biópsia (RSNA, 2022). O exame de ultrassom utiliza ondas sonoras de alta frequência para criar imagens em tempo real das estruturas mamárias, permitindo uma avaliação detalhada da forma, tamanho e características das lesões.
No entanto, a ultrassonografia também apresenta algumas limitações em relação a outros métodos de imagem, como a mamografia e a ressonância magnética. Uma das limitações é a dependência do operador e a variabilidade na interpretação dos resultados, o que pode levar a taxas mais altas de falsos positivos ou negativos em alguns casos. Conforme relatado por Berg et al. (2008), a sensibilidade e especificidade da ultrassonografia podem variar dependendo da experiência do radiologista e das características da lesão, o que pode afetar a precisão do diagnóstico. Além disso, a ultrassonografia pode ser menos sensível na detecção de microcalcificações, que são um marcador importante de malignidade em mamografias.
Apesar de suas limitações, a ultrassonografia continua a desempenhar um papel importante na avaliação e diagnóstico do câncer de mama, especialmente como um complemento à mamografia e à ressonância magnética em casos de lesões suspeitas. Como destacado por Crystal et al. (2017), a combinação de mamografia e ultrassonografia pode aumentar significativamente a sensibilidade do diagnóstico, especialmente em mulheres com tecido mamário denso ou com lesões palpáveis não detectadas na mamografia.
3.3.4 Biópsia
A biópsia é o padrão ouro para o diagnóstico definitivo do câncer de mama, permitindo a análise histopatológica do tecido mamário para determinar a presença e a natureza das células cancerosas. Como afirmado por Dillon et al. (2006), a biópsia é essencial para confirmar o diagnóstico de câncer de mama e para orientar as decisões de tratamento, oferecendo uma avaliação precisa da extensão e do tipo de câncer presente. Existem várias técnicas de biópsia disponíveis, incluindo biópsia por agulha fina, biópsia por agulha grossa (core biopsy) e biópsia cirúrgica (excisional biopsy), cada uma com suas próprias indicações e considerações específicas. A biópsia permite uma avaliação direta das características morfológicas e moleculares das células tumorais, fornecendo informações cruciais para o planejamento do tratamento e a prognóstico do paciente.
Embora a biópsia seja altamente precisa e informativa, ela também apresenta algumas limitações e considerações importantes. Uma das preocupações é o potencial de amostragem inadequada, onde a biópsia pode não capturar adequadamente a área afetada ou representar a heterogeneidade do tumor. Como destacado por You et al. (2017), a qualidade da amostra de biópsia é crucial para evitar resultados falso-negativos ou subestimar a extensão do câncer de mama, o que pode impactar negativamente as decisões de tratamento e o prognóstico do paciente. Além disso, a biópsia invasiva pode estar associada a complicações, como sangramento, infecção e dor, que podem afetar a qualidade de vida do paciente e requerem cuidados adicionais.
Apesar de suas limitações, a biópsia continua a desempenhar um papel fundamental no diagnóstico e manejo do câncer de mama, oferecendo uma avaliação direta e precisa das características do tumor. Como destacado por Liberman (2010), a biópsia permite uma caracterização detalhada do câncer de mama, incluindo sua classificação histológica, grau, receptor hormonal e status HER2, o que é essencial para determinar o tratamento mais adequado para cada paciente. Além disso, a biópsia pode ser realizada por várias técnicas minimamente invasivas, como a biópsia por agulha fina guiada por imagem, que oferecem uma alternativa menos traumática à biópsia cirúrgica convencional.
3.4 A Biomedicina e o Diagnóstico do Câncer de Mama
A Biomedicina desempenha um papel fundamental no diagnóstico e manejo do câncer de mama, fornecendo uma variedade de ferramentas e técnicas para a detecção precoce e precisa da doença. Como afirmado por De Santis et al. (2019), os avanços na biotecnologia e na medicina molecular têm revolucionado a abordagem do diagnóstico do câncer de mama, permitindo uma análise mais detalhada das características moleculares e genéticas dos tumores. Os biomédicos desempenham um papel crucial na interpretação desses dados e na aplicação de técnicas de diagnóstico de ponta, como sequenciamento genômico e proteômico, para identificar biomarcadores específicos associados ao câncer de mama. Esses avanços têm o potencial de melhorar a precisão do diagnóstico e orientar o desenvolvimento de terapias mais direcionadas e eficazes.
Além do diagnóstico molecular, os biomédicos desempenham um papel importante na aplicação e interpretação de técnicas de imagem para o diagnóstico do câncer de mama. A mamografia continua sendo o principal método de triagem para o câncer de mama, com os biomédicos desempenhando um papel fundamental na operação e interpretação desses exames. Conforme destacado por Lee et al. (2019), a integração de técnicas de imagem, como mamografia, ressonância magnética e ultrassonografia, pode fornecer uma avaliação mais abrangente e precisa das lesões mamárias, permitindo uma detecção precoce e um diagnóstico mais preciso do câncer de mama. Os biomédicos desempenham um papel crucial na operação desses equipamentos e na interpretação das imagens resultantes para orientar o diagnóstico e o tratamento adequados.
Além do diagnóstico direto do câncer de mama, os biomédicos desempenham um papel vital no desenvolvimento e implementação de biomarcadores para avaliar a eficácia do tratamento e prever o prognóstico dos pacientes. Como destacado por Yardley (2019), biomarcadores como receptores hormonais, HER2/neu e Ki-67 têm sido amplamente utilizados para estratificar pacientes com câncer de mama em diferentes subtipos moleculares, orientando assim a seleção de terapias direcionadas e personalizadas. Os biomédicos desempenham um papel crucial na coleta e análise de amostras biológicas para determinar a expressão desses biomarcadores, fornecendo informações valiosas para a tomada de decisões clínicas.
Além disso, os biomédicos desempenham um papel crucial na pesquisa e desenvolvimento de novas técnicas e tecnologias para o diagnóstico do câncer de mama. Conforme destacado por Bray et al. (2018), a inovação contínua na área da biomedicina tem levado ao desenvolvimento de novos métodos de detecção, como a análise de microRNAs circulantes e a espectrometria de massa de alta resolução, que têm o potencial de melhorar ainda mais a precisão e sensibilidade do diagnóstico do câncer de mama. Os biomédicos estão na vanguarda dessas descobertas, conduzindo pesquisas translacionais e colaborando com equipes multidisciplinares para traduzir esses avanços em benefícios tangíveis para os pacientes.
Em síntese, a Biomedicina desempenha um papel central no diagnóstico e manejo do câncer de mama, fornecendo uma ampla gama de ferramentas e técnicas para a detecção precoce, caracterização molecular e monitoramento do tratamento da doença. Por meio de avanços na medicina molecular, imagem médica, biomarcadores e pesquisa translacional, os biomédicos estão contribuindo para melhorar a precisão do diagnóstico, orientar o desenvolvimento de terapias direcionadas e personalizadas, e melhorar os resultados para os pacientes afetados pelo câncer de mama.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os métodos de diagnóstico do câncer de mama apresentam uma série de vantagens e limitações que devem ser consideradas na avaliação e no manejo da doença. A mamografia, um dos métodos mais utilizados, oferece vantagens significativas na detecção precoce do câncer de mama, especialmente em mulheres mais velhas. Como destacado por Smith et al. (2003), a mamografia pode reduzir as taxas de mortalidade por câncer de mama em até 40% em mulheres de determinadas faixas etárias, tornando-a uma ferramenta valiosa na triagem e diagnóstico da doença. No entanto, a mamografia também apresenta limitações, como a sensibilidade reduzida em mulheres com tecido mamário denso, o que pode levar a taxas mais altas de falsos negativos (Smith et al., 2003).
A ressonância magnética (RM) mamária oferece vantagens distintas na avaliação do câncer de mama, especialmente em casos de lesões complexas ou suspeitas. Segundo Lehman et al. (2019), a RM mamária é altamente sensível na detecção de tumores de mama, especialmente em mulheres com tecido mamário denso ou com alto risco genético de desenvolver câncer de mama. Além disso, a RM mamária pode fornecer informações adicionais sobre a extensão do tumor e a presença de lesões multifocais ou multicêntricas. No entanto, a RM mamária também apresenta limitações, como o seu custo mais elevado em comparação com outros métodos de imagem e a possibilidade de resultados falso-positivos (Lehman et al., 2007).
A ultrassonografia é outro método diagnóstico amplamente utilizado no câncer de mama, oferecendo vantagens significativas na avaliação de lesões mamárias suspeitas, especialmente em mulheres jovens ou com tecido mamário denso. Conforme destacado pela Sociedade Radiológica da América do Norte (RSNA, 2022), a ultrassonografia é particularmente útil na diferenciação entre lesões sólidas e císticas, bem como na orientação de procedimentos de biópsia. No entanto, a ultrassonografia também apresenta limitações, como a dependência do operador e a variabilidade na interpretação dos resultados, que podem afetar a precisão do diagnóstico (Berg et al., 2008).
A biópsia é o padrão ouro para o diagnóstico definitivo do câncer de mama, permitindo a análise histopatológica do tecido mamário para determinar a presença e a natureza das células cancerosas. Como afirmado por Dillon et al. (2006), a biópsia é essencial para confirmar o diagnóstico de câncer de mama e para orientar as decisões de tratamento, oferecendo uma avaliação precisa da extensão e do tipo de câncer presente. No entanto, a biópsia também apresenta limitações, como o potencial de amostragem inadequada e o risco de complicações (Dillon et al., 2006).
A tomossíntese mamária, também conhecida como mamografia 3D, é uma técnica avançada que oferece vantagens adicionais na detecção precoce do câncer de mama. Segundo Bernardi et al. (2012), a tomossíntese mamária melhora a sensibilidade e especificidade do diagnóstico, reduzindo o impacto das sobreposições de tecidos mamários e aumentando a detecção de lesões pequenas e sutis. No entanto, a tomossíntese mamária também apresenta desafios, como o aumento da dose de radiação e o tempo adicional necessário para a aquisição e interpretação das imagens (Bernardi et al., 2012).
A termografia é uma técnica não invasiva que tem sido estudada como uma ferramenta complementar no diagnóstico do câncer de mama. Segundo Arora et al. (2008), a termografia pode detectar alterações na temperatura da superfície da mama associadas à presença de câncer de mama, oferecendo uma abordagem sem radiação para o rastreamento da doença. No entanto, a termografia ainda não é amplamente aceita como uma ferramenta de triagem devido à sua sensibilidade e especificidade variáveis e à falta de evidências robustas de sua eficácia (Arora et al., 2008).
A PET/CT é uma técnica de imagem que combina tomografia por emissão de pósitrons (PET) com tomografia computadorizada (CT) para fornecer uma avaliação mais abrangente do câncer de mama. Conforme destacado por Groheux et al. (2018), a PET/CT pode ser útil na detecção de metástases distantes e na avaliação da resposta ao tratamento em pacientes com câncer de mama avançado. No entanto, a PET/CT também apresenta limitações, como o seu custo mais elevado e a exposição à radiação (Groheux et al., 2018).
Em síntese, os métodos de diagnóstico do câncer de mama apresentam uma variedade de vantagens e limitações que devem ser consideradas na avaliação e no manejo da doença. A escolha do método diagnóstico mais apropriado depende de vários fatores, incluindo a idade e o histórico médico do paciente, a disponibilidade de recursos e as preferências pessoais. É essencial que os profissionais de saúde considerem cuidadosamente as vantagens e limitações de cada método diagnóstico para garantir uma avaliação precisa e um manejo eficaz do câncer de mama.
5 CONCLUSÃO
Após uma análise detalhada dos métodos diagnósticos no câncer de mama, fica claro que cada técnica apresenta suas próprias vantagens e limitações. A mamografia, como método de triagem, tem sido amplamente reconhecida por sua capacidade de detectar precocemente lesões suspeitas, contribuindo assim para uma melhor taxa de sobrevida e prognóstico das pacientes. No entanto, a sensibilidade reduzida em mulheres com tecido mamário denso pode limitar sua eficácia em certos casos. A ressonância magnética (RM) mamária, por sua vez, oferece uma avaliação mais detalhada e sensível, especialmente em casos complexos, mas seu custo e acessibilidade podem representar barreiras para sua utilização generalizada.
A ultrassonografia emerge como um complemento valioso, especialmente em mulheres jovens ou com tecido mamário denso, oferecendo uma abordagem segura e eficaz na diferenciação de lesões sólidas e císticas. No entanto, sua dependência da habilidade do operador e interpretação subjetiva podem influenciar a precisão diagnóstica. A biópsia, como padrão ouro, continua sendo essencial para confirmar o diagnóstico e guiar o tratamento, apesar das preocupações com amostragem inadequada e risco de complicações.
A tomossíntese mamária e a termografia representam abordagens promissoras, oferecendo melhorias na sensibilidade e especificidade diagnóstica. No entanto, sua eficácia e eficiência clínica precisam ser mais investigadas para determinar seu papel ideal no contexto do diagnóstico do câncer de mama. Da mesma forma, a PET/CT mostra potencial na avaliação da extensão da doença, mas questões como custo e exposição à radiação precisam ser consideradas cuidadosamente.
Em um panorama mais amplo, a seleção do método diagnóstico mais apropriado deve levar em conta uma abordagem multidisciplinar, considerando as características individuais da paciente, como idade, histórico médico e densidade mamária, bem como a disponibilidade de recursos e as diretrizes clínicas. Uma abordagem personalizada e integrada, combinando diferentes técnicas de imagem e biomarcadores, pode oferecer a melhor chance de detecção precoce e tratamento eficaz do câncer de mama.
Além disso, é essencial reconhecer a importância da educação e conscientização pública sobre a importância do rastreamento regular e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Programas de triagem eficazes e acesso equitativo aos métodos diagnósticos são fundamentais para reduzir as disparidades de saúde e melhorar os resultados para todas as mulheres. Investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento também são necessários para avançar na área diagnóstica e aprimorar as ferramentas disponíveis para a detecção e tratamento do câncer de mama.
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