MÉTODOS CONTRACEPTIVOS HORMONAIS E BEM-ESTAR DA ADOLESCENTE: O PAPEL VITAL DA ENFERMAGEM NA ORIENTAÇÃO E INFORMAÇÃO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11283757


Bianca Leite
Endara Albuquerque Matos
Orientadora: Profª Esp.: Gustavo Pontes


INTRODUÇÃO

    A saúde da mulher tem se tornado um tema de crescente importância e interesse em todo o mundo. Segundo Ministério da saúde em seus estudos no ano de 2018, dentro desse contexto, os métodos contraceptivos hormonais desempenham um papel fundamental na vida das mulheres, permitindo o controle da fertilidade e a gestão de diversas condições médicas. No entanto, o uso adequado e seguro desses métodos requer orientação, informação e acompanhamento contínuo por parte de profissionais de saúde qualificados, com destaque para a enfermagem. 

Este projeto visa explorar a relação entre os métodos contraceptivos hormonais e o bem-estar da adolescente, enfocando o papel vital desempenhado pela enfermagem na orientação e informação sobre essas opções. Conforme destacado por Simões (2019), a contracepção hormonal engloba uma diversidade abrangente de modalidades, tais como pílulas anticoncepcionais, dispositivos intrauterinos (DIUs) hormonais, adesivos, implantes e injeções. Todos esses métodos são concebidos com a finalidade de evitar a gravidez, agindo por meio da modificação do equilíbrio hormonal no organismo. Além disso, é frequente a prescrição dessas modalidades para o tratamento de condições médicas como endometriose, síndrome dos ovários policísticos (SOP) e menstruação dolorosa, contribuindo assim para a melhoria da qualidade de vida das mulheres.

Nas ações de educação em saúde, o enfermeiro necessita empoderar a mulher sobre suas escolhas e garantir a ela seus direitos. Para isto as atividades relacionadas à saúde da mulher devem promover a saúde integral, buscar a compreensão e a inserção desta em um cenário compatível com as suas particularidades como por exemplo: faixa etária, classe social, níveis educacionais, diferentes profissões, etc. Essas ações devem visar o autocuidado para que de forma consciente e autônoma a mulher seja a dona de suas ações e possa gerenciar corretamente sua vida reprodutiva. (RIUL et al, 2018)

Os enfermeiros e enfermeiras têm a oportunidade de estabelecer uma relação de confiança com suas pacientes, fornecer informações precisas e atualizadas sobre os benefícios e riscos desses métodos, além de oferecer suporte emocional durante todo o processo. Portanto, compreender o conhecimento, as atitudes e as práticas da enfermagem em relação aos métodos contraceptivos hormonais são essenciais para melhorar a qualidade do atendimento prestado às mulheres e para garantir que elas façam escolhas informadas que atendam às suas necessidades de saúde e bemestar. 

A contracepção hormonal representa um avanço significativo na saúde reprodutiva da mulher, permitindo o controle da fertilidade e o tratamento de diversas condições médicas. No entanto, apesar dos benefícios proporcionados por esses métodos, persistem desafios substanciais relacionados ao seu uso, que podem impactar diretamente o bem-estar e a qualidade de vida das mulheres. Um dos principais desafios está relacionado à falta de informação completa e à orientação adequada sobre os métodos contraceptivos hormonais. Muitas mulheres, ao optarem por esses métodos, podem não estar plenamente cientes de seus mecanismos de ação, benefícios, efeitos colaterais e alternativas disponíveis. Além disso, a falta de acompanhamento adequado pode resultar em problemas de saúde não detectados, como reações adversas graves ou interações medicamentosas. 

A prática do planejamento familiar no Brasil, muito além de uma simples medida adotada pelos casais a fim de assegurar uma maior estabilidade pessoal e financeira, está relacionada a políticas públicas adotadas para, de certa forma, conter o crescimento da população do país, que está diretamente ligado ao contexto econômico e diplomático brasileiro. (VILARINHO; GOIS 2018).

O papel da enfermagem nesse contexto é fundamental. Profissionais de enfermagem estão frequentemente na linha de frente do cuidado à saúde das mulheres, atuando em clínicas, hospitais e unidades de atenção primária. Sua interação direta com as pacientes oferece uma oportunidade única de fornecer informações claras, responder a perguntas e oferecer apoio emocional relacionado à escolha e ao uso de métodos contraceptivos hormonais. No entanto, a eficácia desse papel da enfermagem depende de uma série de fatores, incluindo o conhecimento, as atitudes e as práticas dos profissionais de enfermagem em relação a esses métodos. É crucial entender em que medida a enfermagem está preparada para orientar e informar as mulheres sobre contracepção hormonal, identificar possíveis lacunas de conhecimento e barreiras na prestação de cuidados de qualidade e determinar como isso afeta o bem-estar das pacientes. 

Portanto, a necessidade de investigar a relação entre os métodos contraceptivos hormonais, o bem-estar da mulher e o papel vital desempenhado pela enfermagem na orientação e informação sobre essas opções, são o principal enfoque deste trabalho, pois a compreensão e abordagem desta problemática tornam-se essencial para obtenção de melhora no que tange o cuidado à saúde da mulher. 

Este estudo tem como objetivo geral investigar a relação entre a saúde das mulheres e o uso de métodos contraceptivos hormonais, examinando seus efeitos, desafios e implicações para o bem-estar. Os objetivos específicos incluem a identificação e revisão das fontes de literatura científica relacionadas à saúde das adolescentes e ao uso desses métodos, bem como a apresentação de conclusões que sintetizem as principais implicações para a saúde das adolescentes que utilizam métodos contraceptivos hormonais. Além disso, pretende-se analisar o papel da enfermagem na educação das mulheres sobre os métodos contraceptivos, destacando a importância do aconselhamento adequado e da promoção da saúde reprodutiva por parte dos profissionais de enfermagem.

Justificativa  

A saúde reprodutiva e o bem-estar das mulheres são questões de extrema importância em qualquer sociedade. Garantir o acesso a informações precisas e orientações adequadas sobre métodos contraceptivos hormonais é fundamental para que as mulheres possam tomar decisões informadas sobre sua vida sexual e reprodutiva. Este pré-projeto busca justificar a relevância do estudo sobre “Métodos contraceptivos hormonais e bem-estar da mulher”, delineando os motivos pelos quais esse tema é crucial. 

O Conselho Federal de Enfermagem COFEN normatiza na Resolução 690/2022 a atuação privativa do Enfermeiro no planejamento familiar, cabendo-lhe realizar a consulta de Enfermagem, proceder com a solicitação de exames, prescrição, administração e procedimentos, pautados nos protocolos institucionais, visando a promoção, proteção e apoio à utilização dos métodos de concepção e contracepção, garantindo a qualidade e a segurança do uso no cotidiano da vida reprodutiva. (COFEN, 2022)  

A saúde da mulher é uma parte integral do bem-estar da sociedade como um todo. O acesso a métodos contraceptivos eficazes é um direito fundamental que possibilita às mulheres planejar sua família e sua vida de maneira mais adequada às suas circunstâncias pessoais, financeiras e de saúde. Métodos contraceptivos hormonais, como pílulas anticoncepcionais e dispositivos intrauterinos, desempenham um papel significativo na promoção do bem-estar das mulheres ao oferecerem opções flexíveis e seguras para o controle da fertilidade. A escolha e o uso adequado dos métodos contraceptivos hormonais exigem informações precisas e atualizadas. 

Sendo assim, o profissional de enfermagem deve estar capacitado quanto a todo o conhecimento técnico e científico que abrange o planejamento reprodutivo, ressaltando a importância do respeito a cultura daquela comunidade, incluindo confiabilidade para participar e apoiar diretamente quanto à tomada de decisões relacionadas à vida sexual dos envolvidos, criando laços de confiança, participando da vida intima dessa família sem nenhum tipo de restrição. (CASTRO, 2018)

Este estudo de revisão se justifica pela necessidade de compreender a importância da assistência de enfermagem no contexto dos métodos contraceptivos hormonais e seu impacto no bem-estar da mulher. É fundamental que os profissionais estejam adequadamente preparados para oferecer apoio nos desafios do uso desses métodos, responder às incertezas e esclarecer as dúvidas que possam surgir. Isso visa garantir a prestação de assistência de alta qualidade, eficiência e eficácia. Portanto, o objetivo deste estudo é apresentar uma descrição detalhada da assistência de enfermagem relacionada aos métodos contraceptivos hormonais e seu impacto no bem-estar da mulher.

 HIPÓTESE

A assistência de enfermagem especializada e informada sobre métodos contraceptivos hormonais pode resultar em um aumento significativo no bem-estar geral das mulheres que fazem uso desses métodos. Mutschler (2019) acredita que a orientação adequada, o suporte contínuo e a disseminação de informações precisas por parte dos profissionais de enfermagem podem contribuir para uma melhor compreensão, adesão e gestão dos métodos contraceptivos hormonais, minimizando os potenciais impactos negativos e maximizando os benefícios para a saúde reprodutiva e emocional das mulheres. 

É importante realçar que o planejamento familiar é um programa que também possui direcionamento para orientar sobre os métodos contraceptivos disponíveis com maior facilidade de acesso. Segundo a lei n°9.263(1996), trata-se também da prevenção e orientação das doenças que podem ser sexualmente transmissíveis, e bem como, em relação ao aborto, sendo fundamental para que casais leigos tenham melhores alternativas na escolha dos métodos. O desconhecimento dos métodos gera um dos problemas enfrentados pela população na contemporaneidade, que é a gravidez indesejada, como no caso da gravidez precoce, que em muitos casos geram um aborto não seguro, acarretando risco a vida da mãe e da criança, que poderia ser evitado com o planejamento familiar e uso de métodos contraceptivos (SILVA,2021).

Kounang (2019) Afirma-se que essa hipótese se sustenta na ideia de que a educação em saúde oferecida pela enfermagem desempenha um papel essencial na capacitação das mulheres para tomarem decisões bem-informadas e, assim, atingirem um maior nível de bem-estar no âmbito da saúde reprodutiva. Através da revisão minuciosa da literatura e da análise dos dados pertinentes, almejamos corroborar essa suposição, realçando a importância crítica da enfermagem na promoção da saúde e no apoio às escolhas contraceptivas das mulheres.

MÉTODOLOGIA

Esta revisão bibliográfica tem como objetivo analisar criticamente a literatura existente sobre métodos contraceptivos hormonais, bem-estar das adolescentes e o papel da enfermagem na orientação e informação desses métodos. A relevância desta revisão reside na sua contribuição para a compreensão aprofundada de um tópico crucial em saúde sexual e reprodutiva, fornecendo informações relevantes para profissionais de saúde, pesquisadores e formuladores de políticas. O processo envolve a coleta, análise e síntese de dados publicados na literatura acadêmica, com o objetivo de responder a perguntas de pesquisa específicas e agregar conhecimento existente sobre o tema. As questões de pesquisa foram desenvolvidas para guiar a revisão e direcionar a busca por informações.

A pesquisa será conduzida em bases de dados acadêmicas respeitáveis, como PubMed, Scopus, Web of Science e bibliotecas digitais de universidades, visando garantir uma busca completa e rigorosa da literatura. Os estudos a serem incluídos devem ser publicados em periódicos revisados por pares, estar disponíveis em português ou inglês e abordar diretamente os tópicos e perguntas de pesquisa. A pesquisa nessa área da saúde é fundamental para uma compreensão mais aprofundada dos efeitos dos métodos contraceptivos hormonais no bem-estar das mulheres e para avaliar a eficácia das intervenções de enfermagem na promoção do uso seguro e eficaz desses métodos. As políticas de saúde devem garantir o acesso equitativo a informações precisas sobre contracepção e ao apoio de enfermagem necessário para tomar decisões informadas.            

A população-alvo desta pesquisa abrange adolescentes em idade reprodutiva, incluindo jovens adultos. A diversidade da população de estudo permite a compreensão das variações na disponibilidade, acesso e aceitação dos contraceptivos hormonais. Os artigos científicos selecionados para análise abrangerão o período de 2018 a 2023, assegurando que a pesquisa esteja fundamentada em evidências recentes. O pré-projeto compromete-se a realizar a pesquisa de forma ética e respeitosa, em conformidade com as diretrizes éticas e regulamentações pertinentes.

Métodos contraceptivos hormonais e bem-estar da adolescente: o papel vital da enfermagem na orientação e informação

A temática da contracepção hormonal representa um pilar fundamental na promoção da saúde e bem-estar das mulheres em idade reprodutiva. Os métodos contraceptivos hormonais, que incluem uma variedade de opções, como pílulas anticoncepcionais, adesivos, injeções, implantes, anéis vaginais e dispositivos intrauterinos (DIUs) com hormônios, têm desempenhado um papel significativo na autonomia reprodutiva das mulheres, permitindo-lhes planejar famílias e controlar a sua saúde reprodutiva.

É importante enfatizar o acompanhamento da fertilidade com a utilização de contraceptivos por ser fundamental para a saúde a segurança do indivíduo, famílias e comunidades.  Podendo assim ressaltar que os métodos são uns dos principais na redução do aumento de gravidez indesejável, como se sabe o aborto arriscado são fatores que   interferem tanto no aparecimento de doenças como pode até levar a morte (CHAVEIRO, 2020).

A relevância da monitorização da fertilidade ao utilizar contraceptivos hormonais. Argumenta-se que essa supervisão é essencial para garantir a saúde e segurança não só da pessoa que os utiliza, mas também de suas famílias e comunidades. A observação da fertilidade e o uso adequado de contraceptivos hormonais desempenham um papel fundamental na preservação da saúde e segurança dos indivíduos, além de contribuir para a prevenção de gravidezes indesejadas e dos potenciais riscos à saúde associados. Isso realça a importância de orientação apropriada, educação e acompanhamento por profissionais de saúde, incluindo enfermeiras, na seleção e utilização desses métodos contraceptivos.

Alguns métodos contraceptivos são reversíveis como é o caso dos anticoncepcionais hormonais, pois na sua composição possui hormônios que são produzidos pela mulher no período fértil podendo assim controlar a ovulação e interferir no processo de fecundação. Sua produção pode ser vista e diferentes concentrações de hormônios e podendo ser utilizada em diferentes vias de administração como oral, intramuscular, implantes subdérmicos, transdérmico,vaginal  correlacionado ao sistema  intrauterino (LUZ, BARROS, BRANCO, 2021).

A contracepção é um componente essencial da saúde reprodutiva e do bemestar das mulheres em todo o mundo. Dentre os diversos métodos contraceptivos disponíveis, os contraceptivos hormonais desempenham um papel significativo na capacidade das mulheres de planejar suas famílias e cuidar de sua saúde reprodutiva. No entanto, essa relação não é isenta de complexidades. A investigação da interseção entre a saúde das mulheres e o uso de métodos contraceptivos hormonais é uma tarefa crucial para compreender os efeitos, desafios e implicações para o bem-estar.

No contexto dos enfermeiros, Luz (2021) ressalta a importância do conhecimento e da orientação que esses profissionais podem fornecer às mulheres sobre a escolha, uso adequado e monitoramento desses métodos contraceptivos hormonais reversíveis. Os enfermeiros desempenham um papel vital na educação das pacientes, ajudando-as a entender como esses contraceptivos funcionam, seus benefícios e possíveis efeitos colaterais, além de fornecer informações sobre as diferentes opções disponíveis, como anticoncepcionais orais, implantes subdérmicos, injeções intramusculares, adesivos transdérmicos e anéis vaginais.

Os enfermeiros desempenham um papel significativo na promoção da saúde reprodutiva e no bem-estar das mulheres ao fornecer informações precisas, apoio emocional e orientação prática sobre o uso seguro e eficaz dos contraceptivos hormonais reversíveis. Eles contribuem para a autonomia das mulheres em relação às decisões sobre contracepção, garantindo que possam fazer escolhas informadas que atendam às suas necessidades e objetivos pessoais.

Os dados sobre prevalência de doenças sexualmente transmissíveis entre a população adolescente e jovem no Brasil são imprecisos. Destaca-se como um fator de exposição, a prática sexual sem proteção ou com uso não frequente de preservativos, seja entre parceiros estáveis, seja em relações eventuais (Wendland,2018)

com base na análise da literatura acerca do uso de métodos contraceptivos hormonais por adolescentes e do envolvimento dos enfermeiros nesse contexto, é evidente que a provisão de educação e orientação apropriadas por parte dos enfermeiros desempenha um papel essencial na promoção do uso eficaz e seguro de métodos contraceptivos hormonais entre os adolescentes. Quando as informações são disponibilizadas de forma clara e o apoio é oferecido, as adolescentes têm a capacidade de tomar decisões mais embasadas, reduzindo, assim, o risco de gravidezes não planejadas. A adesão consistente aos contraceptivos hormonais pode ser desafiadora para os adolescentes devido a esquecimentos, interrupções e preocupações com possíveis efeitos colaterais. Os enfermeiros podem desempenhar um papel vital na promoção da adesão, fornecendo estratégias de lembrete e apoio emocional.

Segundo Brasil (2018) as políticas de saúde devem garantir que as adolescentes tenham acesso a serviços de saúde sexual e reprodutiva, incluindo aconselhamento de enfermeiros sobre contracepção. Isso pode incluir a disponibilidade de contraceptivos hormonais a preços acessíveis e serviços confidenciais. Os programas de treinamento de enfermagem devem incluir uma ênfase na educação sobre contracepção, especialmente em relação ao atendimento a adolescentes. Isso ajudará a preparar enfermeiros para oferecer orientação e apoio adequados.

Os enfermeiros desempenham uma função de extrema importância na promoção da saúde reprodutiva de adolescentes que utilizam métodos contraceptivos hormonais. Prospectivamente, pesquisas e políticas de saúde devem dedicar atenção prioritária à educação, ao apoio à adesão e à monitorização dos efeitos, considerando o processo decisório das adolescentes em relação à sua contracepção.

De acordo com o contexto do direito reprodutivo, a Constituição Federal de 1988 identifica como um direito humano, no entanto apresentou falha em não discriminarem seus capítulos normas que estivessem dentro da conformidade ao direito reprodutivo. Apenas em 1996 é que surge a lei de n° 9.263, que foi chamada como lei do planejamento familiar (COSTA, 2020).

A instrução sobre métodos contraceptivos representa um componente essencial da saúde reprodutiva das mulheres, desempenhando um papel determinante na promoção do bem-estar, na prevenção de gravidezes não planejadas e no fortalecimento da capacidade das mulheres para tomarem decisões esclarecidas acerca de sua saúde reprodutiva. Nesse cenário, a enfermagem assume uma posição central, fornecendo informações abrangentes acerca dos benefícios, riscos, efeitos colaterais e uso apropriado desses métodos contraceptivos.

Para Aziz (2021) os enfermeiros são profissionais de saúde que estão na linha de frente do cuidado e da educação em saúde. Eles desempenham um papel vital ao fornecer informações claras e atualizadas sobre os métodos contraceptivos disponíveis. Isso inclui explicar como cada método funciona, sua eficácia na prevenção da gravidez e o impacto que podem ter na saúde das mulheres. Os enfermeiros têm a tarefa de destacar os benefícios dos métodos contraceptivos, que vão além da simples prevenção da gravidez. Eles devem informar sobre como esses métodos podem ajudar a regularizar ciclos menstruais irregulares, aliviar cólicas menstruais, melhorar condições como a síndrome dos ovários policísticos (SOP) e a endometriose, além de contribuir para o planejamento familiar.

Fornece informações sobre métodos contraceptivos, os enfermeiros também devem abordar os potenciais riscos e efeitos colaterais. Cada método contraceptivo pode ter efeitos adversos específicos, e é crucial que as mulheres estejam cientes dessas possibilidades. Isso inclui discutir preocupações como alterações de humor, ganho de peso, náuseas e dores de cabeça, bem como riscos mais sérios, como trombose venosa profunda.

RESULTADO E DISCUSSÕES 

Ao realizar as pesquisas pertinentes, procedeu-se à seleção e análise de um número específico de artigos, em conformidade com os critérios de inclusão e exclusão estabelecidos para esta pesquisa. A análise desses artigos foi organizada em quatro categorias principais, com o intuito de abordar os seguintes aspectos: investigar a relação entre a saúde das mulheres e o uso de métodos contraceptivos hormonais, analisando os efeitos, desafios e implicações para o bem-estar; identificar e revisar as fontes de literatura científica relacionadas à saúde das adolescentes e ao uso de métodos contraceptivos hormonais; apresentar conclusões que sintetizem as principais implicações para a saúde das adolescentes que utilizam métodos contraceptivos hormonais; e analisar o papel crucial da enfermagem na educação das mulheres sobre os métodos contraceptivos. 

Essa minuciosa seleção e análise dos artigos permitiu a obtenção de uma visão ampla e fundamentada acerca do tema “Métodos contraceptivos hormonais e bem-estar da adolescente: o papel vital da enfermagem na orientação e informação”. Os estudos abordaram diferentes perspectivas relacionados ao cuidado, fornecendo informações relevantes para a prática clínica.

 Segue abaixo a lista dos artigos cuidadosamente selecionados e analisados no contexto deste estudo, juntamente com o ano de publicação e os objetivos específicos de cada um deles:

Fonte: Elaborado pelo próprio auto (2024)

Investigar a relação entre a saúde das mulheres e o uso de métodos contraceptivos hormonais é uma tarefa de extrema importância para compreender os efeitos, desafios e implicações para o bem-estar. Essa investigação aborda uma temática complexa e relevante, que envolve aspectos fundamentais da saúde feminina.

Ao analisar essa relação, é essencial considerar os diversos efeitos que os métodos contraceptivos hormonais podem ter sobre a saúde das mulheres. Esses efeitos podem abranger desde questões específicas, como alterações hormonais, até impactos mais amplos, como a prevenção de gravidez indesejada e a promoção do planejamento familiar.

Sendo assim, o profissional de enfermagem deve estar capacitado quanto a todo o conhecimento técnico e científico que abrange o planejamento reprodutivo, ressaltando a importância do respeito a cultura daquela comunidade, incluindo confiabilidade para participar e apoiar diretamente quanto à tomada de decisões relacionadas à vida sexual dos envolvidos, criando laços de confiança, participando da vida intima dessa família sem nenhum tipo de restrição. (CASTRO, 2018)

No entanto, é importante também reconhecer os desafios associados ao uso desses métodos contraceptivos hormonais. Alguns desses desafios podem envolver efeitos colaterais, como alterações de humor, ganho de peso ou irregularidades menstruais. Além disso, questões relacionadas à adesão ao método contraceptivo e à compreensão adequada de seu uso também podem representar desafios para a saúde das mulheres. Ao investigar a relação entre a saúde das mulheres e o uso de métodos contraceptivos hormonais, é fundamental considerar os princípios éticos que devem guiar a prática profissional.

Uma das implicações éticas é a necessidade de respeitar a autonomia e a dignidade das mulheres. Isso significa garantir que elas tenham acesso a informações claras e imparciais sobre os métodos contraceptivos, permitindo que tomem decisões informadas e conscientes sobre sua saúde reprodutiva. Além disso, é essencial respeitar a privacidade e a confidencialidade das mulheres, garantindo que suas informações pessoais sejam protegidas. 

Outra implicação ética é a necessidade de considerar a equidade e a justiça na prestação de cuidados de saúde. Isso envolve garantir que todas as mulheres, independentemente de sua origem étnica, socioeconômica ou cultural, tenham acesso igualitário aos métodos contraceptivos e aos serviços de saúde relacionados. É importante evitar qualquer forma de discriminação ou estigmatização. Além disso, a ética profissional exige que os profissionais de enfermagem estejam atualizados e capacitados para fornecer informações precisas e baseadas em evidências sobre os métodos contraceptivos hormonais. Isso implica em buscar constantemente o aprimoramento profissional e a atualização sobre as melhores práticas e diretrizes clínicas.

O atendimento do enfermeiro na saúde reprodutiva deve sanar dúvidas, desvendar tabus entre o cliente ou casal e não somente se atentar sobre e evitar uma gestação. É importante que os enfermeiros tenham em mente que o momento da consulta também é uma oportunidade para esclarecer sobre infecções sexualmente transmissíveis (sífilis, hepatites virais e inclusive o HIV), e que estas podem ser descobertas pelos exames que o podem ser solicitados durante uma consulta de enfermagem. (JORGE et al, 2018)

A enfermagem desempenha um papel fundamental na educação das mulheres sobre os métodos contraceptivos. As enfermeiras têm um contato próximo com as pacientes e possuem conhecimentos técnicos e científicos que lhes permitem fornecer informações precisas e atualizadas sobre os diferentes métodos contraceptivos disponíveis.

O papel da enfermagem vai além de apenas fornecer informações básicas sobre os métodos contraceptivos. As enfermeiras têm a responsabilidade de avaliar as necessidades individuais das mulheres, levando em consideração fatores como histórico médico, preferências pessoais e estilo de vida. Com base nessas informações, elas podem orientar as mulheres na escolha do método contraceptivo mais adequado para cada caso. 

Além disso, as enfermeiras desempenham um papel importante na educação sobre o uso correto e eficaz dos métodos contraceptivos. Elas explicam como utilizar corretamente cada método, incluindo a importância de seguir as instruções de uso, a frequência de uso e os possíveis efeitos colaterais. Também fornecem orientações sobre o que fazer em caso de esquecimento ou falha do método contraceptivo. 

Um aspecto crucial do papel da enfermagem na educação sobre métodos contraceptivos é a promoção da saúde sexual e reprodutiva. As enfermeiras têm a oportunidade de discutir a importância da prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e da necessidade de realizar exames regulares de saúde. Elas também podem fornecer informações sobre a importância do planejamento familiar e da realização de consultas pré-concepcionais para garantir uma gravidez saudável quando desejada. 

Além disso, as enfermeiras também têm a responsabilidade de garantir um ambiente seguro e acolhedor para que as mulheres se sintam à vontade para fazer perguntas, expressar preocupações e compartilhar suas experiências. Elas devem promover a empatia, a escuta ativa e o respeito pela diversidade cultural e individual das mulheres.

Neste cenário, esse profissional é protagonista no acolhimento e educação em saúde para diversos aspectos, como para o direcionamento no uso de métodos contraceptivos destinados ao planejamento reprodutivo e sexual (Silva et al., 2021).

Em termos de benefícios, o uso de métodos contraceptivos hormonais pode proporcionar às adolescentes uma maior autonomia e controle sobre sua saúde reprodutiva. Esses métodos são altamente eficazes na prevenção da gravidez indesejada, permitindo que as adolescentes planejem suas vidas e alcancem seus objetivos educacionais e profissionais. Além disso, os métodos contraceptivos hormonais podem ajudar a regularizar o ciclo menstrual, reduzir a intensidade e a duração das cólicas menstruais, e até mesmo melhorar a acne em algumas adolescentes. 

Esses benefícios podem contribuir para o bem-estar físico e emocional das jovens, promovendo uma melhor qualidade de vida. No entanto, também é importante considerar os desafios associados ao uso de métodos contraceptivos hormonais pelas adolescentes. Algumas jovens podem experimentar efeitos colaterais, como alterações de humor, náuseas, dores de cabeça ou sensibilidade mamária. É fundamental que os profissionais de saúde estejam atentos a esses efeitos e forneçam o suporte necessário para lidar com eles. Outro desafio é garantir que as adolescentes estejam devidamente informadas sobre os métodos contraceptivos hormonais e saibam como utilizá-los corretamente. 

Conclusão 

A investigação sobre a interseção entre a saúde feminina e a utilização de métodos contraceptivos hormonais demandou uma revisão cuidadosa e abrangente da literatura científica pertinente. Esta análise permitiu uma compreensão mais profunda dos efeitos, desafios e implicações para o bem-estar associados a esses métodos. No contexto específico das adolescentes, usuárias desses contraceptivos, constatou-se uma dinâmica complexa entre benefícios e obstáculos.

Contudo, é imperativo considerar os potenciais efeitos adversos e garantir que as jovens estejam devidamente instruídas acerca do uso apropriado e seguro desses métodos. Nesse contexto, o papel da enfermagem na educação sobre contracepção assume uma relevância inegável. As enfermeiras não só desempenham um papel crucial na orientação e informação, mas também oferecem apoio emocional e um ambiente propício para o diálogo franco com as adolescentes. Com expertise técnica e científica, elas proporcionam informações precisas e atualizadas, capacitando as jovens a tomarem decisões esclarecidas.

A literatura científica aborda essas temáticas sob diversos prismas, com base em estudos empíricos, revisões sistemáticas e meta-análises, visando elucidar os benefícios e desafios inerentes ao uso desses contraceptivos. Em síntese, a pesquisa sobre a saúde feminina e o uso de contraceptivos hormonais, aliada ao papel da enfermagem na educação sobre esses métodos, enfatiza a necessidade premente de orientação apropriada para promover o bem-estar das adolescentes. A enfermagem, ao oferecer suporte e conhecimento individualizado, é uma peça fundamental nesse processo de empoderamento e cuidado integral às jovens mulheres.

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