METODOLOGIAS DIGITAIS E DESIGN INSTRUCIONAL

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.12668186


Gabriel Vieira1
Antonio Nonato de Oliveira2
Daniely do Rosário3
Deysiele Frasão de Araújo4
Maria Helena Ribeiro5
Maria Lúcia Lima Diógenes Teixeira6


RESUMO

Este estudo investigou de que maneira a Aprendizagem Autogerida e o Design Instrucional podem facilitar a formação do protagonismo juvenil em escolas públicas de Goiás. O objetivo geral foi identificar como essas metodologias contribuem para o processo de aprendizagem no contexto de uma disciplina eletiva. Utilizou-se uma abordagem qualitativa baseada em uma revisão de literatura, analisando artigos acadêmicos, livros e outras fontes relevantes. O desenvolvimento do estudo focou na integração de ferramentas digitais, plataformas de aprendizagem online e recursos multimídia para enriquecer o ensino e a aprendizagem. Foram exploradas as maneiras pelas quais essas tecnologias podem ser utilizadas para criar ambientes de aprendizagem interativos e personalizados, atendendo às necessidades e interesses individuais dos estudantes. Além disso, foram considerados os desafios e as implicações éticas associadas ao uso dessas tecnologias, incluindo questões de acessibilidade e privacidade dos dados dos alunos. As considerações finais indicaram que a combinação da Aprendizagem Autogerida e do Design Instrucional promoveu maior autonomia e envolvimento dos estudantes, criando um ambiente de aprendizagem engajador e participativo. Os resultados mostraram que essas metodologias são eficazes na promoção do protagonismo juvenil, proporcionando aos alunos oportunidades para gerenciar seu próprio aprendizado e desenvolver competências essenciais para sua atuação crítica e ativa na sociedade. O estudo ressaltou a importância dessas metodologias para aumentar o protagonismo juvenil e sugeriu a necessidade de pesquisas adicionais para explorar diferentes contextos e desafios na implementação dessas abordagens.

Palavras-chave: Aprendizagem Autogerida. Design Instrucional. Protagonismo Juvenil. Tecnologias Educacionais. Ensino Médio.

ABSTRACT

This study investigated how Self-Managed Learning and Instructional Design can facilitate the formation of youth protagonism in public schools in Goiás. The main objective was to identify how these methodologies contribute to the learning process in the context of an elective course. A qualitative approach based on a literature review was used, analyzing academic articles, books, and other relevant sources. The development of the study focused on the integration of digital tools, online learning platforms, and multimedia resources to enhance teaching and learning. The ways in which these technologies can be used to create interactive and personalized learning environments were explored, catering to the individual needs and interests of students. Additionally, the challenges and ethical implications associated with the use of these technologies were considered, including issues of accessibility and data privacy. The final considerations indicated that the combination of Self-Managed Learning and Instructional Design promoted greater autonomy and engagement among students, creating a more engaging and participative learning environment. The results showed that these methodologies are effective in promoting youth protagonism, providing students with opportunities to manage their own learning and develop essential skills for critical and active participation in society. The study highlighted the importance of these methodologies in increasing youth protagonism and suggested the need for further research to explore different contexts and challenges in the implementation of these approaches.

Keywords: Self-Managed Learning. Instructional Design. Youth Protagonism. Educational Technologies. High school.

1 Introdução

O tema deste estudo é a Aprendizagem Autogerida e o Design Instrucional, com foco na formação do protagonismo juvenil nas escolas públicas de Goiás. O Design Instrucional é definido como uma ação sistemática e intencional que envolve o planejamento, desenvolvimento e aplicação de métodos, técnicas, atividades, materiais, eventos e produtos educacionais em contextos específicos de ensino. Este estudo busca entender como a Aprendizagem Autogerida e o Design Instrucional podem contribuir para a formação de jovens protagonistas no ambiente escolar.

A escolha deste tema se justifica pela necessidade crescente de métodos educacionais que promovam a autonomia e o protagonismo dos estudantes, especialmente em escolas públicas, onde os recursos e as práticas pedagógicas podem ser limitados. A formação de jovens protagonistas é essencial para o desenvolvimento de competências que lhes permitam atuar de forma crítica e ativa na sociedade. O Design Instrucional, ao incorporar tecnologias educacionais e metodologias inovadoras, apresenta-se como uma ferramenta promissora para alcançar esses objetivos.

O problema que este estudo busca abordar é: de que maneira a Aprendizagem Autogerida e o Design Instrucional podem facilitar a formação do protagonismo juvenil em escolas públicas? A resposta a esta questão pode fornecer insights importantes para educadores e gestores escolares sobre como melhorar práticas pedagógicas e promover um ambiente de aprendizagem engajador e efetivo.

O objetivo principal desta pesquisa é identificar de que maneira a Aprendizagem Autogerida e o Design Instrucional podem auxiliar no processo de aprendizagem e na formação do protagonismo juvenil no contexto de uma disciplina eletiva em escolas públicas de Goiás.

A metodologia utilizada neste estudo foi a revisão de literatura. Este tipo de pesquisa é de natureza qualitativa, e a abordagem foi descritiva e exploratória. Foram utilizados diversos instrumentos para a coleta de dados, incluindo artigos acadêmicos, livros, teses e dissertações, todos acessados por meio de bases de dados acadêmicas e bibliotecas digitais. Os procedimentos envolveram a seleção de materiais relevantes para o tema e a análise dos conteúdos encontrados, buscando identificar padrões, conceitos e práticas relacionadas à Aprendizagem Autogerida e ao Design Instrucional.

O texto está estruturado de forma a guiar o leitor pelo processo de investigação e análise. A introdução apresenta o tema, justificativa, problema e objetivo do estudo. Em seguida, o referencial teórico explora os conceitos de Aprendizagem Autogerida e Design Instrucional, discutindo suas implicações na educação. A metodologia detalha os passos seguidos para a revisão de literatura e a análise dos dados coletados. Os resultados e discussões trazem uma análise crítica dos achados, relacionando-os com a prática educacional nas escolas públicas. Por fim, as considerações finais apresentam as conclusões do estudo e sugestões para futuras pesquisas e práticas pedagógicas.

2 O Papel do Design Instrucional e da Aprendizagem Autogerida na Formação do Protagonismo Juvenil 

A investigação sobre como o Design Instrucional (DI) e a Aprendizagem Autogerida podem promover o protagonismo juvenil revela que esses métodos possuem características complementares que podem ser bastante efetivas no contexto educacional. O DI, definido como uma ação sistemática que envolve o planejamento e a aplicação de métodos e materiais educacionais, é fundamental para criar ambientes de aprendizagem estruturados. Segundo Filatro (2020), “o Design Instrucional deve pautar nas cinco etapas envolvidas: análise, design, desenvolvimento, implementação e avaliação” (p. 45), o que assegura uma abordagem eficiente para a educação.

Além disso, Palloff e Pratt (2013) afirmam que “a comunicação entre os envolvidos no projeto aumenta a qualidade da produção e o alcance dos objetivos previstos” (p. 39), ressaltando a importância da colaboração entre educadores e designers instrucionais. Essa colaboração é essencial para garantir que os materiais e métodos desenvolvidos atendam às necessidades dos alunos e promovam uma experiência de aprendizagem eficaz.

A Aprendizagem Autogerida, por sua vez, enfatiza a autonomia do aluno no processo de aprendizagem. Essa abordagem é relevante em um mundo onde as tecnologias educacionais estão presentes. De acordo com Savioli e Torezani (2020), “a utilização de imagens relevantes ajuda os alunos a entenderem e organizarem o conteúdo que está sendo abordado” (p. 102), destacando a importância dos recursos visuais no apoio à aprendizagem autônoma.

Nesse sentido, as tecnologias educacionais desempenham um papel crucial. Ferramentas digitais e plataformas de aprendizagem online, como discutido por Palloff e Pratt (2013), oferecem oportunidades para personalizar a aprendizagem, permitindo que os alunos avancem no seu próprio ritmo e explorem conteúdos de acordo com seus interesses e necessidades. As plataformas de aprendizagem online facilitam a acessibilidade e a democratização da educação, permitindo que um número maior de estudantes tenha acesso a recursos educacionais de qualidade.

A integração de recursos multimídia também é vital para enriquecer o processo de ensino e aprendizagem. Filatro (2020) destaca que “a utilização de multimídia em cursos online permite a exploração de diferentes canais cognitivos, o que pode melhorar a retenção de informações pelos alunos” (p. 58). Vídeos, animações e simulações, por exemplo, podem tornar o aprendizado dinâmico e envolvente, capturando a atenção dos alunos e facilitando a compreensão de conceitos complexos.

Entretanto, existem desafios e considerações éticas associados ao uso dessas tecnologias. A acessibilidade é uma questão fundamental que precisa ser abordada para garantir que todos os estudantes, independentemente de suas habilidades ou limitações, possam aproveitar as mesmas oportunidades de aprendizado. Minayo et al. (1994) enfatizam que “a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes” (p. 21), sugerindo a necessidade de uma abordagem sensível e inclusiva no desenvolvimento de materiais educacionais.

Além disso, a privacidade e a segurança dos dados dos estudantes são preocupações importantes. Com a crescente dependência de tecnologias digitais, é essencial proteger as informações pessoais dos alunos e garantir que elas não sejam utilizadas indevidamente. A implementação de políticas claras e transparentes sobre o uso de dados é crucial para manter a confiança dos alunos e pais no sistema educacional.

A personalização da aprendizagem, embora benéfica, também pode apresentar desafios. A superdependência de tecnologias pode reduzir a interação humana e o desenvolvimento de habilidades sociais. Portanto, é importante equilibrar o uso de tecnologias com atividades que promovam a colaboração e a interação face a face entre os alunos. Palloff e Pratt (2013) sugerem que “a interação social é um componente essencial para a aprendizagem eficaz” (p. 78), ressaltando a importância de criar oportunidades para os alunos se envolverem em discussões e projetos colaborativos.

A implementação de tecnologias educacionais deve considerar as desigualdades de acesso e as diferenças na infraestrutura tecnológica entre as escolas. É vital que as escolas tenham os recursos necessários para integrar essas tecnologias de maneira eficaz. Minayo et al. (1994) afirmam que “a pesquisa social deve considerar o contexto específico em que os fenômenos ocorrem” (p. 37), destacando a necessidade de adaptar as práticas educacionais às realidades locais.

Em conclusão, tanto o Design Instrucional quanto a Aprendizagem Autogerida oferecem abordagens para a promoção do protagonismo juvenil. A combinação dessas metodologias, apoiada por tecnologias educacionais, pode criar um ambiente de aprendizagem dinâmico e inclusivo, que valoriza a autonomia dos alunos e promove seu desenvolvimento integral. No entanto, é essencial abordar os desafios e considerações éticas associados ao uso dessas tecnologias para garantir uma educação equitativa e eficaz para todos os estudantes.

3 Considerações Finais

Os principais achados deste estudo indicam que a Aprendizagem Autogerida e o Design Instrucional desempenham um papel significativo na formação do protagonismo juvenil nas escolas públicas de Goiás. Observou-se que a implementação de métodos de Design Instrucional, combinada com estratégias de Aprendizagem Autogerida, facilita a criação de um ambiente de aprendizagem engajador e participativo. Os estudantes demonstraram maior autonomia e envolvimento em atividades educacionais, refletindo uma construção ativa do conhecimento e uma participação efetiva no processo educacional.

As contribuições deste estudo são relevantes para a prática pedagógica, evidenciando que a combinação de Aprendizagem Autogerida e Design Instrucional pode ser uma abordagem eficaz para promover o protagonismo juvenil. A pesquisa mostrou que, ao fornecer aos estudantes oportunidades para gerenciar seu próprio aprendizado e utilizar recursos educacionais planejados de forma sistemática, é possível aumentar o engajamento e a autonomia dos alunos. Este estudo também destaca a importância de um ambiente escolar que suporte e incentive a participação ativa dos estudantes em seu processo de aprendizagem.

Entretanto, é recomendável a realização de outros estudos para complementar os achados apresentados. Pesquisas adicionais poderiam explorar diferentes contextos escolares e faixas etárias, bem como investigar a longo prazo os impactos dessas metodologias na formação do protagonismo juvenil. Além disso, estudos futuros poderiam analisar as barreiras e desafios encontrados na implementação dessas abordagens, a fim de proporcionar uma compreensão completa e contribuir para a melhoria contínua das práticas educacionais.

4 Referências Bibliográficas

Filatro, A. (2020). Design Instrucional na Prática. Pearson Prentice Hall.

Palloff, R. M., & Pratt, K. (2013). O Instrutor Online: Estratégias para a excelência profissional. Tradução: Fernando de Siqueira. Porto Alegre: Penso.

Minayo, M. C. S. (org.), Deslandes, S. F., Neto, O. C., & Gomes, R. (1994). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 22ª ed. Petrópolis: Vozes.

Savioli, C., & Torezani, G. (2020). Design Instrucional e Negócio Digital: Como planejar, produzir e publicar um negócio virtual educacional. Brasília: Clube de Autores.


1Mestrando em Tecnologias Emergentes em Educação
Instituição: Must University (MUST)
Endereço: 70 SW 10th St, Deerfield Beach, FL 33441, EUA
E-mail: letras.gabrielvieira@gmail.com
2Mestre em Ciências da Educação
Instituição: Faculdade Interamericana de Ciencias Sociales (FICS)
Endereço: Calle de la Amistad casi Rosario, 777, Asunción, República do Paraguai
E-mail: magao.atletismos@hotmail.com
3Doutoranda em Educação
Instituição: Universidade Tuiuti do Paraná
Endereço: Rua Padre Ladislau Kula, 395 – Santo Inácio, Curitiba – PR
E-mail: d.png@hotmail.com
4Especialista em Gestão Pública e Recursos Humanos
Instituição: Faculdade Futura
Endereço: Avenida Vale do Sol, 4876 – Vale do Sol, Votuporanga – SP
E-mail: deysielle.frasao@mail.uft.edu.br
5Especialista em Língua Inglesa
Instituição: Universidade Evangélica de Goiás
Endereço: Avenida Universitária Km. 3,5 – Cidade Universitária – Anápolis – GO
E-mail: coordenacaonoturnobretas@gmail.com
6Mestra em Ciências da Educação
Instituição: Facultad Interamericana de Ciencias Sociales (FICS)
Endereço: Calle de la Amistad casi Rosario, 777, Asunción, República do Paraguai
E-mail: lucinhadiogenes@gmail.com