MELHORES PRÁTICAS PARA APRIMORAR A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA GESTÃO DO PROCESSO PRODUTIVO EM UM LATICÍNIO: INDUSTRIALIZAÇÃO NO ESTADO DE RONDÔNIA.

BEST PRACTICES TO ENHANCE ENERGY EFFICIENCY IN THE MANAGEMENT OF THE PRODUCTION PROCESS IN A DAIRY COMPANY: INDUSTRIALIZATION IN THE STATE OF RONDÔNIA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8074602


Marcelo Farias Braga
Tiago Henrique Rabelo do Nascimento
Pedro Miguel Prado Silva
Uillian da Costa Pereira
Erick Suendel Justiniano Lima
Thais Pereira Costa
Juscimar do Carmo Ribeiro
Daniel Rodrigues do Nascimento


RESUMO

Este artigo tem como objetivo analisar as melhores práticas para aprimorar a eficiência energética na gestão do processo produtivo em um laticínio no estado de Rondônia, levando em consideração as características da indústria de laticínios nessa região, bem como experiências e estudos em outros contextos, como a Nova Zelândia e o Brasil. Nesse sentido, a abordagem principal será na comparação entre Nova Zelândia, que é um país industrializado, e Rondônia, Estado que atualmente está em desenvolvimento de forma acelerada no setor produtivo, pensando em suas vantagens e debilidades.

Palavras-Chaves: Rondônia. Nova Zelândia. Leite. Laticínio. Eficiência. 

ABSTRACT

Thaís article aims to analyze best practices to enhance energy efficiency in the management of the production process in a dairy company in the state of Rondônia, taking into account the characteristics of the dairy industry in this region, as well as experiences and studies in other contexts, such as New Zealand and Brazil. In this regard, the main approach will be the comparison between New Zealand, an industrialized country, and Rondônia, an agricultural and developing state in Brazil, considering their strengths and weaknesses.

Keywords: Rondônia. New Zealand. Milk. Dairy. Efficiency.

1.0 – INTRODUÇÃO

Na história da humanidade, a obtenção e extração de energia sempre foram fundamentais para a realização de trabalhos e para o desenvolvimento econômico e tecnológico das cidades. Durante esse progresso, houve sempre uma tendência à otimização e mecanização do processo e o aumento da eficiência e rendimento. Há de exemplo a produtividade de alimentos, que seguindo a teoria malthusiana de Thomas Malthus não acompanharia o crescimento populacional; segundo ele, enquanto a produção de alimentos cresce em progressão aritmética (2, 4, 6, 8,10…), o crescimento populacional seguiria em modelo de progressão geométrica (2, 4, 8, 16, 32…), chegando a um ponto que não haveria mercadorias para uma demanda tão grande. Contudo a eficiência energética e a mecanização garantiram que essa desproporcionalidade fosse vencida, além de baratear os custos de produção e tornar os preços mais acessíveis. A partir disso, principalmente em zonas mais industrializadas, a produtividade da agricultura intensiva e da pecuária aumentaram de maneira exponencial.

No Brasil, apesar dos avanços tecnológicos, ainda se constata um atraso em relação ao resto do mundo e do Estado de Rondônia em relação a algumas outras regiões do País no quesito produtividade. Assim, evidenciaremos nessa análise, o setor de laticínio em Rondônia e seu processo produtivo, que mesmo desempenhando grande importância na economia da Região Norte, ainda tem rendimento e eficiência energética baixa em relação aos grandes produtores de leite como a Nova Zelândia. Nessa nação da Oceania, produz-se de forma mecânica, diminuindo desperdícios e extraindo o máximo que conseguem de suas vacas nos “períodos produtivos”.

O setor de laticínios tem grande importância na economia brasileira, mundial e especificamente no Estado de Rondônia. No geral, o clima do território nacional favorece a produção desse setor por não ter temperaturas exageradamente altas ou friagens extremas, e pelo fato do Brasil ter boa incidência de raios solares, boa quantidade de chuva e ser livre de catástrofes naturais frequentes. No entanto, sabe-se que esse setor é demasiadamente dependente de energia elétrica para o beneficiamento do leite e produção de seus derivados. A eficiência energética na gestão do processo produtivo torna-se, portanto, essencial para a redução dos custos de produção e para a redução dos impactos ambientais, sociais e econômicos. Nesse contexto, o objetivo do presente trabalho é apresentar as melhores práticas para aprimorar a eficiência energética na gestão do processo produtivo em um laticínio.

2.0 – OBJETIVOS

2.1 – OBJETIVO GERAL

Analisar o processo produtivo no laticínio e seus protocolos de trabalho, objetivando fazer um diagnóstico do consumo energético e entender como estão estruturadas as atividades do início ao fim, das etapas que levam a transformação do leite e os pontos críticos que levam ao aumento considerável no consumo de energia elétrica, para assim poder aperfeiçoá-las.

2.2 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Identificar e entender qual o padrão de consumo da empresa, quais são os focos de desperdício, bem como definir ações para que a eficiência energética seja alcançada.

Analisar a iluminação que deve ser um dos pontos de atenção. Propondo a troca das lâmpadas incandescentes por lâmpadas de LED, mais econômicas e com maior durabilidade.

Avaliar minuciosamente todos os equipamentos do laticínio, identificar quais são aqueles que operam com o potencial máximo e quais são os que causam desperdício. Considerando fazer trocas por aparelhos mais eficientes e indicando a manutenção regular dos equipamentos para melhor aproveitar os recursos, evitando o desperdício de energia.

Propagar a conscientização dos colaboradores dentro do laticínio.

Avaliar e apresentar proposta para geração própria de energia, por meio da aquisição de uma usina fotovoltaica.

3.0 – REVISÃO TEÓRICA

Segundo a perspectiva teórica de RODRIGUES JÚNIOR (2021), questionando o que é Gestão? E o que é Processo? De fine que “… a gestão de processos pode ser resumida como as atividades realizadas para controlar e otimizar os processos dentro da indústria”. Ao fazer os questionamentos e chegando a definição de Gestão de Processo, RODRIGUES JÚNIOR entende que esse modelo de gestão é pouco difundido entre as indústrias de laticínios, mas possui grande potencial para seus resultados.

Também responde mais três questionamentos. Quais são os processos nas indústrias de laticínios? Quais os benefícios da gestão de processos? E Quais são os desafios para o futuro da gestão de processos? Ao responder esses questionamentos RODRIGUES JÚNIOR, simplificadamente conclui que. Quando olhamos para um processo de fabricação de iogurte, estamos na maioria das vezes considerando apenas a tecnologia de fabricação ou com foco na produção. Então, não são apenas esses os processos que existem em uma fábrica. Na verdade, os processos produtivos podem ser a minoria deles.

Se um processo precisa ter um início e um fim, onde começa e onde termina o processo de produção do iogurte? Começa no envio do leite para a fermenteira e termina quando o produto está dentro da garrafa? Se avaliarmos apenas a produção, sim, mas o processo mesmo começa antes.

Segundo o professor DUARTE (2021), Eficiência Energética consiste basicamente em usar menos energia: “É uma prática que busca eliminar os desperdícios, aperfeiçoar os sistemas de geração de eletricidade e manter o conforto, a qualidade e a segurança”.

4.0 – A PARTICIPAÇÃO DA INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS EM RONDÔNIA E NO PIB NACIONAL

PARTICIPAÇÃO (%) DAS ATIVIDADES NO VALOR ADICIONAL BRUTO DO PIB
RONDÔNIA – 2019 – 2020

Fonte: SEPOG-RO/IBGE, em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatísticas, Secretarias Estaduais de Governo e Superintendência da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA.

Rondônia não é um Estado referência industrial, sendo extremamente dependente da agricultura e pecuária, da extração madeireira e de látex, além da extração de alguns minérios. No entanto, Rondônia atualmente tem 39 empresas de laticínio (03/06/2023), enquanto o Brasil tem 6.669 empresas, segundo a Plataforma de Prospecção e Inteligência em Vendas B2B – ECONODATA. Pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de leite, com mais de 34 bilhões de litros por ano, com produção em 98% dos municípios brasileiros, tendo a predominância de pequenas e médias propriedades, empregando perto de Quatro milhões de pessoas, revelando a grande importância do setor para a economia local e nacional, respectivamente. Ademais, os resultados econômicos da produção leiteira ficam incluídos nos resultados da pecuária, que teve uma participação de 10,7% no PIB de Rondônia em 2020:

4.1 – PARTICIPAÇÃO DAS ATIVIDADES NO VALOR ADICIONAL BRUTO DO PIB RONDÔNIA – 2010 – 2020

Fonte: SEPOG-RO/IBGE, em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatísticas, Secretarias Estaduais de Governo e Superintendência da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA.

Atualmente, Rondônia, Estado localizado na Região Norte do Brasil, possui uma economia diversificada. Destacam-se a agropecuária, com culturas agrícolas como soja, milho e café, além da pecuária bovina. A indústria madeireira é impulsionada pela abundância de florestas nativas. A mineração também é relevante, com destaque para a cassiterita e o ouro. O setor de energia é fortalecido pelas usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio ambas localizadas no rio Madeira. Comércio e serviços complementam a economia, especialmente em áreas urbanas como Porto Velho e os municípios do eixo da BR 364, principal eixo terrestre de escoação do Estado. Adentro, Rondônia possui uma indústria de laticínios consolidada, com produção de leite e derivados de alta qualidade. A pecuária leiteira desempenha um papel importante na economia do Estado, com diversos laticínios processando e comercializando produtos lácteos, como leite pasteurizado, queijos, manteiga e iogurtes. Paralelamente, a energia em Rondônia é impulsionada pelas duas usinas hidrelétricas localizadas, no rio Madeira, que possuem alta capacidade de geração. Essas usinas contribuem para o abastecimento energético do estado e de outras regiões do país. Rondônia também investe em energias renováveis, como solar e biomassa, como parte da diversificação energética.

Verifica-se na tabela abaixo, os dados da produção de leite no território rondoniense e no Brasil segundo o IBGE.

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – Pesquisa Trimestral do Leite.

A quantidade de leite adquirido representa a quantidade total de leite comprado ou recebido pelos laticínios de produtores rurais ou outras fontes. Essa quantidade inclui todo o leite que chega aos laticínios, independentemente de ser destinado à produção de derivados ou outros fins.

Por outro lado, a quantidade industrializada refere-se à quantidade de leite que passa por processamento e é transformada em produtos lácteos, como leite pasteurizado, queijos, manteiga, iogurtes, entre outros. Essa quantidade representa o volume de leite que efetivamente passa pelo processo de industrialização dentro das instalações dos laticínios.

A diferença entre essas duas quantidades pode ocorrer devido a diversos fatores, como perdas no processo de transformação, descarte de leite com qualidade inferior, variações sazonais na produção e demanda, entre outros elementos que afetam a eficiência da cadeia produtiva do leite e seus derivados.

A quantidade de leite industrializado na Pesquisa Trimestral do Leite do IBGE refere-se ao volume de leite processado e transformado em produtos lácteos. É um indicador importante para analisar a produção e o uso do leite na indústria de laticínios. Os dados são coletados para fornecer informações sobre a quantidade de leite adquirida pelos laticínios e sua transformação em produtos prontos para consumo. Essas informações auxiliam no entendimento da indústria de laticínios e seu impacto econômico na agropecuária.

5.0 – COMPARAÇÃO ENTRE BRASIL E RONDÔNIA

A partir do período selecionado (2019-2022), somando toda a produção de leite industrializado do Brasil e tirando a porcentagem da parte de Rondônia, conclui-se que o Estado foi responsável por 2,3641 % dos laticínios destinados à indústria. Em outra análise, segundo o Censo Agropecuário de 2017 (pesquisa mais recente), realizado pelo IBGE, o Brasil tem cerca de 351.289,816 hectares de terras destinadas à agropecuária, enquanto Rondônia tem 9.219.883 hectares, exatamente 2,62458% de todo o território federal. Todavia, a área territorial de Rondônia é de aproximadamente 237.576 quilômetros quadrados ou a aproximadamente 2,79% da área total do Brasil, algo que está extremamente relacionado à quantidade de terras disponíveis para pecuária, demonstrando que o Estado ainda está um pouco abaixo de seu potencial.

No aspecto da criação de animais, a quantidade de cabeças de bovinos ultrapassa 9.827.017 no território rondoniense, enquanto no território brasileiro esse valor é maior que 172.719.164 cabeças. Presume-se que a quantidade de área para agropecuária e conjunto de bovinos não sofreu queda desde 2017, uma vez que o agronegócio ficou à mercê de taxas de crescimento econômico significativas.

Na análise econômica, Rondônia não se apresenta como grande referência no setor de laticínios, mas também não enfrenta grandes atrasos em relação ao resto do Brasil. Enfrenta um crescimento consistente em relação ao setor da pecuária, porém ainda conta com uma extremamente sutil industrialização, algo que desfavorece uma evolução rápida no rendimento e eficiência energética das empresas de leite. Nas entraves, há uma questão de logística: o Estado não fica próximo ao litoral e a infraestrutura do Brasil não favorece com grande eficiência o escoamento da produção, o que limita a demanda disponível. Seguindo isso, todos os principais desafios podem ser solucionados com o tempo e com os devidos financiamentos, porque há quatro pontos principais que torna a área do Estado perfeita para uma indústria de laticínio pujante:

  • A energia elétrica fornecida para esse ente federativo é predominantemente renovável, com grande protagonismo de hidrelétricas como Santo Antônio, Jirau e Samuel, algo que já caminha para uma plena eficiência energética.
  • A área do território com relação ao globo é a Zona Tropical, ou seja, existe muita incidência de raios solares por consequência da proximidade com a linha do Equador, assim, há um grande potencial de geração de energia limpa podendo utilizar os sistemas fotovoltaicos, para atender todo o setor produtivo e administrativo de uma empresa de laticínio (com exceção da fornalha e o transporte, que ainda utilizaria combustível fóssil).
  • Clima favorável: Rondônia possui um clima tropical, com temperaturas elevadas e relativamente estáveis ao longo do ano. Isso contribui para um ambiente propício ao desenvolvimento e saúde do gado leiteiro, resultando em produção leiteira consistente e com menor risco de estresse térmico nos animais.
  • Potencial de expansão: A vasta extensão territorial de Rondônia oferece espaço para o crescimento da indústria de laticínios, uma vez que ainda há mais de 60% do território de estado disponível para crescimento de estabelecimentos. Há disponibilidade de terras para a expansão de fazendas leiteiras, instalação de novas unidades industriais e o Estado é fatiado por diversos rios, incluindo o Rio Madeira, que proporciona acesso a recursos hídricos em quantidade e qualidade adequadas para a produção e processamento do leite.

6.0 – PRODUÇÃO DE LATICÍNIOS NA NOVA ZELÂNDIA

A Nova Zelândia é considerada um exemplo de sucesso na produção de laticínios devido a sua eficiência e produtividade nesse setor. Embora Rondônia e a Nova Zelândia possuam contextos geográficos e socioeconômicos distintos, há algumas lições que podem ser aprendidas e aplicadas em Rondônia para melhorar a produção de laticínios.

No aspecto de bovinos disponíveis, a Nova Zelândia registrou em 2021 6.185,000 bovinos leiteiros e 3.965.000 cabeças para corte, segundo o Statistics New Zealand, algo equivalente a 10.150.00 de bovinos. A área abrangida por estabelecimentos agrícolas é 13.561.175 hectares ou 13,0% do território total.

A indústria de laticínios na Nova Zelândia destaca-se por diversos fatores:

a. A qualidade do leite é excepcional devido às pastagens abundantes e ao clima favorável, resultando em produtos de alta qualidade.

b. O sistema de produção baseado em pastagem é eficiente e sustentável. 

c. A pesquisa e a inovação são priorizadas, impulsionando o desenvolvimento de novas tecnologias e produtos. 

d. Rigorosos padrões de segurança alimentar e qualidade garantem a confiabilidade dos produtos.

e. A cultura cooperativa fortalece a colaboração e a comercialização dos produtos lácteos. 

f. A indústria tem alta reputação internacional, destacando-se como um exemplo de excelência. 

g. A Nova Zelândia possui uma abordagem sustentável e responsável na produção de laticínios. 

h. O país é reconhecido por sua eficiência e qualidade, conquistando uma posição sólida no mercado global. 

i. O sucesso da indústria de laticínios neozelandesa é resultado da combinação de fatores naturais, práticas inovadoras e compromisso com a excelência.

7.0 – PRODUÇÃO DE LEITE NOS PRINCIPAIS PAÍSES PRODUTORES E PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL

Fonte: IBGE e MAPA/EMBRAPA (p/ o Brasil), INALE (p/ o Uruguai), FAO (p/ o Paraguai) e USDA/FAZ (p/ os demais países). MFH/Abr 17. Nota: Para o Brasil considerou-se 1litro = 1,032 kg.

A partir dos dados, é possível perceber que a produção de leite no Brasil em 2017 foi de 34,997 bilhões de litros, enquanto na Nova Zelândia a produção foi de 21,600 bilhões, ou 61% da produção em território brasileiro. Algo extraordinário, levando em conta que a Nova Zelândia tem uma área territorial de apenas 270.500 Km², isto é, apenas 3,178% da área total do Brasil. Nesta análise, se verifica as discrepâncias entre um país desenvolvido e altamente industrializado para um em processo de desenvolvimento.

A indústria de laticínios da Nova Zelândia se destaca por sua utilização avançada de tecnologia. Isso inclui automação na ordenha, monitoramento da saúde do rebanho e controle de alimentação, além do uso de tecnologias de processamento como ultra filtração. A Nova Zelândia também investe em práticas de manejo e seleção genética, como inseminação artificial e ferramentas genômicas. Além disso, adota técnicas de agricultura de precisão, como o uso de sensores e sistemas de informações geográficas. Essas tecnologias contribuem para a eficiência, produtividade e qualidade dos produtos lácteos naquele País. Nessa lógica, Rondônia pode se inspirar nessas práticas tecnológicas para aprimorar sua indústria de laticínios e alcançar melhores resultados.

Relacionando à temática da eficiência energética, o uso de sistemas automatizados de ordenha e monitoramento permite um manejo mais eficiente do rebanho, reduzindo o tempo de trabalho e minimizando o consumo de energia. No processamento do leite, as tecnologias avançadas de filtragem e processamento consomem menos energia em comparação com métodos convencionais. Além disso, a Nova Zelândia tem investido em fontes de energia renovável, como hidroeletricidade, para alimentar suas operações leiteiras, reduzindo assim sua pegada de carbono.

8.0 – PROCESSOS DE UMA EMPRESA DE LATICÍNIO

Uma fábrica de laticínios é responsável pelo processamento do leite e produção de diferentes produtos lácteos. Os principais processos envolvidos em uma fábrica de laticínios incluem recebimento do leite cru, pasteurização, separação, homogeneização, fermentação, embalagem e armazenamento.

Recebimento do leite cru: O leite é recebido e verificado quanto à qualidade e quantidade. Amostras podem ser coletadas para análise.

Pasteurização: O leite cru é aquecido em altas temperaturas por um curto período de tempo para destruir bactérias patogênicas e prolongar a vida útil do produto.

Separação: O leite é centrifugado para separar a parte gordurosa (creme) do leite desnatado. Isso permite ajustar o teor de gordura em diferentes produtos.

Homogeneização: O creme e o leite desnatado são misturados em proporções específicas para obter a consistência desejada. Isso ajuda a evitar a separação da gordura.

Fermentação: Em certos produtos, como iogurte e queijos, são adicionadas culturas bacterianas que fermentam o leite, convertendo a lactose em ácido láctico e criando características distintas de sabor e textura.

Embalagem: Os produtos lácteos são envasados em recipientes adequados, como garrafas, embalagens tetra pak ou potes de plástico, com identificação de marca e informações nutricionais.

Armazenamento: Os produtos são armazenados em condições adequadas, como temperatura controlada, para preservar sua qualidade e prolongar a vida útil.

Além desses processos, é normal que um laticínio tenha um setor administrativo que lida com a parte mais documental e de registro.

9.0 – A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E A MINIMIZAÇÃO DO DESPERDÍCIO DE RECURSOS DA INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS EM RONDÔNIA

Tendo definido os principais processos, a eficiência energética e a minimização do desperdício de recursos da Indústria de laticínios em Rondônia serão abordadas nos aspectos da: Avaliação Energética, Ajuste da Produção à Demanda, Utilização de Equipamentos Eficientes, Iluminação Eficiente, Monitoramento e Ajustes nos Processos de Produção e Promover a Cultura da Eficiência Energética no Laticínio.

9.1 – AVALIAÇÃO ENERGÉTICA

Os primeiros passos para melhorar a eficiência energética em um laticínio é realizar uma avaliação energética, que permitirá gerar um diagnóstico preciso do consumo de energia e identificar possíveis áreas de melhoria.

9.2 – AJUSTE DA PRODUÇÃO À DEMANDA

Ajustar a produção à demanda permite minimizar o tempo de operação dos equipamentos e reduzir o consumo de energia. É importante também otimizar a logística e manter o controle do estoque, para evitar desperdícios e reduzir os custos de transporte.

9.3 – UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS EFICIENTES

Optar por equipamentos eficientes que utilizam energia de forma inteligente e sustentável é uma das melhores práticas para aprimorar a eficiência energética em um laticínio. É importante verificar o consumo de energia dos equipamentos, a eficiência energética e a certificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA.

9.4 – ILUMINAÇÃO EFICIENTE

A adoção de sistemas de iluminação eficientes pode trazer economias significativas no consumo de energia elétrica, além de melhorar as condições de trabalho e segurança dos colaboradores. Trocar as lâmpadas incandescentes por lâmpadas de LED. As lâmpadas de LED são conhecidas por serem mais eficientes, duráveis e sustentáveis, pois consomem menos energia e possuem uma vida útil mais longa em comparação com as lâmpadas incandescentes. Além disso, implementar um sistema de desligamento automático também é uma solução eficiente para otimizar o consumo de energia na iluminação da empresa de laticínios. 

9.5 – MONITORAMENTO E AJUSTES NOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO

Monitorar e ajustar os processos de produção é uma maneira importante de identificar eventuais desperdícios e falhas que possam impactar negativamente na eficiência energética. É importante acompanhar o consumo de energia e os processos de produção, a fim de identificar possíveis melhorias e ajustes.

9.6 – PROMOVER A CULTURA DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO LATICÍNIO

Incentivar a cultura da eficiência energética é fundamental para que todos os colaboradores estejam comprometidos em identificar e melhorar a eficiência energética. É importante promover a conscientização sobre o impacto do consumo de energia e a importância de reduzir custos e aumentar a sustentabilidade.

10.0 – CONCLUSÃO

É possível compreender que a adoção das melhores práticas para aperfeiçoar a eficiência energética na gestão do processo produtivo em um laticínio pode trazer diversas benfeitorias, como a redução dos custos de produção, a redução dos impactos ambientais, sociais e econômicos, bem como a melhoria da imagem da empresa perante a sociedade. Assim sendo, é fundamental que essas empresas do setor de laticínios no Estado de Rondônia invistam em soluções eficientes de gestão energética e adotando os aspectos abordados, a fim de garantir sua competitividade e sustentabilidade no mercado.

11.0 – METODOLOGIA

No que se refere à metodologia da pesquisa, foram utilizados os seguintes tipos de pesquisa:

  • Quanto a Natureza, optou-se pela aplicada, pois objetiva originar conhecimentos para a aplicação prática dirigida à solução de melhorias específicas, para o aprimoramento da eficiência energética na gestão do processo produtivo em um laticínio.
  • Quanto aos métodos técnicos, optou-se por pesquisa bibliográfica, em parte elaborada por materiais de recortes analisados e disponíveis em sites acadêmicos na internet que influenciaram na pesquisa.
  • Quanto ao tempo, foram vistos e pesquisados no período dos anos de 2019 a 2022.

12.0 – BIBLIOGRAFIA

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5 Formas de Melhorar a Eficiência Energética em Empresas e Indústrias (Odilon Duarte – Professor da Escola Politécnica e coordenador do Laboratório de Eficiência Energética – LABEE e do Centro de Demonstração em Energias Renováveis – CEDER – 15/07/2021) – https://www.pucrs.br/blog/5-formas-de-melhorar-a-eficiencia-energetica-em-empresas-eindustrias/ – Acessado no dia 17/04/2023.

O que é Eficiência Energética e Por Que é Preciso Se Atentar a Isso (Redação – 8/01/2021) – O que é eficiência energética e por que é preciso se atentar a isso (esferaenergia.com.br) – Acessado no dia 28/04/2023.

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