MARKETING JURÍDICO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA ADVOGADOS PREVIDENCIÁRIOS NO AMBIENTE DIGITAL – UMA ANÁLISE DOS RESULTADOS POSITIVOS DA PRESENÇA ONLINE NA ADVOCACIA PREVIDENCIÁRIA E DAS BARREIRAS ENFRENTADAS PARA SUA IMPLEMENTAÇÃO

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202412251856


Vitória Carla Souza Muniz,
Matheus Rodrigues Gomes,
Edergleyston Nascimento De Lima


RESUMO

Este estudo analisa o uso estratégico do marketing digital na advocacia, com foco na prática previdenciária. O objetivo é entender os desafios enfrentados pelos advogados na adaptação às ferramentas de marketing, assim como as oportunidades oferecidas pela presença digital para ampliar a base de clientes. O artigo examina três pilares: 1) dificuldades na adaptação ao marketing jurídico, respeitando as normas da OAB; 2) benefícios da presença digital, como visibilidade e autoridade; 3) importância estratégica do marketing para educar o público, fortalecer a confiança e posicionar o advogado como referência no campo previdenciário.

Palavras-chave: Marketing Digital, Advocacia Previdenciária, Desafios e Oportunidades, Presença Digital

ABSTRACT 

This study analyzes the strategic use of digital marketing in law, with a focus on social security practice. The objective is to understand the challenges faced by lawyers in adapting to marketing tools, as well as the opportunities offered by digital presence to expand the client base. The article examines three pillars: 1) difficulties in adapting to legal marketing, respecting OAB standards; 2) benefits of digital presence, such as visibility and authority; 3) strategic importance of marketing to educate the public, strengthen trust and position the lawyer as a reference in the social security field.

Keywords: Digital Marketing, Challenges, Objective, Digital Presence

INTRODUÇÃO

O marketing digital teve seu início com a atualização dos meios de comunicação, mas foi na contemporaneidade que ganhou força, especialmente no âmbito jurídico. O marketing jurídico, que antes não era aceito por mais de 90% dos advogados, hoje faz toda a diferença nos escritórios de advocacia em todo o Brasil. A demanda por essa prática cresceu imensamente e, para iniciar este estudo, será apresentada a importância crescente do marketing jurídico na profissão. “Com a evolução constante dos meios de comunicação e interação entre as pessoas, a importância do marketing jurídico se torna cada vez mais evidente. No contexto atual, a estratégia de marketing ajuda os advogados a se destacarem no mercado competitivo, criando uma relação mais próxima com seus clientes e consolidando sua autoridade na área jurídica. Ao adotar

essas estratégias de marketing, os advogados não apenas ampliam sua visibilidade, mas também educam o público sobre seus serviços e gerenciam sua confiança profissional de forma mais eficaz.” ( contábeis , 27 set. 2022.)

O marketing jurídico deixou de ser visto apenas como uma alternativa ou como um “luxo” e passou a ser considerado essencial para o crescimento, reconhecimento, aumento do faturamento, visibilidade e sustentabilidade dos escritórios de advocacia. No passado, os profissionais da área resistiam à ideia de utilizar estratégias de marketing, muitas vezes por conta de limitações éticas, também por uma visão tradicionalista da profissão e até por falta de conhecimento sobre como realmente o que é o marketing jurídico, como se posicionar e até por críticas, como: “advogado blogueirinho” que serão desenvolvidas posteriormente. No entanto, a transformação digital e as mudanças no comportamento dos consumidores impulsionaram a necessidade de adaptação e mostraram que quem não estuda e não faz se presente no digital, fica para trás.

Hoje, o marketing jurídico não é apenas sobre atrair clientes, mas sobre construir uma marca sólida, transmitir confiança e levar conhecimento ao público(persona) de atuação. Na advocacia previdenciária, por exemplo, o marketing desempenha um papel crucial ao ajudar pessoas a compreenderem seus direitos sobre os benefícios previdenciários e, apresentando uma leve introdução isso acontece por meio de publicações informativas de vários formatos sobre os benefícios e os critérios para ser solicitados, também  os caminhos legais disponíveis para acessá-los. Perante o INSS, e é visível que a área de atuação jurídica que mais se encontra presente no digital é a previdenciária e cada vez mais essa presença se fortifica e aumenta a concorrência, por outro lado, é notório uma concorrência fraca, mas existente pelo motivo de observarem que a presença não apenas fortalece o relacionamento entre advogado e cliente, mas também posiciona o profissional como uma referência em sua área de atuação.

É importante salientar que a presença digital permite que escritórios de advocacia atinjam públicos que antes seriam inacessíveis, ampliando sua atuação e diversificando sua base de clientes.

“Um advogado tradicional pode alcançar cerca de 50 pessoas em sua comunidade local, mas ao adotar o marketing digital, ele pode expandir seu alcance para até 50.000 pessoas, aproveitando as ferramentas digitais para se conectar com um público muito maior”.( Easyjur. “Advogado Digital: A Profissão que Está Revolucionando”, 2023)

Ferramentas como blogs, sendo o Jus Brasil como o mais indicado, redes sociais, sendo mais indicado o Instagram, Tik Tok, Kwai e sites na formatação para tráfego pago bem estruturados se tornaram indispensáveis para advogados que desejam se destacar em um mercado cada vez mais competitivo. O marketing jurídico deixou de ser apenas uma tendência, modinha ou “bloguerar” para se tornar uma necessidade estratégica. Ele representa a evolução da advocacia em um mundo conectado, onde o conhecimento e a proximidade com o cliente são fatores determinantes para o sucesso. 

O marketing jurídico tem ganhado uma relevância crescente no cenário contemporâneo, especialmente na advocacia previdenciária, devido à digitalização do mercado jurídico. Hoje, é oferecido que até procuração jurídica e contratos são contratados e enviados virtualmente, com o cliente estando em outro estado e até assinando de forma digital. Isso só fortalece e prova a importância do marketing. A transição dos métodos tradicionais para estratégias digitais impactou não apenas a forma como os advogados se posicionaram no mercado, mas também as interações com seus clientes. É mais fácil para o cliente previdenciário se comunicar e se conectar pelos meios digitais do que se deslocar até o escritório físico. A advocacia previdenciária lida com questões delicadas, com clientes que refletem sobre benefícios de forma urgente, questões que envolvem direitos fundamentais e só reafirmam a necessidade de orientação jurídica em momentos críticos da vida das pessoas. Dessa forma, a presença digital se torna não apenas uma vantagem competitiva, mas uma verdadeira necessidade. O advogado que está no digital consegue se conectar mais facilmente com esse tipo de cliente, fortalecendo o vínculo com ele e aumentando as chances de fechar contrato. O cliente, nesse caso, muitas vezes em situação de vulnerabilidade, busca informações rápidas, claras e acessíveis e, por hoje, uma sociedade viver 100% conectada, isso aumenta à medida que as chances do advogado que está no digital ganhar mais ações.

Apresentando uma nova vertente, a digitalização do mercado jurídico permite que o advogado alcance um público muito mais amplo. Embora, no modelo convencional, um advogado dependa de periodicidade local (um escritório físico) e do boca a boca para conquistar clientes, no ambiente digital é possível expandir o alcance para outras regiões, ampliando significativamente a base de clientes potenciais. Isso é possível através da utilização de plataformas de mídia social, sites otimizados para mecanismos de busca do cliente ideal e campanhas publicitárias segmentadas, que permitem que o advogado previdenciário se conecte com o tipo de cliente que realmente busca um benefício e se interessa pelo assunto.

A mudança na publicidade também trouxe desafios para os advogados. O advogado precisa adaptar as novas ferramentas de comunicação e marketing, aprender a gerenciar sua imagem online e, ao mesmo tempo, respeitar as normas éticas previstas pela ordem dos advogados do brasil (oab). Em muitos casos, a adaptação ao marketing digital exige investimentos em tempo e recursos, além de um aprendizado constante sobre as estratégias que melhor atendem ao seu público-alvo. É aqui que entra o papel da educação contínua no marketing jurídico: os advogados previdenciários devem entender as práticas, como criar conteúdos relevantes, interagir com o público e construir uma melhor proteção sólida no ambiente digital, sem perder o foco nas diretrizes éticas da profissão. Para iniciarmos nosso estudo direto sobre o conceito de marketing jurídico é uma prática estratégica que envolve o uso de técnicas de marketing para promover os serviços de advogados e escritórios de advocacia, respeitando as normas éticas e regulamentações impostas pelos conselhos de classe, como a oab (ordem dos advogados do brasil). Ao contrário do conceito tradicional de publicidade, como rádio que inclusive é proibido mas muito utilizado pelos advogados, o marketing jurídico foca em estratégias que buscam estabelecer uma imagem profissional sólida e rigorosa, criar autoridade no campo do direito e gerar relacionamentos de confiança com os clientes, sem recorrer a práticas de publicidade excessivas ou invasivas que vão contra o código de ética da OAB.

De acordo com o código de ética da OAB e especificamente no provimento n.º 205/2021  fala que deve ser praticado com bastante cuidado, devido às normas que regem a profissão, não é permitido vender o serviço de solicitação, por exemplo um benefício para uma criança autista, prometendo a concessão do benefício e a venda direta como se vende roupa. As normas limitam as práticas publicitárias consideradas sensacionalistas ou que possam afetar a dignidade da profissão. Uma das formas mais comuns de marketing jurídico é a produção de conteúdo relevante, que ajuda a educar o público e estabelece o advogado como uma autoridade em sua área de atuação. Por exemplo, advogados especializados em direito previdenciário podem vídeo dinâmicos, post estáticos e carrosséis nas redes sociais para esclarecer as dúvidas dos cidadãos sobre contribuições previdenciárias, pensões e outros benefícios sociais. Isso não só atrai o público-alvo de forma natural, mas também contribui para o fortalecimento da confiança do advogado e do escritório. Adentrando nesse artigo, ele explora três pilares fundamentais que orientam a aplicação eficaz do marketing jurídico: os desafios enfrentados pelos advogados para adesão nesse universo, os benefícios proporcionados pela presença digital e o papel estratégico do marketing jurídico na construção de uma advocacia previdenciária mais eficaz e acessível.

Discorrendo sobre o primeiro pilar, ele trata das dificuldades que muitos advogados enfrentam ao iniciar sua jornada no marketing jurídico. Ainda há uma certa resistência em usar estratégias de marketing, muitas vezes devido a interpretações conservadoras das normas éticas da OAB ou à falta de familiaridade com as tecnologias digitais. É perceptível pelos profissionais da área digital um certo receio estético, uma preocupação sobre o que vão achar de mim e até inseguranças sobre: “será se estou falando corretamente”. Além disso, o mercado jurídico tradicionalmente ainda privilegia métodos convencionais de captação de clientes, como o boca a boca, o que torna a transição para o ambiente digital um processo desafiador.

Outro ponto relevante é a necessidade de alinhar estratégias de marketing com a ética profissional. Por exemplo, embora outros segmentos possam promover campanhas agressivas, a advocacia requer uma abordagem mais sutil e informativa, que priorize a transparência e a educação do público.  O segundo pilar que vamos explorar tecnicamente no artigo é as vantagens inegáveis que a presença digital oferece aos advogados, especialmente no cenário previdenciário. Estar presente no ambiente digital não é mais uma opção, mas uma necessidade de alcançar um público cada vez mais conectado e que busque soluções rápidas e acessíveis para questões legais e um publico que, se você alcançar as expectativas, você será indicado e terá credibilidade.  

Por fim, no terceiro pilar avaliaremos o marketing jurídico como um elemento estratégico na advocacia previdenciária. Neste campo específico, os advogados frequentemente lidam com clientes em situações de vulnerabilidade, que buscam não apenas uma solução jurídica, mas também apoio e confiança. O marketing jurídico, quando bem estruturado, tem o poder de posicionar o advogado como um especialista confiável e acessível, além de criar uma ponte emocional com o cliente. A advocacia previdenciária, por sua natureza, exige uma abordagem personalizada e sensível, que pode ser ampliada por meio de estratégias de marketing. Além de atrair novos clientes, o marketing jurídico permite que o advogado previdenciário se torne uma referência em sua área de atuação, fortalecendo sua marca pessoal e ampliando sua rede de contatos profissionais.

Esses três pilares — desafios iniciais, benefícios da presença digital e o papel estratégico do marketing jurídico — serão explorados detalhadamente ao longo deste artigo. Juntos, eles formam uma base para compreender como o marketing jurídico pode transformar a forma como os advogados previdenciários atuam, impactando tanto sua relação com os clientes quanto seu posicionamento no mercado. A análise que segue busca não apenas descrever esses aspectos, mas também oferecer insights e soluções práticas para superar barreiras e aproveitar ao máximo as oportunidades do ambiente digital.

MARKETING JURÍDICO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA ADVOGADOS PREVIDENCIÁRIOS NO AMBIENTE DIGITAL

 A regulamentação da OAB, como um desafio a ser seguido pelos advogados, e a relação da mesma com o marketing jurídico reflete uma preocupação constante em proteger a ética da profissão, em minimizar e erradicar a pratica do marketing jurídico ilegal, Essas regras foram fundamentais principalmente para garantir que a atuação dos profissionais esteja alinhada com os princípios fundamentais da advocacia, como a confiança, a discrição e o compromisso com a verdade, é uma luta sem fim pelos fiscais para seguirem corretamente. 

Apresentando especificamente, o Provimento nº 205/2021 surge como um marco regulatório, estabelecendo diretrizes claras sobre como os advogados podem utilizar meios digitais para se comunicarem com o público. Esse provimento não apenas atualizou a forma como os profissionais podem se promover, mas também traçou limites éticos para evitar práticas mercantilistas, como anúncios exagerados nas plataformas mais utilizadas como: META ADS e GOOGLE ADS, promessas de sucesso garantido ou campanhas promocionais que podem promover a imagem da advocacia.

A principal orientação do fornecimento é que a publicidade deve ser informativa, nunca comercial. Isso está apresentado no Provimento nº 205/2021: 

Art. 2º Para fins deste provimento devem ser observados os seguintes conceitos:

  1. – Marketing jurídico: Especialização do marketing destinada aos profissionais da área jurídica, consistente na utilização de estratégias planejadas para alcançar objetivos do exercício da advocacia;
  2. – Marketing de conteúdos jurídicos: estratégia de marketing que se utiliza da criação e da divulgação de conteúdos jurídicos, disponibilizados por meio de ferramentas de comunicação, voltada para informar o público e para a consolidação profissional do(a) advogado(a) ou escritório de advocacia (Código de ética da OAB, 2021)

Isso significa que os conteúdos veiculados pelos advogados devem priorizar a disseminação de informações relevantes ao público, como direitos e deveres jurídicos, mudanças na legislação ou orientações sobre benefícios previdenciários. Por exemplo, um advogado especializado em direito previdenciário pode criar conteúdo explicativos com os seguintes temas: “Pode receber 2 BPC LOA na mesma residência?”, “Seu filho autista pode ter direito a receber um benefício no INSS!”, esses tipos de conteúdo geram curiosidades e através da divulgação nas plataformas digitais já citadas, resolvem a dúvida de muitas pessoas. 

Essas práticas de levar informação posicionam o advogado como uma autoridade no assunto, sem desrespeitar os limites éticos fiscais pela OAB. Outro ponto importante é a forma de comunicação. O erro de muitos advogados previdenciários é a forma como eles desejam falar no ambiente digital, é imprescindível que eles conheçam a persona. O que seria a persona? O cliente final, como eles se comunicam, qual tipo de linguagem eles usam, e qual tipo de fala e jargões você vai utilizar para conectar com eles e eles receberem e compreenderem a informação. Pois nada adianta só gravar conteúdo, na sua linguagem e a linguagem que você entende, pois o seu objetivo é se conectar com o seu público, o cliente que muitas vezes é analfabeto, não sabe ler, não estudou, então é imprescindível o advogado falar na linguagem que conecte com o cliente, para que o objetivo seja alcançado. O que muito se discuti no digital é que pessoas se conectam com pessoas, seja uma pessoa ao transmitir conteúdo, seja humanizado, o cliente não quer saber de leis e nem de provimentos, ela quer uma solução, somente deseja saber se o problema dele tem solução e como. 

Retornando para a linguagem, ela deve ser clara, objetiva e respeitosa, evitando expressões sensacionalistas ou que possam induzir o público a interpretações equivocadas. Essa abordagem é especialmente sensível na advocacia previdenciária, onde muitos clientes estão em situações de vulnerabilidade e dependem de informações precisas e confiáveis para tomar decisões importantes, e é onde só aumenta a oportunidade dos advogados em conquistar mais uma ação para lutar e solucionar. A seguir, para aprofundar o conhecimento técnico, será apresentado pontos principais do provimento nº 205/2021: 

Publicidade Informativa como Pilar Central, aqui é enfatizado que a publicidade permitida para advogados deve ser informativa, com o objetivo de educar o público sobre questões jurídicas. Outro ponto inquestionável é a proibição da mercantilização dos produtos jurídicos, a OAB veda qualquer prática que transforme o serviço jurídico em um produto de mercado, como promoções, descontos, anúncios sensacionalistas ou promessas de resultados são expressamente proibidos. Um terceiro ponto é usar a ética profissional nas redes sociais, uso de plataformas como Instagram, Facebook, Tik Tok, Kwai, mas com restrições. As publicações devem respeitar a sobriedade e evitar comparações com outros advogados. Além disso, o uso de patrocinados é permitido, desde que o conteúdo continue informativo e respeite os limites éticos. Muitos se questionam o que seria esse patrocinado no marketing jurídico, seria o uso das plataformas como: meta ads e google ads para alcançar mais rápido o sue cliente ideal. Embora o uso de publicidade paga seja permitido, ele deve ser limitado com moderação e orientação ao caráter informativo. A OAB considera inaceitáveis anúncios que utilizem frases chamativas como “contrate agora” ou que apresentem vantagens financeiras. A OAB proíbe rankings de advogados ou escritórios, bem como a utilização de receitas públicas em plataformas como Google Reviews. Essa norma busca evitar concorrência desleal e possíveis distorções na percepção do público.

Essas regras traduzidas de forma mais clara e prática visam equilibrar a necessidade de modernização da advocacia com a preservação de sua essência ética. Advogados previdenciários, para lidar com clientes em situações de vulnerabilidade, precisam ser ainda mais cautelosos para garantir que a comunicação digital não seja interpretada como uma exploração dessas questões específicas. Com a aplicação do Provimento nº 205/2021, o marketing jurídico deixa de ser visto como uma ameaça à ética e passa a ser encarado como uma ferramenta jurídica e necessária para educar o público, fortalecer a presença digital dos advogados e ampliar o alcance de informações jurídicas de qualidade.

Ademais, a visão tradicional sobre a prática da advocacia tem raízes em uma percepção histórica e cultural da profissão como um campo altamente formal e inalcançável, a 50 anos atrás, os advogados eram escassos e extremante respeitados, um “doutor” e por isso, ficou na percepção deles a necessidade de se manter sempre formal, mas nos tempos atuais isso mudou e muitos precisam deixar de lado a visão tradicional e focar na visão atual que necessita da presença digital. Essa abordagem tradicional, predominantemente entre advogados mais antigos, valoriza a confiança construída exclusivamente por meio de recomendações boca a boca e da excelência no exercício da profissão. Entretanto, essa visão tradicional frequentemente entra em conflito com a critério do mundo digital e do marketing jurídico moderno, pois é apresentando mais resultados estar no digital só que ainda fazer parte da visão tradicional, a famosa advocacia “boca a boca”.

Na atualidade, os profissionais que trabalham assessorando os advogados visualizaram a necessidade e o aumento da abertura no Marketing Digital para a área jurídica, a transformação digital em todas as áreas profissionais declaradas que a presença online deixou de ser opcional. Para advogados previdenciários, que lidam com uma clientela muitas vezes vulnerável e em busca de informações rápidas, estar no ambiente digital é uma forma de oferecer acesso à justiça. A mudança de mentalidade exige entender que o marketing jurídico, quando bem aplicado, não é um exercício de autopromoção, mas de prestação de um serviço público.

Em conclusão ao contexto acima, a resistência ao marketing jurídico entre advogados tradicionais é compreensível, dado o peso histórico e cultural que permeia a profissão. No entanto, o mundo digital exige adaptação e flexibilidade. A mudança de atitude não apenas promove a sobrevivência profissional no mercado competitivo, mas também enriquece a forma como a advocacia é percebida e exercida na sociedade moderna.

Além disso, é importante ressaltar que o marketing jurídico é uma ferramenta poderosa para advogados que buscam se destacar no mercado altamente competitivo, especialmente para aqueles que atuam em nichos específicos, como: advogados que atuam com empréstimos consignados. Em um cenário em que as pessoas estão cada vez mais conectadas à internet e buscam soluções rápidas e claras para suas questões jurídicas, o marketing digital permite aos advogados direcionar suas campanhas de forma estratégica e eficaz, como mencionado, permiti direcionar um vídeo exclusivo para mulheres que recentemente tiveram filho com a informação que elas podem receber salário maternidade, assim, isso aumenta o potencial de fechamento de contrato, maximiza o faturamento do escritório de forma simples, pois o advogado só consegue visitar um cliente por vez, mas usando publicidade paga, ele pode chegar a 5,10,10000 casas na mesma hora. No caso dos advogados previdenciários, o marketing jurídico oferece uma oportunidade única de atingir um público com necessidades muito específicas, como aposentados, segurados do INSS e pessoas com deficiência. Outro exemplo, o marketing digital consegue localizar possíveis pessoas com mais de 65 anos, com renda baixa e que não recebe, assim o advogado já investiga se ele tem ou não benefício, se não, pode possivelmente receber o famoso BPC LOAS. 

Ao focar em um nicho, o advogado pode desenvolver uma comunicação mais direta e personalizada com o público-alvo, exemplificando novamente: quero que só mulheres ou só homens vejam meu vídeo x. Em vez de tentar atingir um público genérico, ele pode produzir conteúdo focado nas questões jurídicas que afetam diretamente esses grupos, como a aposentadoria por invalidez, a revisão de benefícios e os direitos dos segurados. Isso permite que o advogado se torne a primeira opção para quem busca informações ou necessidades de assistência jurídica especializada. Outro exemplo prático, um advogado pode segmentar suas campanhas para pessoas acima de 55 anos, com interesse em informações sobre aposentadorias ou benefícios por incapacidade. Isso não só economiza recursos, mas também aumenta significativamente as chances de conversão, pois o conteúdo é entregue diretamente a quem realmente precisa da informação e do serviço. 

O marketing digital também favorece a construção de uma marca sólida, que vai além do simples alcance de novos clientes. Advogados que se posicionam de forma clara e objetiva nas plataformas digitais não apenas atraem mais clientes, mas também constroem uma identidade que reflete seus valores e a qualidade dos serviços prestados. No caso da advocacia previdenciária, isso é ainda mais importante, pois a confiança é um fator decisivo na escolha de um advogado, especialmente quando os clientes estão lidando com questões tão significativas, como aposentadoria ou benefícios assistenciais.

Por fim, o marketing jurídico é uma ferramenta que não apenas facilita o crescimento do advogado em um mercado competitivo, mas também permite que ele se posicione como um líder em sua área de atuação. Com uma abordagem focada e uma comunicação consistente, o advogado previdenciário pode construir uma base sólida de clientes que não apenas buscam seus serviços, mas que também o recomenda para outros, ajudando a expandir ainda mais sua presença no mercado e sua autoridade no nicho. O marketing digital, portanto, oferece uma oportunidade única para os advogados especializados em previdência se diferenciarem, conquistando novos clientes e fidelizando os mais antigos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O marketing jurídico, especialmente no contexto da advocacia previdenciária, tem se tornado uma ferramenta cada vez mais relevante no cenário atual, a procura por esse tema aumentou drasticamente, e há falta de profissionais capacitados para atender a demanda de advogados que buscam o marketing digital, principalmente devido à transformação digital e os resultados apresentados em contratos fechados após esses investimentos. Durante este trabalho, buscamos compreender como o marketing jurídico se apresenta não apenas como uma forma de atrair clientes, mas como uma estratégia essencial para diferenciar os advogados no mercado competitivo, faz se compreender os desafios e as implicações e a necessidade dessa presença. A adaptação ao ambiente digital, apesar dos desafios éticos e da resistência de alguns profissionais mais tradicionais, surge como uma oportunidade única para os advogados, especialmente aqueles que atuam em nichos como a advocacia previdenciária, se destacarem e se aproximarem de seus clientes de maneira mais eficaz.

Ao longo deste artigo, observamos que, embora o marketing jurídico possa ser visto como uma inovação dentro do setor, ele também é regulamentado de forma estrita pela Ordem dos Advogados do Brasil, com o Código de Ética e Disciplina e o Provimento 205/2021 orientando a prática para garantir que as ações dos advogados respeitem os princípios de dignidade e responsabilidade da profissão. Uma gestão equilibrada entre o marketing digital e as limitações éticas é fundamental para garantir que os advogados se posicionem de maneira profissional e eficaz no mercado.

A resistência ao marketing jurídico, particularmente entre advogados mais antigos, foi abordada, demonstrando que a mudança de mentalidade é essencial para a evolução da profissão. A adaptação a novas formas de comunicação e a abertura para a utilização de plataformas digitais são passos importantes para se conectar com o público moderno, que busca cada vez mais atendimento imediato e personalizado. 

Finalmente, a análise dos benefícios do marketing jurídico para advogados previdenciários, focados em nichos como aposentadoria, benefícios do INSS e deficiências, demonstrada que a segmentação e a personalização das estratégias de marketing são fundamentais para o sucesso. Ao direcionar campanhas específicas para públicos que visam serviços especializados, os advogados podem não apenas atrair mais clientes, mas também construir uma proteção sólida de especialistas, aumentando sua visibilidade e competitividade no mercado.

Portanto, as considerações finais reforçam que o marketing jurídico não é apenas uma necessidade do presente, mas uma estratégia inteligente que, quando bem aplicada, pode fornecer uma diferenciação significativa para advogados previdenciários. A presença digital não é mais uma opção, mas uma ferramenta essencial para o crescimento e a consolidação de um escritório de advocacia no cenário contemporâneo.

REFERÊNCIAS

Software Jurídico EasyJur

Importância e desafios de advogar no mundo digital

Marketing jurídico: qual a sua importância e principais desafios?

https://www.oab.org.br/leisnormas/legislacao/provimentos/205-2021