MARKETING DIGITAL EM PEQUENAS EMPRESAS DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7989654


Natalha da Silva Fernandes


RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo apresentar e analisar os fatores que compõem a importância e as consequências do marketing digital nas redes sociais para as pequenas empresas no contexto pandemico de Covid-19 em 2020. O aumento do uso da internet fez com que houvesse uma maior viralizações de conteúdos, sendo assim, esse contexto se fez necessário adaptações de microempreendedores para o alcance de seu público alvo e dos resultados necessários. Portanto, o trabalho apresenta as redes sociais e o marketing como ferramentas essenciais durante a pandemia.

Palavras-chave: Mídia social, marketing digital, micronegócio, rede social, Covid- 19.

1. INTRODUÇÃO

Em dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) obteve um alerta acerca de casos do novo coronavírus sendo caracterizado pela sua alta capacidade de proliferação e desenvolvimento de sintomas leves e graves nos indivíduos podendo os efeitos graves levar a óbitos ou deixar sequelas, inicialmente foi achado na China mas que logo se espalhou pelo mundo. No Brasil, o primeiro caso foi identificado em fevereiro e em abril já contava com mais de 70 mil casos e mais de 5 mil mortes (MINISTÉRIO DA SAÚDE), sendo necessário as medidas de isolamento social e fechamento dos comércios.

Essas medidas necessárias para a contenção do vírus influenciou diretamente na economia do país e foi necessário novas formulações e adaptações de pequenas empresas para não sofrerem negativamente com a crise e falirem, nesse contexto o mundo que antes já era digital ficou mais on-line ainda pois a internet se tornou praticamente uma ferramenta única de estudo, trabalho e interações. Entretanto como desafio, as novas formas de fazer marketing se tornaram viral e concorrido sendo necessário constantes inovações.

O trabalho se propõe a responder a seguinte questão: Quais são os desafios encontrados por essas pequenas empresas nessas novas formas de fazer marketing digital neste contexto pandêmico?. Sendo necessário entender o marketing digital assim como os impactos da COVID-19 nessas empresas e as redes sociais como ferramentas. Em respeito a metodologia, foi adotado foi a revisão bibliográfica com consultas a artigos científicos, periódicos e sites confiáveis.

2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

2.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Foi encontrado alguns trabalhos/artigos acerca do marketing digital em pequenas empresas abordando o contexto histórico e social principalmente no período de 2015 até 2019. O presente trabalho seguiu com base em duas bibliografias fundamentais:

“decisão de compras pela internet: uma análise a partir do tempo de utilização de mídias sociais e da interatividade com a marca” de MENEGATTI (2017) e o estudo de PORTER (2015) acerca das estratégias competitivas. Entretanto, não foram achados artigos/livros acerca da pandemia relacionado ao marketing digital (uma vez que esse contexto se estende até o presente momento), foi necessário a análise de dados e informações em sites confiáveis.

2.2 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida através do método de pesquisa bibliográfica que segundo Severino (2007) é caracterizada através do registro de pesquisas já realizadas em livros, artigos, teses e/ou documentos impressos. A abordagem escolhida foi a qualitativa que visa a compreensão do contexto e comportamentos dos indivíduos (MINAYO, 2004)

2.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS

O marketing digital é, sobretudo, uma forma mais atual de se fazer marketing com a utilização dos meios tecnológicos para alcançar o público daquela determinada empresa. Segundo Cintra (2010), o marketing online se tornou uma forma de melhorar o relacionamento com o cliente através da internet com comunicações 24horas por dia, assim como pode ser feitas pesquisas de satisfação e coleta de dados.

As redes sociais são as ferramentas mais usadas nesse processo, visto que há a facilidade (comparada aos outros anos) de adquirir equipamentos eletrônicos como celulares, computadores, tablets e outros. Com o tanto de informações diárias que os indivíduos recebem, é necessário que a empresa esteja sempre se reinventando e adotando as tendências para continuar mantendo bons resultados perante as suas concorrentes.

A pequena empresa é caracterizada pela propriedade de um só indivíduo ou de um pequeno grupo, sendo financiado praticamente pelos proprietários e, atualmente, é a categoria que mais gera emprego formal (80%) e a mais complicada de sobreviver durante uma crise como a gerada pela pandemia de coronavírus, causador de 500 mil mortes (até julho de 2021) e mais de 10 milhões de redução ou perca de emprego. Houve então o aumento do comércio digital (aumento de 83%) e a necessidade das pequenas empresas a se adaptarem mais ainda nessa modernidade. Consoante a isto, o marketing digital para essas empresas e seu domínio se tornou fatores essenciais para a sobrevivência desses empreendimentos nesse contexto social e econômico.

3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Marketing digital

O marketing digital surgiu da necessidade do marketing em acompanhar o avanço tecnológico mundial e na utilização da internet como meio de comunicação, propaganda, publicidade e entre outras ferramentas do marketing. Uma vez que o marketing é uma atividade com o intuito de satisfazer e entender os desejos do consumidor (SIQUEIRA, 2005), é imprescindível que o surgimento da internet e das tecnologias (como a facilitação do acesso a smartphones) foi a porta de entrada para uma nova forma de fazer marketing. Segundo Limeira

“Com a evolução da tecnologia da informação e da comunicação especialmente a internet, o marketing interativo evolui para o marketing eletrônico ou e-marketing, também conhecido como marketing digital, conceito que expressa o conjunto de ações de marketing intermediadas por canais eletrônicos – por exemplo, a internet -, em que o cliente controla a quantidade e o tipo de informação recebida.” (LIMEIRA, 2010. p. 10, Grifo do autor).

Segundo Menegatti (2017, p. 44), as empresas necessitam do entendimento e conhecimento do contexto digital para que ocorra a identificação das formas necessárias para alcançar os seus objetivos, ou seja, é necessário que as empresas entendam e se aproximem das novas tecnologias disponíveis e suas novas variações, investindo e pesquisando nas plataformas para a aproximação dos seus consumidores. O ambiente virtual passou a ser fundamental na sociedade com novas tecnologias saindo e se reinventando a cada ano fazendo com que os indivíduos estejam cada vez mais online, especialmente as compras e consumo passaram a serem feitas via o comércio eletrônico.

A internet proporcionou ao consumidor uma maior facilidade de escolha e busca (antes era necessário ir até o local e agora é possível ter todos os preços e disponibilidades em um só lugar), assim como facilitou na relação entre empresa e consumidor onde é possível escutar as opiniões e desejos de seu público algo extremamente positivo para a empresa. Em consequência, as empresas agora precisam se atentar muito mais pois os clientes ficaram mais exigentes e usam das ferramentas como meios para buscar conhecimento sobre o produto que está sendo oferecido assim como os comentários de outros usuários, fazendo com que as empresas necessitam se aperfeiçoar e entregar serviços de qualidade em todos os âmbitos, já que a aceitação de um produto se torna mais fácil assim como sua negação.

Contudo, o e-marketing é entendido como estratégias conjuntas utilizando da tecnologia pelas empresas para promover, informar, comunicar e/ou vender para seu público alvo sendo possível a personalização e praticidade na comunicação e alcance de seus serviços.

3.2 Mídias sociais como ferramentas

O marketing digital utiliza das mídias sociais para buscar o alcance de seu público alvo, sendo comum ver o mesmo estabelecimento utilizando várias redes sociais para se aproximar e facilitar a comunicação empresa-cliente, assim como as adquiriram o e-commerce já que esse tipo de comércio proporciona a conveniência, informação e comodidade para o público (KOTLER, 2000; P.683).

Inicialmente, o e-mail foi o principal meio a ser usado e é permeado até hoje por sua facilidade de espalhar informações, descontos, novos produtos e outros.

Devido ao seu formato digitalizado, não são necessárias cópias impressas, o envio e entrega são imediatos e é uma prática confiável e barata, que permite filtragem de conteúdo mediante às preferências do usuário, o que pode atrapalhar empresas anunciantes. Também se pode armazenar as mensagens por tempo indeterminado. (Ogden e Crescitelli, 2007)

Entre as redes sociais mais comuns no Brasil, o Facebook e Instagram são os mais acessados durante a pandemia segundo os dados divulgados pela Comscore (2020), sendo o facebook com um alcance de 65% e o instagram com 72% de share de ações. Entretanto, os vídeos curtos passaram a ser viralizados e ajudaram no marketing e divulgações durante esse período, sendo o Tiktok uma rede social nova que conseguiu atingir 34% dos usuários digitais.

Com as redes sociais enraizadas na sociedade, surgiu a categoria criadores de conteúdo ou influenciadores digitais que são indivíduos que trabalham com imagem nessas redes, possuem bastantes seguidores e, consequentemente, influência. Porter (2015) diz que é necessário estabelecer um perfil do influenciador para representar seus negócios sendo garantido que eles se identifiquem com seus produtos. A figura 1 ilustra bem o alcance e o espaço que os influenciadores estão ganhando e a sua relevância.

figura 1.

Sendo assim, Porter (2015) discute acerca da importância da parceria entre empresas e influenciadores em um relacionamento de ganho mútuo, pois ambos possuem o desejo de expandir seu alcance e público, portanto, uma aliança pode fazer com que a empresa alcance públicos além de seu nicho básico.

3.3 Impactos da COVID-19 nas pequenas empresas

Os casos de Coronavírus no Brasil no início de maio fez com que houvesse a necessidade de medidas para a contenção do vírus como: o isolamento social; fechamento dos comércios, escolas e universidades; uso de máscaras; distanciamento; redução de capacidade nos transportes e estabelecimentos. Essas medidas fizeram com que houvesse um aumento no desemprego das empresas e trabalhadores que lidavam diretamente com o público físico, principalmente os trabalhadores informais, totalizando quase 10 milhões de redução de salário ou demissões segundo o site do G1 (2020).

As pequenas empresas configuram 80% dos empregos formais e passar pela pandemia/crise e não falir foi um grande desafio, segundo o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) quanto menor o porte da empresa se torna mais difícil de se manter nesse contexto sendo o comércio o segmento mais difícil de sobreviver.

Entretanto, houve uma abertura de em média 626.883 micros e pequenas empresas durante o ano de 2020.

Kotler (2000) define o comércio eletrônico como uma transação virtual com a realização de compras e troca de dados virtuais, através da conectividade. O comércio online se tornou a melhor alternativa para a sobrevivência nessa conjuntura, pois no Brasil passou a ter em média 13 milhões de pessoas que adotaram esse tipo de método de compra, fazendo o setor crescer em 83% em 2020 segundo a Neotrust. Tal dado revela a importância da adesão de pequenas empresas pela internet e seus meios como uma forma de acompanhar as mudanças e exigências da população.

Em consequência ao uso extremo dos meios de internet durante esse período e as crescentes empresas que esse meio oferece, às pequenas empresas necessitam aprimorar cada vez mais a sua inteligência competitiva na tentativa de conhecer seus concorrentes e estar um passo à frente, pois agora além de concorrer com grandes empresas também concorrem com vendedores independentes que muitas das vezes oferecem preços mais baixos e um público mais concentrado. A inteligência competitiva busca investigar o contexto inserido para descobrir as oportunidades e minimizar os riscos elaborando estratégias de curto, médio e longo prazo (VALENTIM, 2003)

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho buscou apresentar a importância do marketing digital para as pequenas empresas em um contexto delicado onde milhares de pessoas tiveram que se reinventar economicamente e estrategicamente ao mesmo tempo em que lidavam com o luto das inúmeras perdas causadas pelo Covid-19. Dito isso, foi nessas condições que houve o aumento do uso da internet para que ocorresse uma maior conexão dos indivíduos entre si e das empresas com seus clientes, em sua maior parte feitas pelas redes sociais.

Essa adesão das redes sociais cada vez mais frequente fez com que surgissem quatro fatores: o comércio digital, a urgência dos conteúdos (viralização), o crescimento de empresas (e, consequentemente, da competitividade) e novos métodos de fazer o marketing (como por exemplo: o uso de influenciadores) . O resultado da junção dos quatros é a preocupação das pequenas empresas ao precisarem se adequar às novas fórmulas e cenários que o marketing digital proporciona, como uma alternativa para o enfrentamento dos desafios que vieram junto à pandemia.

Consoante a estes fatos, o trabalho cumpre sua proposta de expor as dificuldades que as pequenas empresas enfrentam durante esse contexto.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGÊNCIA BRASIL. Mais de 620 mil micro e pequenas empresas foram abertas em 2020. 2021. Disponível em:<https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2021-04/mais-de-620-mil- micro-e-pequenas-empresas-foram-abertas-em-2020>. Acesso em: 22 jul 2021.

G1. Como a pandemia ‘bagunçou’ a economia brasileira em 2020. 2021. Disponivel em: <https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/12/12/como-a- pandemia-baguncou-a-economia-brasileira-em-2020.ghtml>. acesso em: 22 jul 2021

KOTLER, P. Administração de Marketing, a edição do novo milênio. São Paulo,:Prentice Hall, 10º Ed, 2000.

LIMEIRA. T.M.V. e-marketing: o marketing na internet com casos brasileiros. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 3 – 56.

MENEGATTI, M. S.; RIBEIRO, I.; MENEGATTI, M. R.; SERRA, F. A. R. Decisão de compras pela internet: uma análise a partir do tempo de utilização de mídias sociais e da interatividade com a marca. Revista Brasileira de Marketing, v. 16, n. 1, p. 41- 54, 2017

MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 23. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.

Ministério da Saúde. Portaria nº 188, de 03 de fevereiro de 2020. Declara Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) em decorrência da infecção humana pelo novo coronavírus (2019-nCoV). Diário Oficial da União 2020; 4 fev.

OFICINA DA NET. Brasil é o segundo país do mundo que passa mais tempo nas redes sociais. 2021. Disponível em: <https://www.oficinadanet.com.br/midias_sociais/36951-brasil-e-o-segundo-pais-do- mundo-que-passa-mais-tempo-nas-redes-sociais/>. Acesso em: 22 jul 2021.

OGDEN, J. R.; CRESCITELLI, E. Comunicação integrada de marketing: conceitos, técnicas e práticas. James R. Ogden, Edson Crescitelli; tradução Cristina Bacellar. – 2. Ed. – São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

SIQUEIRA, A. C. B. Marketing empresarial, industrial e de serviços. São Paulo: Saraiva, 2005.

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2007.

VALENTIM, M. L. P. A construção de conhecimento em organizações (1). Londrina: Infohome, 2003.