Dra. Maria Luiza Caires Comper (BA)
Fisioterapeuta. Doutora em Fisioterapia pela Universidade Cidade de São Paulo (2015). Professora Adjunta da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). Pesquisadora Integrante do Ergonomics and Occupational Health Brazilian Research Group (ErgOH). Coordenadora do Núcleo de Estudos em Semiologia e Propedêutica Clínica (NESPc).
CONTEXTUALIZAÇÃO: As lesões por esforço repetitivo ou os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (LER/DORT) representam as doenças ocupacionais mais prevalentes em todo o mundo, acometendo trabalhadores de diversos ramos de atividades. No campo da Atenção Básica, o manejo das LER/DORT inclui um conjunto de ações, norteadas pelo diagnóstico situacional, que se destinam à promoção, prevenção e reabilitação da saúde dos trabalhadores.
DESENVOLVIMENTO: O diagnóstico situacional deve ser construído, de modo participativo, com dados relacionados ao perfil produtivo e epidemiológico da população de trabalhadores do território. O perfil produtivo avalia as demandas ocupacionais, modos de produção, ambiente e organização do trabalho, fatores de risco ocupacionais presentes nos ambientes de trabalho. O perfil epidemiológico estabelece um panorama das características demográficas dos trabalhadores (idade, gênero, escolaridade, ocupação) e de incidência ou prevalência das lesões musculoesqueléticas relacionadas ao trabalho.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: O reconhecimento dessas informações é fundamental para nortear o planejamento e a implementação de medidas efetivas para a realização de ações de promoção de saúde e de melhores condições de trabalho e prevenção de LER/DORT. No tocante ao cuidado de trabalhadores com diagnóstico de LER/DORT é importante que as ações realizadas estejam voltadas às necessidades desses indivíduos, considerando os impactos diretos sobre a saúde, atividades de vida diária e laborais dos indivíduos e qualidade de vida. O apoio matricial pelos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador e de outras instâncias do Sistema Único de Saúde representa um facilitador para a realização das ações mencionadas.
LEITURA COMPLEMENTAR:
BRASIL. Portaria nº 1.823, de 23 de agosto de 2012. Institui a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora. Diário Oficial da União,2012. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt1823_23_08_2012.html.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Saúde do trabalhador e da trabalhadora. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2018. 136 p. (Cadernos de Atenção Básica, n. 41). Versão preliminar eletrônica. Disponível em: http://renastonline.ensp.fiocruz.br/recursos/caderno-atencao-basica-41-saude-trabalhador-trabalhadora.
COMPER, Maria Luiza Caires et al. Diagnóstico de demandas ocupacionais no território e intervenção em Saúde do Trabalhador. Revise. v. 4, n. 00.2020. Disponível em: https://www3.ufrb.edu.br/seer/index.php/revise/article/view/1818.
DIAS, Elizabeth Costa; SILVA, Thais Lacerda. Contribuições da Atenção Primária em Saúde para a implementação da Política Nacional de Saúde e Segurança no Trabalho (PNSST). Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, v. 38, n. 127, p. 31-43, 2013. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0303-76572013000100007&script=sci_arttext.
MATA, Matheus de Sousa et al. Dor e funcionalidade na atenção básica à saúde. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 16, n. 1, p. 221-230, 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232011000100025&lng=en&nrm=iso.
SOUZA, Thiago Santos de; VIRGENS, Liliam Silva das. Saúde do trabalhador na Atenção Básica: interfaces e desafios. Revista brasileira de saúde ocupacional, São Paulo, v. 38, n. 128, p. 292-301, 2013. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0303-76572013000200016&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em: 01/04/2020.