LIBERTINAGEM/DISCIPLINA DENTRO DA SALA DE AULA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10248151211


 Valdir Firmino de Souza1
  Mylena Francylle Medrado da Silva Lima2
  Lucimar Almeida Costa Souza3
  Heloisa da Silva Duarte4
  Orcina Cândida Sobrinho Neta Lima5
Juliana Sousa Ribeiro Freitas6
Valdirene Pereira Santana Langer7
Regiane Cristina da Silva Araújo8
Dulcelene Oliveira Nunes9
Lucimara Dias da Mata Souza10
Regina Celia da Silva Leite11


RESUMO

A escola é o espaço onde a intervenção pedagógica direcionada promove a produção do conhecimento. No entanto, tem priorizado o desenvolvimento da área cognitiva em detrimento à área afetiva, deixando lacunas na formação integral do indivíduo. Considerando que o homem é um ser que pensa e sente concomitantemente, o presente trabalho discute a intrínseca relação entre libertinagem, afetividade e cognição a partir de elementos teóricos e praticos que evidenciam a influência da afetividade e a indiciplina escolar na aprendizagem e a relação interpessoal professor/aluno/familia como um dos fatores determinantes na construção da autoestima e, consequentemente, na eficácia do processo educativo. Salienta-se ainda a necessidade do profissional da educação estar subsidiado teoricamente em uma abordagem emocional/afetiva e intelectual, bem como a importância da parceria entre escola e família, imbuídos na empreitada da construção de uma educação mais humanizada e humanizadora.

Palavraschave: Dedicação, Respeito, Paciência, Amor e compreensão.

ABSTRAT

School is the space where targeted pedagogical intervention promotes the production of knowledge. However, it has prioritized the development of the cognitive area to the detriment of the affective area, leaving gaps in the integral formation of the individual. Considering that man is a being who thinks and feels simultaneously, this paper discusses the intrinsic relationship between libertinism, affectivity and cognition based on theoretical and practical elements that highlight the influence of affectivity and school discipline on learning and the interpersonal relationship between teacher/student/family as one of the determining factors in the construction of self-esteem and, consequently, in the effectiveness of the educational process. It also emphasizes the need for the education professional to be theoretically supported in an emotional/affective and intellectual approach, as well as the importance of the partnership between school and family, imbued in the endeavor of building a more humanized and humanizing education.

Keywords: Dedication, Respect, Patience, Love and understanding

INTRODUÇÃO:

Convivemos no tempo onde a dimensão da liberdade segue o caminho da libertinagem, ou seja, o uso da liberdade sem levar em conta o bom senso. Tudo pode ser feito e a liberdade torna-se algo de deboche, devassidão, depravação e desmoralização para quem pensa ser livre. Essa dimensão equivocada de liberdade remete-nos ao outro lado do convívio social, onde percebemos que nem todos estão preparados para o pleno convívio do ser livre.

Disciplina representa a maneira de agir do indivíduo, em sentido de cooperação, bem como de respeito e acatamento às normas de convívio de uma comunidade. As crianças indisciplinadas não admitem receber ordens e não aceitam regras, nem tão pouco, limites impostos.

Outro aspecto de grande relevância é a família, problemas de diversas ordens podem acarretar na indisciplina escolar, talvez esse aluno conviva em um lar desestruturado onde os pais não se respeitam e assim reproduzem o que presencia em casa na escola.

A escola sofre reflexos do meio em que está inserida. O problema disciplinar é frequentemente, repercutidos nos conflitos da família e do meio social envolvente. Indisciplina escolar tem sido o tema de inúmeras discussões no meio educacional. É um fenômeno que não se limita apenas a alguma classe social, faixa etária, gênero ou cultura específica. Sendo assunto de diversas investigações devido a sua propagação nas escolas que apresentar um crescimento alarmante.

Em um ambiente onde não há compreensão, dialogo amor e socialização familiar; com certeza tem-se um sentimento de revolta, e desgosto e uma criança que nasce em um lar desequilibrado; onde não existe a afetividade familiar, logicamente, sentirá rejeitado pela vida, o desanimado, e a tendência será descontar, em tudo e todos a sua revolta. Assim podemos ver que a indisciplina lamentavelmente gera graves transtornos, em sala de aula e até mesmo na escola, demonstrados através do descumprimento de regras como também pela falta de limites que os alunos evidenciam desafiando aos professores por meio de atividades agressivas.

Várias discussões são abertas a respeito da indisciplina tentando encontrar o agente causador de tal princípio. E em meios de tantos questionamentos a fim de encontrar o verdadeiro culpado a este descaso tem gerado problemas gravíssimos para o processo educativo. No entanto muitas vezes, estas manifestações podem ser vistas também como uma forma de se mostrar para o mundo, mostrar sua existência, em muitos casos o indivíduo tem somente a intenção de ser ouvido por alguém, então para muitos alunos indisciplinados a rebeldia é uma forma de expressão.

Nos últimos tempos, observamos várias mudanças em relação ao conceito de família, não existe mais um padrão e sim uma variedade de padrões familiares e em constantes desenvolvimentos. Independente desses conceitos, sabemos que a família está diretamente associada as atitudes de comportamento da criança. Nela é o lugar onde a criança tem suas primeiras experiências educacionais e sociais.

Outro aspecto social que influenciou muito nesse processo libertinagem/indisciplina é pandemia causada pelo novo coronavírus que  provocou um cenário  inédito de isolamento social, com rápida transição para o ensino remoto e um impacto enorme no aspecto emocional de milhões de estudantes, educadores e famílias. A euforia pelo retorno às aulas presenciais e o reencontro com os colegas, deu lugar até então inesperado: ansiedade, bullying, agressões, insatisfação entre outros. Desde a retomada das aulas, educadores e pais constataram um aumento expressivo na indisciplina de crianças e adolescentes, com desrespeito a regras e o não cumprimento de tarefas.

Se antes existia uma expectativa pelo retorno da convivência com os colegas, muitos agora, apresentam dificuldades em socializar pessoalmente. Hoje muitos estão passando ainda mais tempo no celular durante o intervalo, além da própria indisciplina de usar o aparelho em sala de aula. A pandemia desestimulou muito os alunos, não só com os estudos, mas também com amizades.

Segundo os professores um dos maiores desafios na atualidade é conviver com alunos indisciplinados, isto tanto na rede pública como também na privada. O que nos leva a questionar-nos o que realmente estão levando jovens e crianças a serem violentos indisciplinados. E por que o atual professor não consegue obter o equilíbrio de seus alunos; onde em muitas conversas ouvimos dizer que antigamente os alunos não eram tão agressivos como os de hoje.

A atual situação educacional tem mostrado altos índices de libertinagem/indisciplina nas escolas. Levando isso em consideração, observa-se a existência de dúvidas por parte da equipe pedagógica e docentes das instituições escolares. Dentre elas a que mais se destaca é: Como a escola deve proceder diante do aumento de casos de indisciplina? Considerando a gravidade do problema, torna-se necessário buscar ações conjuntas entre professores e gestores a preparação dos alunos para o exercício da cidadania e um melhor aproveitamento escolar.

Para Vygotsky (1996), quando se compreende a base afetiva da pessoa é que é possível compreender o pensamento humano. Ou seja, as razões que impulsionam os pensamentos, encontram suas origens nas emoções que as constroem. Evidenciam-se, portanto, a mútua relação entre as esferas afetivo/cognitivas, influenciando-se no processo evolutivo do conhecimento.

Sendo assim, as interações que ocorrem no âmbito escolar são pontuadas pela afetividade e é fundamental estimular a busca de mecanismos que viabiliza uma mediação afetivo-motivadora, uma vez que a afetividade habilita a pessoa a olhar para o outro, valorizando-o e instigando elementos como a autoestima, fator essencial para a aprendizagem e, consequentemente ao desenvolvimento das potencialidades do sujeito. No decorrer deste trabalho foi entreviatado varios professores das escolas do municipio de Barre do Garças; a onde tivemos o privilegio de conversar com o Celso professor a proximadamente vinte e cinco anos, a onde foi feito um questionamento para o professor.

Como podemos desenvolver uma aula satisfatória com alto índice de libertinagem em sala de aula?

De acordo com professor celso, alunos e professor pode desenvolver uma entrevista com os pais ou responsáveis para saber como era a sala de aula na época em que eles estudavam, e assim ressalta o professor trazer esses pais para participar do cotidiano escolar dos seus filhos pode resgatar a disciplina dentro de sala de aula; esse envolvimento é fundamental para o apredizado das crianças pois toda criança

tem orgulho dos seu pais.

Como podemos resgatar os valores necessários para trabalhar o tema” Libertinagem em sala de aula”?

O trabalho para coibir o excesso de indisciplina na escola não é uma tarefa facil, porque o alunado reproduz na escola os comportamentos que traz do ambiente externo a ela, isso quer dizer que no âmbito familiar não se cultiva os valores morais: respeito, solidariedade e os demais que são necessários ao bom convívio. Mesmo assim, a escola deve trabalhar por meio de projetos que envolve familia e educando, de forma que eles percebam a necessidade de mudança de atitude.

A gestão escolar oferece ajuda para sanar esse problema de indisciplina em sua escola?

Em nosso CMEI sempre que observamos indisciplina do aluno procuramos conversar com todos os envolvidos, a criança, a professora/monitora e a família.

Se necessário convidamos a psicóloga para conversar com a família e fazemos encaminhamento

CONIDERAÇÕES FINAIS

Embora o conceito de indisciplina/libertinagem escolar seja algo abrangente e controverso, tendo em vista que os diferentes autores – alunos, professores, gestores, etc. – apresentam abordagens distintas para uma mesma situação, alguns pontos importantes puderam ser extraídos tanto das pesquisas teóricas quanto dos questionários respondidos pelos professores da escola pública consultada.

De acordo com alguns autores estudados, a indisciplina se caracteriza, fundamentalmente, por um comportamento insubordinado às normas estabelecidas para o ambiente, se externalizando por meio da falta de educação ou o desrespeito pelas autoridades ou demais alunos, ou seja, um impedimento em se adaptar aos comportamentos esperados para determinado espaço. Contudo, não se pode confundir indisciplina com atitudes questionadoras, curiosidade ou necessidade de movimentar-se, pois o aluno faz parte da dinâmica escolar não apenas como ouvinte, mas como participante ativo nos processos de ensino/aprendizagem.

Com relação à pesquisa realizada na escola, observa-se a dificuldade em levantar informações através desse método de pesquisa, tendo em vista que alguns participante não devolveram os questionários entregues. Dentre as respostas obtidas, constata-se que, na visão dos professores, os fatores externos como a família, tem um peso maior nas questões relativas à indisciplina, pois a falta de participação dos pais na educação dos princípios básicos de convivência interpessoal propicia o surgimento ou agravamento de comportamentos desrespeitosos, excessivos ou descontextualizados.

Embora muitos professores utilizem a conversa como ferramenta para tratar dos casos de indisciplina, a maioria afirma que essas conversas não costumam surtir efeitos duradouros. Muitos pais não cumprem o acordado com a escola e os demais fatores sociais e culturais – como, por exemplo, a televisão e as mídias sociais – possuem uma influência muito marcante no comportamento dos alunos.

Observa-se também que os profissionais da educação questionados não atribuíram nenhum fator interno como possível causa da indisciplina, contrariando o que muitos autores que estudam o tema afirmam sobre isso.

Como proposta de novos estudos relacionados ao tema, verificou-se a necessidade de ampliar as investigações abrangendo outros pontos de vista, principalmente a indisciplina/libertinagem escolar sob a ótica da família, pois este segmento foi muito citado nas respostas dos questionários e seria extremamente importante observar como as relações escolares são percebidas pelos familiares e comunidade.

Referências:

LA TAILLE, Y; OLIVEIRA, M. K; DANTAS, H. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus Editorial, 1992.

VYGOTSKY, l. S. Teoria e Método em psicologia. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

https://www.webartigos.com/artigos/para-onde-iremos-com-essa-tal-libertinagem/87165

https://educador.brasilescola.uol.com.br/sugestoes-pais-professores/indisciplina-escolar.htm

https://monografias.brasilescola.uol.com.br/educacao/indisciplina-escolar.htm

https://monografias.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-indisciplina-na-escola.htm#indice_2

https://gauchazh.clicrbs.com.br/educacao-e-emprego/noticia/2022/04/inquietos-e-ansiosos-comportamento-de- alunos-em-sala-de-aula-e-desafio-apos-dois-anos-de-ensino-remoto- cl1gk4pvu004g017cmvttyya3.htmlhttps://tribunaonline.com.br/cidades/escolas-enfrentam-mais-bullying-e- indisciplina-apos-a-pandemia-115652