LEVANTAMENTO DA AVIFAUNA PARA O BIRDWATCHING EM REGIÕES POTENCIAIS – CASO PANTANAL DE CÁCERES/MT.

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7249090


Gisa Laura Maria Egues dos Reis1
Felippe Graziano Paiva Ciralli2


RESUMO

Este artigo teve como objetivo apresentar uma parte do resultado de um estudo de viabilidade para a prática do birdwatching na região do Pantanal de Cáceres considerando que a mesma é uma atividade do ecoturismo segmento promissor em regiões com rica biodiversidade e com potencial de contribuir com a renda local e a conservação do meio ambiente.  A metodologia de pesquisa foi qualitativa utilizando-se de diversos tipos de instrumentos e técnicas para coleta de dados como a pesquisa bibliográfica, observação in loco, levantamento qualitativo da avifauna conforme os critérios de viabilidade. A área que apresenta potencial para a prática da atividade de birdwatching é uma região que surgiu a partir da expansão da pecuária na região do Pantanal de Cáceres denominada de Estrada Boiadeira considerando sua extensão de 160 km com limites a fazenda Uberaba, nela foram identificados 90 espécies de aves do pantanal e cerrado em uma extensão de 60 km que é transitável nas estações de seca e cheia. Diante dos resultados apresentados a região da Estrada Boiadeira tem potencial para a atividade de birdwatching, devido a rica diversidade de avifauna, como há poucos estudos sobre as aves na região do Pantanal de Cáceres e principalmente na Estrada Boiadeira, não foi possível analisar algumas espécies. Vale ressaltar que o levantamento feito na Estrada Boiadeira gerou a primeira lista de aves do local e sua atualização deve ser uma constante. 

Palavras – chave: Birdwatching, Ecoturismo, Pantanal de Cáceres

1. INTRODUÇÃO

O Brasil possui cerca 1.785 espécies de aves catalogadas, essa grande diversidade coloca o país no terceiro lugar do ranking mundial como destino para a prática do turismo de observação de aves uma atividade do Ecoturismo promissora em regiões com rica biodiversidade de fauna e de flora e com principios de contribui com a renda local, com a consciência ecológica e a conservação do meio ambiente por meio da Educação Ambiental (EA) e estudos científicos (FIGUEIREDO, 2003). 

Segundo Cury (2016), o Pantanal é um bioma de planície alagável com extensão de 250 km², nele concentra-se a maior variedade da fauna de todas as Américas (JUNK e DA SILVA, 1999). Além disso, conta com 100 espécies de mamíferos, 50 de répteis, 1.100 de borboletas, 35 de anfíbios, 263 de peixes e 650 espécies de aves catalogadas. Por conta de sua preservação, recebeu o título de Patrimônio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera (ROSS et al, 2005). 

O Pantanal de Mato Grosso é considerado um berçário de aves, e chega a apresentar cerca de 465 espécies aves que, por sua vez, atraem turistas de toda a região do planeta. Mais especificamente, o Pantanal de Cáceres ocupa uma extensão territorial de 13.927,02 km², totalizando 9,01% da área total dos Pantanais Matogrossense (JUNK e DA SILVA, 1999). 

A psicosidade dos rios com 263 espécies de peixes e rios como o Paraguai e seus afluentes, o Jauru, o Sepotuba e o Cabaçal contribuem para o desenvolvimento do turismo de pesca, segmento este tido como o principal da região e a partir do qual surgiram os primeiros equipamentos turísticos como pousadas e hotéis que empregam um número considerável de pessoas em alta temporada (SUDRÉ, 2012).

Neves (2006) afirma que o turismo na região de Cáceres é desenvolvido de forma desordenada e não visa a valorização da comunidade local e a conservação ambiental, e considera o turismo de pesca uma atividade insustentável para a região, pois causa o desequilíbrio ambiental e afeta diretamente no estoque pesqueiro dos rios, impacta de forma negativa o turismo e as comunidades que fazem desse recurso natural a principal fonte de renda. Antes que ocorra o esgotamento dos recursos pesqueiros há a necessidade de se planejar novas alternativas econômicas para setor do turismo, e o ecoturismo é uma alternativa para o Pantanal. 

A pesquisadora deste trabalho em atividades educacionais na região do Pantanal de Cáceres na Estrada denominada de “Estrada Boiadeira”, desde o ano de 2007, observou um notório potencial da fauna e de paisagens passíveis para desenvolver o ecoturismo e que diante de todo o cenário apresentado sobre o turismo na região do Pantanal de Cáceres e observando os aspectos positivos do birdwatching  teve o objetivo de realizar um estudo de  viabilidade na região utilizando-se de critérios de implementação do birdwatching.

O artigo apresenta um breve revisão da literatura sobre aves e sua relação com o turismo e seus aspectos econômicos e ambientais. Em seguida explana-se a metodologia contextualizando a área onde foi feito a pesquisa e os instrumentos de coleta de dados, posteriormente os resultados e discussões baseados nos critérios de levantamento de aves para a pratica do birdwatching e por último as considerações finas.

2. AVES E SUA RELAÇÃO COM O TURISMO

2.1 BREVE HISTÓRICO SOBRE O SURGIMENTO DO BIRDWATCHING 

Há relatos que as primeiras atividades de lazer especificamente com as aves iniciaram por volta do século XVIII. O encantamento e a curiosidade pelas aves levaram os nobres ingleses da aristocracia a realizar eventos e competições que tinham como objetivo a caça de ovos, ninhos e espécies raras, e a cada caçada as espécies capturadas nas competições eram transformadas em troféus que serviam para ornamentar os imponentes castelos (MOSS, 2005). 

A primeira excursão organizada que se tem registro para observar aves e realizar o seu estudo científico aconteceu em Boston, nos Estados Unidos (EUA), no ano de 1873. A excursão foi organizada pelos ornitólogos e pioneiros William Brewster e Henry Henshaw, que criaram o primeiro clube de observação de aves, denominado de Nuttall Ornithological Club (MOURÃO, 2004). 

Em 1934, Roger Tory Peterson elaborou o primeiro guia de aves e este oportunizou pessoas comuns a conhecerem a diversidade da avifauna, as características morfológicas e comportamento, favorecendo estudos científicos de muitas espécies (MOURÃO, 2004). Na década de 1940, a atividade de observação de aves teve sua expansão nos EUA por meios de movimentos preservacionistas, incentivado pelo presidente da National Audubon Society. 

O movimento teve como objetivo sensibilizar os cidadãos norte americanos a não caçarem espécies como o gavião caramujeiro (Rostrhamus sociabilis), o grou-canadiano (Grus canadenses) e o carcará do norte (Caracara cheriway), mas sim observá-las, como meio para sua preservação. Essa iniciativa contribuiu com as primeiras excursões com guias especializados na região (MOURÃO, 2004). 

A primeira agência operadora especializada em atividades de observação de aves surgiu em 1970 nos EUA. Esta elaborava roteiros específicos para destinos considerados potenciais para se fazer a observação de aves raras. As excursões eram administradas pelos próprios observadores, o que resultou nos primeiros indícios que a observação de aves se tornava uma atividade puramente turística (PIVATTO e SABINO, 2005). 

A Organização Mundial do Turismo – OMT conceitua o turismo como uma atividade capaz de deslocar pessoas de forma voluntária para lugares diferentes do seu entorno habitual por um período inferior há um ano (12 meses), motivados por lazer, negócio, descanso e outros (OMT, 2001). O fenômeno turístico é uma atividade econômica que chega a gerar cerca de quatro trilhões de dólares, emprega mais de 204 milhões de pessoas, chegando a superar a indústria automobilística, eletrônica e petrolífera (DIAS e AGUIAR, 2002). 

O turismo cria diversas oportunidades de negócios como alojamento, transporte, equipamentos, lazer, vestuários, alimentos e bebidas, além de artesanatos que são consumidos por turista. Tudo isso gera empregos diretos e indiretos no local e por esse motivo o turismo é um setor importante da economia mundial (FULLANA e AYUSO, 2002). 

Neiman (2002) afirma que as viagens em ambientes naturais geram grande oportunidade de negócios, especificamente para o Turismo de Natureza (TN). Entende-se por TN as atividades de lazer que se desenvolvem em áreas naturais através de práticas como a observação e contemplação da fauna e da flora, a interação com o meio ambiente e outras paisagens, adicionando as características humanas da região visitada. Essa modalidade surgiu na Europa, motivada pela saturação do turismo de massa e acabou se tornando uma oportunidade para o aumento da consciência ecológica (MCKERCHER, 2002). 

Mckercher (2002) comenta que os segmentos que englobam a modalidade do TN são o turismo de aventura, o educacional, o científico e o ecoturismo. Este último diferencia-se dos demais por se tratar de um tipo de turismo mais responsável que causa ou deve causar um mínimo impacto ao meio ambiente. O ecoturismo busca desenvolver suas atividades de forma sustentável e tem um conjunto de princípios que devem ser seguidas e respeitadas durante a execução (DIAS, 2003). 

Destacam-se quatro princípios do ecoturismo: 1. Impacto ambiental mínimo; 2. Impacto mínimo sobre as culturas anfitriãs; 3. Máximo benefício econômico para as comunidades locais do país anfitrião; 4. Máximo de satisfação recreativa para os turistas participantes. 

O primeiro conceito sobre ecoturismo foi criado por Ceballos na década de 1982. Porém o autor na década de 1993, em uma publicação denominada de “Tourism ecoturismo and protected áreas”, fez uma revisão sobre o conceito e o definiu da seguinte forma: O ecoturismo é uma modalidade turística ambientalmente responsável, que consiste em viajar, ou visitar áreas naturais relativamente pouco perturbadas com o fim de desfrutar, apreciar e estudar os atrativos naturais (paisagem, flora e fauna silvestres) dessas áreas, assim como qualquer manifestação cultural (do presente ou do passado) que ali se possa encontrar, através de um processo que promove a conservação, tem baixo impacto negativo ambiental e cultural e propicia um envolvimento ativo e socioeconomicamente benéfico das populações locais (CEBALLOS, 1993, apud DIAS, 2003, p.110).

Segundo Figueiredo (2003), a observação de aves ou birdwatching é uma atividade turística do segmento do ecoturismo, por considerar que as aves dependem de áreas preservadas para a sua existência. Conforme Mourão (2004), a Inglaterra possui cerca de um milhão de observadores praticantes. Em outros países como na África do Sul, na Espanha, na França, no Japão e na Alemanha a atividade vem aumentando a cada ano. Já no Brasil, o número de adeptos à atividade é considerado baixo em relação a outros países. No Brasil, a atividade de observação de aves teve início nas décadas de 1970 e 1980, sendo mais incentivado nas regiões do Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro, que promoviam atividades de observação de forma isolada. Foi a partir da Conferência Internacional sobre o Meio Ambiente, a Rio 92 na década de 1990, que o birdwatching ganhou reconhecimento no Brasil. Neste evento, o país teve a divulgação dos biomas e destinos naturais divulgados por meio dos telejornais e internet, o que pode ter sido a mola propulsora, tanto para o ecoturismo quanto para a atividade de observação de aves no país (PIVATTO e SABINO, 2007). 

No ano de 1997, foi realizado o primeiro Encontro de Observadores de Aves e Turismo no Rio de Janeiro, porém sem muitos participantes. Em 2006, aconteceu o I Encontro Brasileiro de Observação e Aves (Avistar Brasil) em São Paulo, com a participação de instituições de ensino, operadoras de turismo, editoras, fotógrafos, associação de observadores de aves e estudantes com interesse nesse segmento. O sucesso do evento resultou no estímulo para a formação de mais clubes de observadores de aves no país e novas edições do evento. 

No V Encontro Brasileiro de Observação de Aves (Avistar Brasil) em 2012 verificou que o mercado do birdwatching no Brasil teve um grande avanço. Constatou-se que 25% dos empreendimentos turísticos que participaram no evento começaram a trabalhar com a atividade a partir do momento que receberam visitas de pesquisadores, fotógrafos e aficionados por aves (PIVATTO e SABINO, 2007). Para Pivatto e Sabino (2007) a observação de aves envolve lazer, pesquisa cientifica, exploração econômica, conservação e educação ambiental. É um tema importante e moderno no atual contexto de desenvolvimento do turismo brasileiro e há poucas pesquisas sobre essa área. 

Desta forma, a observação de aves visa listar diversas espécies e anotar suas características morfológicas e comportamentais no seu habitat natural. É uma atividade que demanda equipamentos específicos como binóculos e caderneta de anotações, um guia de campo contendo as espécies. Equipamentos como luneta, tripé, gravador digital ou analógico, tocador MP3 ou iPod, câmera fotográfica, lanterna, lista de aves da região que se deseja observar, roupas de cores neutras (verde, marrom, bege, camuflada) são necessários para os que fazem do birdwatching uma profissão, ou mesmo para quem o pratica como lazer (CUNHA, 2011). 

Os observadores mais fanáticos são chamados de birdwatchers ou twitchers. Estes observadores deslocam-se para qualquer lugar do planeta com o intuito de avistar uma nova espécie que não consta de sua lista de “colecionador”. Já outros são denominados de amadores, pois praticam a atividade em momentos de lazer ou como hobby. Juntamente com a observação, costumam apreciar e fotografar outras espécies da fauna e flora (MOSS, 2005). 

Alguns pesquisadores não consideram o birdwatching como uma atividade turística. Segundo Hector Ceballos-Lascuráin, as viagens para observação de aves são vistas atualmente como um segmento turístico bem definido, às vezes considerado ou confundido com ecoturismo, consistindo em pessoas visitando áreas naturais pouco impactadas ou degradadas com o objetivo de observar e colecionar aves em seus hábitats originais (Mourão 2004, p. 41). 

Porém, essa percepção vem sendo modificada no turismo contemporâneo. As novas gerações de observadores buscam uma maior conectividade com a natureza e com a comunidade receptora, vivenciam experiências nas comunidades e ainda procuram envolver-se em ações e causas que visam a conservação ambiental.

2.2 O BIRDWATCHING EM SEU ASPECTO ECONÔMICO

Há poucos estudos sobre a economia motivada pelo turismo de observação de aves, porém estimasse que desde o seu início essa atividade já tenha gerado uma receita de mais de U$100 bilhões (cem bilhões de dólares) em todo o planeta (PIVATTO e SABINO, 2005). A maior parte das receitas vem da aquisição de equipamentos específicos para realizar a atividade como: binóculos, guia de campo (livro), caderneta de anotações, luneta, tripé, gravador (digital ou analógico), tocador MP3 (iPod), câmera fotográfica, lanterna, lista de aves da região observada, roupas de cores neutras (verde, marrom, bege, camuflada e outras). Cerca de 40% de visitantes internacionais que vêm até o Brasil para observar aves são de turistas norte – americanos. 

Esses observadores internacionais costumam viajar em grupos ou em famílias e geralmente têm faixa etária de 45 anos ou mais e possuem situação financeira e educacional elevada (PIVATTO e SABINO, 2005). Muitos turistas internacionais preferem pagar cerca de 6% a mais do valor de pacotes turísticos às agências de viagens que se comprometem com a preservação e proteção dos ambientes naturais visitados (PORTAL EDUCAÇÃO, 2013). 

O birdwatching também desenvolve outros tipos de serviços turísticos. Segundo Pivatto e Sabino (2005), os serviços interligados na atividade de observação de aves são os mesmos serviços da cadeia turística, como o transporte, meio de hospedagem, alimentos e bebidas, serviços de guiamento, artesanatos e outros. 

2.3 O BIRDWATCHING EM SEU ASPECTO AMBIENTAL

A atividade de observação de aves também contribui para a conservação do meio ambiente. Athiê (2007) afirma que durante a atividade de observação de aves o observador procura seguir uma conduta de respeito pelo habitat da ave e isso gera uma consciência de que o ambiente da espécie precisa ser preservado para a existência da mesma. 

O birdwatching é uma ferramenta para a educação, pois pesquisas realizadas pela Universidade de Yale nos Estados Unidos revelaram que quando conectamos as 24 crianças à natureza, tem-se uma melhora do déficit de atenção e isso contribui com o aprendizado, pois a observação exige concentração e fixação de informações sobre as espécies (TRENT, 2015). 

Segundo Yorth (2001), a atividade de birdwatching estimula a ciência cidadã, transforma o observador de aves em um voluntário da ciência por meio da investigação científica. Muitos observadores partilham os dados coletados de suas listas temáticas de aves com outros pesquisadores e isso acaba gerando um banco de dados técnicos e científicos que contribui para a conservação da avifauna local. Aves são consideradas como bioindicadores de determinadas regiões. A presença e abundância de aves significam que o ambiente está preservado e em condições favoráveis para a sobrevivência de outras espécies de animais, pois aves são extremamente sensíveis a qualquer tipo de poluição ou alteração ambiental. Por esse motivo, a atividade de birdwatching busca a preservação de locais onde é realizada.

2.4 IMPACTOS NEGATIVOS DO BIRDWATCHING 

Pesquisadores de ornitologia revelam que a atividade de observação de aves pode acarretar diversos impactos negativos no meio ambiente e na fauna. Muitos destes impactos estão relacionados com a conduta do turista, do condutor ou do guia de turismo (PIVATTO e SABINO, 2005). O uso do playback, por exemplo, causa danos ao comportamento das aves. Estudos revelaram que o som emitido pelo aparelho estressa as espécies e algumas chegam a abandonar o seu habitat.

 A explosão de flashes pelas máquinas fotográficas ocasiona o abandono dos ninhos, e trilhas não planejadas resultam no pisoteio e atropelamento de filhotes de aves que ficam camufladas no chão, como é o caso de espécies como o quero-quero e talha-mar, aves terrestres que fazem seus ninhos em regiões de praias ou planícies (YORTH, 2001). 

Outro impacto negativo é a frequência de visitantes no mesmo local, pois atrapalham a alimentação e a reprodução das aves. Pousadas, hotéis e outros tipos de construção também podem afetar diretamente na qualidade de vida das aves. As construções devem evitar estruturas de vidro, não deve haver áreas de lazer como churrasqueiras e quadras esportivas no entorno de áreas de observação, pois ambientes barulhentos impedem a presença das aves. 

O profissional para esse tipo de atividade deve apresentar qualificações e treinamento, contratar qualquer pessoa ou profissional que não tenha conhecimento especifico pode causar impactos maiores no ambiente das aves. O profissional qualificado possui técnicas e conduta para realizar a observação sem causar danos ao ambiente da ave (PIVATTO e SABINO,2005). 

Apesar de a atividade apresentar impactos negativos, cabe ressaltar que a observação de aves é considerada menos impactante do que todas as demais atividades turísticas. O birdwatching apresenta normas de conduta para que se realize adequadamente. Pensando no bem-estar das aves e no respeito pelo meio ambiente, clubes de observadores elaboraram um código de ética. 

O código apresentado foi traduzido e adaptado por Figueiredo (2003), e possui sete sugestões para se realizará atividade: 

1. O bem-estar das aves deve estar sempre em primeiro lugar 

2. Preserve o habitat das aves 

3. Informe e denuncie quando necessário

4. Respeite sempre a normativa sobre a proteção das aves

5. Respeite os direitos das pessoas da zona de observação

6. Compartilhe informações com outros observadores locais

7. Promova o desenvolvimento sustentável desta atividade

Com estes cuidados, as chances de se praticar um birdwatching de qualidade podem ser bem maior e assegurar o sucesso de longo prazo da atividade, protegendo as aves observadas e seus habitats, para que muitos praticantes possam usufruir dessa prática ao longo do tempo.

3. MÉTODO DA PESQUISA

3.1 MÉTODO 

Essa pesquisa tem uma abordagem metodológica dos pressupostos da pesquisa qualitativa, já que permite que o pesquisador busque informações por meio do contato direto com o ambiente natural .A pesquisa trata, assim, de um diagnóstico para a implementação do birdwatching na Estrada Boiadeira na região do Pantanal de Cáceres, levando em consideração a análise dos critérios da diversidade da avifauna, os pontos atrativos para a observação de aves, a infraestrutura, os serviços turísticos disponíveis para esse tipo de atividade e uma amostragem da população interessada em desenvolver o birdwatching na Estrada Boiadeira.

3.2 ÁREA DE PESQUISA

A Estrada Boiadeira surgiu a partir da expansão da pecuária na região do Pantanal de Cáceres. As primeiras estradas e caminhos foram úteis para o escoamento do gado, o transporte de sal e mantimentos. Dentre as principais vias de acesso ao Pantanal de Cáceres destaca-se a “Estrada Boiadeira”, uma via centenária que interliga as várias propriedades rurais na região (NEVES, 2006). 

A Estrada Boiadeira é uma via terrestre com extensão de 160 km, tendo como limites a fazenda Uberaba. Por essa estrada é possível acessar fazendas centenárias voltadas às atividades da pecuária extensiva, como a Fazenda das Onças, Alegria, Campo Belo, Providência, Porto das Garças, Nossa Senhora do Baixo, Santa Lúcia, Lagoa, Moeda, São Sebastião e Uberaba. Na Figura 2 encontra-se o mapa de localização da Estrada Boiadeira.

mapa estrada boiadeira
Figura 1: Mapa de localização da Estrada Boiadeira. Elaboração: Braz e Reis, 2016.

Conforme Ludke e André (1986), delimitar a área é fazer um recorte e estabelecer contornos do objeto de estudo.  A Estrada Boiadeira é o objeto da pesquisa e sendo sua extensão de 160 kms, fez-se necessário delimitar sua extensão com fins de atingir os objetivos propostos.

A escolha da extensão da Estrada Boiadeira para a pesquisa foi definida pela experiência vivenciada pela autora em projetos ambientais na região, além dos estudos conduzidos por Reis (2011) e Neves (2006).

Segundo Neves (2006), o acesso na porção centro-sul, após a vazante denominada de Inhatium, fica transitável no período da seca, que vai de agosto a dezembro. Apesar de ser um período transitável nessa região, o visitante pode encontrar determinados problemas como o encravamento de veículos em valetas feitas por tratores no período úmido.

Por conta dessas características, essa pesquisa delimitou-se em 60 km da Estrada Boiadeira, pois esse trecho viabiliza os estudos independentemente dos períodos de chuva, vazante e seca na região, como mostra a Figura 2

trecho de 60 kms
Figura 2: Trecho da pesquisa escolhido, que perfaz a Estrada Boiadeira.
Elaboração: Braz e Reis, 2016.

3.3  INSTRUMENTOS PARA A COLETA DE DADOS

Em uma pesquisa qualitativa há diversos tipos de instrumentos e técnicas de pesquisa disponíveis para a coleta das informações. Entende-se por instrumentos, as técnicas empregadas para a coleta de dados usados em uma pesquisa e estes devem ser úteis para atingir os objetivos propostos pelo pesquisador (VERGARA, 2007). 

Nesta pesquisa escolheu-se como instrumento para coleta de dados o roteiro de observação, o roteiro para levantamento qualitativo da avifauna, o roteiro de entrevista por pauta e questionários semiestruturados e as técnicas de observação direta e a pesquisa bibliográfica.

3.3.1 LEVANTAMENTO QUALITATIVO DA AVIFAUNA 

Neves (2006) e Trent (2015) afirmam que há uma deficiência de inventários sobre a fauna nas sub-regiões dos pantanais e isso não é diferente no Pantanal de Cáceres. A ausência de levantamento da avifauna até o presente momento inviabiliza o conhecimento do total das espécies de aves na região.

O levantamento mais recente e atual sobre aves na região do Pantanal de Cáceres foi realizado pelo projeto Bichos do Pantanal no ano de 2014, e este levantamento confirma 427 espécies de aves para a região do Pantanal de Cáceres (TRENT, 2015). 

Levando em consideração o diagnóstico da avifauna na Estrada Boiadeira e como não havia dados ou pesquisas relacionadas à avifauna na região de estudo, fez-se necessário realizar um levantamento qualitativo das espécies de aves na Estrada, conforme proposto por Develey (2004). Essa técnica permite realizar observações diretas da avifauna e resulta em uma lista de espécies de um determinado ambiente. Conforme Omena (2008), o observador percorre cuidadosamente trilha, caminhos ou área de campo a pé ou num automóvel. Esse método é muito utilizado em levantamentos de curtos espaços de tempo e devem ser realizados em épocas mais apropriadas, como as estações de primavera e verão, quando ocorre abundância de alimentos e coincide com o período reprodutivo.

Desta forma, este estudo realizou o levantamento da avifauna no trecho de 60 km da Estrada Boiadeira usando o levantamento qualitativo por meio de automóvel utilizando o roteiro de observação (Apêndice A), a ficha para realizar o levantamento das aves (Apêndice B), o caderno de anotação, uma máquina fotográfica Canon Power Shot SX 400 IS, o guia de aves do Pantanal e Cerrado do autor Gwynne et al (2010), um binóculo 16×32 e um GPS modelo Esportivo Portátil da marca Garmin Etrex 10.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 

4.1 ANÁLISE DO CRITÉRIO DA DIVERSIDADE DA AVIFAUNA

Antes de divulgar qualquer destino para a prática de birdwatching é fundamental se ter uma lista com as espécies de aves da região. Os observadores esperam avistar cerca de 60 a 100 espécies de aves durante o roteiro da viagem. As espécies mais interessantes para o grupo não são as aves consideradas belas, mas sim as espécies raras, endêmicas ou ameaçadas de extinção. E em cada viagem o visitante espera acrescentar cerca de 20 a 60 novas espécies às suas listas de aves avistadas (MOURÃO, 2004)

No quadro 01 estão listadas as espécies de aves atrativas levantadas. A sequência da ordem taxonômica encontra-se em conformidade com o Comitê Brasileiro de Registro Ornitológico de 2007. 

A primeira coluna do Quadro designa o nome comum das espécies, e considera-se o índice 1 para ave migratória 2 para espécie endêmica e 3 as espécies de aves em extinção ou vulnerável.  Nunes e Tomas (2004) consideram aves migratórias como espécies que realizam deslocamentos de uma região para outra em determinadas épocas do ano. Os autores classificam as aves migrantes como Setentrionais (S), Meridionais (M), Regionais (R) e dentro do Continente Americano (MA). São as migrantes setentrionais (S) e migrantes meridionais (M) que são espécies vindas do Norte da América do Sul, América do Norte e Central, que percorrem longas distâncias, fugindo do inverno rigoroso dos países como Canadá e México. Essas têm o Pantanal como um destino para renovar suas penas e energias para retornar às suas regiões e reproduzir. 

As Aves endêmicas são as espécies de aves nativas da região do Pantanal e Cerrado. E as Aves em extinção são as espécies ameaçadas são classificadas em nove grupos, definidos através de critérios que incluem a taxa de declínio da população, o tamanho e distribuição da população, a área de distribuição geográfica e grau de fragmentação e a partir desse critério tem-se as seguintes categorias: pouco preocupante ou Least Concern simbolizado pela sigla (LC); quase ameaçada ou Near Threatened (NT); vulnerável ou Vulnerable (VU); em perigo ou Endangered (EN); extinta na natureza ou Extinct in the Wild (EW); extinta ou Extinct, em inglês (EX); Dados Insuficientes ou Data Deficient (DD); não avaliada ou Not Evaluated (NE).  

Quadro 01: Espécies de aves identificadas durante a pesquisa na Estrada Boiadeira.

Ordem Estrutioniforme   
Nome comumNome cientificoFamíliaHabitat 
Ema3Rhea Rhea americanaRheidadeCampo 
Ordem Tinamiformes
Nome comumNome cientificoFamíliaHabitat 
Jaó3 Crypturellus undulatesTinamidaeCordilheira
Ordem Anseriformes   
Nome comumNome cientificoFamíliaHabitat 
Marreca cabocla1 Dendrocygna autumnalisAnatidaeCampo alagado
Pé-vermelho1,3 Amazonetta brasiliensisAnatidaeCampo alagado
Pato-do-mato1,3Cairina moschataAnatidae Campo alagado
Ordem do Galliformes
Nome comumNome cientificoFamíliaHabitat 
Aracuã-do-pantanal Ortalis canicollisGracidaeCapão 
Pipira-vermelhaRamphocelus carboThraupidaeCapão e campo
Ordem Pelecaniformes   
Nome comumNome cientificoFamíliaHabitat 
Biguá1 Phalacrocorax brasilianusPhalacrocoracidaeVazante
Biguatinga AnhingaAnhinga anhingaAnhingidaeCorixo e vazantes
Ordem Ciconiiformes
Nome comumNome cientificoFamíliaHabitat 
Maguari1,3Ciconia maguariCiconiidaeCampo 
Tuiuiú Jabiru1,3Jabiru mycteriaCiconiidaeCapão
Cabeça-seca1,3Mycteria AmericanaCiconiidaeCorixo e vazantes
Socó-boiTigrisoma lineatumArdeidaeVazante
Socozinho1Butorides striataArdeidaeVazante
Garça-vaqueira1Bubulcus ibisArdeidaeVazante
Garça-branca-grandeArdea albaArdeidaeCorixo e Vazante
Maria-faceiraSyrigma sibilatrixArdeidaeCampo alagado
Garça Moura Ardea CocoiArdeidaeVazante
Curicaca Theristicus caudatusThreskiornithidaeCapão e Campo
ColhereiroPlatalea ajajaThreskiornithidaeCampo alagado
Ordem Cathartiformes
Nome comumNome cientificoFamíliaHabitat 
Urubu-de-cabeça-vermelhaCathartes auraCathartidaeCampo
Urubu-de-cabeça-preta Coragyps atratusCathartidaeCampo
Ordem Falconiformes   
Nome comumNome cientificoFamíliaHabitat 
Caracará Caracara plancusFalconidaeCampo
Gavião-cabocloHeterospizias meridionalisAccipitridaeCampo
Gavião-carijóRupornis magnirostrisAccipitridaeCampo
Gavião – caramujeiro1Rostrhamus sociabilisAccipitridaeVazante e campo alagado
Gavião-pretoUrubitinga urubitingaAccipitridaeCampo
Ordem Gruiforme   
Nome comumNome cientificoFamíliaHabitat 
Carão1 Aramus guaraunaAramidadeVazante
Saracura-três-potes Aramides cajaneusRallidaeCampo alagado 
Seriema Cariama cristataCariamidae Campo
Ordem Caradriiformes   
Nome comumNome cientificoFamíliaHabitat 
Quero-quero Vanellus chilensisCharadriidaeCampo
Pernilongo-de-costas-brancas1 Himantopus melanurusRecurvirostridaeCampo alagado
Maçarico-solitário1 Tringa solitariaScolopacidaeCampo alagado
JacanaJacana jacanaJacanidaeCampo alagado
Trinta-réis-grande1Phaetusa simplexSternidaeVazante
Talha-mar1 Rynchops nigerRynchopidaeVazante
Ordem Columbiformes   
Nome comumNome cientificoFamíliaHabitat 
Rolinha-cinzentaColumbina passerineColumbidaeCampo
Rolinha-de-asa-canelaColumbina minutaColumbidaeCampo
Rolinha-roxaColumbina talpacotiColumbidaeCampo
Fogo-apagouColumbina squammataColumbidaeCampo
Pararu-azul BlueClaravis pretiosaColumbidaeCordilheira
Pomba-amargosa Patagioenas plumbeaColumbidaeCordilheira
Ordem Psitaciformes   
Nome comumNome cientificoFamíliaHabitat 
Arara-azul-grande3Anodorhynchus hyacinthinusPsittacidaeCampo
Periquitão-maracanãPsittacara leucophthalmusPsittacidaeCampo
Periquito-reiEupsittula aureaPsittacidaeCampo
CaturritaMyiopsitta monachusPsittacidaeCampo
Periquito-de-encontro-amareloBrotogeris chiririPsittacidaeCampo
Curica3Amazona amazonicaPsittacidaeCampo
Papagaio-verdadeiro3Amazona aestivaPsittacidaeCampo
Ordem Cuculiformes   
Nome comumNome cientificoFamíliaHabitat 
Alma-de-gato Piaya cayanaCuculidaeCapão 
Anu-preto Crotophaga ani LinnaeusCuculidaeCapão
Anu-branco Guira guiraCuculidaeCapão e Campo
Ordem Strigiformes
Nome comumNome cientificoFamíliaHabitat 
Caburé Glaucidium brasilianumStrigidae Campo
Coruja-buraqueira Athene cuniculariaStrigidaeCampo
Ordem Piciformes   
Nome comumNome cientificoFamíliaHabitat 
Pica-pau-de-banda Branca3 Dryocopus lineatusPicidaeCapão
Pica-pau-verde-barrado Colaptes melanochlorosPicidaeCapão
Pica-pau-do-campo Colaptes campestrisPicidae Campo
Tucanuçu3Ramphastos tocoRamphastidaeCampo
Pica-pau-branco Melanerpes candidusPicidaeCapão
Ordem Passeriformes
Nome comumNome cientificoFamíliaHabitat 
Cardeal3Paroaria coronataThraupidaeCapão e campo
CavalariaParoaria capitataThraupidaeCapão e campo
Canário-da-terra-verdadeiroSicalis flaveolaThraupidaeCapão e campo
Tiziu1Volatinia jacarinaEmberizidaeCordilheira
Bigodinho1Sporophila lineolaEmberizidaeCordilheira
Sanhaçu-cinzentoTangara sayacaThraupidaeCordilheira
Sanhaçu-do-coqueiroTangara palmarumThraupidaeCordilheira
Bem-te-viPitangus sulphuratusTyrannidaeCordilheira
Suiriri tropical1Tyrannus melancholicusTyrannidaeCordilheira
Tesourinha1Tyrannus savanaTyrannidaeCordilheira
Peitica-de-chapéu-preto1Griseotyrannus aurantioatrocristatusTyrannidaeCordilheira
Noivinha1Xolmis velatusTyrannidaeCordilheira
Gralha-do-pantanalCyanocorax cyanomelasCorvidaeCapão
CatatauCampylorhynchus turdinusTroglodytidaeCapão
Balança-rabo-de- máscaraPolioptila dumicolaPolioptilidaeCapão
Sabiá-laranjeiraTurdus rufiventrisTurdidaeCampo
Sabiá-do-campoMimus saturninusMimidaeCampo
PardalPasser domesticusPasseridaeCordilheira
Caminheiro-zumbidorAnthus furcatusMotacillidaeCordilheira
Andorinha-serradora Swallow Stelgidopteryx ruficollisHirundinidaeCampo
Japu3Psarocolius decumanusIcteridaeCampo
CarretãoAgelasticus cyanopusIcteridaeCampo
Asa-de-telhaAgelaioides badiusIcteridaeCordilheira
Vira-bosta Molothrus bonariensisIcteridaeCampo
João pintoIcterus croconotusIcteridaeCampo 
João-de-barroFurnarius rufusFurnariidaeCampo
Curutié Certhiaxis cinnamomeusFurnariidaeCampo
João-de-pau Phacellodomus rufifronsFurnariidaeCampo
Arapaçu-de-bico-branco Dendroplex picusDendrocolaptidaeCordilheira
Fim-fim Euphonia chloroticaFringillidadeCordilheira

Segundo análise dos dados obtidos, constatou-se que a Estrada Boiadeira apresenta uma grande diversidade de espécies de aves atrativas para se fazer a observação de aves, e há a necessidade de se fazer novos levantamentos. Acredita- se que o número de espécies de aves listadas na região seja suficiente para viabilizar a atividade e cabe as instituições de pesquisa realizar constantemente o levantamento das espécies presentes na Estrada Boiadeira como forma de manter um banco de dados atualizado. 

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo mostrou que o birdwatching na Estrada Boiadeira é uma atividade que tem muita chance de ser viável por diversas razões. Contribuem para esta conclusão aspectos como a Estrada encontrar-se na região do Pantanal e ser um sitio de alimentação para as aves migratórias, estar o ambiente em geral em bom estado de conservação até o presente estudo, e haver uma harmonia com a atividade econômica da pecuária. No que concerne às aves propriamente ditas, constatou-se 90 espécies de aves atrativas para os observadores, que estão distribuídas em 18 ordens e 39 famílias como constatou-se no quadro de levantamento apresentado nos resultados.

Vale ressaltar que essa é a primeira lista gerada para a pratica de observação de aves na Estrada Boiadeira e esta deve ser constantemente atualizada o que é um fator positivo tanto para o turismo quanto para compreender outros aspectos ambientais da região.

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1Graduada em Ciências Biológicas e Mestre em Conservação da biodiversidade e desenvolvimento sustentável pelo Instituto de Pesquisa Ecológica – IPE/Escas Nazaré Paulista

2Graduado em Administração pela Faculdade do Pantanal – FAPAN