SURVEY ON THE ACADEMIC PRODUCTION ON THERAPEUTIC RESIDENCES
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202506181237
OLIVEIRA, Benedito Cherbéu Dlessandre
ARAÚJO, Carla Dias
BASILIO, Mariana Caserta
CARVALHO, Clara Alice Franco de Almeida
DIAS, Érica de Cássia
GAMARANO, Sara Teixeira Coelho
LIMA, Adriana Aparecida
MARTIR, Rafael de Oliveira
MIGUEL, Daniele Tonietti
RESUMO
As Residências Terapêuticas em saúde mental foram implantadas no Brasil em 2.000, sendo classificadas como tipo I e II. Estabeleceu-se como objetivo desse estudo, realizar um levantamento do número de publicações, a partir da plataforma Google Acadêmico sobre a atenção de Saúde Mental nessa modalidade de atendimento. A metodologia foi realizar a pesquisa por quinquênios, desde 2000 até 2024. Identificou-se que o período de maior publicação de literatura acerca do tema foi de 2006 a 2010, depois tendo um declínio gradativo até 2024. Alguns elementos foram identificados como propulsores do aumento nesse período, inclusive a publicação de cartilha definindo o serviço e até mesmo a pandemia COVID 19 que evidenciou a necessidade de cuidados mais flexíveis a pacientes de saúde mental. Enfim, as discussões diminuíram, porém foi identificado a necessidade de parcerias entre instituições de ensino, pesquisa e assistenciais para que novas publicações sejam organizadas. O incremento das produções acadêmicas permite visibilidade das residências terapêuticas, revendo conceitos e buscando cada vez mais o cuidado humanizado em saúde mental.
Palavras Chave: Residência Terapêutica – Saúde Mental – Publicações.
ABSTRACT
Therapeutic Residencies in mental health were implemented in Brazil in 2000, being classified as types I and II. The objective of this study was to carry out a survey of the number of publications, from the Google Scholar platform, on Mental Health care in this type of care. The methodology was to carry out the research over five-year periods, from 2000 to 2024. It was identified that the period of greatest publication of literature on the topic was from 2006 to 2010, then having a gradual decline until 2024. Some elements were identified as drivers of the increase during this period, including the publication of a booklet defining the service and even the COVID 19 pandemic, which highlighted the need for more flexible care for mental health patients. Ultimately, discussions diminished, but the need for partnerships between teaching, research and care institutions was identified so that new publications can be organized. The increase in academic productions allows visibility of therapeutic residencies, reviewing concepts and increasingly seeking humanized care in mental health.
Keywords: Therapeutic Residency – Mental Health – Publications.
INTRODUÇÃO
A residência terapêutica é um modelo de cuidado destinado a indivíduos com transtornos mentais graves, que visa promover a autonomia e a reintegração social desses pacientes. Segundo Brasil (2019), esse modelo é estruturado para oferecer um ambiente de vida compartilhada e terapêutica, onde os residentes recebem suporte contínuo em atividades diárias e na gestão de suas condições de saúde mental. A residência terapêutica se diferencia dos hospitais psiquiátricos por proporcionar uma abordagem mais humanizada e integrada ao contexto social. Além disso, como destaca Silva, Oliveira e Pereira (2023), esse tipo de residência busca reduzir o estigma associado aos transtornos mentais e favorecer a inserção comunitária dos indivíduos. A literatura aponta que a abordagem terapêutica na residência contribui significativamente para a recuperação e a qualidade de vida dos pacientes.
É uma estratégia multifacetada no cuidado de saúde mental, que se adapta a diferentes necessidades dos moradores. De acordo com a literatura, existem várias modalidades desse modelo, cada uma com suas particularidades e objetivos específicos. A modalidade tradicional oferece suporte intensivo em um ambiente compartilhado, promovendo a reintegração social dos residentes. Já a modalidade de transição visa preparar os pacientes para a vida independente, oferecendo suporte progressivamente reduzido (OLIVEIRA, 2021). Outra variante é a residência terapêutica especializada, que atende a necessidades específicas, como transtornos graves ou comorbidades (SANTOS, 2019). Cada uma dessas modalidades busca atender às complexas necessidades dos indivíduos com transtornos mentais, proporcionando cuidados adaptados e personalizados.
A Residência Terapêutica Tipo 1 e Tipo 2 são formas de acolhimento para pessoas com transtornos mentais severos, conforme definido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O Tipo 1 é destinado a indivíduos com maior grau de autonomia, oferecendo um ambiente residencial com suporte terapêutico contínuo e estímulo à reintegração social. Já o Tipo 2 é voltado para aqueles com necessidades mais intensas, que requerem suporte mais constante e personalizado, incluindo acompanhamento diário intensivo e intervenção em crises. Ambas as modalidades visam promover a inclusão social e a melhoria da qualidade de vida, respeitando a individualidade e as necessidades específicas dos residentes. Estudos recentes destacam a importância dessas residências na redução de internações hospitalares e na promoção de uma vida comunitária mais estável e participativa (SANTOS, 2022; OLIVEIRA e FERREIRA, 2023).
Este artigo tem como objetivo pesquisar publicações acerca do número de artigos publicados sobre Residência Terapêutica em Saúde Mental no Brasil.
PERCURSO METODOLÓGICO
O artigo aqui apresentado é um artigo de revisão bibliográfica do tipo narrativa, que de acordo com Canuto; Oliveira (2020) a revisão narrativa descreve amplamente o desenvolvimento de algum assunto, de modo rápido e não sistemático. Assim, proporciona rápida atualização sobre a temática, se tornando parte indispensável de construção do trabalho científico.
Inicialmente foi discutido o tema através de um referencial teórico a fim de explicitação do termo Residência Terapêutica, posicionando os leitores sobre esta modalidade de atendimento em Saúde mental, desde sua fundação em 2000 até o ano de 2024.
Logo após foi realizada uma pesquisa no Google Acadêmico sobre o número de publicações utilizando as palavras chave Residência; Terapêutica; saúde mental e publicações, todas constantes no DeCS/MeSH (2024). A pesquisa foi sistematizada de 2000 a 2005, 2006 a 2010, 2011 a 2015, 2016 a 2020 e 2021 a 2024.
Na perspectiva de entender a abrangência e as discussões científicas sobre a Residência, foram realizados levantamentos no Google Acadêmico sobre artigos publicados nas mais diversas plataformas, utilizando a expressão Residência Terapêutica em Saúde Mental.
Tabela 1 – Publicação de artigos sobre Residência Terapêutica
Período | Número absoluto |
2000 a 2005 | 2.580 |
2006 a 2010 | 7.220 |
2011 a 2015 | 12800 |
2016 a 2020 | 15.700 |
2021 a 2024 | 13.400 |
OBS. Se faz necessário salientar que no último período, o tempo estimado foi em média três anos e oito meses, pois o levantamento foi realizado em agosto de 2024.
Após o estabelecimento dessas citações, algumas considerações foram elencadas.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A Residência Terapêutica (RT) desempenha um papel crucial na promoção da recuperação e reintegração de pessoas com transtornos mentais graves, proporcionando um ambiente que combina suporte profissional com a autonomia individual. Esses estabelecimentos oferecem cuidados contínuos e personalizados, facilitando a adaptação dos pacientes à vida comunitária e reduzindo a necessidade de hospitalizações prolongadas. De acordo com Silva; Freitas e Moreira (2022), a residência terapêutica contribui significativamente para a inclusão social e o bem-estar dos pacientes, ao mesmo tempo em que diminui o estigma associado aos transtornos mentais. A eficácia desse modelo de cuidado reflete a importância de políticas públicas que incentivem sua expansão e aprimoramento.
Os precursores da residência terapêutica no exterior podem ser identificados em iniciativas pioneiras que surgiram na Europa e na América do Norte. De acordo com Wykes (2022), o conceito de residência terapêutica começou a se desenvolver nas décadas de 1980 e 1990, com modelos inovadores na Inglaterra e nos Estados Unidos. Essas abordagens visavam substituir os hospitais psiquiátricos tradicionais por ambientes mais comunitários e acolhedores. O objetivo era promover a reintegração social de indivíduos com transtornos mentais graves, oferecendo suporte contínuo e oportunidades de autonomia. O sucesso desses modelos influenciou políticas de saúde mental ao redor do mundo, destacando a importância de uma abordagem mais integrada e personalizada no cuidado.
No Brasil, a residência terapêutica teve seus precursores reconhecidos a partir da década de 2000, mas foi com a Lei da Reforma Psiquiátrica e a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) que se consolidaram práticas e políticas específicas. Segundo Pinto e Silva (2020), a ideia de residência terapêutica se materializou como uma alternativa à internação prolongada em hospitais psiquiátricos, oferecendo um modelo de cuidado mais humanizado e integrado à comunidade. A prática busca proporcionar um ambiente terapêutico e de suporte para pessoas com transtornos mentais graves, promovendo a autonomia e a reintegração social. O desenvolvimento da residência terapêutica foi influenciado por movimentos sociais e a evolução das políticas públicas de saúde mental. É fundamental que essas unidades estejam alinhadas com os princípios da Reforma Psiquiátrica e as diretrizes do SUS para garantir uma assistência adequada e efetiva.
Esta nova modalidade de atendimento representa um modelo inovador para a reintegração de indivíduos com transtornos mentais severos, promovendo a dignidade e qualidade de vida. Ainda segundo Silva; Oliveira e Pereira (2023), este modelo proporciona um ambiente que respeita a autonomia dos residentes, favorecendo a sua reintegração social e a participação ativa na comunidade. As práticas adotadas visam assegurar o atendimento individualizado e o suporte contínuo, essenciais para a recuperação e manutenção da saúde mental (COSTA; OLIVEIRA, 2023). Dessa forma, a residência terapêutica se destaca como uma estratégia eficaz para garantir a dignidade dos indivíduos em tratamento, respeitando seus direitos e promovendo uma vida com mais qualidade (SANTOS, 2024).
A RT como modelo de moradia para pessoas com transtornos mentais graves, enfrenta várias dificuldades contemporâneas. Estudos recentes destacam desafios significativos relacionados à integração social e ao suporte contínuo dos residentes. Segundo Silva e Oliveira (2022), a falta de profissionais capacitados e a escassez de recursos financeiros são barreiras críticas para a efetividade dos programas. Além disso, os moradores frequentemente enfrentam estigmatização e dificuldades para acessar serviços de saúde adequados (MENDES, 2021). A complexidade do cuidado, que exige atenção contínua e estratégias personalizadas, é um fator que contribui para a sobrecarga das equipes (PEREIRA E SANTOS, 2023). A insuficiência de políticas públicas específicas também é um problema recorrente, como apontado por Costa (2023). Esses desafios comprometem a qualidade da assistência e a reintegração social dos residentes, exigindo uma abordagem mais estruturada e integrada para melhorar os resultados dos programas de residência terapêutica.
Importante destacar que entre os anos de 2006 a 2010 houve um aumento expressivo do número de artigos publicados sobre o tema RT em saúde mental. O aumento foi de 279%. E fazendo uma análise dos diversos bancos de dados, essa expansão se deu na tratativa de se justificar conceitualmente esta nova modalidade de atendimento iniciado em 2.000.
A produção de artigos sobre residência terapêutica em saúde mental aumentou consideravelmente devido à crescente demanda por abordagens mais eficazes e humanizadas no tratamento de transtornos mentais. A residência terapêutica oferece uma alternativa às instituições tradicionais, promovendo a integração social e o cuidado personalizado dos pacientes. Estudos recentes destacam que esse modelo é mais alinhado com os princípios da reforma psiquiátrica e dos direitos humanos, oferecendo suporte contínuo e adaptado às necessidades individuais (SOUZA; PEREIRA, 2022). Além disso, a pandemia de COVID-19, também iniciada em 2020, evidenciou a importância de estratégias de cuidado flexíveis e próximas da realidade dos pacientes, impulsionando mais pesquisas sobre o impacto da residência terapêutica SILVA; OLIVEIRA e MARTINS(2023). A atenção a esses fatores têm motivado um aumento na produção acadêmica, refletindo o interesse crescente e a necessidade de melhores práticas no campo.
Enfim, é possível perceber que esse aumento esteve ligado a vários fatores. A publicação do documento “Residências Terapêuticas: O Que São e Para Que Servem”, pelo Ministério da Saúde, é um marco significativo para a política de saúde mental no Brasil. De acordo com o documento, as residências terapêuticas são essenciais para a reabilitação de pessoas com transtornos mentais severos, promovendo a integração social e a autonomia dos indivíduos. Este modelo de cuidado é fundamentado na necessidade de substituir a lógica manicomial por estratégias de inclusão e suporte contínuo. A normativa é crucial para garantir a padronização e a qualidade dos serviços oferecidos, além de fomentar a aplicação das diretrizes da Reforma Psiquiátrica brasileira. Referências recentes destacam a importância dessas residências no avanço das políticas públicas de saúde mental (SILVA; COSTA, 2020; OLIVEIRA, 2021). Sendo assim, muitas discussões foram elaboradas e assim justificar este aumento de porcentagem nas publicações.
Ao se observar a tabela, do ano de 2010 a 2024 a queda foi gradativa, e a cada quinquênio a porcentagem de publicações de artigos acabou sendo cada vez menor. Não que a discussão tenha deixado de existir, mas a utilização de uni termos como Residência Terapêutica foi cedendo lugar a temas mais especializados.
Após extensas discussões sobre um determinado tema, observa-se frequentemente uma diminuição na quantidade de publicações de artigos sobre o assunto. Este fenômeno pode ser atribuído à saturação do campo de pesquisa, onde a maioria das questões relevantes já foi abordada, levando a uma redução nas novas contribuições. Além disso, a qualidade das pesquisas pode se tornar mais refinada e específica, diminuindo a quantidade de estudos mais generalistas e incrementais. Segundo Alves e Souza (2022), essa tendência é particularmente evidente em áreas altamente especializadas, onde a inovação requer um aprofundamento considerável. A diminuição na produção pode também refletir uma mudança na abordagem metodológica ou teórica adotada pelos pesquisadores (SILVA, 2021).
A discussão sobre residências terapêuticas em saúde mental tem enfrentado um desafio significativo com a redução na publicação de artigos acadêmicos recentes sobre o tema. No entanto, manter o debate e a evolução desse modelo de cuidado é crucial para o avanço das práticas de saúde mental. Este texto explora alternativas para garantir que a discussão sobre residências terapêuticas continue ativa e relevante, mesmo diante da diminuição de publicações.
Outra estratégia é a criação e o incentivo de grupos de pesquisa colaborativos. A formação de redes de pesquisa que incluam diferentes instituições e profissionais pode ajudar a reiniciar e intensificar o estudo sobre residências terapêuticas. A colaboração entre universidades, centros de pesquisa e serviços de saúde mental pode gerar novas perspectivas e estimular a publicação de novos artigos (OLIVEIRA, 2021).
Há necessidade da discussão desse tema pois o desincentivo às residências terapêuticas tem sido um tema de crescente preocupação no contexto das políticas de saúde mental. De acordo com Silva (2023), o processo de desinvestimento nas residências terapêuticas no Brasil tem prejudicado significativamente a qualidade dos serviços oferecidos e o bem-estar dos residentes. O autor destaca que a escassez de recursos e o enfraquecimento das políticas públicas têm levado à deterioração das condições estruturais e à redução do número de profissionais qualificados nas instituições. Silva (2023) argumenta que essas medidas não apenas comprometem a eficácia do tratamento, mas também perpetuam a marginalização dos indivíduos com transtornos mentais. A ausência de investimentos adequados reforça a necessidade urgente de uma reavaliação das estratégias de financiamento e suporte às residências terapêuticas para garantir a dignidade e a qualidade de vida dos pacientes.
Enfim, para garantir a manutenção eficaz das residências terapêuticas no Brasil, é crucial adotar estratégias que assegurem a sustentabilidade e a qualidade dos serviços oferecidos. De acordo com Almeida e Santos (2022), uma abordagem multifacetada é necessária, envolvendo a implementação de políticas públicas robustas e a alocação adequada de recursos financeiros e humanos. A capacitação contínua dos profissionais envolvidos é fundamental para manter a qualidade dos cuidados prestados. Além disso, a realização de avaliações periódicas e auditorias contribui para identificar áreas de melhoria e garantir a conformidade com as normas estabelecidas. A promoção de parcerias com instituições acadêmicas e a inclusão da comunidade local nas atividades das residências também são estratégias eficazes para fortalecer o modelo e assegurar sua continuidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observando-se detalhamento é possível perceber que as discussões sobre residência terapêutica em saúde mental apresentaram um aumento significativo entre 2006 e 2010 e depois um declínio gradativo. Este fato pode ser comprovado pelo número de publicações nesse período.
Enfim, por mais que as discussões foram menores, a temática nunca deixou de ser abordada. Interessante salientar que os temas das produções científicas foram se especializando, refletindo diretamente na qualidade de acolhimento e atendimento prestados nessas residências.
A manutenção contínua de publicações sobre residências terapêuticas desempenha um papel crucial na melhoria do cuidado nessas instituições. Ao garantir a atualização constante das práticas, diretrizes e pesquisas, essas publicações proporcionam uma base sólida para o aprimoramento contínuo dos serviços oferecidos. Elas permitem a disseminação de novas abordagens terapêuticas e evidências científicas, fomentando a inovação e a adaptação às necessidades emergentes dos residentes. Além disso, promovem o compartilhamento de experiências e soluções eficazes entre profissionais, fortalecendo a rede de suporte e colaboração.
A visibilidade das publicações também contribui para a conscientização pública e a valorização das residências terapêuticas, incentivando investimentos e políticas públicas mais robustas. Em suma, a atualização constante e a troca de informações são essenciais para garantir que o cuidado nas residências terapêuticas evolua e melhore continuamente, beneficiando diretamente os residentes e suas famílias.
A discussão sobre a importância das residências terapêuticas em saúde mental no Brasil é cada vez mais urgente e necessária. Esses serviços oferecem uma alternativa vital à internação prolongada em hospitais psiquiátricos, proporcionando um ambiente mais humano e integrado à comunidade. Com a expansão das políticas de reforma psiquiátrica e a criação de redes de atenção psicossocial, é crucial garantir que as residências terapêuticas sejam reconhecidas e apoiadas adequadamente. Elas desempenham um papel fundamental na promoção da autonomia e na reintegração social de indivíduos com transtornos mentais graves. Além disso, a continuidade do desenvolvimento e da qualidade desses serviços depende de discussões aprofundadas sobre financiamento, capacitação de profissionais e a implementação de práticas baseadas em evidências. Promover debates contínuos ajuda a aprimorar o modelo, assegurar a efetividade do atendimento e sensibilizar a sociedade para a importância de uma abordagem mais inclusiva e respeitosa no cuidado à saúde mental.
Assegurar a sustentabilidade das residências terapêuticas requer não apenas a produção científica, mas também o comprometimento político com a garantia de financiamento adequado, supervisão técnica e avaliação contínua dos serviços. Nesse sentido, as publicações acadêmicas desempenham papel estratégico ao documentar experiências, apontar fragilidades e propor soluções para o aprimoramento do cuidado em saúde mental.
Infere-se portanto, que fomentar a produção científica sobre residências terapêuticas é um imperativo para assegurar sua consolidação como dispositivo fundamental na atenção psicossocial, garantindo o respeito aos direitos humanos, a promoção da autonomia e a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva para pessoas com transtornos mentais graves.
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