LASER E LUZ INTENSA PULSADA PARA EPILAÇÃO: REVISÃO DE LITERATURA

LASER AND INTENSE PULSED LIGHT FOR EPILATION: LITERATURE REVIEW
Inaê de Faria Ferreira1, Flávia Fernanda de Oliveira Assunção2
1- Fisioterapeuta – Pós Graduanda do curso de Fisioterapia Dermato-Funcional da Universidade de Ribeirão Preto
2- Fisioterapeuta – Especialista em Fisioterapia Dermato-Funcional, professora convidada do curso de Pós-Graduação em Fisioterapia Dermato-Funcional da Universidade de Ribeirão Preto
Autor para correspondência:Flávia Fernanda de Oliveira Assunção
Email: flaviafassuncao@hotmail.com
RESUMO
Este artigo é uma revisão da literatura de estudos publicados nos últimos dez anos com exceção de dois trabalhos publicados anteriormente a esse período que foram selecionados devido a sua relevância. Foi realizada a revisão de material científico que realizou a aplicação do Laser de Diodo e Luz Intensa Pulsada como um recurso para a realização de epilação progressiva. Este estudo tem como objetivo expor as características dos aparelhos, assim como os parâmetros mais utilizados, para que assim possamos ter um melhor conhecimento de quais os parâmetros mais adequados para uma epilação segura, e também ressaltando quais as possíveis complicações e os resultados encontrados.
Palavras chave: Epilação, Laser de Diodo, Luz Intensa Pulsada.
ABSTRACT
This article is a literature review of studies published over the last ten years except for two papers published before that period that were selected for their relevance. We performed a review of scientific material that made the application of Diode Laser and Intense Pulsed Light as a resource to achieve progressive epilation. This study aimed at exposing the features of the apparatus, as well as the parameters most used, so we can have a better understanding of what parameters adequadospara an epilation more secure and also highlighting what the possible complications and results.
Keywords: Epilation, Diode Laser, Intense Pulsed light
INTRODUÇÃO
Atualmente vários métodos de epilação estão no mercado e estes se tornaram cada vez mais utilizados, já que produzem resultados benéficos em longo prazo com complicações raras, ou temporárias. Os dispositivos mais usados são o laser e a luz intensa pulsada (LIP), que tem como objetivo lesar permanentemente as células trocos do pêlo (LEPSELTER; ELMAN, 2004).
O mecanismo de ação é através da fototermólise seletiva, com o alvo principal sendo a melanina encontrada no folículo piloso (FODOR et al., 2004). A melanina é o cromóforo do pêlo, sendo ela a responsável por sua coloração (CAMERON et al., 2008).
Segundo Rao e Goldman (2005), para alcançar um fototermólise eficaz com danos mínimos nos tecidos circundantes, o equipamento utilizado deve apresentar o tamanho do spot que seja capaz de aumentar a energia para atingir o folículo, já a duração do pulso não deve ultrapassar o tempo de relaxamento térmico, deve também ter fluência suficiente para danificar o folículo e ainda ocorrer um resfriamento da superfície para evitar danos à epiderme devido à ação térmica. O comprimento de onda deve ser adequado para suceder uma fototermólise seletiva do folículo.
A duração de pulso considerável ideal varia de 10 a 100ms, este valor depende do local, diâmetro e comprimento dos folículos, do fototipo de pele e coloração dos folículos (ROGACHEFSKY et al., 2002).
Os comprimentos de onda mais longos tendem a introduzir maior quantidade de luz a pele, assim, propiciando um calor excessivo das estruturas encontradas mais profundamente, as bases do fio de cabelo se encontram na profundidade de 2 a 6 mm sob a epiderme. Para alcançar essa profundidade, o comprimento de onda ideal é de 750 a 1.100 nm (LASK et al., 1997).
O Laser de Diodo tem sido bem aceito já que seu comprimento de onda é de 810nm e em outros equipamentos de laser que apresentam comprimento de onda maior, para conseguir um efeito semelhante deve-se aumentar a fluência Bouzari et al. (2004), e equipamentos com comprimento de onda menor a esse não tem a capacidade de atingir os folículos de tal forma para que possa ocorrer à destruição permanente do folículo (WILLIAMS et al., 1998).
Os dispositivos de LIP são fontes de alta intensidade que emitem uma luz policromática de 515-1200 nm, segundo Raulin, Greve e Grema, (2003), Trelles, Allones e Velez, (2003) no qual o processo de remoção do pêlo os comprimentos de onda mais curtos são filtrados (AHMED, 2004).
A fase de crescimento dos pêlos pode ser um importante fator para o sucesso da remoção do pêlo. A fase telógena (crescimento) dura cerca de 3 meses. Em um determinado período a maioria (80-85%) dos folículos pilosos encontra-se na fase anágena (nascimento), 2% na fase telógena e de 10-15% na fase catágena (morte). Mas estas fases variam de local anatômico, o melhor momento para remoção de cabelo é quando acontece a fase anágena (GOLDEMBERGG, 2002).
O presente estudo de revisão bibliográfica de artigos científicos visa comparar epilação com Laser Diodo e Luz Intensa Pulsada, para que haja uma melhor compreensão das diferenças entre os recursos, expondo benefícios e efeitos secundários, resultando em um maior entendimento sobre estes recursos e também buscar evidências de quais parâmetros são mais utilizados para eficácia do método de remoção do pêlo.
METODOLOGIA
Este estudo foi construído por meio de levantamento de dados encontrados na literatura, por meio de busca manual no acervo da biblioteca da Universidade de São Paulo (USP), campus Ribeirão Preto e bases eletrônicas de dados, na Biblioteca Virtual em Saúde – BIREME, LILACS E MEDLINE, utilizando as seguintes palavras chave: Epilação, Laser de Diodo e Luz Intensa Pulsada, com descritores em inglês como Intense Pulsed Light (IPL), Laser Diode e Epilation, controlados pela base de dados. Os critérios de inclusão foram os artigos em inglês, português ou espanhol, com pesquisa em humanos adolescentes e adultos e o tempo delimitado para os artigos foi de 10 anos, com exceção de dois trabalhos realizados em 1997 e 1998. O período de busca foi de março a junho de 2010. Foram encontrados 21 artigos e 16 foram incluídos de acordo com os critérios de inclusão.
RESULTADOS e DISCUSSÃO
Os estudos variaram entre relato de caso e grandes grupos de indivíduos voluntários entre 1 a 543 indivíduos, sendo a maioria do sexo feminino, mas, não excluindo a população masculina, com idade entre 15 a 69 anos, as amostras na maioria dos estudos foi por conveniência, apenas 2 artigos relatam ter sido randomizado, sendo 1 desses com examinador cego e além desse outros 2 artigos relatam ser estudo cego.
Dentre esta retrospectiva a maioria realizou o tratamento em fototipos de pele II, III, IV, de acordo com a classificação de Fitzpatrick, poucos estudos relataram o efeito da epilação em fototipos V e VI. Por sua vez o método de avaliação mais aplicado foi por meio de fotografia digital, com contagem manual dos pêlos.
Em relação ao número de sessões para tratamento não há consenso, já que muitos desses artigos não revelaram o numero de sessões empregadas, mas é notável que seja necessário de 2 a 3 sessões para melhor eficácia da técnica, Fodor et al. (2005) concluíram que pacientes com poucos tratamentos (1 a 3 sessões) foram significativamente mais satisfeitos em comparação com aqueles que tinham mais de 7 sessões.
Quanto à fluência, os estudos também não chegam a uma conclusão, nem sobre a mais eficaz e nem sobre a mais utilizada. Estudos relatam que a fluência depende do fototipo de pele apresentada pelo paciente. A duração de pulso empregada nos estudos variou de 15ms a 100ms sendo que 7 artigos trabalhou com a duração de 30ms.
Ao que diz respeito entre o intervalo entre uma sessão e outra, ainda não se tem nada padronizado, a maioria dos autores preferem deixar o intervalo entre 6 semanas.
No estudo de Bouzari et al. (2005), relatam a diferença entre intervalos de 45, 60, 90 dias, comprovando que o intervalo de 45 dias foi mais efetivo para remoção do pêlo, mas confirmam que o intervalo de tempo entre as sessões não é exclusivamente determinante para o sucesso da técnica, deve-se ajustar uma fluência e duração de pulso adequada tanto como achar o numero certo de tratamentos. A melhor teoria que explica o resultado mais efetivo em intervalos curtos é sobre os efeitos do ciclo de crescimento do pêlo, a melhor epilação acontece quando o pêlo se encontra na fase anágena e esta fase acontece antes de 2,5 meses, mas esta teoria não pode ser comprovada já que o estudo de Bouzari et al. (2005) não obteve resultados significativos.
Um relato de caso realizado por Bernstein (2005), com paciente do sexo masculino, 24 anos, Fitzpatrick tipo III, que realizou epilação a Laser de Diodo (810nm) nas regiões do pescoço e costas. Primeiramente foi realizado 3 tratamentos com intervalos de 6 semanas entre cada, variando a fluência de 25, 28 e 32 J/cm² respectivamente, a duração de pulso foi a mantida em todos os tratamentos em 30 milissegundos. Após o tratamento o médico avaliou e observou que apenas 25% dos pêlos tinham reduzido. O paciente relatou que o pêlo começou engrossar, então, decidiram prosseguir com mais 3 tratamentos, após 6 semanas do último tratamento, e foi observado um crescimento de pêlos em áreas adjacentes ao tratamento. O paciente não relatou uso de hormônios, mas o autor suspeita o fato do paciente em questão ser fisiculturista e ser adepto ao uso de suplementos alimentares que podem ter efeitos semelhantes a hormônios.
Alajlan et al. (2005) descreveram um artigo retrospectivo sobre epilação com o Laser de Alexandrite (755nm) em pacientes que sugeriam hipetricose, foi avaliado pacientes de um único centro no período de 1999 a 2003. O grupo que aparentava ter hipertricose foi de 489 indivíduos que foram comparados a um grupo de 50 indivíduos que não apresentavam hipertricose. Dos 489 pacientes, apenas 3 apresentaram hipertricose após o tratamento de epilação com laser, onde o crescimento do pêlo ocorreu exclusivamente no local tratado e os 3 apresentavam fototipo IV. O estudo mostrou que hipertricose após tratamentos a laser é raro, mas existe, este risco pode estar mais associado a pacientes de pele escura e pêlos negros.
Um estudo relacionado ao hirsutismo foi proposto por Grippaudo et al. (2009), que realizaram estudo em mulheres obesas e não obesas portadoras de hirsutismo facial com tratamento de LIP. O protocolo empregado foi o mesmo para ambos os grupos, com intervalos mensais, filtro de 645nm, fluência de 42J/cm², duração de pulso de 3,2 milissegundos, atraso de 20 milissegundos. Ambos os grupos obtiveram redução de pêlo sem recidiva e nenhum efeito colateral. Porém, as pacientes obesas obtiveram um resultado inferior, acredita-se que tal fato pode estar relacionado à resistência a insulina (ROSENFIELD, 2005). Entretanto o nível de satisfação foi de 70%, classificado entre bom e excelente. Concluindo que o dispositivo de LIP é um método seguro e eficaz para epilação em pacientes que apresentam disfunções endócrinas.
Omi e Clement (2006) investigaram a pele asiática com aparelho de LIP, este estudo foi dividido em dois, um estudava os efeitos de uma ampla gama de parâmetros, porém não cita quais são os parâmetros utilizados (estudo de segurança) com doze indivíduos e o outro teve o objetivo de quantificar o nível de redução do pêlo em um único tratamento (estudo clinico) em quatorze indivíduos. Os resultados mostraram que os tratamentos foram bem tolerados em relação à dor pelo uso de pré preparação da pele por gel a base de água ou por cubos de gelo, os autores visualizaram que a diminuição da dor também pode ter relação com duração de pulso alongada, mas não se pode afirmar este dado por não terem encontrados dados estatisticamente relevantes.
Outro estudo foi o de Yaghmai et al. (2004), que aplicaram o dispositivo de LIP associado a radiofrequência (RF) em todos os fototipos de pele segundo Fitzpratrick, no total de 69 pacientes sendo 21 pacientes dos fototipos IV, V e VI, ressaltaram que o uso de RF com energia alta associado a LIP foi possível alcançar fluências menores para o tratamento de peles mais escuras. Os resultados mostraram que o método é seguro e eficaz na epilação de indivíduos de pele escura e também nos indivíduos com pêlos de baixa pigmentação. O estudo sugere a realização de mais pesquisas no que diz respeito à combinação dos dispositivos.
Em estudo realizado por Sand et al. (2007) foi apresentada a dificuldade em realizar o método de epilação em pêlos loiros, brancos e cinzas, pelo fato de que os aparelhos utilizados para tal aplicação trabalham com o cromóforo alvo sendo a melanina e nesses tipos de pêlos há pouca ou nenhuma pigmentação. O estudo foi realizado em 32 pacientes divididos em um grupo de 16 pacientes sendo 10 mulheres e 6 homens que aplicaram um spray contendo melanina lipossomal por 8 semanas antes do tratamento com 6 aplicações pela manha e 6 aplicações a noite, no total 12 vezes por dia e apenas pararam de aplicar o spray na noite antes do tratamento e o outro grupo de 16 pessoas utilizou soro fisiológico. Concluiu-se que a técnica não pode ser considerada efetiva, houve uma redução do pêlo, mas não estatisticamente significante entre os dois grupos, os indivíduos não se mostraram satisfeitos e ocorreu ainda uma maior taxa de efeitos colaterais, que acreditam os autores ocorrerem devido ao acúmulo de melanina nos poros, aumentando a absorção do laser e assim causando maiores complicações. Os autores ainda relatam que essa técnica não é viável pelo alto custo da técnica e também a necessidade mais estudos.
O estudo realizado por Willey et al. (2007) com uma amostra de 543 pacientes, com classificação de Fitzpatrick II, III e IV, e idade entre 16 e 52 anos, receberam tratamento de laser e/ ou LIP. Em 85% dos tratamentos foi realizado Laser de Alexandrite (755nm), 10% com LIP e 5% com Laser de Nd:YAG, as sessões entre cada paciente variou de 3 a 23 em intervalos de 2-3 meses. O resultado mostra que 10,49% tiveram um aumento no crescimento de pêlo em relação ao valor basal, na área tratada e também nas zonas de limite (adjacentes). Em 8,10% não apresentaram nenhuma redução aparente após tratamento. Houve uma redução significativamente no decorrer do tratamento em 78,08% e apenas 2,5% receberam alta do tratamento, devido à redução quase total do pêlo.
Mcgill et al. (2007) realizaram estudo em pacientes que apresentavam hirsutismo facial e síndrome do ovário policístico, com intuito de compara o laser de Alexandrite (755nm) e o dispositivo de LIP. O que provou uma diferença marcante entre os dois aparelhos, houve uma maior redução de pêlos e maior satisfação das pacientes com uso do laser de Alexandrite, essa associação de resultado pode ocorrer pelo fato do laser apresentar um comprimento de onda específico e uma duração de pulso curta (3 milissegundos), assim conseguindo uma melhor destruição do folículo piloso, enquanto a LIP é um aparelho de banda larga no qual a fluência de energia é dividida entre 2 e 4 pulsos, com um atraso de 20 – 40 milissegundos entre cada pulso, assim produzindo uma energia mais deficitária ao tecido causando menor destruição do folículo e consequentemente menor eficiência da técnica.
Cameron et al. (2008) realizaram um estudo em qual o objetivo era comparar o sistema de LIP e Laser de Diodo, a área tratada e a área controle foram selecionadas no mesmo paciente, foi realizada contagem manual de pêlos por um avaliador de forma cega. A redução total foi maior com laser, mas esta diferença não foi estatisticamente significativa, apenas sugerindo que epilação com laser tem maior eficácia do que com LIP. Entre a satisfação das pacientes 5 preferiam o tratamento a laser apesar de mais dolorido e 2 optaram pelo tratamento com LIP, uma não demonstrou preferência e uma teve de ser retirada do estudo por inflamação grave no local tratado com laser, já no local tratado com LIP não foi observado nenhuma alteração.
Em 2006, Amin e Goldberg realizaram um estudo entre quatro dispositivos para epilação, foram estes a LIP com filtro vermelho, LIP com filtro amarelo, Laser de Diodo (810nm) e Laser de Alexandrite (755nm), em quatro áreas de tratamento diferentes mais a área controle. Os pacientes foram avaliado 1, 3 e 6 meses após o segundo tratamento de forma cega por um médico que não estava incorporado ao estudo. Os resultados mostraram que houve uma redução dos pêlos em todos os dispositivos, não sendo estatisticamente significante a diferença entre eles. A única diferença foi em relação à escala de dor, que quando tratados com LIP de filtro amarelo a dor foi menor comparada ao tratamento com laser.
A respeito dos efeitos colaterais dos tratamentos de epilação Mcgill et al. (2007) em estudo apresentaram que três pacientes tratados com LIP sofreram pequenas áreas de formação de bolha, sendo que dois casos resolveram em 14 dias, sem deixar cicatrizes e o outro caso ficou temporariamente hiperpigmentado, mas sem deixar cicatrizes, outros dois casos tratados com LIP desenvolveram áreas notáveis de leucotriquinia (branqueamento dos pêlos). Os efeitos adversos encontrados no estudo de Bouzari et al. (2005) realizado com Laser de Diodo, foram que 41,6% relatou dor ao tratamento, 12,5% hiperpigmentação, 12,5% bolhas e 8,3% foliculite, mas estes efeitos foram mais observados em pessoas de pele mais escura e não estavam relacionados com fluência ou duração de pulso, segundo o os autores. Em comparação Laser de Diodo e LIP, uma paciente com grave inflamação teve de ser retirada do estudo e uma teve hiperpigmentação transitória no tratamento de laser no estudo de Cameron et al. (2008). Para Bernstein et al. (2005) que utilizaram Laser de Diodo e Willey et al. (2007) que compararam Laser e LIP, foram encontrados um efeito paradoxal no qual o crescimento de pêlo foi induzido após o tratamento, no estudo do Bernstein et al. (2005) o crescimento de pêlo foi em áreas adjacentes ao tratamento, já no de Willey et al. (2007) o crescimento foi observado em áreas tratadas como também em áreas adjacentes.
No estudo de Rao e Goldman (2005), os efeitos foram transitórios ou com duração máxima de 3 dias, após o tratamento com um conjunto de lasers, Laser de Alexandrite (755nm), Laser de Diodo (810nm), Laser de Neodímio: ítrio-alumínio-garnet (Nd: YAG, 1.064nm) os efeitos encontrados foram pêlos queimados, edema, dor e eritema perifolicular. Sand et al. (2007) utilizando Laser de Diodo encontraram em 7 pacientes eritema leve e 2 pacientes com foliculite, no total de 16 pacientes incluídos no estudo. Fodor et al. (2009) apresentaram complicações maiores como cicatriz em 2 casos e um caso de hipopigmentação e complicações menores como 3 casos de eritema, 1 caso de hiperpigmentação transitória, 3 casos de bolha associado a eritema e 1 caso de eritema associado a bolha e hiperpigmentação transitória, todos em tratamento com LIP. Eritema perifolicular e edema transitório são efeitos desejados de uma resposta imediata após tratamento com LIP, e quanto mais escura a pele maiores os efeitos colaterais ainda segundo Fodor et al. (2005) e Yaghmai et al. (2004) que utilizaram LIP associado à radiofrequencia e observaram os mesmos efeitos imediatos. Em comparação de LIP e Laser, apenas os tratados com Laser apresentaram edema perifolicular no estudo de Amin e Goldberg (2006).
Como efeito imediato Omi e Clement (2006) de 35 locais tratados, 13 não apresentaram nenhuma alteração, 2 apresentaram eritema difuso, 9 eritema perifolicular, 10 vermelhidão no local de tratamento. Depois de 5 a 20 minutos eles avaliaram 20 áreas tratadas e relataram, 14 sem alteração alguma, 2 eritema difuso e 4 ligeira vermelhidão. Repetiram análise depois de 24 horas em 30 locais tratados, 24 não apresentaram alterações, 2 eritema difuso, 2 ligeiro eritema perifolicular e 2 apresentaram sinais claros de hiperpigmentação.
Apenas um estudo mostrou complicações oculares após epilação de sobrancelhas com Laser de Diodo, Le Jeune et al. (2007) realizaram um relato de caso em uma mulher de 24 anos, que durante a quarta sessão de tratamento queixou-se de dor ocular, o tratamento esta sendo feito sem óculos de proteção já que o tamanho do óculos impede o acesso a parte inferior da sobrancelhas ao terminar a sessão a paciente relatou vermelhidão nos olhos e diminuição da acuidade visual, foram administrados colírios. Após 10 dias a paciente voltou para reavaliação e a acuidade visual já havia melhorado. O exame do olho direito foi considerado normal, já o olho esquerdo apresentava atrofia da íris e quando avaliado na oftalmoscopia foi observado cicatrizes na íris.
Alster e Tanzi (2009) realizaram um estudo no qual o objetivo era certificar se a epilação com LIP é uma forma segura e eficaz quando destinados a uso doméstico. Foi selecionada uma amostra de 20 mulheres, com fototipos de I a IV. As participantes foram instruídas a iniciar o tratamento com energia baixa (3.0 – 3.5J) e aumentar progressivamente para a energia máxima tolerada (4.0 – 5.0J) em cada visita, sempre sendo assessorada por uma enfermeira durante a auto-aplicação do dispositivo por cada paciente em 3 sessões para registrar os efeitos colaterais e as dificuldades encontradas. Em conclusão foi visto que o dispositivo LIP de baixa energia pode ser usado para remoção de pêlos que não sejam faciais, em varias áreas e vários fototipos de pele, apresentando a vantagem adicional da portabilidade, custo, eficiência, velocidade e facilidade de aplicação, além de ter privacidade e comodidade quando utilizado em casa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos dizer que ainda não existe um consenso sobre os parâmetros a serem usados para obter uma epilação de sucesso. Os autores citados nesse estudo relatam usar na maioria das vezes as orientações dos fabricantes dos aparelhos utilizados. Em relação ao número de sessões podemos observar que com uma única aplicação já se observa uma melhora, mas, para uma epilação mais eficiente sugere-se de duas a três sessões, com intervalos médios entre dois a três meses, para respeitar a fase de crescimento do pêlo. Há necessidade de mais estudos sobre assunto, nos quais documentassem os parâmetros e dados de importância, para que assim possamos criar protocolos seguros e de melhores resultados, e também para obtermos melhores informações sobre este recurso, já que este é um assunto da atualidade e cada vez mais vem sendo procurado para satisfazer o desejo de eliminar definitivamente os pêlos indesejáveis.
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