INTERVENÇÃO DA FISIOTERAPIA MOTORA EM PACIENTES COM A DOENÇA DE PARKINSON, E A CORRELAÇÃO DE QUEDAS NA QUALIDADE DE VIDA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102411011041


Gabriela Batista Ramos
Samila Rayane Arruda De Andrade
Orientadora: Taciana Mirelly de Melo Silva


RESUMO

O estudo tem como objetivo analisar os artigos sobre a atuação do fisioterapeuta neurofuncional em pacientes com Doença de Parkinson (DP), destaca a importância das intervenções fisioterapêuticas e da prática de atividades funcionais para a melhoria da qualidade de vida e a manutenção da autonomia em idosos. Foi realizada uma revisão integrativa da literatura, utilizando dados extraídos de dez estudos selecionados em bases como PubMed, Scielo, BVS e Cochrane Library. Os resultados indicaram que intervenções fisioterapêuticas, incluindo treinamento de marcha, uso de tecnologias assistivas e programas de exercícios personalizados, são eficazes na melhoria da mobilidade, equilíbrio e na redução de quedas em paciência. As técnicas motoras, quando aplicadas de forma regular, mostraram-se fundamentais para a manutenção da autonomia dos pacientes, além de promoverem uma maior segurança na realização das atividades cotidianas. A prática física, integrada à fisioterapia, também foi associada a uma melhoria significativa na funcionalidade motora, contribuindo para um envelhecimento. A conclusão do estudo reforça a importância da fisioterapia neurofuncional no manejo da Doença de Parkinson, demonstrando que abordagens terapêuticas individualizadas e multidisciplinares são essenciais para promover a qualidade de vida dos pacientes, além de reduzir os impactos negativos associados às quedas.

Palavras-chaves do resumo: Fisioterapia, Parkinson, Qualidade de vida, Idoso, Quedas.

ABSTRACT

The study aims to analyze articles on the role of neurofunctional physiotherapists in patients with Parkinson’s Disease (PD), highlighting the importance of physiotherapeutic interventions and functional activities in improving quality of life and maintaining autonomy in the elderly. An integrative literature review was conducted, based on data extracted from ten studies selected from databases such as PubMed, Scielo, BVS, and Cochrane Library. The results indicated that physiotherapeutic interventions, including gait training, assistive technologies, and personalized exercise programs, are effective in improving mobility, balance, and reducing falls in patients. Motor techniques, when applied regularly, were essential for maintaining patient autonomy, promoting greater safety in daily activities. Physical activity, integrated with physiotherapy, was also associated with a significant improvement in motor functionality, contributing to healthier aging. The study concludes by reinforcing the importance of neurofunctional physiotherapy in managing Parkinson’s Disease, demonstrating that individualized and multidisciplinary therapeutic approaches are essential to enhance patients’ quality of life and reduce the negative impacts associated with falls.

Keywords: Physiotherapy, Parkinson’s, Quality of life, Elderly, Falls.

1. INTRODUÇÃO

A Doença de Parkinson (DP) é um distúrbio neurodegenerativo progressivo que afeta milhões de indivíduos em todo o mundo. Sendo a segunda doença neurodegenerativa mais prevalente globalmente, a DP resulta da degeneração dos neurônios dopaminérgicos na substância negra do mesencéfalo, provocando uma redução substancial da dopamina, um neurotransmissor essencial para o controle preciso dos movimentos corporais. Essa diminuição na produção de dopamina é a causa dos principais sintomas motores associados ao DP, com os tremores de repouso, bradicinesia, instabilidade muscular e instabilidade postural, os quais podem progredir para dificuldades mais graves, como a incapacidade de realizar atividades diárias (Tsukita et al., 2022).

 A avaliação clínica concentra-se na identificação dos sintomas motores cardinais, como tremor de repouso e desconforto, além da bradicinesia e instabilidade postural, que costumam ser observados quando aproximadamente 70% dos neurônios dopaminérgicos já estão comprometidos. Esse aspecto torna o diagnóstico precoce um desafio específico, devido à latência entre o início da degeneração neuronal e a manifestação clínica dos sintomas. Além disso, é crucial realizar um diagnóstico diferencial que exclui outras condições neurológicas com sintomas semelhantes à DP, como a atrofia de múltiplos sistemas e a paralisia supranuclear progressiva. Um diagnóstico preciso é vital para possibilitar o início de um tratamento adequado, que pode incluir intervenções farmacológicas e não farmacológicas, que mitigam os efeitos debilitantes da DP (Pereira et al., 2022).

A farmacologia é usada no tratamento da doença de Parkinson (DP), são utilizadas diversas classes de medicamentos entre eles: Levodopa (LD): Tratamento padrão que melhora sintomas motores, geralmente combinada com inibidores como benserazida ou carbidopa para aumentar a eficácia e reduzir efeitos colaterais, agonistas da dopamina mimicam: a dopamina e podem ser usados sozinhos ou com levodopa, ajudando a prolongar seus efeitos. Inibidores da monoamina oxidase B (IMAO-B): aumentam os níveis de dopamina e podem ter efeitos neuroprotetores, inibidores da Catecol-O-Metiltransferase (COMT): prolongam os efeitos da levodopa e estabilizam os níveis de dopamina, amantadina é usada para tratar discinesias induzidas por levodopa e melhorar rigidez e tremor (Spagnol; Pires, 2020). 

A fisioterapia se destaca como uma intervenção terapêutica extremamente relevante para os pacientes com DP. A literatura científica confirma amplamente sua eficácia na melhoria da funcionalidade e no bem-estar geral desses indivíduos, sendo um componente essencial no tratamento multidisciplinar da doença. As técnicas fisioterapêuticas incluem treinamento de marcha, exercícios de equilíbrio e atividades destinadas a promover flexibilidade e fortalecimento muscular. Essas intervenções são essenciais para aumentar a mobilidade dos pacientes, reduzir o estresse muscular e melhorar a capacidade funcional, permitindo que os pacientes mantenham sua independência e qualidade de vida (Da Silva et al., 2020).

A prática regular de atividades físicas também desempenha um papel crucial no manejo do DP. Evidências científicas mostram que a incorporação de exercícios aeróbicos, de resistência e flexibilidade ao regime terapêutico pode resultar em uma redução significativa dos sintomas motores, como fraqueza e tremores, além de diminuição do risco de quedas — uma preocupação constante entre os pacientes com DP, que enfrenta um risco elevado de fraturas e outras lesões graves (Alvim et al., 2020).

A adoção de uma estratégia multidisciplinar e adaptativa, que evolui conforme a progressão da doença e se ajusta às condições do paciente, é crucial para garantir a eficácia a longo prazo do tratamento. Portanto, com um diagnóstico preciso, orientações específicas e programas personalizados, é possível melhorar a qualidade de vida dos pacientes com Doença de Parkinson, prolongando sua autonomia e bem-estar, enquanto reduz o impacto negativo da doença e promove melhor integração social (Da Silva Santos; De Lima Ferro, 2022).

Dessa forma, a finalidade do presente estudo é analisar as principais repercussões da doença de Parkinson, e suas implicações físicas e psicológicas na sua qualidade de vida. Além disso, investigar as estratégias de tratamento fisioterapêutico em relação a quedas, em ambientes domiciliares. Com objetivo de responder à pergunta norteadora: Qual a relevância da fisioterapia motora em pacientes com a Doença de Parkinson, e a correlação de quedas na qualidade de vida?

2 METODOLOGIA

No presente estudo, elegeu-se a metodologia de revisão integrativa da literatura, a fim de analisar e consolidar as evidências sobre o tema proposto. Ao integrar dados diversificados, essa metodologia não apenas enriquece a análise, mas também fornece uma base sólida para o desenvolvimento de intervenções práticas e fundamentadas.

Este método de pesquisa permite a síntese de múltiplos estudos publicados e possibilita conclusões gerais a respeito de uma particular área de estudo. […] O propósito inicial deste método de pesquisa é obter um profundo entendimento de um determinado fenômeno baseando-se em estudos anteriores (Mendes, Silveira; Galvão, 2008, p.759-760).

O estudo foi realizado entre os meses de agosto a outubro de 2024, consultando as bases de dados eletrônicas: PubMed (National Library of Medicine), Scielo (Scientific Eletronic Library Online), BVS (Biblioteca Virtual de Saúde) e Cochrane Library, com os seguintes Descritores em Ciência da Saúde (DeCS) na língua portuguesa: Fisioterapia e Parkinson, Parkinson e acidente por quedas, Qualidade de vida e Parkinson, e os MeSH (Medical Subject Headings), na língua inglesa: Physiotherapy “AND” Parkinson’s, Parkinson’s “AND” Accidental falls, Quality of life “AND” Parkinson’s, aplicando operador booleano “AND” utilizado para junção dos termos nas bases de dados.

Como critérios de inclusão foram selecionados estudos que abordavam intervenções fisioterapêuticas, atividades físicas, e suas consequências na qualidade de vida dos pacientes com Doença de Parkinson. A seleção incluiu artigos de revisão, ensaios clínicos, estudos de coorte e pesquisas qualitativas. Estudos que evidenciem os benefícios da fisioterapia motora e da atividade física na prevenção de quedas. Artigos publicados nos últimos 5 anos e que incluam idosos como população-alvo.

Em relação aos critérios exclusivos, elegeu-se estudos que não apresentavam dados relevantes sobre a eficácia das intervenções ou que não estavam abordassem a Doença de Parkinson. Artigos que não abordem diretamente a Doença de Parkinson na população idosa. Revisões de literatura, artigos de opinião que apresentem dados empíricos, bem como estudos de revisões integrativa ou sistemática.

Para compreensão do processo metodológico, foi elaborado um fluxograma, com abordagem analítica e seletiva dos estudos, que foram categorizados em etapas: leitura dos títulos, leitura dos resumos, e leitura na íntegra. Com o intuito de responder a pergunta norteadora do estudo. Disponível na figura a seguir:

Fonte: autores

3 RESULTADOS

Na presente revisão integrativa, destacou-se dez artigos elegíveis, dos 1.580 selecionados, de acordo com os critérios de inclusão previamente estabelecidos. Na tabela 1, segue a descrição dos estudos e seus métodos utilizados, assim como seus respectivos resultados e conclusões.

Tabela 1. Resultados dos estudos analisados, conforme fluxograma descritivo.

AUTOR/ANOOBJETIVOTIPO DE ESTUDORESULTADOSCONCLUSÃO
Feng et al. (2019)O objetivo deste estudo foi investigar o efeito da tecnologia de realidade virtual (RV) no equilíbrio e na marcha em pacientes com doença de Parkinson (DP).Estudo controlado, randomizado e cego simplesApós o tratamento, as pontuações BBS, TUGT e FGA melhoraram significativamente em ambos os grupos (P<0,05). No entanto, não houve diferença significativa no UPDRS3 entre os dados pré e pós-reabilitação do grupo controle (P>0,05). O treinamento de RV resultou em desempenho significativamente melhor em comparação com o grupo de fisioterapia convencional (P<0,05)Os resultados deste estudo indicam que 12 semanas de reabilitação com RV resultaram em uma melhora maior no equilíbrio e na marcha de indivíduos com DP quando comparados à fisioterapia convencional.
Ashburn et al. (2019)Estimar o efeito de um programa de fisioterapia na prevenção de quedas entre pessoas com doença de Parkinson.Ensaio clínico controlado randomizado (ECR) multicêntrico, pragmático, mascarado pelo investigador e individualmente com análises de subgrupos pré-especificadasUma análise dos resultados secundários mostrou que o PDSAFE melhorou significativamente o equilíbrio (Mini-BESTest: diferença média de 0,95, IC 95% 0,24 a 1,67; p = 0,009), a força funcional (CST: p = 0,041) e a eficácia em quedas (Falls Efficacy Scale – International: diferença média de -1,6, IC 95% -3,0 a -0,19; p = 0,026), além de reduzir significativamente o risco de quase queda (OR 0 ,67, IC 95% 0,53 a 0,86; p = 0,001) em 6 meses. Uma análise de subgrupos revelou que o PDSAFE pode ser benéfico para pacientes com doença de Parkinson moderada, mas pode aumentar o risco de quedas em pessoas com doença mais grave, especialmente com congelamento de marcha (FoG).O PDSAFE não foi eficaz na redução de quedas repetidas em toda a gama de pessoas com doença de Parkinson no ensaio.
Yuan et al. (2020) (PubMed)Avaliar a eficácia de um treinamento personalizado baseado em videogame interativo (IVGB) no equilíbrio em adultos mais velhos com doença de Parkinson (DP) leve a moderada.Ensaio cruzadoAs mudanças na Modified Falls Efficacy Scale (MFES) e nas duas subescalas do Multi-Directional Reach Test foram significativamente diferentes entre os grupos no primeiro período de 6 semanas. No segundo período, houve diferenças significativas nas mudanças da Berg Balance Scale, MFES e em duas subescalas do Maximum Step Length. A intervenção de exercícios IVGB de 6 semanas melhorou de forma significativa os resultados funcionais em pacientes com DP, em comparação com os controles, com melhorias em aspectos diferentes, mas inter-relacionados, em ambos os grupos.O treinamento personalizado de exercícios IVGB melhora o equilíbrio, a estabilidade postural e a confiança na prevenção de quedas em adultos mais velhos com DP leve a moderada. No entanto, este exercício IVGB não tem um impacto significativo na qualidade de vida
Luna et al., (2020) (PubMed)Revisar os efeitos na marcha após treinamento em esteira em pacientes idosos com doença de Parkinson.Revisão crítica da literaturaO treinamento em esteira, com ou sem suporte de peso, realizado por pelo menos 20 minutos, duas a três vezes por semana, durante no mínimo 6 semanas, mostrou-se eficaz para melhorar a marcha em idosos com doença de Parkinson.O treinamento em esteira em pacientes idosos com doença de Parkinson é uma intervenção que melhora os resultados da marcha.
Yun et al., (2021) (PubMed)Investigar o efeito do treinamento de marcha assistido por robô (RAGT) na automaticidade da marcha, bem como na velocidade da marcha e no equilíbrio em pacientes com DPEstudo piloto, prospectivo, aberto e de braço único.A análise do modelo linear de efeito misto revelou uma mudança significativa ao longo do tempo apenas na velocidade de marcha de tarefa única no 10MWT (P = 0,007), com aumento significativo em T1 (P = 0,041), mas não em T2 (P = 0,445). Não houve mudanças significativas na velocidade de marcha de tarefa dupla ou nas interferências de tarefa dupla. Além disso, a pontuação da Escala de Equilíbrio de Berg melhorou significativamente tanto em T1 quanto em T2 (P = 0,004 e P = 0,024, respectivamente).Apesar da melhora na velocidade de caminhada e no equilíbrio, a automaticidade da marcha em pacientes com DP não foi melhorada pelo RAGT usando um robô do tipo exoesqueleto.
Silva et al. (2021)Comparar os efeitos das estratégias de prática mental (PM) associadas à fisioterapia sobre a marcha e o risco de quedas em pessoas com doença de Parkinson (DP).Estudo experimentalO grupo GMPI apresentou resultados significativos para o tempo (p= 0,027) e velocidade da marcha (p= 0,025) quando comparados aos resultados do GC.  A cadência e o risco de quedas não apresentaram resultados significativos. Os grupos GPMSG e GPMA não apresentaram resultados estatisticamente significantes para TC10m e TUG quando comparados ao GC.Os resultados deste estudo sugerem que o treinamento da prática mental orientada por imagem associado à fisioterapia motora é mais eficaz para aumentar a velocidade da marcha do que outras estratégias de PM.
Gryfe, Sexton e McGibbon (2022) (PubMed)O objetivo principal deste ensaio clínico randomizado (ECR) piloto foi determinar se 8 semanas (2x por semana) de exercícios com exoesqueleto bilateral (Exo) resultam em mudanças positivas na cognição e participação em adultos com DP em comparação com exercícios sem exoesqueleto (Nxo) ou controle de lista de espera (Con).Ensaio piloto controlado, randomizado, paralelo, aberto.Melhoria significativa no domínio Memória e Aprendizagem do SCOPA-COG (P=0,014) e 6MWT (P=0,008) foi detectada para o grupo Exo em comparação com o grupo Nxo e/ou Con. Nenhum outro efeito estatisticamente significativo entre os grupos foi encontrado. Não houve EA sério ou não antecipado.Exercícios funcionais com um exoesqueleto de baixo perfil sobre o solo mostraram resultados promissores para melhorar a memória e a resistência da marcha em pessoas com DP nos estágios I-IV do HY.
Aytutuldu et al. (2024) (PubMed)Comparar os efeitos do protocolo Lee Silverman Voice Treatment® BIG (LSVT® BIG) baseado em telereabilitação síncrona e do treinamento progressivo de mobilidade estruturada em pacientes com doença de Parkinson (DP).Estudo de casoEste estudo mostrou interações significativas grupo por tempo no Mini-BEST (p = 0,042), ABC-SF (p = 0,029) e PAS (p = 0,022) em favor do grupo 1. Além disso, TUG (p < 0,01), parâmetros espaço-temporais da marcha (p < 0,01) e PDQ-39 (p < 0,01) foram melhorados em ambos os grupos.Ambos os protocolos de exercícios baseados em telereabilitação síncrona melhoraram o equilíbrio e a marcha, bem como o nível de atividade e a qualidade de vida em pacientes com DP. O LSVT® BIG pode ser preferido para melhorar o equilíbrio dinâmico, a confiança no equilíbrio e o status de atividade nos estágios iniciais da DP.
Andrade et al., (2024)avaliar a eficácia comparativa do treinamento em esteira, com e sem suporte de peso corporal, nos resultados de equilíbrio entre pacientes com DP após DBS. Métodos:  Estudo prospectivo, longitudinal e controlado.Após a fase 1, houve melhora no desempenho cognitivo do TUG (Antes: 15,7 ± 1,8 seg; Depois: 13,7 ± 3,1 seg; p < 0,01) e um aumento da oscilação corporal anteroposterior e médio-lateral com os olhos fechados. Após a fase 2, houve melhora no desempenho convencional (Antes: 12,3 ± 2,0 seg; Depois: 10,7 ± 1,7 seg; p < 0,01) e cognitivo (Antes: 14,6 ± 3,5 seg; Depois: 12,5 ± 1,6 seg; p < 0,05) do TUG. Não houve mudanças significativas na Escala de Equilíbrio de Berg após qualquer protocolo de treinamento.Ambos os treinamentos melhoraram o equilíbrio estático e dinâmico e tiveram resultados semelhantes; no entanto, o treinamento em esteira assistida pareceu ser uma opção potencialmente superior, pois os pacientes tendiam a se sentir mais seguros.
Romero et al., (2024) (PubMed)Determinar os efeitos imediatos e de curto prazo nos sintomas motores e não motores, e medidas neurofisiológicas, da EMTr e do neurofeedback guiado por EEG, isoladamente ou combinados, em comparação com nenhuma intervenção, em pessoas com DP.Ensaio clínico randomizadoO Grupo C apresentou o maior efeito nos sintomas motores, qualidade de vida relacionada à saúde e períodos de silêncio cortical, seguido pelo Grupo A e Grupo B. Diferenças insignificantes entre os Grupos AC e Grupo D para mobilidade funcional ou limites de estabilidade foram encontradas.A combinação de rTMS e neurofeedback guiado por EEG diminuiu os sintomas motores gerais e aumentou a qualidade de vida, mas isso não se refletiu em mudanças na mobilidade funcional, estabilidade postural ou níveis de depressão.

Fonte: autores

4 DISCUSSÕES

Os resultados do estudo de Luna et al. (2020) indicam que o treinamento em esteira (TT), tanto com quanto sem suporte de peso corporal, demonstrou ser eficaz na melhora das variáveis de marcha em pacientes idosos com Doença de Parkinson (DP). Em especial, o TT sem suporte de peso corporal, que exige mais esforço muscular, parece ser mais desafiador e eficaz. Por outro lado, o treinamento com suporte de peso corporal mostrou resultados positivos ao reduzir a demanda física durante o exercício, o que pode ser benéfico para pacientes com limitações motoras mais severas.

O estudo de Melo et al. (2020), corrobora com Luna et al. (2020), onde os estudos evidenciam que o treino de esteira em idosos com Doença de Parkinson, melhora a marcha dos idosos e reduzindo o risco de queda.

Já o estudo de Yun et al. (2021) investigou os efeitos do treinamento com marcha assistida por robô (RAGT) na função de marcha de pacientes com Doença de Parkinson (DP), com ênfase na interferência de dupla tarefa. Entre os 12 participantes inicialmente inscritos, 11 foram analisados, com idade média de 66,46 anos e duração média da doença de 112,91 meses. O estudo mostrou que o RAGT foi eficaz em melhorar a velocidade da marcha em uma única tarefa, mas não teve impacto significativo no desempenho da marcha em dupla tarefa. O RAGT melhorou a velocidade da marcha em uma única tarefa, mas não demonstrou impacto significativo na marcha de dupla tarefa ou na eficácia de prevenção de quedas.

Yuan et al. (2020) descreve em seu estudo os efeitos de um programa de exercícios de realidade virtual baseado em jogos (IVGB) em pacientes idosos com Doença de Parkinson (DP) leve a moderada. O estudo incluiu 24 idosos, divididos em dois grupos, que realizaram o programa por 6 semanas. Os autores compararam o impacto do treinamento em várias medidas de equilíbrio, capacidade de andar e qualidade de vida.

Os resultados mostraram que o programa de exercícios IVGB melhorou significativamente a confiança na prevenção de quedas, capacidade de equilíbrio e habilidade de realizar passos em várias direções (especialmente para trás e lateralmente). No entanto, não houve impacto significativo na qualidade de vida (avaliada pelo SF-36). Yuan et al. (2020) observaram que as melhorias eram mais evidentes em pacientes com pontuações iniciais mais baixas de equilíbrio.

De acordo com Oliveira, Monteiro e Macêdo (2023, p. 9), as deficiências motoras observadas nos 2 idosos foram mitigadas com o uso de realidade virtual. O estudo indica que “houve melhora nos indivíduos com a intervenção da realidade virtual associada a esteira ergométrica sobre o congelamento de marcha” em indivíduos com DP, o que corrobora com Yun et al. (2021) e de Yuan et al. (2020).

Os resultados de Romero et al. (2024) mostram que, após a intervenção, os sintomas motores dos participantes com doença de Parkinson (DP) melhoraram de forma mais significativa no grupo que recebeu a combinação de estimulação magnética transcraniana repetitiva (rTMS) e neurofeedback guiado por EEG. O Grupo C, que recebeu essa combinação, apresentou um Efeito Médio do Tratamento (ATE) de -3,78 pontos na pontuação da Escala Unificada de Avaliação da Doença de Parkinson (UPDRS-III), superando os grupos que receberam apenas rTMS ou neurofeedback de forma isolada. Apesar disso, não foram observadas melhorias significativas em termos de mobilidade funcional e estabilidade postural, o que pode estar relacionado à complexidade dessas funções que envolvem diferentes redes cerebrais.

Além dos sintomas motores, Romero et al. (2024) demonstraram que houve melhorias na qualidade de vida dos pacientes, medida pelo PDQ-39, especialmente no grupo que recebeu a intervenção combinada, com uma redução de 6,89 pontos. Em termos de medidas neurofisiológicas, observou-se um aumento no período de silêncio cortical (CSP) nos grupos que receberam rTMS e a combinação com neurofeedback, sugerindo um efeito positivo na inibição intracortical, o que pode estar relacionado ao aumento do controle motor. No entanto, o neurofeedback isoladamente não teve impacto significativo no CSP.

De acordo com Filippin et al. (2014), os pacientes com DP possuem maior risco de queda e consequentemente isso afeta sua qualidade de vida, uma vez que o medo de cair reduz a autonomia do indivíduo e estimula o sedentarismo, o que causa prejuízos ao idoso de forma a deixar sua saúde ainda mais debilidada.

A pesquisa de Gryfe, Sexton e McGibbon (2022) envolveu 47 indivíduos, dos quais 41 foram randomizados em três grupos: Exo (uso de exoesqueleto), Nxo (exercício sem exoesqueleto) e Con (controle). Os resultados de Gryfe, Sexton e McGibbon (2022) indicam que o grupo Exo teve ganhos substanciais na resistência à caminhada, conforme medido pelo teste de caminhada de 6 minutos (6MWT), com uma melhora média de 35 metros, enquanto os outros grupos não apresentaram mudanças significativas. No entanto, Gryfe, Sexton e McGibbon (2022) descrevem que não houve mudanças significativas nos resultados de humor (HADS), congelamento de marcha (FOG), velocidade de marcha ou equilíbrio (ABC e BriefBEST), nem nos desfechos específicos da DP, como a escala UPDRS. A presença de efeitos adversos (AE) foi moderada, com a maioria dos eventos sendo leves e relacionados ao uso do exoesqueleto, como dores musculares e quedas ocasionais.

O estudo de Aytutuldu et al. (2024) avaliou os efeitos de dois protocolos de exercícios em pacientes com Doença de Parkinson (DP), com 32 participantes completando um treinamento de 4 semanas. Os resultados mostraram uma diferença significativa nas trazidas do Mini-BEST em favor do grupo LSVT® BIG, evidenciando melhorias em equilíbrio acústico, confiança no equilíbrio e status de atividade. Ambas as intervenções resultaram em avanços nos parâmetros de mobilidade e qualidade de vida; no entanto, o LSVT® BIG declarou superioridade em determinadas autoavaliadas e específicas.

O estudo de Andrade et al. (2024) comparou os efeitos de treinamento em esteira com suporte de peso corporal (BWST) e treinamento em esteira sem suporte na mobilidade e no equilíbrio de pacientes com Doença de Parkinson (DP) após terapia de estimulação cerebral profunda (DBS). Os resultados mostraram que o TUG convencional teve uma redução significativa após o BWST, com uma tendência de melhoria maior em comparação ao treinamento sem suporte. O TUG cognitivo também melhorou após ambas as disciplinas, mas não houve mudanças significativas no TUG motor ou na Escala de Equilíbrio de Berg para nenhum dos grupos. A posturografia revelou aumento na amplitude de deslocamento do centro de pressão com os olhos fechados após o treinamento sem suporte, mas não após o BWST. Embora ambos os treinamentos tenham mostrado potencial para melhorar a mobilidade, o BWST é mais eficaz em fornecer um ambiente seguro que permite maior liberdade de movimento, possivelmente contribuindo para melhorias em equilíbrio e confiança.

No estudo de Silva et al. (2021), os resultados apresentados demonstraram que não houve diferenças significativas entre os grupos em variáveis ​​como TUG, tempo de caminhada, velocidade e cadência antes da avaliação. No entanto, o grupo IGMP apresentou resultados significativos na redução do tempo de caminhada e no aumento da velocidade em comparação ao grupo de controle, indicando que um MP guiado pode ter um impacto positivo na marcha. O IGMP pode ter se destacado devido à ativação dos circuitos neurais envolvidos no planejamento e execução de ações, por meio da observação de ações relacionadas à marcha. Isso está relacionado ao sistema de neurônios-espelho, que é mais ativo quando se observa ações que fazem parte do repertório motor do coletor. Por outro lado, a AGMP não apresentou resultados significativos, possivelmente devido à sua abordagem não rítmica e ao efeito “teto” nos participantes que estavam nos estágios iniciais da DP. Embora todos os grupos, exceto o CG, tenham programado migração do “risco médio de quedas” para “baixo risco de quedas”, não foram observadas diferenças significativas entre as estratégias. Os autores sugerem que a manutenção dos resultados em relação ao risco de quedas pode estar relacionada às estratégias biomecânicas adotadas durante o TUG, que não foram simuladas mentalmente nas disciplinas.

O estudo de Ashburn et al. (2019) incluiu 541 participantes com Parkinson, dos quais 474 completaram o rastreamento e foram selecionados em grupos de controle e intervenção (PDSAFE). Embora não tenham sido descobertas diferenças estatísticas reveladas nas taxas de quedas entre os grupos após 12 meses de acompanhamento, recomenda-se uma tendência de aumento das quedas repetidas no grupo PDSAFE nos 6 meses anteriores, com uma razão de chances (OR) de 1,21. No entanto, houve uma redução nas quedas quase ocorridas no grupo PDSAFE em comparação com o controle (p = 0,001). Adicionalmente, o grupo PDSAFE apresentou melhorias significativas em medidas de equilíbrio e confiança em quedas, conforme indicado pelo Mini-BESTest e FES-I, nos primeiros 6 meses, mas sem diferenças significativas aos 12 meses. Análises de subgrupo indicaram que participantes com histórico de congelamento de marcha no grupo PDSAFE tiveram o dobro das chances de quedas repetidas em comparação ao grupo controle (OR = 2,04).

  Já Feng et al. (2019) investigou os efeitos de um programa de reabilitação em realidade virtual (RV) sobre marcha e equilíbrio em pacientes com doença de Parkinson (DP). Após 12 semanas de intervenção, ambos os grupos apresentaram melhorias nas vantagens do Berg Balance Scale (BBS), Timed Up and Go Test (TUGT) e Functional Gait Assessment (FGA) (P<0,05). Entretanto, no grupo controle, conforme previsto da Unified Parkinson’s Disease Rating Scale (UPDRS3) não mostrou alteração significativa, enquanto o grupo experimental apresentou melhorias notáveis. Os autores sugerem que a RV pode fornecer estímulos que aumentam a sensibilidade dos órgãos sensoriais dos pacientes, ajudando a compensar distúrbios no sistema nervoso central e melhorando a instabilidade postural.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A fisioterapia neurofuncional desempenha um papel crucial no manejo da Doença de Parkinson, potencializando a independência dos pacientes em suas atividades diárias. Intervenções que combinam exercícios físicos regulares e personalizados promovem não apenas melhorias funcionais, mas também aumentam a confiança e a segurança dos pacientes, permitindo-lhes uma maior integração social e uma vida mais autônoma. A adoção de abordagens multidisciplinares é essencial para maximizar os benefícios terapêuticos. Técnicas como treinamento de marcha, exercícios de equilíbrio e fortalecimento muscular mostraram-se fundamentais para melhorar a mobilidade, reduzir o risco de quedas e promover um envelhecimento ativo. A atuação do fisioterapeuta é primordial para mitigar os impactos debilitantes da Doença de Parkinson, oferecendo um tratamento que vai além da abordagem farmacológica e que foca na melhoria contínua da qualidade de vida. Contudo, o presente estudo respondeu à questão norteadora da pesquisa, ao evidenciar que a fisioterapia, por meio de técnicas motoras e preventivas, é uma ferramenta eficaz para melhorar a funcionalidade e reduzir os riscos associados às quedas em pacientes com essa condição. Recomendam-se novos estudos na área para potencializar os cuidados com quedas em pessoas idosas.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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