Interdisciplinarity in the treatment of temporomandibular disorders
Ricardo Filho, A Belfort, N. L. N
Alcir Ricardo Filho1*,
Nalyn Luiza Naue Belfort1,
1Graduado(a) em Fisioterapia na Universidade Salgado de Oliveira, Campus Goiânia.
Resumo – Introdução: Podemos definir disfunções temporomandibulares (DTM) como um grupo de condições dolorosas orofaciais que envolvem fatores de predisposição, início e perpetuação, é de origem multifatorial. Devido sua multifatoriedade, seus sinais e sintomas são variaveis, podendo ser um sintoma isolado ou vários relacionados. Inicialmente somente médicos ortopedistas e odontólogos tratavam tais disturbios, porém atualmente outros profissionais ganharam espaço no meio clínico visto que sua sintomatologia e etiologia é multifatorial, o tratamento passou então a abranger profissionais como fisioterapeuta, fonoaudiólogos e psicólogos. Objetivos: é analisar as modalidades de tratamento de uma equipe interdisciplinar na disfunção temporomandibular. Métodos: O levantamento bibliográfico foi realizado por estudos entre os anos 2000 é 2010 nas seguintes bases de dados: SCIELO, LILACS, Medline e BVS usando os seguintes descritores “disfunções temporomandibulares”, “sistema estomatognótico” e “articulação temporomandibular”. Foram aceitos artigos originais, revisões de literatura, revisões bibliográficas que referênciam os aspectos relacionados aos recursos e métodos de tratamento em disfunções temporomandibulares. Discussão: O tratamento da DTM além de ser complexo faz necessário a comunicação entre os profissionais que atuam nesta especialidade, fazendo com que não seja vista somente uma causa da patologia mais sim toda a amplitude da patologia . Conclusão: Nota-se a necessidade de desenvolvimento e evolução de uma ficha de avaliação interdisciplinar afim de estabelecer o tratamento e a atualização dos demais envolvidos da equipe.Ficou evidente a necessidade de mais pesquisas sobre o tratamento de disfunções temporomandibulares com uma equipe interdisciplinar, visto que é uma patologia multifatorial.
PALAVRAS-CHAVE: Articulação Temporomandibular, Equipe de Assistência ao Paciente, Sistema Estomatognático.
ABSTRACT: Introduction: We can define temporomandibular disorders (TMD) as a group of orofacial pain conditions involving predisposing factors, beginning and perpetuation, is of multifactorial origin. Due to its multifactorial, its signs and symptoms are variable and may be an isolated symptom or several related. Initially only orthopedic surgeons and dentists doctors treated such disturbances, but today other professionals gained ground in the clinical setting as their symptomatology and etiology is multifactorial, the treatment went on to include professionals such as physiotherapists, speech therapists and psychologists. Objectives: to analyze the treatment modalities of an interdisciplinary team in the temporomandibular dysfunction. Methods: The literature review was carried out by studies between 2000 was 2010 in the following databases: SCIELO, LILACS, Medline and BVS using the following key words \”temporomandibular disorders\”, \”estomatognótico system\” and \”DTM\”. Original articles, literature reviews, literature reviews that reference the aspects related to the resources and methods of treatment for temporomandibular disorders were accepted. Discussion: The treatment of TMD in addition to being complex communication is needed between the professionals working in this specialty, making it not just seen a cause of pathology but rather the whole breadth of pathology. Conclusion: Note the need for development and evolution of an interdisciplinary evaluation form in order to establish the treatment and upgrading of others involved the obvious equipe.Ficou the need for more research
Alcir R. F./ Interdisciplinaridade no tratamento de dinfunções temporomandibulares (2015) Páina 2 de 6
on the treatment of temporomandibular disorders with an interdisciplinary team, as it is a multifactorial disease. KEY-WORDS: Temporomandibular Joint, Patiente Care Team, Stomatognathic System.
I – Introdução
Segundo Matta e Honorato (2003) podemos definir disfunções temporomandibulares (DTM) como um grupo de condições dolorosas orofaciais que envolvem fatores de predisposição, início e perpetuação. A DTM é de origem multifatorial e não é possível reconhecer um único fator etiológico visto que está relacionada a fatores estruturais, oclusais, neuromusculares, psicológicos, traumas e degenerações na articulação que por fim desequilibram a articulação temporomandibular (QUINTO, 2000; PEREIRA et al., 2005).
De acordo com Okeson (2000) cerca de 40 a 60% da população em geral possuí algum tipo de DTM e Biasotto-Gonzalez (2005) afirma que sua prevalência e maior entre os 20 e 45 anos, tendo como principal causa os fatores miogênicos, sendo sua prevalência 2 vezes maios no sexo feminino, principalmente em períodos férteis (PALLA, 2004).
Devido sua multifatoriedade, seus sinais e sintomas são variaveis, podendo ser um sintoma isolado ou vários relacionados, dentre eles temos: enxaquecas, dores de cabeça, dores e/ou ruídos nas articulações, dificuldade de abrir a boca, dificuldade de mastigar e dores de ouvido. O diagnóstico das DTMs compreende a história do paciente, exame clinico e exames complementares, sendo que a maior parte das informações para o diagnóstico é obtido na anamnese (PORTERO et al., 2009).
Inicialmente somente médicos ortopedistas e odontólogos tratavam tais disturbios, porém atualmente outros profissionais ganharam espaço no meio clínico visto que sua sintomatologia e etiologia é multifatorial, o tratamento passou então a abranger profissionais como fisioterapeuta, fonoaudiólogos e psicólogos (BOVE et al., 2005). Dentre as modalidades de tratamento estão a educação do paciente e auto-cuidado, modificação do comportamento (incluindo técnicas de relaxamento), medicamentos, terapia física, placas oclusais estabilizadoras, terapia oclusal (ortodontia, reabilitação oral) e cirurgia (PORTERO et al., 2009).
O presente trabalho irá informar os profissionais atuantes no tratamento de DTM sobre a importância da interdisciplinaridade visto que frequentemente encontra-se profissionais atuando individualmente sem dar enfase no trabalho em equipe.
Objetivou-se com este trabalho analisar as modalidades de tratamento de uma equipe multidisciplinar na disfunção temporomandibular.
II – Métodos
Este trabalho é uma revisão de literatura integrativa, com o intuito de quantificar em bases literárias as modalidades de tratamento interdisciplinar nas disfunções temporomandibulares. O período do presente estudo foi no mês de outubro a dezembro de 2014.
O levantamento bibliográfico foi realizado por estudos entre os anos 2000 e 2010 nas seguintes bases de dados: SCIELO, LILACS, Medline e BVS usando os seguintes descritores “disfunções temporomandibulares”, “sistema estomatognótico” e “articulação temporomandibular”.
Foram aceitos artigos originais, revisões de literatura, revisões bibliográficas que referenciam os aspectos relacionados aos recursos e métodos de tratamento em disfunções temporomandibulares. O resultado foi organizado em um quadro no qual será disposto por ano, autor, título, tipo de estudo e objetivo.
II – Discussão
As placas oclusais utilizadas pelos odontólogos são uma terapia reversível, que somente são efetivas quando há a colaboração do paciente. Ainda é desconhecido o exato mecanismo pelo qual as placas oclusais agem, porém sabe-se que deve selecionar apropriadamente o tipo e o material que serão confeccionadas, visto que cada placa é direcionada para atuar em um fator etiológico específico. Deve ser preferível a seleção de placas confeccionadas com material rígido, haja visto que estas demonstraram ser mais efetivas que as confeccionadas com material resiliente (PORTEIRO et al.,2009).
O tratamento fonoaudiológico segundo Quinto (2000), baseia-se principalmente na conscientização do paciente ao problema, na eliminação dos hábitos parafuncionais e no uso de compressas úmidas e massagens que promovem relaxamento na musculatura. Os exercícios visam melhorar a movimentação mandibular, equilibrando a musculatura, e as funções estomatognáticas devem ser adequadas, quando necessário.
A Psicologia colabora com o tratamento da DTM voltando atenção aos fatores emocionais e comportamentais relacionados à disfunção, tais como a ansiedade e a depressão. A Psicologia objetiva incentivar o paciente a desenvolver estratégias de enfrentamento e controle da dor (CARLLSON et al., 2006).
No caso da DTM, a dor pode fazer com que o paciente desencadeie reações ansiosas e de estresse, tais reações podem ser ampliadas quando há sensação de desconhecimento e insegurança (CABRAL et al., 2003; PEREIRA et al., 2005). O conteúdo ansioso gera um efeito prejudicial ao tratamento pois consiste no abaixamento no limiar à dor, que leva a um aumento na atenção focalizada nessa e à interpretação generalizada de qualquer sensação como dor (VEDOLIN, 2007).
Entretanto, o estresse pode ser compreendido como o resultado de uma série de estímulos físicos e emocionais, como o medo, esgotamento físico e/ou mental, ansiedades, que desencadeia a associação de sensações mentais, físicas e emocionais que, por sua vez, necessitam de adaptação ou produção de tensão no mesmo (BATISTA, DANTAS, 2003).
A intervenção fisioterapêutica atua quando existe dor e/ou restrições dos movimentos mandibulares que afetem a qualidade de vida do indivíduo ou interfiram em suas atividades de vida diária ou ainda quando houver uma instabilidade articular. (CARNEIRO, 2003).
McNeely et al., (2006), apontam a eficácia dos exercícios posturais associados a terapia manual e acupuntura na redução da dor e melhora da função e abertura bucal, os exercícios ativos, as
mobilizações manuais, o treinamento postural em combinação com outras intervenções, a terapia a laser, os programas de retroalimentação (biofeedback), relaxamento e reeducação proprioceptiva podem ser mais eficazes do que o tratamento placebo ou que o uso de placas miorrelaxantes.
IV – Conclusão
Nota-se a necessidade de desenvolvimento e evolução de uma ficha de avaliação interdisciplinar afim de estabelecer o tratamento e a atualização dos demais envolvidos da equipe. Ficou evidente a necessidade de mais pesquisas sobre o tratamento de disfunções temporomandibulares com uma equipe interdisciplinar, visto que é uma patologia multifatorial, tornando-se necessário a atuação de todos os profissionais que trabalham com a patologia. Devido a escacez de estudos abordando uma equipe, aconselha-se a realização de relato de casos afim de obter resultados cientificos que comprovem que o diagnóstico e tratamento em equipe é mais eficaz do que quando comparado ao tratamento individual.
Referências
BATISTA, M.; DANTAS, E. Yoga no controle do stress. Revista Fitness e Performance v. 1, 2003.
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