INICIAÇÃO MUSICAL: A RELAÇÃO COM A MELHORA NO CONVÍVIO SOCIAL E DEMAIS AVANÇOS PARA CRIANÇAS NEURO DIVERGENTES

MUSICAL INITIATION: THE RELATIONSHIP WITH THE IMPROVEMENT IN SOCIAL EXPERIENCE AND OTHER ADVANCES FOR NEURO DIVERGENT CHILDREN

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7908292

Lívia Gonçalves de Oliveira1; Maria Eduarda Bezerra Brandão2; Jéssica França Mendonça3; Jéssica Almeida Cruz4; Dulcineide Guimaraes da Mata5; Cicero Ribeiro Candido6; Leticia Paiva Fiquene7; Adelcio Machado dos Santos8; Celso Henrique Denófrio Garrote9; Ayane Paula Mendonça Pereira10; Lisandra Ferreira Jardim11; Luana Antunes da Silva12; Nefertiteh França Quaresma Bidá13; Tatiane de Souza Gil14; Neide Rossi15; Marcos Brunno Aguiar Monteiro16


RESUMO 

Introdução: A música não é apenas uma expressão artística, uma forma de comunicação, interação e expressão, mas também um recurso valioso no processo psicoterapêutico. A prática da musicoterapia tem se mostrado uma grande aliada da psicologia em termos de seus efeitos terapêuticos. Isso porque, a musicalidade e a psicologia estão integradas em um domínio da saúde, o que permite, intermediações de relações durante o atendimento aos pacientes e seus cuidadores, interceptando os sintomas psicológicos que ocorrem nesse contexto. Objetivo: Apresentar as contribuições da iniciação musical para a melhora do convívio e tratamento de crianças neuro divergentes.  Metodologia: Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura, realizado através de um levantamento de dados, nas bases científicas: LILACS e SCIELO. Resultados e Discussões: A literatura ainda apresenta que a música tem sido associada a funções que melhoram os domínios cognitivo, emocional, social, mental e terapêutico nos reinos consciente e subconsciente. Esta performance é criada pela união de elementos musicais como harmonia, melodia e ritmo. Essa tríade funciona em conjunto na mente humana, mas há especificações para os aspectos de movimento (ritmo), emoção (melodia) e intelectual (harmonia).  Essa interação entre música e psicologia permite que os psicólogos se tornem mediadores dessas relações no processo de cuidar dos pacientes e de seus cuidadores, interceptando os sintomas psicológicos que ocorrem nesse contexto. Entre os grupos que respondem bem à musicoterapia, as crianças se destacam porque a música as envolve emocionalmente, as torna mais felizes e calmas e mais aptas a participar da psicoterapia. Conclusão: Portanto, a musicoterapia como tratamento não farmacológico para crianças neuro divergentes é altamente eficaz e tem implicações importantes em diversas condições clínicas influenciando na qualidade de vida, bem como, nos aspectos psicológicos, sociais e espirituais. A música é um dos recursos eficazes, embora não seja o único.

Palavras-Chaves: Criança, Musicoterapia, Tratamento. 

ABSTRACT 

Introduction: Music is not only an artistic expression, a form of communication, interaction and expression, but also a valuable resource in the psychotherapeutic process. The practice of music therapy has proven to be a great ally of psychology in terms of its therapeutic effects. This is because musicality and psychology are integrated into a health domain, which allows intermediation of relationships during care for patients and their caregivers, intercepting the psychological symptoms that occur in this context. Objective: To present the contributions of musical initiation to improving the coexistence and treatment of neurodivergent children. Methodology: This is an integrative literature review study, carried out through a data survey, in the scientific bases: LILACS and SCIELO. Results and Discussion: The literature also shows that music has been associated with functions that improve the cognitive, emotional, social, mental and therapeutic domains in the conscious and subconscious realms. This performance is created by the union of musical elements such as harmony, melody and rhythm. This triad works together in the human mind, but there are specifications for the movement (rhythm), emotion (melody) and intellectual (harmony) aspects. This interaction between music and psychology allows psychologists to become mediators of these relationships in the process of caring for patients and their caregivers, intercepting the psychological symptoms that occur in this context. Among the groups that respond well to music therapy, children stand out because music involves them emotionally, makes them happier and calmer, and more apt to participate in psychotherapy. Conclusion: Therefore, music therapy as a non-pharmacological treatment for neurodivergent children is highly effective and has important implications for several clinical conditions, influencing quality of life, as well as psychological, social and spiritual aspects. Music is one of the effective resources, although not the only one.

Keywords: Child, Music Therapy, Treatment.

INTRODUÇÃO 

A utilização da música para fins terapêuticos, já vem sendo usada há décadas.  Na Grécia, a música era usada para acalmar e harmonizar o tratamento de pacientes deficientes e doentes. Ao longo da história, a música foi reconhecida como uma ferramenta útil na área terapêutica clínica. Com o desenvolvimento da medicina, a música passou a ser utilizada como ferramenta de relaxamento para auxiliar no tratamento do paciente. No entanto, apesar de séculos de uso como ferramenta terapêutica, foi somente em meados do século XX que a musicoterapia surgiu como um campo focado na melhoria da saúde humana (CUPAIUOLO et al., 2021).

A iniciação da música foi integrada à saúde com o objetivo de proporcionar desenvolvimento intelectual e comunicativo e bem-estar, e apoiar fatores de socialização para melhorar a qualidade de vida do sujeito, definida como um conjunto de artes.  A música pode construir relacionamentos interpessoais e criar acesso ao campo mental. Essa ponte é assim criada conectando as fibras nervosas entre o tálamo e o hipotálamo ao cérebro, facilitando a estimulação simultânea dessas áreas.Assim, a música é importante em relação à produção de prazer.aumentar a sexualidade. porque esses estímulos dão origem a sensações (SOUZA et al.,  2021).  

A música não é apenas uma expressão artística, uma forma de comunicação, interação e expressão, mas também um recurso valioso no processo psicoterapêutico. A prática da musicoterapia tem se mostrado uma grande aliada da psicologia em termos de seus efeitos terapêuticos. Isso porque, a musicalidade e a psicologia estão integradas em um domínio da saúde, o que permite, intermediações de relações durante o atendimento aos pacientes e seus cuidadores, interceptando os sintomas psicológicos que ocorrem nesse contexto (CUPAIUOLO et al., 2021).

Entre os grupos que respondem bem à musicoterapia, as crianças se destacam porque a música as envolve emocionalmente, as torna mais felizes e calmas e mais aptas a participar da psicoterapia. Com isso, a realização desta pesquisa, tem por justificativa, investigar, atualizações científicas relacionadas ao tema em questão. 

OBJETIVO 

Apresentar as contribuições da iniciação musical para a melhora do convívio e tratamento de crianças neuro divergentes.  

METODOLOGIA 

A metodologia selecionada para embasamento deste estudo foi a de revisão integrativa da literatura, de abordagem descritiva, tendo como pergunta norteadora definida: Quais as contribuições da iniciação musical para a melhora do convívio e tratamento de crianças neuro divergentes?

O objetivo da revisão integrativa é coletar e sintetizar o conhecimento científico já produzido sobre o assunto em estudo. Assim, possibilita a busca, avaliação e síntese das evidências disponíveis e contribui para o desenvolvimento do conhecimento sobre o tema em questão (MARCONI; LAKATOS, 2010).

Esse tipo de pesquisa facilita a síntese do conhecimento ao reunir ideias sobre o mesmo tema e colocar em prática os resultados obtidos. É uma forma importante de estudar a prática baseada em evidências porque define um problema, usa a análise crítica para buscar pesquisas na área e identifica aplicações para os resultados obtidos. Este é o método de validação mais abrangente, pois pode incluir estudos experimentais e não experimentais, tornando o estudo mais completo (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010).

Esta revisão integrativa será realizada por meio de buscas de dados através das bases científicas: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Electronic Library Online (SCIELO), sob aplicabilidade dos descritores cadastrados no DEcS: Criança, Musicoterapia, Tratamento por meio do operador booleano AND. 

 Após análise e seleção inicial, os artigos passaram pelos critérios de inclusão e exclusão para que só assim, possam compor a amostra final que irá fazer parte desta revisão, os estudos serão limitados em artigos dos últimos 3 anos nos idiomas inglês e português. 

Os artigos selecionados atenderam aos seguintes critérios de inclusão: estudos completos e originais, disponíveis na íntegra, no idioma portugues e inglês, publicados nos últimos 10 anos e que atendessem ao objetivo proposto. Dissertações, teses, monografias, estudos duplicados em mais de uma base de dados supracitados e que não enforcaram no tema proposto, foram excluídos. Foram obtidos 37 resultados, após a aplicabilidade dos critérios elegíveis, selecionou-se 06 estudos para compor a amostra dos resultados. 

RESULTADOS E DISCUSSÕES 

Foram selecionados 6 artigos para análise final. Assim, os estudos foram organizados no Quadro 1 para auxiliar na compreensão do leitor, assim, foram organizados de acordo com as respectivas informações: Autor, local, ano de publicação, objetivo, periódico onde  estudo foi publicado e resultados.

Quadro 2: Descrição dos estudos selecionados. 

Autor Local (ano)ObjetivosPeriódico Base de DadosResultados 
1DUQUE et al., 2022Apresentar os benefícios da música para crianças neuro divergentes.Research, Society and DevelopmentLILACSOs resultados desta pesquisa, apontam que a terapia musical, apresentou melhoras significativas no humor, no convívio familiar e especialmente nas relações interpessoais. 
2SOUZA et al., 2021Discutir a prática da musicoterapia no atendimento psicológico de crianças. Brazilian Journal of Health ReviewSCIELO O uso da musicoterapia auxilia o psicólogo a realizar intervenções psicoterapêuticas em crianças, criando espaços lúdicos que promovem o desenvolvimento da comunicação, socialização e funcionamento cognitivo e emocional por meio da música.A técnica é amplamente aceita no tratamento infantil e pode ser estendida para outras áreas. 
3CUPAIUOLO et al., 2021Compreender a importância da música como um recurso facilitador na socialização de crianças com TEA. Centro Universitário Barão de Mauá.SCIELO Os resultados apontam, portanto, para outras intervenções e tratamentos que podem trabalhar com a musicalização para a socialização, dada a necessidade de engajamento interdisciplinar. Assim, diferentes estratégias e intervenções podem ser empregadas para facilitar a socialização de crianças com TEA. 
4FREIRE et al., 2021Investigar o desenvolvimento musical de crianças com autismo e sua relação com os ganhos terapêuticos na Musicoterapia.Revista Música HodieLILACSDentre os argumentos levantados, destacou-se a relevância da teoria da musicalidade da comunicação para a compreensão das trocas emocionais musicais entre terapeutas e pacientes. Isso pode levar a uma comunicação expandida e ao desenvolvimento musical do paciente. 
5NOGUEIRA et al., 2021Dissertar sobre a atuação da musicoterapia na socialização de crianças acometidas pelo Transtorno do Espectro Autista (TEA), bem como os seus efeitos no tratamento e a melhora na qualidade de vida. Revista Eletrônica Acervo CientíficoLILACSOs resultados desta pesquisa apresentaram a eficácia e o alcance do uso da musicoterapia no tratamento do TEA. Porque esta terapia pode ter um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes afetados. 
6LOPES2019 Investigar como a musicoterapia influencia no tratamento de crianças com transtorno do espectro autista – TEA.Caderno de Graduação-Ciências BiológicasSCIELO Pode-se concluir que a musicoterapia é um meio eficaz de tratar crianças com transtornos do espectro do autismo, pois estimula áreas fisiológicas relacionadas à comunicação funcional e linguagem. 
7FREIRE et al., 2019Investigar as relações entre as relações entre a Musicoterapia e o desenvolvimento musical de crianças com autismo. Repositório UFRGSCIELO Há evidências de que o ambiente e as relações interpessoais têm efeitos positivos ou negativos na eficácia do tratamento.

Fonte: Elaborado pelos autores, 2023. 

O cérebro pode ser dividido em três estruturas. O cérebro basal está envolvido na regulação de funções fisiológicas e autonômicas e está fortemente associado a ritmos relacionados à música. O cérebro emocional, por sua vez, é responsável pela regulação das emoções e é composto pelo sistema límbico e pelo corpo caloso. A melodia é, portanto, atribuída a esta estrutura. O córtex cerebral, por outro lado, está envolvido na percepção do presente, passado e futuro (DUQUE et al., 2022).

Assim, todo o córtex cerebral é ativado diante de extensas cargas energéticas evocadas por estímulos sonoros. A música pode construir relacionamentos interpessoais e criar acesso ao campo mental. Esta ponte é assim criada ligando as fibras nervosas entre o tálamo e o hipotálamo ao cérebro, facilitando a estimulação simultânea destas áreas. Por acalmar, a música ganha importância no contexto da geração de prazer (CUPAIUOLO et al., 2021). 

Com base nisso, o que a literatura evidencia, é que a prática da musicoterapia tem se mostrado uma grande aliada da psicologia em termos de seus efeitos terapêuticos. Isso porque, a musicalidade e a psicologia estão integradas em um domínio da saúde para o sofrimento psiquiátrico infantil identificado. Com base nisso, essa interação entre música e psicologia permite que os psicólogos se tornem mediadores dessas relações durante o atendimento aos pacientes e seus cuidadores, interceptando os sintomas psicológicos que ocorrem nesse contexto (FREIRE et al., 2019). 

A literatura ainda apresenta que a música tem sido associada a funções que melhoram os domínios cognitivo, emocional, social, mental e terapêutico nos reinos consciente e subconsciente. Esta performance é criada pela união de elementos musicais como harmonia, melodia e ritmo. Essa tríade funciona em conjunto na mente humana, mas há especificações para os aspectos de movimento (ritmo), emoção (melodia) e intelectual (harmonia) (LOPES, 2019).  

Assim, os indivíduos parecem construir sua noção inicial de pertencimento a um determinado grupo cultural e de estar em um ambiente social, principalmente por meio da música (no que se refere à prática musicoterapêutica, seus efeitos terapêuticos) e a psicologia estão intimamente relacionadas com a psicologia porque se unem nas áreas aplicadas à saúde devido ao sofrimento psíquico observado em crianças com perda social, medo e ansiedade, sendo comprovadamente uma grande aliada do aprendizado (NOGUEIRA et al., 2021).

 Essa interação entre música e psicologia permite que os psicólogos se tornem mediadores dessas relações no processo de cuidar dos pacientes e de seus cuidadores, interceptando os sintomas psicológicos que ocorrem nesse contexto. Entre os grupos que respondem bem à musicoterapia, as crianças se destacam porque a música as envolve emocionalmente, as torna mais felizes e calmas e mais aptas a participar da psicoterapia (FREIRE et al., 2021).

CONCLUSÃO 

Portanto, a musicoterapia como tratamento não farmacológico para crianças neuro divergentes é altamente eficaz e tem implicações importantes em diversas condições clínicas influenciando na qualidade de vida, bem como, nos aspectos psicológicos, sociais e espirituais. A música é um dos recursos eficazes, embora não seja o único.

REFERÊNCIAS 

CUPAIUOLO, Amanda Manfrim; VALENTE, Larissa; PONTI, Maya Antonelli. A música e tratamentos alternativos no processo de socialização de crianças com transtorno do espectro autista.  Centro Universitário Barão de Mauá. 2021. 

DUQUE, Rita de Cássia Soares et al. A importância da música para crianças com Transtorno do Espectro Autista-TEA. Research, Society and Development, v. 11, n. 11, p. e542111134181-e542111134181, 2022.

FREIRE, Marina Horta et al. Estudos de musicoterapia improvisacional musicocentrada e desenvolvimento musical de crianças com autismo. Repositório UFRG. 2019.

FREIRE, Marina et al. Musicoterapia Improvisacional Musicocentrada e Crianças com Autismo: Relações entre Desenvolvimento Musical, Ganhos Terapêuticos e a Teoria da Musicalidade Comunicativa. Revista Música Hodie, v. 21, 2021.

LOPES, Adriano Alves. Os efeitos psicofisiológicos da musicoterapia no tratamento de crianças com Transtorno do Espectro Autista. Caderno de Graduação-Ciências Biológicas e da Saúde-UNIT-ALAGOAS, v. 5, n. 2, p. 151-151, 2019.

NOGUEIRA, Rayssa Almeida et al. A musicoterapia como tratamento não-farmacológico para o Transtorno do Espectro Autista (TEA) infantil: uma revisão da literatura. Revista Eletrônica Acervo Científico, v. 39, p. e9565-e9565, 2021.

SOUZA, Julio Cesar Pinto; NETO, Carlos Justino Ferreira; PEREIRA, Josenira Catique. Contribuições da musicoterapia para a psicoterapia infantil. Brazilian Journal of Health Review, v. 4, n. 3, p. 10432-10445, 2021.