INFLUÊNCIA DO ÁLCOOL NA HIPERTROFIA MUSCULAR – UMA REVISÃO DE LITERATURA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10115970


Mikelly da Silva Bacelar1
Taís Soares da Silva²
Thiago Medeiros³
Ida de Fátima de Castro Amorim4


RESUMO

A metabolização do álcool no organismo é um processo complexo que envolve múltiplas vias e etapas. A via primária, conhecida como via álcool desidrogenase, ocorre predominantemente no fígado (hepatócitos), onde a enzima ADH age sobre o etanol, convertendo-o em acetaldeído no citoplasma. Durante esse processo, o cofator NAD é transformado em sua forma reduzida, NADH, mas esse não tem influência direta nos músculos esqueléticos. Além disso, o presente trabalho tem como objetivo analisar, a partir de uma revisão de literatura, a influência do álcool no processo de hipertrofia, abordando as descobertas de pesquisas científicas relevantes e explorando os mecanismos subjacentes. Vale salientar que a metodologia aplicada foi de aspecto qualitativo e de caráter bibliográfico, foi selecionados 12 autores da base de dados Sciello. Foi realizado um levantamento bibliográfico abrangente, com ênfase nos últimos 5 anos, a partir de 2018 até o presente, utilizando bases de dados acadêmicas e científicas, como a Scielo – Brasil. Dessa forma, o presente trabalho teve como resultado a identificação da influência do álcool na hipertrofia muscular. Apresentando resultados satisfatório e que atenderam os objetivos gerais e específicos.

Palavras-Chave: Efeito do álcool, hipertrofia muscular e catabolismo por álcool.

ABSTRACT

The metabolization of alcohol in the body is a complex process that involves multiple pathways and steps. The primary pathway, known as the alcohol dehydrogenase pathway, occurs predominantly in the liver (hepatocytes), where the enzyme ADH acts on ethanol, converting it into acetaldehyde in the cytoplasm. During this process, the cofactor NAD is transformed into its reduced form, NADH, but this has no direct influence on skeletal muscles. Furthermore, the present work aims to analyze, based on a literature review, the influence of alcohol on the hypertrophy process, addressing the findings of relevant scientific research and exploring the underlying mechanisms. It is worth noting that the methodology applied was qualitative and bibliographic in nature, 15 authors were selected from the Sciello database. A comprehensive bibliographic survey was carried out, with an emphasis on the last 5 years, from 2018 to the present, using academic and scientific databases, such as Scielo – Brasil. Thus, the present work resulted in the identification of the influence of alcohol on muscle hypertrophy. Presenting satisfactory results that met the general and specific objectives.

Keywords: Effect of alcohol, muscle hypertrophy and alcohol catabolism.

1. INTRODUÇÃO

Segundo Oliveira (2023) a busca por um corpo musculoso e bem definido tem sido uma aspiração para muitos entusiastas de musculação e atletas ao redor do mundo. A hipertrofia muscular, o aumento do tamanho e a força dos músculos, é um dos principais objetivos nesse percurso. Além disso, segundo Junior (2018) a hipertrofia muscular proporciona a melhoria das aptidões físicas e mental e principalmente muscular. No entanto, à medida que a conscientização sobre a saúde e o bem-estar crescem, torna-se fundamental examinar como diferentes fatores do estilo de vida podem afetar o alcance desses objetivos. Entre esses fatores, o consumo de álcool tem suscitado preocupações e debates, uma vez que sua influência sobre a hipertrofia muscular é uma questão complexa e multifacetada.

Segundo Moraes (2023), o álcool é uma substância amplamente consumida socialmente, muitas vezes associada a momentos de celebração, relaxamento e convívio. No entanto, seus efeitos sobre a saúde e o desempenho físico são variados e podem ser motivos de interesse, especialmente para aqueles que buscam melhorar sua composição corporal e desempenho atlético.

Além disso, o autor salienta a estimativa de que 2,3 bilhões de pessoas consumam álcool atualmente, para a estimativa brasileira, 55% da população afirma consumir bebidas alcoólicas, sendo o consumo abusivo relatado por 18,8 % da população. Dessa forma, como problemática central para essa pesquisa, temos a seguinte pergunta: Como o consumo de álcool influência na hipertrofia muscular de praticantes de musculação?

Para responder o questionamento anterior, o presente trabalho tem como objetivo analisar, a partir de uma revisão de literatura, a influência do álcool no processo de hipertrofia, abordando as descobertas de pesquisas científicas relevantes e explorando os mecanismos subjacentes. Somado a isso, temos os objetivos específicos que são: Identificar artigos científicos atuais que abordem o tema da influência do álcool no processo de hipertrofia muscular; analisar as contribuições que os artigos atuais trazem sobre o tema da influência do álcool no processo de hipertrofia muscular; descrever, a partir de artigos científicos atuais, como o álcool influência no processo de hipertrofia muscular.

A construção desse estudo abordando o tema “Influência do álcool na hipertrofia muscular” abrange múltiplos aspectos: social, acadêmico e pessoal. Primeiramente, do ponto de vista social, esta pesquisa é relevante devido ao crescente interesse da sociedade na saúde e no bem-estar físico, com muitas pessoas buscando alcançar seus objetivos de fitness e musculação. O álcool é uma substância amplamente consumida, e compreender seus efeitos na hipertrofia muscular é importante para fornecer informações embasadas para indivíduos que desejam conciliar o consumo de álcool com seus objetivos de condicionamento físico, impactando positivamente na promoção da saúde.

Em um contexto acadêmico, este estudo nos proporciona preencher uma lacuna de conhecimento ao explorar a relação entre álcool e hipertrofia muscular. A literatura existente oferece perspectivas diversas, mas ainda há carência de uma visão abrangente e atualizada sobre o assunto. Portanto, esta pesquisa contribuirá para a ampliação do corpo de conhecimento no campo da fisiologia do exercício, fornecendo uma análise crítica das evidências disponíveis e esclarecendo os mecanismos subjacentes.

Do ponto de vista pessoal, a escolha deste tema reflete o nosso interesse na área de fitness e saúde, combinando nossa paixão por pesquisa acadêmica com a busca por respostas às perguntas que muitos entusiastas do exercício físico têm. Esta pesquisa permitirá que aprofundemos nosso conhecimento na área, ao mesmo tempo em que contribuímos para a compreensão dos efeitos do álcool na hipertrofia muscular, fornecendo informações valiosas para aqueles que desejam otimizar seus resultados na academia.

2. REFERÊNCIAL TEÓRICO

2.1. Metabolismo do álcool

Segundo Souza (2020) desde o momento de sua ingestão até sua eliminação completa do organismo, o álcool percorre um complexo processo de metabolização. Após a ingestão, o etanol segue uma trajetória pelo trato gastrointestinal, sendo absorvido principalmente através do estômago, em menor quantidade, e do intestino delgado, respondendo por aproximadamente 75% da ingestão. É crucial destacar que diversos fatores, como genética, gênero, idade, quantidade de álcool consumida, massa corporal e estado nutricional, podem exercer influência direta sobre a ingestão de álcool (SOUZA, 2020).

Isso contribui para explicar as notáveis ​​variações nos efeitos do álcool entre os indivíduos. Além disso, o consumo de álcool em conjunto com a alimentação desempenha um papel significativo, uma vez que pode retardar o esvaziamento gástrico, resultando na redução da velocidade de absorção e na concentração do álcool na corrente sanguínea. Além disso, de acordo com Oliveira (2023):

Uma vez que o álcool é absorvido, ele é distribuído pela circulação sanguínea para os tecidos que contêm água, com um foco preponderante no fígado, que assume a responsabilidade pela maior parte do seu metabolismo. A metabolização do álcool pode ocorrer por meio de três vias distintas: a via da álcool desidrogenase (ADH), o sistema de enzimas microssomias oxidativas (MEOS) e a catalase. O resultado final desse processo metabólico é a formação de acetaldeído. (OLIVEIRA, 2023, p. 16).

O autor ainda afirma que na via primária de metabolização do álcool, denominada via álcool desidrogenase, que predomina nos hepatócitos (células do fígado), uma molécula de etanol é processada pela enzima ADH. Esse processo ocorre no citoplasma, onde o etanol é transformado em acetaldeído. Nesse processo, um cofator conhecido como NAD é convertido em sua forma reduzida, chamada NADH. É importante destacar que o NADH não desempenha um papel ativo no músculo esquelético (OLIVEIRA, 2023).

Além disso, segundo Cardoso (2022) outra via de metabolização do álcool, conhecida como sistema MEOS, torna-se mais ativa em casos de alcoolismo periódico. Nessa via, o etanol é convertido em acetaldeído pela enzima CYP2E1 (citocromo P450), que atua no retículo endoplasmático liso. Em contraste com a via do álcool desidrogenase, o sistema MEOS utiliza o NADPH, convertendo-o em NADP e favorecendo a geração de radicais livres (ROS).

Segundo Moraes (2023) a via da catalase, que é uma enzima antioxidante importante, requer a presença de peróxido de hidrogênio (água oxigenada) para oxidar o etanol e convertê-lo em acetaldeído. A catalase está presente em todo o cérebro e está localizada nos peroxissomos. Após a formação do acetaldeído, esse composto é posteriormente transformado em acetato pela ação da enzima aldeído desidrogenase (ALDH).

O acetato pode ser exportado para a circulação ou convertido em acetilcoenzima A por meio da enzima acetil-CoA sintetase (ACS). A acetilcoenzima. A é utilizada no ciclo do ácido cítrico (ciclo de Krebs) para a produção de energia. Em situações de excesso, o acetato pode ser direcionado à produção de gordura ou corpos cetônicos, dependendo do estado energético e das condições nutricionais do organismo (MORAES, 2023).

3. METODOLOGIA

Segundo Toller (2021) a metodologia de aspecto bibliográfico e de caráter qualitativo é uma abordagem de pesquisa que combina a análise de fontes bibliográficas, como artigos acadêmicos, livros e outras publicações, para coletar e analisar dados tanto qualitativos quanto quantitativos. Essa metodologia é frequentemente utilizada quando se deseja obter uma compreensão abrangente de um tópico com base na revisão da literatura existente.

Além disso, ainda de acordo com o autor, na análise qualitativa, o pesquisador realiza uma leitura crítica das fontes selecionadas. Durante esta etapa, são identificados temas, tendências e padrões relacionados ao tópico. Citações e exemplos relevantes são anotados para apoiar uma análise qualitativa.

Inicialmente, foi realizado um levantamento bibliográfico abrangente, com ênfase nos últimos 5 anos, a partir de 2018 até o presente, utilizando a base de dados acadêmica e científica, Scielo – Brasil, a qual tem relevância tanto no aspecto nacional quando internacional. Esta abordagem cronológica permitiu a análise das tendências recentes no campo da publicidade e na evolução das regulamentações. A análise foi conduzida com um enfoque dedutivo, em que teorias e conceitos estabelecidos sobre publicidade abusiva e regulamentação servirão como base.

Além disso, foram utilizados as combinações dos seguintes termos na busca na base de dados citada anteriormente: álcool; hipertrofia muscular; efeitos do álcool, “Degradação Muscular”. Foi utilizado o operador booleano AND durante as buscas para combinar os termos utilizados.

Para uma compreensão mais abrangente e contextualizada, foi adotada uma abordagem qualitativa exploratória. Foram analisados e comparados diferentes pontos de vista, interpretações e perspectivas apresentadas na literatura recente sobre o tema.

Com relação aos critérios para selecionar os artigos que fizeram parte desta revisão de literatura, foram estabelecidos como critérios de inclusão: artigos científicos, monografias, dissertações e teses disponibilizados em português; trabalhos encontrados com as palavra-chave: Efeito do álcool, hipertrofia muscular e catabolismo por álcool. Trabalhos publicados a partir de 2018. Foram excluídos trabalhos incompletos e publicados em língua estrangeira.

Segundo Toller (2021) a análise de dados em um artigo de revisão de literatura é uma parte fundamental do processo de pesquisa. Segundo a autora citada anteriormente, diferentemente dos estudos empíricos que envolvem a coleta de dados primários, a análise de dados na revisão de literatura consiste na interpretação e visão geral das informações provenientes de fontes bibliográficas, como artigos acadêmicos, livros e documentos.

Para conduzir essa análise, a primeira etapa é a organização das fontes bibliográficas relevantes, agrupando-as por temas ou tópicos relacionados à pesquisa. Essa organização facilita o acesso rápido às informações quando necessário para elaborar o estudo. Desta forma, a partir de nossa análise dos artigos selecionados, foi identificado as influências que o consumo de álcool pode ter no processo de hipertrofia.

Tabela Fontes selecionadas

BASE DE DADOSQualisQuantidade de artigos na 1ª etapaQuantidades de Artigos na 2ª etapa
Scielo – BrasilA15812
Total
5812

Fonte: Autores, 2023.

Diante disso, com bases nos critérios de inclusão e exclusão, das 58 obras inicialmente selecionadas, apenas 12 foram consideradas para a construção da pesquisa. Dentre os trabalhos selecionados, 8 foram de artigos científicos publicados em periódicos e 4 monografias.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir de nossa análise dos trabalhos acadêmicos encontrados foi possível separar os resultados em 3 seções. Primeiramente iremos trazer o que os autores afirmam sobre a influência do álcool na musculatura e no seu processo de hipertrofia. Em seguida iremos apresentar as metodologias de pesquisa utilizadas para estudar esta temática e, por fim, os principais resultados encontrados nas pesquisas analisadas.

4.1. Mecanismos fisiológicos subjacentes que podemexplicar como o álcool afeta os processos de crescimento e reparos musculares, destacando as vias bioquímicas envolvidas.

Dentre os principais autores que compuseram os resultados dessa pesquisa, vale salientar que os mecanismos fisiológicos subjacentes que explicam como o álcool afeta os processos de crescimento e reparo muscular são complexos e envolvem múltiplas vias bioquímicas.

Moraes (2023) afirma que existe efeitos feito na síntese proteica, o álcool interfere diretamente na propriedade proteica muscular. Estudos demonstraram que o consumo de álcool reduz a atividade da via da mTOR (alvo da rapamicina em mamíferos), o que é essencial para a regulação da síntese proteica. A mTOR ativa a cascata de sinalização para estimular a tradução de proteínas musculares, e o álcool inibe essa via, diminui assim a capacidade do músculo de sintetizar novas proteínas.

Além disso, de acordo com estudos de Souza (2020) a influência no metabolismo energético relaciona que o álcool também afeta o metabolismo energético. O artigo revela que o álcool prejudica a oxidação dos ácidos graxos no músculo esquelético. Isso ocorre porque a presença de álcool no sistema prejudica a ação da carnitina, uma molécula essencial no transporte de ácidos graxos para as mitocôndrias, onde ocorre a produção de energia. Como resultado, o músculo pode não ser capaz de utilizar eficientemente a gordura como fonte de energia durante o exercício, afetando a capacidade de treinamento e recuperação.

Outro estudo minuciosamente analisado, Cardoso (2022) descreve sobre a inflamação oxidativo nos músculos, o artigo apresenta que o consumo de álcool aumenta a produção de radicais livres, levando a um estado de estresse oxidativo nas fibras musculares. Isso não apenas retarda a recuperação após o exercício, mas também pode causar danos celulares que interferem no crescimento muscular.

Em resumo, o álcool afeta os processos de crescimento e reparo muscular interferindo na síntese proteica, no metabolismo energético e na indução de tensão e estresse oxidativo. Essas descobertas enfatizam a importância de considerar o impacto do consumo de álcool ao buscar a otimização da hipertrofia muscular e destacar as complexas vias bioquímicas envolvidas nesses processos.

4.2. Metodologias de pesquisa envolvendo a influência do álcool no processo de hipertrofia.

Em relação ao processo abordado das metodologias que compuseram essa pesquisa, vale salientar os principais autores e suas respectivas metodologias. Na metodologia abordado pelo autor Cardoso (2022), em seu estudo foi realizado por meio de uma revisão narrativa de literatura, o qual buscou descrever, esclarecer e distinguir o desenvolvimento da temática. O autor usou as informações a partir de livros científicos; de periódicos e de sites de pesquisa científica na internet, para este foram utilizadas as bases de dados PUBMED, CAPES e SCIELO.

O período de tempo selecionado foi referente aos últimos 13 anos (2007 a 2022). Para busca de referências, foram considerados os idiomas, português, inglês e espanhol e as palavras chaves utilizadas foram: “hipertrofia/hypertrophy”, “síntese proteica/protein synthesis/síntesis de proteínas”, “álcool/alcohol”, “ganho de massa muscular/muscle mass gain/ganancia de massa muscular”, “performance atlética/ athletic performance/ rendimiento atlético” e “bebidas alcoólicas/alcoholic beverages/bebidas alcohólicas”. Todos os estão cadastrados nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), com exceção dos termos “ganho de massa muscular” e “síntese proteica”, porém os mesmos foram incluídos para a pesquisa pela sua relevância para localização de artigos.

Além disso a metodologia do autor Moraes (2023), apresentou em seu estudo uma revisão bibliográfica, utilizando como fonte artigos de caráter científico em língua inglesa e portuguesa, publicados entre os anos de 2006 e 2023. Estes artigos foram pesquisados em bases de dados de bibliotecas eletrônicas, sendo elas: PubMed, CAPES e Google Acadêmico. Essa pesquisa foi realizada entre os meses de março e abril de 2023, sendo utilizado os descritores: álcool, bebidas alcoólicas, exercício físico, massa muscular e hipertrofia (“Alcohol AND alcoholic beverages AND physical exercise AND muscle mass AND hypertropy ”).

Soma-se a isso a metodologia do autor Souza (2020), foi utilizado as bases de dados PUBMED, SCIELO, BIREME e LILACS. Não foi utilizado limite de tempo referente ao período de publicação dos artigos. Foi considerado os idiomas inglês e português e as palavras-chaves utilizadas foram: “álcool/alcohol”, “hipertrofia/hypertrophy”, “síntese proteica/protein synthesis”, “bebidas alcoólicas/alcoholic beverages”, “ganho de massa muscular/muscle mass gain” e “atividade física/physical activity”. Com exceção dos termos “síntese proteica” e “ganho de massa muscular”, todos os demais estavam cadastrados nos Descritores em Ciências da Saúde (Decs), no entanto, ambos os termos foram considerados para pesquisa após perceber sua relevância para localizar os artigos.

4.3. Principais resultados encontrados nos trabalhos analisados

Tabela Principais Resultados

AutorAnoObjetivoPrincipal Resultado
Moraes(2023)O objetivo dessa revisão bibliográfica é abordar a influência do consumo do álcool no desempenho esportivo e ganho de massa muscular em praticantes de atividade física e sem problemas relacionados à saúde.Alguns estudos mostram que o consumo de álcool pode prejudicar a estrutura de proteínas musculares e retardar a recuperação pós exercício.
Almeida(2018)O objetivo deste estudo foi esclarecer os efeitos do consumo de bebidas alcoólicas no processo de hipertrofia.Consumo agudo de álcool, frequentemente consumidos por atletas, afeta potencialmente a síntese de proteínas, a qualidade do sono, a função hormonal e imune, estado de hidratação, produção de espécies reativas de oxigênio (ROS), de modo que o risco de lesões musculares pode ser aumentado, bem como o processo de recuperação.
Oliveira(2023)O trabalho objetivou sobre o consumo de álcool e as vulnerabilidades frente a hipertrofia em pessoas não atletas.O consumo moderado de álcool não é um fator impeditivo da hipertrofia em pessoas não atletas, e seu uso é evidenciado em grande prevalência em indivíduos fisicamente ativos.
Rubens(2023)O presente estudo de revisão buscou investigar a influência do treinamento resistido na diminuição do percentual de gordura de adultos jovens e quais os parâmetros fisiológicos podem causar nos indivíduos.Os resultados dessa pesquisa mostraram a importância da inclusão de hábitos saudáveis somados a prática de exercícios resistidos para redução da gordura corporal e consequentemente promover qualidade de vida.
Souza(2020)Objetivou-se analisar o impacto do uso episódico de bebida alcoólica no desempenho e recuperação do exercício físico.Foram encontrados efeitos nas funções imunológica, cardiovascular, metabólica, nutricional, hormonal, psicomotora, síntese de proteínas, qualidade do sono. Entretanto, estes variam conforme a dose e tipo de álcool, uso agudo ou crônico, taxa de eliminação, fatores endógenos e exógenos e o tipo de exercício realizado.
Santos(2019)O objetivo deste estudo foi esclarecer se o consumo de bebidas alcoólicas é um fator prejudicial para hipertrofia muscular.Os resultados dessa revisão sugerem que elevadas doses de álcool interferem na síntese proteica, diferentemente do consumo de doses moderadas que não teve interferência no músculo esquelético, porém um desses estudos mostrou que o álcool prejudica a síntese de proteínas hepáticas.
Silva(2022)o trabalho objetivou sobre o consumo de álcool e as vulnerabilidades frente a hipertrofia em pessoas não atletas.O consumo moderado de álcool não é um fator impeditivo da hipertrofia em pessoas não atletas, e seu uso é evidenciado em grande prevalência em indivíduos fisicamente ativos.

Fonte: autores (2023)

A tabela acima apresenta os resultados dos principais autores, uma vez que esses nortearam os resultados dessa pesquisa.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em conclusão, os efeitos do álcool sobre os processos de crescimento e reparo muscular são amplamente influenciados por uma série de mecanismos fisiológicos complexos. A redução na síntese proteica, um processo crucial para o desenvolvimento muscular, resulta da inibição da via da mTOR induzida pelo álcool. Isso compromete a capacidade do músculo de se adaptar e crescer em resposta ao treinamento. Além disso, o álcool perturba o metabolismo energético, prejudicando a oxidação de ácidos graxos e impactando a disponibilidade de energia para os músculos durante o exercício, o que pode afetar negativamente o desempenho atlético.

Outro aspecto crítico a considerar é o papel do álcool na indução de inflamação e estresse oxidativo nos músculos. Esses processos podem levar a danos celulares e retardar a recuperação após o exercício, comprometendo a capacidade de reparo muscular. Além disso, a produção de radicais livres, estimulada pelo álcool, contribui para o estresse oxidativo, prejudicando a integridade das fibras musculares e potencialmente comprometendo a hipertrofia.

Essas descobertas enfatizam a importância de se fazer escolhas informadas em relação ao consumo de álcool para aqueles que buscam otimizar seus ganhos musculares. É fundamental reconhecer que o álcool não é apenas uma substância que afeta o sistema nervoso central, mas também exerce um impacto significativo nos processos biológicos que sustentam o crescimento e a recuperação muscular. Portanto, atletas e entusiastas do fitness devem considerar cuidadosamente os compromissos envolvidos ao incorporar o álcool em suas rotinas e avaliar como essas escolhas podem afetar seus objetivos de condicionamento físico. Em última análise, a pesquisa apresentada destaca a necessidade de um equilíbrio saudável entre estilo de vida, treinamento e consumo de álcool para alcançar o máximo potencial em termos de hipertrofia muscular e bem-estar geral.

REFERÊNCIAS BIBLOGRÁFICAS

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SANTOS, P. Efeitos do consumo de álcool no desempenho e recuperação do exercício físico. Revista Brasileira de nutrição esportiva. 2019.

SILVA, M. Hipertrofia Muscular e o consumo de álcool. Global acadmic. Nursing Jornal. 2022.

SOUZA, G. Consumo de álcool: fatores prejudiciais para hipertrofia ? Centro Universitário de Brasília – UNICEUB. Brasília, 2020.

TOLLER, P. Regras gerais de estilo e formatação de trabalhos acadêmicos. Manual ABNT. 5º edição, São Paulo, 2021.


¹ Discente do curso de Educação Física – Bacharelado da Universidade Nilton Lins; E-mail: mikellybacelar2406@gmail.com

² Discente do curso de Educação Física – Bacharelado da Universidade Nilton Lins. E-mail: taisssoares00@gmail.com

³ Docente no curso de Educação Física – Bacharelado da Universidade Nilton Lins. E-mail: thiago.correa@uniniltonlins.edu.br

4 Colaboradora Docente do curso de Educação Física – Licenciatura da Universidade Federal do Amazonas. E-mail: idaamorim@ufam.edu.br