REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11176970
Marcos Antônio da Conceição1; Wilma Nunes Martins Zorzan2; Júlio Cesar de Lima Bastos3; Juliana dos Santos4; Gabriele Regina Souza da Silva5; Geyssyele Coimbra Rocha6; Laura Beatriz de Brito Rodrigues7; Shirlei Carla Oliveira dos Santos8; José Augusto Fragoso Sousa9; Thaís Natália Araújo Botentuit10; Wildilene Leite Carvalho11; Alisson de Morais Silva12
INTRODUÇÃO
As infecções são as principais complicações relacionadas ao uso do Cateter Venoso Central (CVC), uma vez que acarretam, entre outros agravos, elevação de custo hospitalar, prolongamento da internação e aumento da morbidade e mortalidade (LIMA et al., 2021).
Dentre as muitas intervenções realizadas em recém-nascidos e crianças, nas unidades de terapia intensiva (UTI), a instalação de um cateter intravascular é a mais frequente. A gravidade da condição clínica que o recém-nascido ou a criança apresenta determina a terapia intravenosa que será administrada, definindo, dessa forma, o tipo de cateter adequado ao tratamento (SWERTS et al., 2020).
O aparecimento de múltiplas técnicas e desenvolvimento tecnológico relacionado ao acesso vascular permitiu o salvamento, assim como o prolongamento, da vida de incontáveis pacientes. Mas sua utilização não está isenta de complicações, pois muitas vezes podem evoluir de forma catastrófica. Assim, se faz necessária a devida atenção desde a inserção até a sua retirada (FAÇANHA et al., 2019).
Dentre os grandes avanços tecnológicos observados no campo da saúde, destaca- se o cateter venoso central que exige dos enfermeiros, conhecimentos técnicos em relação a sua manipulação e manutenção, a fim de evitar as complicações e proporcionar uma assistência de qualidade, contribuindo para a diminuição do tempo de internação e dos custos hospitalares (LEITE et al., 2021).
Os Cateteres Centrais de Inserção Periférica (Peripherally Inserted Central Catheter – PICC) são amplamente utilizados em unidades neonatais quando as crianças necessitam de uma linha venosa por tempo prolongado. O uso permite que sejam oferecidos nutrição parenteral, medicamentos ou soluções em altas concentrações de osmolaridade, irritantes e/ou vesicantes, e ainda reduzir a necessidade de múltiplas punções venosas e trocas (SANTOS et al., 2019).
O cateterismo da veia umbilical é muito utilizado nas unidades de neonatologia, como acesso venoso e via para administração de nutrição parenteral. O cateterismo umbilical venoso é um procedimento comum no manejo de recém-nascidos, sendo considerado um procedimento rápido e confiável, porém a sua utilização também é associada a complicações como trombose, embolia, hemorragias, arritmias cardíacas, efusões, hipertensão portal e infecção (BEZERRA et al., 2019).
Neste sentido, os cateteres de duplo-lúmen (CDL) podem ser de curta permanência, utilizados, sobretudo, em situações de emergência, ou de longa permanência. Este último está indicado para os pacientes nos quais outras vias já não são possíveis. Ademais, os CDLs são inseridos em veias centrais, preferencialmente em jugular interna e secundariamente subclávias, sendo está reservada para os pacientes em que aquela não está disponível nos membros superiores (MATA et al., 2021).
O número de neonatos e crianças que evoluem a óbito por infecção é alarmante, pois estudos mostram que o CVC é um dos fatores que levam esse grupo de pessoas adquirirem algum tipo de infecção e levando esses indivíduos a morte (ALBUQUERQUE et al., 2021).
As taxas de infecções de corrente sanguínea (ICS) relacionadas a cateter variam de acordo com o sítio e a técnica de inserção, número de lúmens, tipo de cateter, tempo de permanência, fatores intrínsecos do paciente, tipo de solução infundida e preparo da equipe. A incidência dessa infecção, no Brasil, varia de 3,2 a 40,4 episódios por mil dias de cateter e a mortalidade atribuída a essa topografia varia de 6,7% a 75,0%5 (MENDONÇA et al., 2011).
Diante do aumento significativo do número de crianças e recém-nascidos com infecções associada por CVC, percebe-se que esse grupo sofre pela colocação inadequada desses dispositivos, assim como a falta de manutenção ou manipulação inadequada pelos profissionais que utilizam esse CVC para administração de substâncias (SORGI et al., 2019).
As infecções de corrente sanguínea (ICS) relacionadas a cateter compreendem os casos em que o mesmo micro-organismo isolado na cultura do segmento do dispositivo é identificado na corrente sanguínea, sem outra fonte aparente para a bacteremia (FARIA et al., 2021).
Desta forma, este estudo teve por objetivo analisar as evidências disponíveis na literatura sobre infecção associada à cateter venoso central em unidade de terapia intensiva pediátrica e neonatal.
METODOLOGIA
Trata-se uma revisão integrativa da literatura, que é um método que organiza os resultados obtidos em pesquisas realizadas e publicadas sobre um tema ou questão, de forma sistemática, ordenada e abrangente. É denominada integrativa porque apresenta informações mais amplas sobre um tema/problema, instituindo uma gama de conhecimento. Em vista disso, esta metodologia permite diferentes finalidades, podendo ser direcionada para a definição de conceitos, revisão de teorias ou análise metodológica dos estudos incluídos de um tópico particular (ERCOLE; MELO; ALCOFORADO, 2014).
Essa pesquisa trata-se de uma revisão integrativa de literatura, descrita por Souza, Silva e Carvalho (2010), como uma metodologia amplamente utilizada na área da saúde, para agregar dados de diferentes fontes de pesquisa e formar uma visão sistematizada e rigorosa sobre uma determinada temática. Embora a combinação de dados de diferentes fontes possa ser desafiadora, a abordagem sistemática e rigorosa da revisão integrativa, permite minimizar vieses e erros na avaliação dos dados. É fundamental reconhecer a revisão integrativa como uma ferramenta valiosa para a saúde e a prática baseada em evidências. Os seguintes passos foram implementados no estudo: estabelecer o objetivo e a questão de pesquisa, localizar fontes de dados relevantes, determinar critériosde inclusão e exclusão, realizar a busca e seleção dos estudos, avaliar a qualidade dos estudos incluídos, extrair e resumir as informações relevantes, analisar e interpretar os resultados e apresentar a revisão e as conclusões (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).
Baseada nos estudos de Pereira et. al. (2018), a questão norteadora deste estudo foi: Quais são as complicações mais recorrentes que estão associadas ao uso do cateter em recém nascido. As bases de dados consultadas foram: SCIELO, LILACS, MEDLINE, além do mecanismo de busca do Google Acadêmico. Os descritores, extraídos dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), se definiram por: triagem neonatal, UTI Neonatal,Cateterismo Venoso Central.Como critério de inclusão, apenas estudos em português e publicados entre 2010 e 2024, como critério de exclusão, foram eliminados todos os estudos duplicados, resumos e trabalhos incompletos. Foram priorizados estudos mais recentes, ao todo 130 artigos resultaram das buscas, porém apenas 7 foram escolhidos para compor a tabela de amostras
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O total de estudos incluídos neste trabalho, selecionados principalmente quanto ao idioma vernáculo, observou-se um quantitativo de 122 produções cientificas referentes ao tema em questão, através dos critérios estabelecidos selecionamos apenas 112, expressando certa dificuldade na literatura com estudos atualizados principalmente da área de enfermagem e especificamente central em Infecção Associada à Cateter Venoso Central em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica e Neonatal: Revisão integrativa que facilitem o processo de enfermagem baseado em evidências científicas.
A partir dos descritores elencados, a busca nas bases de dados está representada no quadro demonstrativo abaixo que ficou subdividido em fonte consultada, descritor, quantidade encontrada, quantidade selecionada e resultado dos estudos.
Os quadros a seguir apresentam as distribuições dos artigos selecionados.
Quadro 1: Apresentação dos artigos quanto aos descritores, autores, título do artigo, objetivo do artigo, tipo de estudo e periódicos de publicação.
Descritores | Artigos | Autores | Título do Artigo | Objetivo | Tipo de Estudo | Periódico (Vol, Nº, Pag) |
Cateter Venoso Central AND Infecção | A1 | Vilela R; Dantas S,R, P, E; Trabasso P. | Equipe interdisciplinar reduz infecçãosanguínea relacionada ao cateter venosocentral em Unidade deTerapiaIntensiva Pediátrica | Avaliar o impacto de intervenções interdisciplinares nos indicadores de infecção de corrente sanguínea relacionados ao cateter venoso central e microrganismos isolados, em uma unidade de terapia intensivapediátrica | Estudo de intervenção | Rev Paul Pediatr 2010; 28 (4): 292 –98 |
Infecção AND Cuidados de Enfermage m AND Cateteres | A2 | Johann et al. | Cuidados com cateter central de inserção periféricano neonato:revisão integrativa deliteratura | Investigar e analisar as evidências disponíveis na literatura acerca dos cuidados para inserção e manutenção do cateter central de inserção periférica no neonato | Revisão integrativa de literatura | Rev Esc Enferm USP 2012; 46 (6): 1503-11 |
A3 | Duarte et al. | Fatores associadosà infecção pelo uso do cateter central de inserçãoperiférica emUnidade de Terapia IntensivaNeonatal | Analisar os fatores associados à infecção pelo uso do cateter central de inserção periférica em recém nascidos internados em unidade de terapia intensiva | Estudo epidemiológico , longitudinal e analítico | Rev Esc Enferm USP 2013; 47(3): 547- 54 | |
A4 | Costa et al. Prevalência e motivos deremoção nãoeletiva do cateter central de inserção periférica emneonatos | Descrever a prevalência de remoção não eletiva do cateter eseus motivos | Estudo transversal | Rev Gaúcha Enferm. 2012; 33(3):126- 133. | ||
Enfermage m Neonatal AND Infecção AND Unidade de Terapia Intensiva Neonatal | A5 | Curan G, R, F; Rossetto E, G. | Medidas para redução deinfecção associadaacateter central emrecém-nascidos | Realizar uma revisão integrativa sobre as estratégias presentes em bundlles para redução de infecção de corrente sanguínea por cateter central em recém nascidos | Revisão integrativa da literatura | Texto Contexto Enferm, 2017; 26(1): e5130015 |
A6 | Lorenzin i E; Costa T, C; Silva E, F. | Prevenção econtrole deinfecção em unidade de terapia intensiva neonatal | Identificar o conhecimento da equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva neonatal, sobre o controle de infecção, identificando os fatores que facilitam ou dificultam o controle e prevenção das infecções relacionadas à assistência a saúde | Estudo descritivo com abordagem qualitativa | Rev Gaucho Enferm. 2013; 34(4): 107-113 | |
A7 | Costa et al. Fatores | Fatores de risco para infecção de corrente sanguínea associada aocateter central de inserção periférica em neonatos | Identificar os fatores de risco para infecção de corrente sanguínea associada ao cateter central de inserção periférica emneonatos. | Estudo de coorte com coleta prospectiva de dados | Acta Paul Enferm.201 6; 9(2):161- 8. |
Fonte: Autores.
Fatores de risco e fatores associados à infecção por CVC
Os estudos mostram, no geral, que existem vários fatores que podem contribuir para o surgimento de infecções relacionadas aos cateteres utilizados em UTI pediatria e neonatal, como, recém-nascidos de baixo peso, local de inserção do cateter, cuidados na manutenção do cateter e tempo de permanência (DUARTE et al., 2013; COSTA et al., 2016).
As taxas de infecção em UTI são maiores se comparado com unidades de internação de outros setores do hospital. Fatores de risco para sepse em população pediátrica são diferentes da população adulta, devido a características específicas, como idade, estágio de desenvolvimento do sistema imune, presença de fatores de risco durante internação em UTI, especialmente devido a procedimentos invasivos como CVC, ventilação mecânica e sondagem vesical de demora. A presença e o uso de CVC por tempo prolongado devido à necessidades terapêuticas em situações emergenciais levam a maior risco de quebra de barreiras e favorecem a ocorrência de infecções. Além disso, em pediatria o tipo de CVC e o número de lumens geralmente são diferentes dos adultos e muitos medicamentos não têm apresentação na dose específica para esta faixa etária, o que gera riscos de contaminação durante seu preparo (ROSADO, 2012).
Os estudos mostram que as crianças e recém-nascidos em uso de algum tipo de CVC têm mais facilidade para adquirir uma infecção do que um adulto jovem, visto que, alguns fatores de risco são que contribuem para esse agravo nesse público não é encontrados em adultos. O desafio para prevenção de infecções hospitalares se amplia em uma unidade de terapia intensiva, devido à variedade de microrganismos, muitas vezes multirresistentes, implicando no uso de antimicrobianos de amplo aspecto (VILELA; DANTAS; TRABASSO, 2010; LORENZINI; COSTA; SILVA, 2013).
Reconhece-se que os CVC são amplamente utilizados em recém-nascidos e crianças, e auxiliam na terapêutica. Por outro lado, há que se considerar a situação de risco a que pode se expor essa popular, o que demanda a necessidade de buscar evidências que falem sobre os fatores de risco e associados a infecção por a cateter venoso central em unidade de terapia intensiva pediátrica e neonatal (STOCCO et al., 2012).
Os fatores de risco associados à infecção sanguínea determinada por cateter venoso central podem estar relacionados a doenças pré-existentes e a fatores clínicos, como admissão em UTI, uso da ventilação mecânica e monitoramento hemodinâmico invasivo. Acresce-se aos fatores de risco o tipo e o material do cateter, o local de escolha para inserção e o não seguimento da técnica preconizada na inserção e na manutenção do cateter. Segundo achados de investigações científicas, alguns fatores aumentam significativamente a susceptibilidade a infecções: tempo de uso do cateter, infusão de nutrição parenteral, transfusão sanguínea, ausência de infecção subjacente no momento da inserção, mais de uma indicação para uso do dispositivo e sítio o de inserção femoral (DUARTE et al., 2013).
Garantir a segurança dos pacientes é fundamental para oferecer uma assistência de saúde e de enfermagem de qualidade. No entanto, se por um lado as intervenções de cuidados de saúde buscam melhorar a assistência prestada, por outro, a combinação de processos, tecnologias e recursos humanos relacionados com o cuidado à saúde pode se tornar um fator de risco para o surgimento de erros e eventos adversos (GOMES et al., 2013).
CATEGORIA II – As intervenções de enfermagem para a prevenção de infecções por CVC
Com base na busca dos artigos sobre infecção associada a cateter venoso central em UTI pediátrica e neonatal, foram encontradas algumas divergências nas produções em relação ao conhecimento do profissional de enfermagem, quanto aos cuidados básicos necessários para que sejam evitadas as infecções associadas ao CVC esses cateteres. Algumas produções colocam que os profissionais de enfermagem precisam ser capacitados para atuarem neste contexto, outros artigos falam que esses profissionais possuem conhecimento suficiente para intervirem, porém negligenciam essa prática (VILELA; DANTAS; TRABASSO, 2010; JOHANN et al., 2012; CURAN; ROSSETTO, 2017; LORENZINI; COSTA; SILVA, 2013).
Segundo a Lei 7.498 do Exercício Profissional de Enfermagem, em seu parágrafo único, inciso I do art. 11, o enfermeiro é responsável pela prevenção e pelo controle das IRAS. Este profissional tem um importante papel nos cuidados com o CVC, sendo o mesmo responsável por cuidados diretos com a manutenção e a avaliação diária a fim de minimizar os riscos do desenvolvimento de infecção (SANTOS et al., 2014).
A criação de alguns protocolos como, por exemplo, o protocolo de higienização das mãos ajuda significativamente na redução do número de infecções relacionadas ao CVC nas UTIs pediátricas e neonatais, visto que, a pesquisa mostra que alguns profissionais possuem esse conhecimento, porém não colocam em prática (LORENZINI; COSTA; SILVA, 2013).
“Higiene das mãos” é um termo geral, que se refere a qualquer ação de higienizar as mãos para prevenir a transmissão de microrganismos e consequentemente evitar que pacientes e profissionais de saúde adquiram IRAS. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, o termo engloba a higiene simples, a higiene anti-sepsia, a fricção anti séptica das mãos com preparação alcoólica (BRASIL, 2013).
O enfermeiro é o responsável pela instalação do PICC e Cateterismo Umbilical, prestando os cuidados necessários desde esse primeiro momento até sua retirada, também é responsável pela manutenção do CDL, realizando de forma asséptica o curativo diariamente ou como estabelecido pelo protocolo do hospital, tomando os devidos cuidados para se evitar contaminação do dispositivo, trazendo sérios riscos para a saúde dos indivíduos (DUARTE et al., 2013; COSTA et al., 2012).
Em relação aos curativos de CVC, estes possuem o propósito de proteger o sítio de punção, minimizar as possibilidades de infecção e prevenir a movimentação do dispositivo com dano ao vaso. As coberturas utilizadas devem ser estéreis, podendo variar entre gaze e fita adesiva estéril (semioclusivo) e membrana transparente semipermeável (oclusivo) (SOUSA et al., 2018).
A reflexão possibilitada pela análise dos artigos permite suscitar que precisam ser colocadas em prática, as diversas formas de prevenção de infecções relacionas aos cateteres em UTIN e UTIP. O enfermeiro como líder da equipe de enfermagem assume importante papel nesse contexto, tendo que se preocupar com atualização e capacitação de sua equipe, visando a integração interdisciplinar, como esse aprendizado poderá repercutir na mudança de desse cenário enfrentado pelas crianças e recém-nascidos que precisam passar pelo uso desses dispositivos (VILELA; DANTAS; TRABASSO, 2010).
A expectativa, nesse estudo, é despertar nos enfermeiros a importância das capacitações e atualizações que permitam o desenvolvimento de uma consciência crítica reflexiva desses profissionais, criando condições para uma intervenção transformadora dessa situação, visando a melhoria na sua qualidade de vida de crianças e recém-nascidos internados em UTIs.
No Brasil, a Resolução nº 258/2001, do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), no artigo 1º, considera lícita ao enfermeiro a inserção do PICC e complementa tal atividade no artigo 2º que, para o enfermeiro desempenhar tal atividade, deve estar qualificado e/ou capacitado profissionalmente (VENDRAMIN; PEDREIRA; PETERLINI, 2007).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa revelou que apesar do quantitativo de artigos encontrados com os descritores associados, mostrou-se que há pouca literatura que abordem a questão de pesquisa deste estudo, visto que, as infecções associadas a esses dispositivos ainda é uma realizada vivida por boa parte das crianças e recém-nascidos internados nas UTIP e UTIP.
Compreende-se que há necessidade de se estipular um elo entre os profissionais de enfermagem e aos demais integrantes da equipe multidisciplinar, visando à segurança do paciente e reduzindo os índices alarmantes de infecção associadas a cateteres venosos centrais.
No que tange a equipe de enfermagem, esta deve atentar aos sinais de infecção no local de inserção do cateter e prestar os cuidados necessários na hora do manuseio deste dispositivo. O enfermeiro intensivista pediátrico ou neonatal que assiste esse público em uso de cateter venoso central deve desenvolver habilidades e mostrar a sua equipe o quanto esse tipo de infecção é prejudicial.
Os estudos mostram que existem vários fatores que podem contribuir para o surgimento de infecções relacionadas aos cateteres utilizados em UTI pediatria e neonatal, como recém nascidos de baixo peso, local de inserção do cateter, cuidados na manutenção do cateter e tempo de permanência.
A reflexão possibilitada pela análise dos artigos permite suscitar que precisam ser colocadas em prática, as diversas formas de prevenção de infecções relacionas aos cateteres em UTIN e UTIP. O enfermeiro como líder da equipe de enfermagem assume importante papel nesse contexto, tendo que se preocupar com a atualização e capacitação de sua equipe e como esse aprendizado poderá repercutir na mudança desse cenário enfrentado pelas crianças e recém-nascidos que precisam passar pelo uso desses dispositivos.
Assim, conclui-se que além de uma boa assistência, da utilização simples a mais complexa deve desenvolver suas habilidades de forma humanizada, o que é importante para a prevenção e redução desse agravo no âmbito de UTIP e UTIN. A enfermagem tem uma função crucial dentro deste contexto, visto que, essa assistência previne complicações, sequelas e reduz o índice de óbitos causados por esse tipo de infecção.
REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, R. N. et al. Enfermagem na prevenção e controle de infecção de neonatos: revisão integrativa. Revista Saúde Multidisciplinar, v. 10, n. 2, 2021. http://revistas.famp.edu.br/revistasaudemultidisciplinar/article/download/233/176
BEZERRA, M. R. S. et al. Análise de dados epidemiológicos em recém-nascidos que utilizaram o cateter umbilical. Acta de Ciências e Saúde, v. 1, n. 1, p. 1-12, 2019. http://www2.ls.edu.br/actacs/index.php/ACTA/article/download/172/148
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria nº 1.377 de 9 de julho de 2013. Protocolo para a prática de higiene das mãos em serviços de saúde. 2013.
COSTA, N. C. C et al. Prevalência e motivos de remoção não eletiva do cateter central de inserção periférica em neonatos. Rev Gaúcha Enferm. Rio Grande do Sul, v.33, n.3, p. 126- 133,2012. https://doi.org/10.1590/S1983-14472012000300017
COSTA, P. et al. Fatores de risco para infecção de corrente sanguínea associada ao cateter centralde inserção periférica em neonatos. Acta Paul Enferm. São Paulo, v.29, n. 2, p. 161-8, 2016. https://doi.org/10.1590/1982-0194201600023
CURAN, G. R. F.; ROSSETTO, E. G. Medidas para redução de infecção associada a cateter central em recém-nascidos: revisão integrativa. Texto Contexto Enferm. v.26, n.1, p.e 51330015, 2017. https://www.scielo.br/j/tce/a/6wLWhgYGQyWvsS6x4HnwyyJ/citation/?lang=pt
DUARTE, E. D. et al. Fatores associados à infecção pelo uso do cateter central de inserção periférica em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 47, p. 547-554, 2013. https://doi.org/10.1590/S0080-623420130000300004
ERCOLE, F. F.; MELO, L. S; ALCOFORADO, C. L. G. C. Revisão integrativa versus revisão sistemática. Editorial. REME – Rev Min Enferm. 2014 jan/mar; v. 18, n. 1, p. 1-260. http://dx.doi.org/10.5935/1415-2762.20140001
FAÇANHA, A. P. M. et al. ACESSO VENOSO CENTRAL EM NEONATOLOGIA. 2019. https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-nordeste/ch-ufc/acesso-a informacao/protocolos-e-pops/protocolos-meac/maternidade-escola-assis chateaubriand/multiprofissional-1/acesso-venoso-central-neonatalogia-pro-multi-006.pdf
FARIA, R. V. et al. Infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter venoso central: avaliação dos fatores de riscos. Brazilian Journal of Health Review, v. 4, n. 3, p. 10143- 10158, 2021. https://www.brazilianjournals.com/ojs/index.php/BJHR/article/download/29556/23304
GOMES, A. V. O.; NASCIMENTO, M. A. L. O processo do cateterismo venoso central em unidade de terapia intensiva neonatal e pediátrica. Rer Esc Enferm USP. São Paulo, SP, v.47, n.4, p. 794-800, 2013. https://doi.org/10.1590/S0080-623420130000400004
JOHANN, D. A. et al. Cuidados com cateter central de inserção periférica no neonato: revisão integrativa da literatura. Ver Esc Erferm USP. São Paulo, v.46, n.6, p. 1503-11, 2012. https://doi.org/10.1590/S0080-62342012000600030
LEITE, A. C. et al. Atuação do enfermeiro no manuseio do cateter venoso central de inserção Periférica em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Research, Society and Development, v. 10, n. 2, p. e59010212974-e59010212974, 2021. https://doi.org/10.33448/rsd-v10i2.12974.
LIMA, Y. C. et al. Contribuições da enfermagem na prevenção de infecções relacionadas ao cateter venoso central em unidades de terapia intensiva: revisão integrativa. Revista Eletrônica Acervo Enfermagem, v. 13, p. e8455-e8455, 2021. https://doi.org/10.25248/reaenf.e8455.2021
LORENZINI, E.; COSTA, T. C.; SILVA, E. F. Prevenção e controle de infecção em unidade de terapia intensiva neonatal. Rev Gaúcha de Enferm. Rio Grande do Sul, v.34, n. 4, p.107- 113, 2013. https://doi.org/10.1590/S1983-14472013000400014
MATA, C. R. R. et al. Cuidado de enfermagem ao paciente com catéter venoso central duplo lúmen: contribuições para a formação profissional. Brazilian Journal of Health Review, v. 4, n. 2, p. 4823-4831, 2021. https://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/article/download/25944/20573
MATTOS, P. C. Tipos de revisão de literatura. Faculdade de ciências agronômicas da UNESP. Botucatu, São Paulo, 2015.
MELO, M. B.; BARBOSA, M. A.; SOUZA, P. R. Satisfação no trabalho da equipe de enfermagem: revisão integrativa. Rev. Latino-Am. Enfermagem v. 19, n. 4, p. 9. 2011. https://doi.org/10.1590/S0104-11692011000400026
MENDONÇA, K. M; NEVES, H. C. C et al. Atuação da enfermagem na prevenção e controle de infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter. Rev Enferm UERJ, Rio de Janeiro, v.19, n.2, p. 330-333, Abr.-Jun. 2011. https://repositorio.bc.ufg.br/bitstream/ri/16244/5/Artigo%20-%20Katiane%20Martins%20Mendon%C3%A7a%20-%202011.pdf
ROSADO, V. Incidência e Complicações Infecciosas Associadas ao Uso de Cateteres Venosos Centrais em População Pediátrica de um Hospital Universitário. Pós-Graduação emCiências da Saúde da UFMG, Minas Gerais, 2012. https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS 97RHPN/1/incid_ncia_e_complica__es_infecciosas_associadas_ao_uso_de_cateteres_venosos__centrais_em_popula__o_pedi_trica_de_um_hospital_universit_rio.pdf
SANTOS, N. M. et al. Benefícios do cateter central de inserção periférica em pacientes on cológicos na pediatria: revisão integrativa. Revista Eletrônica Acervo Saúde, n. 20, p. e398- e398, 2019. https://doi.org/10.25248/reas.e398.2019
SANTOS, S. F., et al. Ações de enfermagem na prevenção de infecções relacionadas ao cateter venoso central: uma revisão integrativa. Rev SOBRECC, São Paulo.v.19, n.9, p.219-225, out./dez 2014. https://doi.org/10.5327/Z1414-4425201400040008
SORGI, G. M. F. et al. Implantação de pacote de medidas para prevenção de infecções associadas ao cateter venoso central em crianças: percepção da equipe de enfermagem. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 11, n. 4, p. e238-e238, 2019. https://doi.org/10.25248/reas.e238.2019
SOUSA, F. C., et al. Avaliação dos cuidados de enfermagem com o cateter central em uma unidadede terapia intensiva adulto e pediátrica. Rev Adm Saúde, Minas Gerais, v. 18, n. 70, jan- mar 2018. http://dx.doi.org/10.23973/ras.70.92
STOCCO, J. G. D et al. Avaliação da mortalidade de neonatos e crianças relacionada ao usode cateter venoso central: revisão sistemática. Acta Paul Enferm. v.25, n.1, p. 90-95, Curitiba, 2012. https://doi.org/10.1590/S0103-21002012000100016
SWERTS, C. A. S. et al. A utilização do cateter central de inserção periférica em uma unidade de terapia intensiva neonatal. Revista Eletrônica Acervo Saúde, n. 40, p. e2268-e2268, 2020. https://doi.org/10.25248/reas.e2268.2020
VILELA, R; DANTAS, S. R. P. E; TRABASSO, P. Equipe interdisciplinar reduz infecção sanguínea relacionada ao cateter venoso central em unidade de terapia intensiva pediátrica.Rev Paul Pediatrica, São Paulo, V. 28, n. 4, p. 292-98, 2010. https://doi.org/10.1590/S0103- 05822010000400002
1Graduando em enfermagem pela Uninassau. Maceió – AL. Email:marcossmc2012@gmail.com;
2Enfermeira Doutora em Gestao do Cuidado em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Catarina. E-mail: wezzorzan@hotmail.com;
3Graduando em Enfermagem pela Uninassau. São Miguel dos Campos-AL. liimajc1@gmail.com;
4Graduanda em enfermagem pelo Maurício de Nassau. Maceió-AL E-mail:ju_melryam@outlook.com; 5Graduando de enfermagem pela UNINASSAU. Maceió – AL. E-mail: gabrieleregiina19@gmail.com; 6Graduando em enfermagem pela Faculdade Anhanguera. Sorriso- MT. E-mail: Geyssyele0416@gmail.com; 7Graduanda de enfermagem pelo Centro Universitário Una Contagem. Betim – MG. E-mail: lauradebrito.bio@gmail.com;
8Enfermeira pela Uniruy. Salvador/BA. E-mail: shirleisantos15@gmail.com;
9Enfermeiro pela Universidade Paulista – UNIP. Paragominas-PA. E-mail: joseallgusttof@gmail.com;
10Enfermeira da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH. São Luís-MA. E-mail: thaisbotentuit88@gmail.com;
11Enfermeira do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão/Ebserh. São Luís-MA.E mail: wildilene.carvalho@gmail.com;
12Graduando de Enfermagem Centro universitário Planalto do Distrito Federal- Uniplan. Limoeiro- PE. Email:alissomtenorio@hotmail.com