INFECÇÃO ASSOCIADA A CATETER VENOSO CENTRAL EM,  UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL 

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11176970


Marcos Antônio da Conceição1; Wilma Nunes Martins Zorzan2; Júlio Cesar de Lima Bastos3; Juliana dos Santos4; Gabriele Regina Souza da Silva5; Geyssyele Coimbra Rocha6; Laura Beatriz de Brito Rodrigues7; Shirlei Carla Oliveira dos Santos8; José Augusto Fragoso Sousa9; Thaís Natália Araújo Botentuit10; Wildilene Leite Carvalho11; Alisson de Morais Silva12


INTRODUÇÃO 

As infecções são as principais complicações relacionadas ao uso do Cateter Venoso  Central (CVC), uma vez que acarretam, entre outros agravos, elevação de custo hospitalar,  prolongamento da internação e aumento da morbidade e mortalidade (LIMA et al., 2021). 

Dentre as muitas intervenções realizadas em recém-nascidos e crianças, nas unidades de  terapia intensiva (UTI), a instalação de um cateter intravascular é a mais frequente. A gravidade  da condição clínica que o recém-nascido ou a criança apresenta determina a terapia intravenosa  que será administrada, definindo, dessa forma, o tipo de cateter adequado ao tratamento  (SWERTS et al., 2020). 

O aparecimento de múltiplas técnicas e desenvolvimento tecnológico relacionado ao  acesso vascular permitiu o salvamento, assim como o prolongamento, da vida de incontáveis  pacientes. Mas sua utilização não está isenta de complicações, pois muitas vezes podem evoluir  de forma catastrófica. Assim, se faz necessária a devida atenção desde a inserção até a sua  retirada (FAÇANHA et al., 2019). 

Dentre os grandes avanços tecnológicos observados no campo da saúde, destaca- se o  cateter venoso central que exige dos enfermeiros, conhecimentos técnicos em relação a sua  manipulação e manutenção, a fim de evitar as complicações e proporcionar uma assistência de  qualidade, contribuindo para a diminuição do tempo de internação e dos custos hospitalares  (LEITE et al., 2021). 

Os Cateteres Centrais de Inserção Periférica (Peripherally Inserted Central Catheter – PICC) são amplamente utilizados em unidades neonatais quando as crianças necessitam de uma  linha venosa por tempo prolongado. O uso permite que sejam oferecidos nutrição parenteral,  medicamentos ou soluções em altas concentrações de osmolaridade, irritantes e/ou vesicantes,  e ainda reduzir a necessidade de múltiplas punções venosas e trocas (SANTOS et al., 2019). 

O cateterismo da veia umbilical é muito utilizado nas unidades de neonatologia, como  acesso venoso e via para administração de nutrição parenteral. O cateterismo umbilical venoso  é um procedimento comum no manejo de recém-nascidos, sendo considerado um procedimento  rápido e confiável, porém a sua utilização também é associada a complicações como trombose,  embolia, hemorragias, arritmias cardíacas, efusões, hipertensão portal e infecção (BEZERRA et al., 2019). 

Neste sentido, os cateteres de duplo-lúmen (CDL) podem ser de curta permanência,  utilizados, sobretudo, em situações de emergência, ou de longa permanência. Este último está  indicado para os pacientes nos quais outras vias já não são possíveis. Ademais, os CDLs são  inseridos em veias centrais, preferencialmente em jugular interna e secundariamente subclávias,  sendo está reservada para os pacientes em que aquela não está disponível nos membros  superiores (MATA et al., 2021). 

O número de neonatos e crianças que evoluem a óbito por infecção é alarmante, pois  estudos mostram que o CVC é um dos fatores que levam esse grupo de pessoas adquirirem  algum tipo de infecção e levando esses indivíduos a morte (ALBUQUERQUE et al., 2021). 

As taxas de infecções de corrente sanguínea (ICS) relacionadas a cateter variam de  acordo com o sítio e a técnica de inserção, número de lúmens, tipo de cateter, tempo de  permanência, fatores intrínsecos do paciente, tipo de solução infundida e preparo da equipe. A  incidência dessa infecção, no Brasil, varia de 3,2 a 40,4 episódios por mil dias de cateter e a  mortalidade atribuída a essa topografia varia de 6,7% a 75,0%5 (MENDONÇA et al., 2011). 

Diante do aumento significativo do número de crianças e recém-nascidos com infecções  associada por CVC, percebe-se que esse grupo sofre pela colocação inadequada desses  dispositivos, assim como a falta de manutenção ou manipulação inadequada pelos profissionais  que utilizam esse CVC para administração de substâncias (SORGI et al., 2019). 

As infecções de corrente sanguínea (ICS) relacionadas a cateter compreendem os casos  em que o mesmo micro-organismo isolado na cultura do segmento do dispositivo é identificado  na corrente sanguínea, sem outra fonte aparente para a bacteremia (FARIA et al., 2021). 

Desta forma, este estudo teve por objetivo analisar as evidências disponíveis na  literatura sobre infecção associada à cateter venoso central em unidade de terapia intensiva  pediátrica e neonatal. 

METODOLOGIA 

Trata-se uma revisão integrativa da literatura, que é um método que organiza os  resultados obtidos em pesquisas realizadas e publicadas sobre um tema ou questão, de forma  sistemática, ordenada e abrangente. É denominada integrativa porque apresenta informações  mais amplas sobre um tema/problema, instituindo uma gama de conhecimento. Em vista disso,  esta metodologia permite diferentes finalidades, podendo ser direcionada para a definição de  conceitos, revisão de teorias ou análise metodológica dos estudos incluídos de um tópico  particular (ERCOLE; MELO; ALCOFORADO, 2014). 

Essa pesquisa trata-se de uma revisão integrativa de literatura, descrita por Souza, Silva  e Carvalho (2010), como uma metodologia amplamente utilizada na área da saúde, para agregar  dados de diferentes fontes de pesquisa e formar uma visão sistematizada e rigorosa sobre uma  determinada temática. Embora a combinação de dados de diferentes fontes possa ser  desafiadora, a abordagem sistemática e rigorosa da revisão integrativa, permite minimizar vieses e erros na avaliação dos dados. É fundamental reconhecer a revisão integrativa como  uma ferramenta valiosa para a saúde e a prática baseada em evidências.  Os seguintes passos foram implementados no estudo: estabelecer o objetivo e a questão  de pesquisa, localizar fontes de dados relevantes, determinar critériosde inclusão e  exclusão, realizar a busca e seleção dos estudos, avaliar a qualidade dos estudos incluídos,  extrair e resumir as informações relevantes, analisar e interpretar os resultados e apresentar  a revisão e as conclusões (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).  

Baseada nos estudos de Pereira et. al. (2018), a questão norteadora deste estudo foi:  Quais são as complicações mais recorrentes que estão associadas ao uso do cateter em recém nascido. As bases de dados consultadas foram: SCIELO, LILACS, MEDLINE, além do  mecanismo de busca do Google Acadêmico. Os descritores, extraídos dos Descritores em  Ciências da Saúde (DeCS), se definiram por: triagem neonatal, UTI Neonatal,Cateterismo  Venoso Central.Como critério de inclusão, apenas estudos em português e publicados entre  2010 e 2024, como critério de exclusão, foram eliminados todos os estudos duplicados, resumos  e trabalhos incompletos. Foram priorizados estudos mais recentes, ao todo 130 artigos  resultaram das buscas, porém apenas 7 foram escolhidos para compor a tabela de amostras 

RESULTADOS E DISCUSSÃO 

O total de estudos incluídos neste trabalho, selecionados principalmente quanto ao  idioma vernáculo, observou-se um quantitativo de 122 produções cientificas referentes ao tema  em questão, através dos critérios estabelecidos selecionamos apenas 112, expressando certa  dificuldade na literatura com estudos atualizados principalmente da área de enfermagem e  especificamente central em Infecção Associada à Cateter Venoso Central em Unidade de  Terapia Intensiva Pediátrica e Neonatal: Revisão integrativa que facilitem o processo de  enfermagem baseado em evidências científicas. 

A partir dos descritores elencados, a busca nas bases de dados está representada no  quadro demonstrativo abaixo que ficou subdividido em fonte consultada, descritor, quantidade  encontrada, quantidade selecionada e resultado dos estudos. 

Os quadros a seguir apresentam as distribuições dos artigos selecionados. 

Quadro 1: Apresentação dos artigos quanto aos descritores, autores, título do artigo, objetivo do artigo, tipo de estudo e periódicos de publicação.

Descritores Artigos Autores Título do Artigo Objetivo Tipo de EstudoPeriódico  (Vol, Nº, Pag)
Cateter Venoso Central AND InfecçãoA1Vilela R; Dantas S,R, P, E; Trabasso P.Equipe  interdisciplinar reduz infecçãosanguínea  relacionada ao cateter venosocentral em Unidade deTerapiaIntensiva PediátricaAvaliar o impacto de intervenções  interdisciplinares nos indicadores de infecção de corrente sanguínea relacionados ao cateter venoso central e  microrganismos   isolados, em uma  unidade de terapia intensivapediátricaEstudo de intervenção     Rev Paul Pediatr 2010; 28 (4): 292 –98
Infecção  AND Cuidados  de Enfermage m AND CateteresA2 Johann et al.Cuidados com cateter central de inserção periféricano neonato:revisão integrativa deliteraturaInvestigar e analisar as evidências disponíveis na literatura acerca dos  cuidados para inserção e manutenção do cateter  central de inserção  periférica no neonatoRevisão integrativa de literatura   Rev Esc Enferm  USP 2012; 46 (6):  1503-11
A3Duarte et al.Fatores associadosà infecção pelo uso do cateter central de inserçãoperiférica emUnidade de Terapia IntensivaNeonatalAnalisar os fatores associados à infecção  pelo uso do cateter  central de inserção  periférica em recém  nascidos internados em unidade de terapia  intensivaEstudo epidemiológico , longitudinal e analítico  Rev Esc Enferm USP 2013; 47(3): 547- 54
A4Costa et al. Prevalência e motivos deremoção nãoeletiva do cateter central de inserção periférica emneonatosDescrever a prevalência de remoção não eletiva do cateter eseus motivos    Estudo transversal Rev Gaúcha Enferm. 2012; 33(3):126- 133.
Enfermage m Neonatal AND  Infecção AND  Unidade de  Terapia Intensiva NeonatalA5Curan G, R, F; Rossetto E, G.Medidas para redução deinfecção associadaacateter central emrecém-nascidosRealizar uma revisão integrativa sobre as estratégias presentes em bundlles para redução de infecção de corrente sanguínea por cateter central em recém nascidosRevisão integrativa da  literatura    Texto Contexto Enferm, 2017; 26(1): e5130015
A6 Lorenzin i E; Costa T,  C; Silva E, F.Prevenção econtrole deinfecção em unidade de terapia intensiva neonatalIdentificar o conhecimento da equipe  de enfermagem de uma  unidade de terapia  intensiva neonatal, sobre o controle de infecção, identificando os fatores que facilitam ou dificultam o controle e prevenção das infecções relacionadas à assistência a saúdeEstudo descritivo com abordagem qualitativa    Rev Gaucho Enferm. 2013; 34(4): 107-113
A7Costa et al. Fatores Fatores de risco
para infecção de
corrente sanguínea
associada aocateter
central de inserção
periférica em
neonatos
Identificar os fatores de risco para infecção de  corrente sanguínea  associada ao cateter  central de inserção  periférica emneonatos. Estudo de coorte com coleta  prospectiva de dadosActa Paul Enferm.201  6; 9(2):161- 8. 

Fonte: Autores. 

Fatores de risco e fatores associados à infecção por CVC 

Os estudos mostram, no geral, que existem vários fatores que podem contribuir para o surgimento de infecções relacionadas aos cateteres utilizados em UTI pediatria e neonatal,  como, recém-nascidos de baixo peso, local de inserção do cateter, cuidados na manutenção do  cateter e tempo de permanência (DUARTE et al., 2013; COSTA et al., 2016). 

As taxas de infecção em UTI são maiores se comparado com unidades de internação de  outros setores do hospital. Fatores de risco para sepse em população pediátrica são diferentes  da população adulta, devido a características específicas, como idade, estágio de  desenvolvimento do sistema imune, presença de fatores de risco durante internação em UTI,  especialmente devido a procedimentos invasivos como CVC, ventilação mecânica e sondagem  vesical de demora. A presença e o uso de CVC por tempo prolongado devido à necessidades  terapêuticas em situações emergenciais levam a maior risco de quebra de barreiras e favorecem  a ocorrência de infecções. Além disso, em pediatria o tipo de CVC e o número de lumens  geralmente são diferentes dos adultos e muitos medicamentos não têm apresentação na dose  específica para esta faixa etária, o que gera riscos de contaminação durante seu preparo  (ROSADO, 2012). 

Os estudos mostram que as crianças e recém-nascidos em uso de algum tipo de CVC têm mais facilidade para adquirir uma infecção do que um adulto jovem, visto que, alguns  fatores de risco são que contribuem para esse agravo nesse público não é encontrados em  adultos. O desafio para prevenção de infecções hospitalares se amplia em uma unidade de  terapia intensiva, devido à variedade de microrganismos, muitas vezes multirresistentes,  implicando no uso de antimicrobianos de amplo aspecto (VILELA; DANTAS; TRABASSO,  2010; LORENZINI; COSTA; SILVA, 2013). 

Reconhece-se que os CVC são amplamente utilizados em recém-nascidos e crianças, e auxiliam na terapêutica. Por outro lado, há que se considerar a situação de risco a que pode se  expor essa popular, o que demanda a necessidade de buscar evidências que falem sobre os  fatores de risco e associados a infecção por a cateter venoso central em unidade de terapia  intensiva pediátrica e neonatal (STOCCO et al., 2012). 

Os fatores de risco associados à infecção sanguínea determinada por cateter venoso  central podem estar relacionados a doenças pré-existentes e a fatores clínicos, como admissão  em UTI, uso da ventilação mecânica e monitoramento hemodinâmico invasivo. Acresce-se aos  fatores de risco o tipo e o material do cateter, o local de escolha para inserção e o não seguimento  da técnica preconizada na inserção e na manutenção do cateter. Segundo achados de  investigações científicas, alguns fatores aumentam significativamente a susceptibilidade a  infecções: tempo de uso do cateter, infusão de nutrição parenteral, transfusão sanguínea,  ausência de infecção subjacente no momento da inserção, mais de uma indicação para uso do  dispositivo e sítio o de inserção femoral (DUARTE et al., 2013). 

Garantir a segurança dos pacientes é fundamental para oferecer uma assistência de saúde  e de enfermagem de qualidade. No entanto, se por um lado as intervenções de cuidados de saúde  buscam melhorar a assistência prestada, por outro, a combinação de processos, tecnologias e  recursos humanos relacionados com o cuidado à saúde pode se tornar um fator de risco para o  surgimento de erros e eventos adversos (GOMES et al., 2013). 

CATEGORIA II – As intervenções de enfermagem para a prevenção de infecções por  CVC 

Com base na busca dos artigos sobre infecção associada a cateter venoso central em UTI  pediátrica e neonatal, foram encontradas algumas divergências nas produções em relação ao  conhecimento do profissional de enfermagem, quanto aos cuidados básicos necessários para  que sejam evitadas as infecções associadas ao CVC esses cateteres. Algumas produções  colocam que os profissionais de enfermagem precisam ser capacitados para atuarem neste  contexto, outros artigos falam que esses profissionais possuem conhecimento suficiente para  intervirem, porém negligenciam essa prática (VILELA; DANTAS; TRABASSO, 2010;  JOHANN et al., 2012; CURAN; ROSSETTO, 2017; LORENZINI; COSTA; SILVA, 2013). 

Segundo a Lei 7.498 do Exercício Profissional de Enfermagem, em seu parágrafo único,  inciso I do art. 11, o enfermeiro é responsável pela prevenção e pelo controle das IRAS. Este  profissional tem um importante papel nos cuidados com o CVC, sendo o mesmo responsável por cuidados diretos com a manutenção e a avaliação diária a fim de minimizar os riscos do  desenvolvimento de infecção (SANTOS et al., 2014). 

A criação de alguns protocolos como, por exemplo, o protocolo de higienização das  mãos ajuda significativamente na redução do número de infecções relacionadas ao CVC nas  UTIs pediátricas e neonatais, visto que, a pesquisa mostra que alguns profissionais possuem  esse conhecimento, porém não colocam em prática (LORENZINI; COSTA; SILVA, 2013). 

“Higiene das mãos” é um termo geral, que se refere a qualquer ação de higienizar as  mãos para prevenir a transmissão de microrganismos e consequentemente evitar que pacientes  e profissionais de saúde adquiram IRAS. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância  Sanitária – ANVISA, o termo engloba a higiene simples, a higiene anti-sepsia, a fricção anti séptica das mãos com preparação alcoólica (BRASIL, 2013). 

O enfermeiro é o responsável pela instalação do PICC e Cateterismo Umbilical, prestando os cuidados necessários desde esse primeiro momento até sua retirada, também é  responsável pela manutenção do CDL, realizando de forma asséptica o curativo diariamente ou  como estabelecido pelo protocolo do hospital, tomando os devidos cuidados para se evitar  contaminação do dispositivo, trazendo sérios riscos para a saúde dos indivíduos (DUARTE et  al., 2013; COSTA et al., 2012). 

Em relação aos curativos de CVC, estes possuem o propósito de proteger o sítio de  punção, minimizar as possibilidades de infecção e prevenir a movimentação do dispositivo com  dano ao vaso. As coberturas utilizadas devem ser estéreis, podendo variar entre gaze e fita  adesiva estéril (semioclusivo) e membrana transparente semipermeável (oclusivo) (SOUSA et  al., 2018). 

A reflexão possibilitada pela análise dos artigos permite suscitar que precisam ser  colocadas em prática, as diversas formas de prevenção de infecções relacionas aos cateteres em  UTIN e UTIP. O enfermeiro como líder da equipe de enfermagem assume importante papel  nesse contexto, tendo que se preocupar com atualização e capacitação de sua equipe, visando a  integração interdisciplinar, como esse aprendizado poderá repercutir na mudança de desse  cenário enfrentado pelas crianças e recém-nascidos que precisam passar pelo uso desses  dispositivos (VILELA; DANTAS; TRABASSO, 2010). 

A expectativa, nesse estudo, é despertar nos enfermeiros a importância das capacitações  e atualizações que permitam o desenvolvimento de uma consciência crítica reflexiva desses  profissionais, criando condições para uma intervenção transformadora dessa situação, visando  a melhoria na sua qualidade de vida de crianças e recém-nascidos internados em UTIs. 

No Brasil, a Resolução nº 258/2001, do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN),  no artigo 1º, considera lícita ao enfermeiro a inserção do PICC e complementa tal atividade no  artigo 2º que, para o enfermeiro desempenhar tal atividade, deve estar qualificado e/ou  capacitado profissionalmente (VENDRAMIN; PEDREIRA; PETERLINI, 2007). 

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Esta pesquisa revelou que apesar do quantitativo de artigos encontrados com os  descritores associados, mostrou-se que há pouca literatura que abordem a questão de pesquisa  deste estudo, visto que, as infecções associadas a esses dispositivos ainda é uma realizada vivida  por boa parte das crianças e recém-nascidos internados nas UTIP e UTIP. 

Compreende-se que há necessidade de se estipular um elo entre os profissionais de  enfermagem e aos demais integrantes da equipe multidisciplinar, visando à segurança do  paciente e reduzindo os índices alarmantes de infecção associadas a cateteres venosos centrais. 

No que tange a equipe de enfermagem, esta deve atentar aos sinais de infecção no local  de inserção do cateter e prestar os cuidados necessários na hora do manuseio deste dispositivo.  O enfermeiro intensivista pediátrico ou neonatal que assiste esse público em uso de cateter  venoso central deve desenvolver habilidades e mostrar a sua equipe o quanto esse tipo de  infecção é prejudicial. 

Os estudos mostram que existem vários fatores que podem contribuir para o surgimento  de infecções relacionadas aos cateteres utilizados em UTI pediatria e neonatal, como recém nascidos de baixo peso, local de inserção do cateter, cuidados na manutenção do cateter e tempo  de permanência. 

A reflexão possibilitada pela análise dos artigos permite suscitar que precisam ser  colocadas em prática, as diversas formas de prevenção de infecções relacionas aos cateteres em  UTIN e UTIP. O enfermeiro como líder da equipe de enfermagem assume importante papel  nesse contexto, tendo que se preocupar com a atualização e capacitação de sua equipe e como  esse aprendizado poderá repercutir na mudança desse cenário enfrentado pelas crianças e  recém-nascidos que precisam passar pelo uso desses dispositivos. 

Assim, conclui-se que além de uma boa assistência, da utilização simples a mais  complexa deve desenvolver suas habilidades de forma humanizada, o que é importante para a  prevenção e redução desse agravo no âmbito de UTIP e UTIN. A enfermagem tem uma função  crucial dentro deste contexto, visto que, essa assistência previne complicações, sequelas e reduz o índice de óbitos causados por esse tipo de infecção. 

REFERÊNCIAS 

ALBUQUERQUE, R. N. et al. Enfermagem na prevenção e controle de infecção de neonatos:  revisão integrativa. Revista Saúde Multidisciplinar, v. 10, n. 2, 2021. http://revistas.famp.edu.br/revistasaudemultidisciplinar/article/download/233/176 

BEZERRA, M. R. S. et al. Análise de dados epidemiológicos em recém-nascidos que utilizaram  o cateter umbilical. Acta de Ciências e Saúde, v. 1, n. 1, p. 1-12, 2019. http://www2.ls.edu.br/actacs/index.php/ACTA/article/download/172/148 

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria nº 1.377 de 9 de julho de 2013. Protocolo para a prática de higiene das mãos em serviços de saúde. 2013. 

COSTA, N. C. C et al. Prevalência e motivos de remoção não eletiva do cateter central de  inserção periférica em neonatos. Rev Gaúcha Enferm. Rio Grande do Sul, v.33, n.3, p. 126- 133,2012. https://doi.org/10.1590/S1983-14472012000300017 

COSTA, P. et al. Fatores de risco para infecção de corrente sanguínea associada ao cateter centralde inserção periférica em neonatos. Acta Paul Enferm. São Paulo, v.29, n. 2, p. 161-8, 2016. https://doi.org/10.1590/1982-0194201600023 

CURAN, G. R. F.; ROSSETTO, E. G. Medidas para redução de infecção associada a cateter central em recém-nascidos: revisão integrativa. Texto Contexto Enferm. v.26, n.1, p.e 51330015, 2017. https://www.scielo.br/j/tce/a/6wLWhgYGQyWvsS6x4HnwyyJ/citation/?lang=pt 

DUARTE, E. D. et al. Fatores associados à infecção pelo uso do cateter central de inserção  periférica em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Revista da Escola de Enfermagem da  USP, v. 47, p. 547-554, 2013. https://doi.org/10.1590/S0080-623420130000300004 

ERCOLE, F. F.; MELO, L. S; ALCOFORADO, C. L. G. C. Revisão integrativa versus revisão sistemática. Editorial. REME – Rev Min Enferm. 2014 jan/mar; v. 18, n. 1, p. 1-260. http://dx.doi.org/10.5935/1415-2762.20140001 

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1Graduando em enfermagem pela Uninassau. Maceió – AL. Email:marcossmc2012@gmail.com;
2Enfermeira Doutora em Gestao do Cuidado em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Catarina. E-mail: wezzorzan@hotmail.com;
3Graduando em Enfermagem pela Uninassau. São Miguel dos Campos-AL. liimajc1@gmail.com;
4Graduanda em enfermagem pelo Maurício de Nassau. Maceió-AL E-mail:ju_melryam@outlook.com; 5Graduando de enfermagem pela UNINASSAU. Maceió – AL. E-mail: gabrieleregiina19@gmail.com; 6Graduando em enfermagem pela Faculdade Anhanguera. Sorriso- MT. E-mail: Geyssyele0416@gmail.com; 7Graduanda de enfermagem pelo Centro Universitário Una Contagem. Betim – MG. E-mail: lauradebrito.bio@gmail.com;
8Enfermeira pela Uniruy. Salvador/BA. E-mail: shirleisantos15@gmail.com;
9Enfermeiro pela Universidade Paulista – UNIP. Paragominas-PA. E-mail: joseallgusttof@gmail.com;
10Enfermeira da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH. São Luís-MA. E-mail: thaisbotentuit88@gmail.com;
11Enfermeira do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão/Ebserh. São Luís-MA.E mail: wildilene.carvalho@gmail.com;
12Graduando de Enfermagem Centro universitário Planalto do Distrito Federal- Uniplan. Limoeiro- PE.  Email:alissomtenorio@hotmail.com