INDAGAÇÕES DOS BASTIDORES DA PROFISSÃO DOCENTE: UMA ANÁLISE SOBRE AS MOTIVAÇÕES, ANSEIOS E A EVASÃO DO SER PROFESSOR

INQUIRIES INTO THE INNER WORKINGS OF THE TEACHING PROFESSION: AN ANALYSIS OF MOTIVATIONS, ASPIRATIONS, AND THE ATTRITION IN BEING A TEACHER

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12625419


Cristiane Santi Chaves Rodrigues1
André Luis de Oliveira2


Resumo 

No campo da educação, a crise na formação de professores no Brasil vem se agravando devido à baixa procura pelos cursos de licenciatura, a alta desistência nos primeiros anos de carreira, aposentadorias iminentes e a pouca atratividade da profissão devido ao baixo reconhecimento social e à remuneração insuficiente. Esse cenário representa uma ameaça significativa à qualidade da educação futura, tornando crucial discutir e encontrar soluções para reverter essa tendência, promovendo a permanência e o engajamento dos estudantes nos cursos de licenciatura. As identidades docentes, construídas através de dimensões pessoais e sociais, são influenciadas pelas condições de trabalho e pelos desafios institucionais. Esta pesquisa buscou compreender as motivações, anseios e desafios da carreira docente em publicações da área de ensino de Ciências. Para tanto, realizamos uma revisão bibliográfica do tipo estado do conhecimento, propondo a reflexão e reestruturação para melhorias da formação inicial, da formação continuada, das políticas públicas educacionais e das políticas de permanência, para então fortalecer a educação no Brasil. 

Palavras-chave: Identidades Docentes. Profissional Docente. Profissão Professor. Evasão das Licenciaturas. Formação de Professores.

Abstract 

In recent times, events of great impact have highlighted the importance of scientific research in all fields of knowledge. In the field of education, the crisis in teacher training in Brazil has been worsening due to the low enrollment in teaching degree programs, high dropout rates in the early years of the career, imminent retirements, and the low attractiveness of the profession due to insufficient social recognition and inadequate remuneration. This scenario poses a significant threat to the quality of future education, making it crucial to discuss and find solutions to reverse this trend, promoting the retention and engagement of students in teaching degree programs. Teacher identity, constructed through personal and social dimensions, is influenced by working conditions and institutional challenges. This research aims to understand the motivations, aspirations, and challenges of the teaching career through a stateof-the-art literature review, proposing reflection and restructuring to improve initial training, continuous professional development, educational public policies, and retention policies, in order to strengthen education in Brazil. 

keywords: Teaching Identities. Professional Teacher. Teaching Profession. Attrition in Teacher Education Programs. Teacher Education.

INTRODUÇÃO 

Todos os acontecimentos que vivenciamos nos últimos tempos, dentre eles, alguns com proporções inimagináveis como a Pandemia de COVID-19, nos permitiram perceber que as pesquisas científicas em todas as áreas do conhecimento, são fundamentais.  Na área de Ensino, esse panorama não pode ser diferente, já que muitos educadores desempenham seus papeis para promover a construção de personalidades críticas e atuantes na sociedade, propiciando a construção de conhecimentos, competências e valores em seus alunos. 

Em uma era em que o acesso à informação tem sido cada vez mais facilitado, acarretando na banalização sobre a construção de conhecimento e o sentido das informações acessadas, chegamos ao anúncio de uma crise em relação à formação de professores no Brasil.  

Um estudo intitulado “Risco de apagão de professores no Brasil” realizado pelo Instituto SEMESP (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Ensino Superior) e MK Estatística, notícia e alarma a gravidade do declínio da formação de docentes que já vem acontecendo há anos no país. Essa pesquisa, produzida em conjunto pelas duas instituições, apresenta dados de matrículas realizadas nos cursos de licenciaturas por modalidade (Presencial e à Distância – EaD); por rede (Pública e Privada) e por região geográfica (Centro-oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul) no período de 2010 a 2020 e nos mostra uma taxa de crescimento anual, na totalidade de matrículas realizadas em cursos de licenciatura. Entretanto, a partir de 2016 ocorre uma inversão dessa crescente, na qual o ingresso nesses cursos na modalidade EaD passa a ser mais procurado em detrimento da modalidade presencial. O estudo destaca ainda que, matricular-se em um curso superior de licenciatura não garante a formação, pois a taxa de desistência é elevada, principalmente nos cursos EaD, chegando a uma evasão de aproximadamente 30% (Instituto SEMESP & MK Estatística, 2022). 

Uma breve análise do Resumo Técnico do Censo da Educação Superior 2022 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP/MEC), permite confirmar uma queda significativa entre o número de ingressantes nos cursos de licenciatura entre 2019 e 2021 em relação ao número de concluintes desses cursos: em 2019 o número de ingressantes em cursos de licenciatura foi de 731682, contra 254007 concluintes; em 2020 ingressaram 695790 estudantes e formaram-se 243279; no ano de 2021 diminuiu o número ingressos para 606529 e aumentou o número de concluintes (283561), quando comparado aos anos anteriores. Já em 2022, observa-se que o número de ingressantes em cursos de licenciatura aumentou para 789115 e o de concluintes voltou a diminuir para 257581. Esses dados nos mostram uma diminuição considerável no número de professores formados. 

Outra publicação, realizada por Rubenigue Maciel, no site da Revista Educação em 6 de fevereiro de 2023, comenta os estudos realizados pelo Instituto SEMESP na mesma temática e assegura que, se não houver nenhuma mudança no cenário atual, é previsto um possível déficit de 235 mil professores até o ano de 2040. 

Esse número equivale a 20% dos atuais 2,2 milhões de docentes da educação básica brasileira. A queda projetada se deve a motivos diversos: diminuição da procura dos jovens pelos cursos de licenciatura; alto índice de desistência da profissão nos primeiros anos de carreira; iminente aposentadoria de muitos educadores em atividade e baixa atratividade da docência, fruto do pouco reconhecimento social e da remuneração insuficiente (Maciel, 2023). 

Essa situação representa uma ameaça considerável para a qualidade da educação em um futuro não muito distante. É evidente, que existem inúmeras dificuldades enfrentadas diariamente, e discutir a potencial falta de professores juntamente com suas causas soa, como mais do mesmo, em um ciclo de repetição de informações. Contudo, é importante reforçar que, toda vez que esse tema é abordado, ele se torna ainda mais preocupante e nos convida a refletir: O que podemos fazer para propor o debate e contribuir de forma positiva para mudanças significativas neste cenário? 

Consideramos que o prelúdio para a formação de um futuro professor, que pode também, ser ou não um pesquisador, concebe-se em seu primeiro contato com a graduação escolhida e, assim, o incentivo da orientação na iniciação à docência ou científica, direcionando e dando assistência ao aluno é crucial. Para tanto, a expansão e a intensificação dos estímulos e investimentos na área, se fazem mais que necessários. 

A construção de identidades de um sujeito se estabelece, segundo Magalhães (2004), por meio das dimensões pessoal e social individuais, abrangendo a vivência e a convivência em sociedade. 

A identidade surge com a atualização do processo de identificação e envolve a noção de grupo, particularmente como grupo social. Podemos dizer assim que a construção da identidade faz parte da socialização do indivíduo e, desta forma, é um processo em que o indivíduo irá internalizando os símbolos e representações sociais. Dito de outra forma é a internalização da sociedade pelo indivíduo (Magalhães, 2004, p. 230). 

Essa identificação acontece por meio das relações, na compreensão e no entendimento em comum e na diferenciação com os demais indivíduos. O processo que nos permite construir identidades, não é singular, constante e muito menos inerte. “Dentro de nós há identidades contraditórias, empurrando em diferentes direções, de tal modo que nossas identificações estão sendo continuamente deslocadas” (Hall, 2006, p. 13). Assim, também, se constrói identidades profissionais “por meio de sucessivas interações que acontecem entre o sujeito e o meio sociocultural no qual se insere” (Silva, 2009, p. 48). 

A escolha da profissão de professor é uma decisão que muitos assumem, motivados por uma série de fatores pessoais e sociais, como a paixão pelo conhecimento, ensino e aprendizagem, influência de professores inspiradores, desejo de contribuir para a sociedade, estabilidade empregatícia garantida no setor público, realização pessoal e satisfação. Todavia, como já dito anteriormente, as dificuldades que a classe docente tem enfrentado, leva ao agravamento da evasão na formação de novos e futuros profissionais.  

Diante disso, buscamos responder ao seguinte questionamento: Quais contribuições as pesquisas sobre a escolha profissional e identidades docentes apresentam para compreendermos o cenário de evasão das licenciaturas? Assim, defendemos que entender e analisar como tem se dado a escolha profissional docente, por meio de uma pesquisa do estado do conhecimento (EC), pode contribuir para a criação e articulação de estratégias e políticas públicas de permanência nos cursos de licenciatura, melhorando a qualidade da formação inicial e provocando um enriquecimento da formação continuada de docentes. 

Nesse contexto, o presente artigo tem como objetivo investigar e mapear os aspectos positivos da carreira docente, entendendo as motivações que levam os sujeitos a fazer escolha pela profissão professor; explorar as metas profissionais e aspirações para o crescimento e avanço da função e suas contribuições significativas para a educação no Brasil e; identificar os aspectos negativos, entender e analisar os fatores que levam a insatisfação profissional buscando intervenções e o desenvolvimento de políticas de permanência, tanto nos cursos de licenciatura, quanto na própria carreira do campo educacional. 

CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES DOCENTES: MOTIVAÇÕES, ANSEIOS E DESAFIOS  

A investigação de como se dá a construção de identidades docentes, nos permite analisar e entender a dinâmica complexa do campo educacional e suas vertentes. O conceito de identidade é fundamental para que se possa vivenciar a profissão e tornar-se o que consideramos ser um bom profissional. Para Lawn (2001, p. 118) “a identidade é ‘produzida’ através de um discurso que simultaneamente explica e constrói o sistema. A identidade do professor simboliza o sistema e a nação que o criou”. 

Garcia, Hypolito e Vieira (2005, p. 48) afirmam que “por identidade docente entendem se as posições de sujeito que são atribuídas, por diferentes discursos e agentes sociais, aos professores e às professoras no exercício de suas funções em contextos laborais concretos”. 

Em suma, pode se definir identidades docentes como as formas de ser professor, não podendo distingui-las do eu profissional e pessoal. Ou seja, nos mais diversos contextos e relações em que vivemos, o eu pessoal exerce grande influência na construção do eu profissional (Silva; Ribeiro; Oliveira, 2016 p. 66).  

Muitos acreditam que ser professor é uma vocação, um dom divino, é preciso ter amor pela profissão e, acabam por desconsiderar a formação e, por conseguinte, a validação dessa escolha como profissão. As vivências e o meio onde está inserido, podem vir a influenciar a escolha profissional em qualquer área e, consequentemente a escolha da profissão professor, propriamente dita. 

Explorando um contexto histórico da formação de professores, podemos observar que ao longo do século XX, muitos dos professores atuantes eram do gênero feminino, e eram formados pelo magistério (Vianna, 2001) ou muitas vezes nem formação tinham, ingressavam como professores por condição de trabalho e acabavam por buscar uma profissionalização ou formação posterior, já atuantes como docentes das séries iniciais. Qualquer semelhança com a atualidade, acerca do notório saber, diretriz do Novo Ensino Médio, implementado em 2022 e que está passando por processos de consulta pública no momento, não é mera coincidência.  

Diante da diversidade de profissionais e das dificuldades que vêm sendo apontadas nos processos de ensino e de aprendizagem dos educandos, dados revelam um aumento significativo na desmotivação mundial em seguir uma carreira docente.  

No Brasil as representações sobre o que é ser professor estão cada vez mais insignificantes, o desinteresse pela profissão é motivado por uma série de fatores, como já dizia Moran (2007, p. 74). 

O educador é especialista em conhecimento, em aprendizagem […] espera-se que ao longo dos anos aprenda a ser um profissional equilibrado, experiente, evoluído […]. Há momentos em que se sente perdido, desmotivado. […] em alguns momentos, insignificante, impotente, um número que pode ser substituído por muitos colegas ansiosos por encontrar trabalho. Sabe que sua experiência é importante, mas também que a concorrência é grande e que há muita gente disposta a ensinar por salários menores. 

Entretanto, há uma crescente criação de cursos de licenciatura na modalidade EaD, e em instituições privadas, conforme informamos anteriormente. Porém, a elevada oferta e possibilidades de graduação na área, pode levar ao errôneo conceito de que se trata de um curso simples e/ou com nível de dificuldade muito menor se comparado a outros, cursos estes que formarão professores, que posteriormente, tem a responsabilidade de formar todas as demais profissões. 

Reconhecemos que as instituições formadoras de professores necessitam – tanto quanto seus alunos – ter um maior comprometimento com uma formação pedagógica significativa, eficiente, para que esses futuros profissionais desenvolvam habilidades e competências para a promoção da prática docente. 

Estudos, porém, apontaram a precariedade dos processos de formação de professores e problemas relacionados aos currículos dos cursos, aos temas e conteúdos desenvolvidos nas disciplinas de formação geral e específica, as estratégias de ensino utilizadas pelos professores formadores, a falta de delineamento de um perfil desejável para essa formação, entre outros aspectos (Nascimento; Fernandes; Mendonça, 2010 p. 236). 

Essas informações nos fazem refletir sobre o momento em que ocorre a escolha profissional, pois na maioria das vezes são jovens e adolescentes que precisam fazer isso, antes mesmo da conclusão do Ensino Médio. Embora a maior parte dos educandos escolha essa carreira motivados por questões pessoais e afetivas pelo ensino ou pelo desejo de contribuição para a sociedade, os desafios enfrentados pelos profissionais da educação são inúmeros e significativos. 

Perscrutando as pesquisas anteriormente publicadas que abordam a temática da escolha profissional docente, do ser professor, suas motivações, anseios e desafios, buscamos com este ensaio, entender o fenômeno da (não) escolha pela profissão docente. 

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS: ESTADO DO CONHECIMENTO 

A metodologia de pesquisa do estado do conhecimento, se fundamenta na revisão bibliográfica, a qual envolve coleta, análise e resumo de informações e dados relevantes sobre um determinado tópico, permitindo entender o que já foi anteriormente pesquisado e discutindo, propiciando ainda, encontrar novos horizontes e perspectivas sobre o mesmo assunto. 

Segundo Morosini e Fernandes (2014, p. 102) um estado de conhecimento baseia-se na “identificação, registro, categorização que levem à reflexão e síntese sobre a produção científica de uma determinada área, em um determinado espaço de tempo”. A pesquisa do estado de conhecimento ajuda a contextualizar e identificar lacunas no desenvolvimento de um novo trabalho da área, contribuindo para o avanço do debate proporcionando uma base sólida em pesquisas acadêmicas. 

Dessa forma, para que novos pontos de reflexão sejam levantados e discutidos, concordamos com Kohls-Santos e Morosini, quando afirmam que 

é necessário que o pesquisador se aproprie do conhecimento anterior, em outras palavras, o que vem sendo estudado por determinada área ou campo científico, para poder viabilizar e inovar na reinvenção de seu trabalho científico (Kohls-Santos; Morosini, 2021 p. 125). 

Para compor nosso repertório nos pautamos nas etapas da pesquisa de estado do conhecimento organizadas por Kohls-Santos e Morosini (2014), que propõe identificar e selecionar, por meio de descritores – que são as palavras-chave usadas na busca das publicações –, os materiais que farão parte do corpus de análise, denominando essa etapa de Bibliografia Anotada; na sequência realizamos uma leitura flutuante dos resumos dos trabalhos previamente selecionados e o aprofundamento das pesquisas, a fim de elencar os que fizeram parte da análise e escrita do estado do conhecimento, etapa esta que é definida como Bibliografia Sistematizada; posteriormente reorganizamos o material selecionado, isto é, o corpus de análise, permitindo o agrupamento e reagrupamento destes nas categorias temáticas, promovendo a terceira etapa da pesquisa, a Bibliografia Categorizada; por fim, a partir da análise já realizada, organizamos e apresentamos as proposições presentes nas publicações e propostas emergentes da discussão dos resultados, findando por meio da quarta etapa de Bibliografia Propositiva para os autores supracitados. 

Cada uma dessas etapas foi rigorosamente realizada com o objetivo de conhecer e relatar a produção científica acerca da construção de identidades docentes, por meio das motivações, perspectivas e anseios na escolha da profissão professor, subsidiando e contribuindo com a fundamentação teórica de uma tese de doutorado em construção. 

A pesquisa foi desenvolvida no contexto inicial de escolha de um repositório de publicações. O Quadro 1 reúne os repositórios usados junto com todos os descritores que fizeram parte da primeira etapa da pesquisa, a Bibliografia Anotada.

Os descritores foram usados repetidamente nos três repositórios de publicações elencados, diante dos resultados obtidos com esses descritores, optamos por escolher aqueles que mais apresentaram trabalhos publicados.  

 As buscas foram realizadas colocando no campo de pesquisa os descritores entre aspas, na expectativa de aparecerem apenas os trabalhos, dentre teses, dissertações e artigos, que tivessem feito uso dos termos, exatamente na ordem como estavam escritos. Diante do número de trabalhos obtidos (Quadro 2), acreditamos que nem todas as averiguações tiveram resultados fieis aos termos usados como descritores, essa ocorrência reforça a necessidade de seguir sistematicamente as etapas da pesquisa do estado do conhecimento. 

Assim, diante da quantidade elevada de trabalhos encontrados e para que fosse possível construir o corpus da pesquisa, optamos por combinar os termos descritores, realizando uma nova etapa de investigações nos repositórios, promovendo um refinamento da Bibliografia Sistematizada. Mostramos os resultados obtidos por meio das combinações dos descritores, no Quadro 3. 

Nesta segunda etapa de consulta, esmiuçamos os resultados das buscas, colocando no campo de pesquisa – entre aspas – a soma dos descritores que mais apresentaram trabalhos publicados na primeira etapa, em cada respectivo repositório, conforme mostrado, anteriormente, no Quadro 2. 

Passamos então, após a busca combinada e seleção, para segunda etapa da pesquisa, na qual foram realizadas as leituras flutuantes dos resumos dos trabalhos publicados, a fim de identificarmos a aproximação da combinação dos descritores com a temática pretendida.  

 Com as leituras realizadas, chegamos a estrutura do corpus de análise que será apresentado no próximo item. Os trabalhos foram identificados por siglas, de acordo com a sua natureza, como segue: A – Artigos; D – Dissertações e T – Teses. Desenvolvendo então, a terceira etapa, reorganizamos e agrupamos os trabalhos definidos conforme os temas. A categorização dos conteúdos das publicações seguiu os pressupostos da Análise Categorial de Minayo et al. (2012). Segundo os autores, são criadas categorias para os conteúdos que abrangem características ou aspectos em comum, visando agrupar as mesmas ideias em uma única classificação. 

As categorias podem ser estabelecidas antes do trabalho de campo, na fase exploratória da pesquisa, ou a partir da coleta de dados. Aquelas estabelecidas antes são conceitos mais gerais e mais abstratos. Esse tipo requer uma fundamentação teórica sólida por parte do pesquisador. Já as que são formuladas a partir da coleta de dados são mais específicas e concretas (Minayo et al. 2012, p. 70). 

 Por fim, após todo o processo de triagem dos trabalhos, foi realizado um fichamento, provocando uma varredura com a identificação de unidades textuais e conceituais que atendessem as categorias pré-definidas, denominadas Unidades de Contexto (UC) e posteriormente, por meio da análise, emergiram as Unidades de Registro (UR), submetidas a interpretação em conformidade com os referenciais teóricos da área. 

O QUE AS PESQUISAS NOS MOSTRAM SOBRE OS BASTIDORES DA ESCOLHA E PERMANÊNCIA NA PROFISSÃO DOCENTE? 

Para o refinamento e construção do corpus de análise, escolhemos realizar as leituras flutuantes dos trabalhos resultantes da busca nº 3 na BDTD com 125 publicações, e a busca de nº 5 para os repositórios CAPES e Scielo, com 163 e 5 trabalhos publicados, respectivamente. 

O resultado dessa sistematização está contido no Quadro 4, no qual podemos observar as publicações que compuseram a etapa de análise deste trabalho. O critério de exclusão das publicações para análise se deu em não identificarmos aprofundamento com o tema, estreitando a discussão que gostaríamos de promover aqui.

Com o objetivo de investigar os aspectos positivos e negativos da carreira docente, realizamos a análise de 30 artigos selecionados no repositório CAPES; 6 dissertações e 2 teses indicadas no repositório BDTD e ainda, 3 artigos indicados na Scielo. Os resultados obtidos por meio da análise de conteúdo, foram mapeados inicialmente em quatro Unidades de Contexto (UC), conforme segue: UC1 – Contexto Histórico e Social; UC2 – Contexto Institucional; UC3 – Contexto Individual e UC4 – Contexto Político, constituindo-se a terceira etapa da pesquisa, a da Bibliografia Categorizada.  

Posteriormente, das leituras aprofundadas, análise e interpretação submergiram as Unidades de Registros (UR), que promoveram a última etapa, denominada Bibliografia Propositiva. Sintetizamos quadros que pudessem organizar os dados, deixando-os ainda mais claros e evidentes. 

O Quadro 5 apresenta os fragmentos textuais selecionados com suas respectivas UR’s, dentro da UC1 – Contexto Histórico e Social. A partir daqui nos referimos aos trabalhos que compõem o corpus da pesquisa, por meio de siglas, da seguinte maneira: AC – Artigo CAPES; AS – Artigo Scielo; DB – Dissertação BDTD e TB – Tese BDTD. 

Ao observarmos o Quadro 5, podemos compreender a relação do contexto histórico e social que perpassa os trabalhos analisados no quesito condições de trabalho da prática docente, uma discussão que a cada dia se mantém, sem o mínimo de esgotamento. Os fragmentos textuais selecionados reforçam essa perspectiva, quando destacam as condições quase inviáveis que muitos docentes trabalham, o aumento cada vez maior do número de alunos por turma, além das influências engessadoras, dos diferentes níveis de gestão.

Tardif (2014) discute as condições de trabalho dos professores e sua influência na prática docente e na formação da identidade profissional, destacando que as condições de trabalho são essenciais para o desenvolvimento profissional e afetam diretamente a qualidade da educação, sendo determinantes para a construção das identidades docentes, pois estão diretamente relacionadas às práticas pedagógicas, a satisfação profissional e ao bem-estar dos docentes. 

De acordo com Nascimento; Fernandes; Mendonça, 2010 p. 239 “apesar dos processos econômicos, políticos e sociais condicionarem a atuação dos professores, considerava-se que no âmbito da sala de aula prevaleceria sua autonomia, aspecto próprio e particular do trabalho docente” e que durante o exercício nem sempre funciona dessa forma. Moran (2007) defende que os professores têm mais liberdade na atuação do que demonstram ou fazem valer, evidenciando que não há evolução da educação sem preparo adequado de seus profissionais.  

Muitos começam a lecionar sem uma formação adequada, principalmente do ponto de vista pedagógico. Conhecem o conteúdo, mas não sabem como gerenciar uma classe, como motivar diferentes alunos, que dinâmicas utilizar para facilitar a aprendizagem, como avaliar o processo de ensino-aprendizagem além das tradicionais provas. Como costumam assumir, por necessidade, um número de aulas cada vez maior, tendem a reproduzir rotinas e modelos; procuram poupar-se para não sucumbir, dão o mínimo de atividades possíveis para diminuir o tempo de correção (Moran, 2007 p. 18). 

Diante dessas colocações, que não são consenso, podemos analisar nos trabalhos selecionados como geralmente ocorrem as escolhas pela carreira docente, ou seja, como é que nós, professores, nos identificamos e optamos por exercer essa prática. Nos fragmentos textuais selecionados, podemos inferir a ideia de ser professor como dom, vocação, missão, e uma função de caráter majoritariamente feminino, que ainda prevalece, principalmente na educação de base.  

Vianna (2001), argumenta que houve uma intensificação do gênero feminino no magistério ainda no século XX. A presença de mulheres professoras é especialmente notável na educação infantil e no ensino fundamental I, no ensino médio, embora haja uma proporção masculina mais elevada, ainda assim, as mulheres representam a maioria dos profissionais. Mais recentemente, os dados do Censo Escolar da Educação Básica de 2022, mostraram que 79,2% do corpo docente da educação básica brasileira é composto de professoras. 

 A construção de identidades docentes e a escolha da profissão professor podem ser discutidas à luz da perspectiva de Hall (2006), que nos mostram como as identidades são formadas e transformadas no contexto contemporâneo, influenciado por fatores históricos, sociais e culturais. Na pós-modernidade, as identidades não são fixas ou estáveis, elas são fluidas, múltiplas e continuamente em construção. A identidade é moldada por narrativas e discursos culturais, e é influenciada por contextos históricos e sociais. A globalização, a migração e as mudanças sociais aceleradas contribuem para a fragmentação de identidades, que se tornam mais híbridas e dinâmicas (Hall, 2006). 

 Ser professor é um papel que vai além de uma simples escolha de carreira, é uma construção identitária que envolve um compromisso ético e social. Para Garcia, Hypolito e Vieira (2005) as identidades docentes são uma construção social e histórica, resultado de um processo contínuo de fabricação que envolve múltiplos fatores como: discursos institucionais, práticas pedagógicas e interações sociais. Abarcando ainda, uma dimensão relacional, onde as interações com alunos, colegas e a comunidade escolar contribuem para a sua construção de forma reflexiva.  

A formação inicial e continuada, bem como as políticas educacionais desempenham grande relevância no processo de construção de identidades docentes. Por ter sido uma das poucas profissões aceitas para mulheres, socialmente, a feminilização da profissão tem fundamento histórico e social, que não determina a qualidade do trabalho desenvolvido, mas a desvalorização da profissão e as condições de trabalho precárias podem afetar a motivação e atuação dos professores de modo geral, impactando a qualidade do ensino.   

A análise dos fragmentos, fundamentada teoricamente, revela a realidade complexa da profissão docente. As condições de trabalho, a construção de identidades docentes, a evolução histórica e a precarização são elementos interconectados que moldam a prática docente e a qualidade da educação. 

O Quadro 6 é dedicado a UC2 – Contexto Institucional, e suas devidas UR’s, no qual, buscamos levantar as relações entre as similaridades e diferenças no viés do ambiente de trabalho, dos diferentes níveis de ensino e dos tipos de instituições. Os excertos textuais, nos permitiram identificar as influências que o meio pode promover no desempenho da prática docente, seja no compartilhamento de vivências e diálogos de apoio (ou não) entre os pares, seja nas cobranças, nos planejamentos engessados, e na (des)organização das diferentes instituições e níveis de ensino.

Lawn (2001), defende que a fabricação das identidades docentes é influenciada pelo contexto institucional, onde a cultura organizacional e as relações de poder desempenham papeis cruciais. O exercício docente apresenta tanto diferenças quanto similaridades quando comparamos instituições públicas e privadas, ademais entre os diferentes níveis de escolarização e ambientes diretos de trabalho.  

As instituições públicas, geralmente, enfrentam mais desafios como recursos mais escassos, turmas mais numerosas e menor remuneração. As instituições privadas tendem a oferecer melhores condições de trabalho, com turmas menores, recursos mais abundantes e melhores salários. Isso pode resultar em maior satisfação e motivação, entretanto, pode gerar cobranças e pressões adicionais relacionadas ao desempenho e à manutenção da qualidade do serviço prestado. Esses são fatores que, conforme discutido por Garcia, Hypolito e Vieira (2005), podem impactar a motivação e a satisfação profissional dos docentes. 

Não circunstancialmente, o apoio dos colegas mais experientes é fundamental para o desenvolvimento profissional e eficiência da prática docente. Cardoso (2010) destaca que a colaboração e o compartilhamento recíproco de experiências são essenciais para a construção das identidades docentes. 

A construção de identidades docentes, então, passa a ser vista como um processo dinâmico, que pode conhecer fases de rupturas, de continuidades ou de reelaborações, que comporta múltiplas dimensões, seja relacionado aos contextos sócio-históricos, seja relacionado às múltiplas experiências relacionais individuais e coletivas pelas quais passam os docentes, tanto no exercício profissional quanto no que diz respeito aos seus pertencimentos sociais (Cardoso, 2010 p. 48). 

Reafirmamos que as identidades docentes são construções complexas. Os fragmentos textuais selecionados, reiteram que são influenciadas por uma diversidade de fatores que variam conforme o ambiente institucional e o nível de ensino. A valorização e o reconhecimento das particularidades de cada contexto são essenciais para o desenvolvimento de políticas educacionais e práticas pedagógicas que promovam a satisfação e o exercício profissional dos professores. 

Tratando a UC3 – Contexto Individual e Pessoal da Profissão Docente, dados agrupados no Quadro 7, com suas UR’s e seus devidos trechos textuais selecionados, inferimos que a escolha pela carreira profissional docente, geralmente, ocorre por estímulos familiares ou de experiências anteriores durante a própria vida escolar. Os anseios, as experiências vividas, os desafios e dificuldades enfrentadas são inúmeros, até chegar ao ponto de abandono da profissão.

Silva, Ribeiro e Oliveira (2016), destacam que a escolha pela docência é influenciada por fatores pessoais, familiares e sociais. Muitos professores escolhem a carreira motivados por um desejo de contribuir para a sociedade, inspirados por modelos familiares que já são professores, ou ainda por professores que tiveram e marcaram suas vidas, em algum momento. 

Ansiando fazer a diferença na vida dos alunos, percebemos que muitos professores entram na profissão com uma visão idealista, visão essa que pode ser desafiada pela realidade das condições de trabalho. As narrativas pessoais e as experiências educacionais positivas são frequentemente citadas como influências significativas na decisão de seguir ou não a carreira docente (Garcia; Hypolito e Vieira, 2005). Essa identificação pelo ser professor, começa muitas vezes, ainda na infância, pelo simples brincar de escola ou mais tarde, já durante a adolescência, pelas vivências escolares. 

Contrariando e frustrando o desejo de ser bem-sucedido na escolha profissional, frequentemente ouvimos, por meio de colegas dentro das instituições, sobre o crescente número de professores afastados de suas funções por questões emocionais, físicas e psicológicas como estresse e estafa. Cardoso (2010) enfatiza que a prática docente é repleta de dilemas cotidianos, como a gestão de sala de aula, a necessidade de conciliar demandas administrativas com as pedagógicas e a pressão por resultados. 

A tomada de decisão de abandonar a profissão é alicerçada por uma combinação de fatores pessoais e profissionais (Lawn, 2001), reflexo do cenário de atuação, falta de apoio institucional e das experiências pessoais acumuladas ao longo do tempo. A desvalorização social e as condições de trabalho precárias podem levar a este desgaste profissional e consequentemente, à desistência da carreira. Professores que não encontram apoio adequado, seja institucional ou emocional, são mais propensos a considerar a mudança de função. Para melhorar a retenção de professores, é essencial abordar essas questões de forma holística, valorizando e apoiando os docentes em todas as fases de suas carreiras. 

O Quadro 8 reúne informações que submergiram das análises para a UC4 – Contexto Político da Profissão Docente, por meio de suas unidades de registro e fragmentos textuais selecionados. A conjuntura política desempenha papel fundamental para evolução e ascensão da qualidade do ensino, as reformas educacionais e as políticas de formação de professores influenciam diretamente a prática docente.  

A implementação de novos currículos, metodologias e avaliações impactam significativamente a maneira como os professores percebem seu papel e suas responsabilidades. Reestruturações educacionais, frequentemente introduzem novas expectativas e demandas que os professores precisam integrar em suas práticas diárias.

De acordo com Garcia, Hypolito e Vieira (2005) as reorganizações educacionais influenciam a construção e o desenvolvimento das identidades docentes.  

Os modelos de profissionalismo, embora possam contribuir para uma melhor compreensão das implicações das reformas sobre o cotidiano escolar e a identidade profissional dos docentes, não podem ser tomados de forma pura e excludente, pois não há modelos fixos. São categorias analíticas que visam mostrar possibilidades e implicações de modelos que convivem em contradição (Garcia; Hypolito e Vieira, 2005 p. 54) 

As mudanças nas políticas educacionais, como a introdução de novas diretrizes curriculares e a reestruturação dos sistemas de ensino, criam desafios e oportunidades para os professores. Entretanto, estas exigem adaptação constante e podem gerar sentimento de insegurança e instabilidade entre os docentes. 

A inserção dos profissionais da educação nos comitês de tomada de decisão, reestruturação e organização é fundamental para o êxito, a falta de pessoas da área pode levar a uma desconexão entre as políticas propostas e a realidade das salas de aula. 

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES 

A investigação sobre a carreira docente, tanto no que diz respeito aos aspectos positivos quanto os negativos, revela uma realidade complexa e multifacetada. Ao mapear os fatores que influenciam a escolha pela profissão, as aspirações e metas dos professores, as condições que levam à insatisfação profissional e ao abandono da carreira, conseguimos traçar um panorama abrangente e relevante para compreender o cenário da educação no Brasil.  

A análise das particularidades da carreira docente revela uma profissão repleta de antagonismos, mas também de grandes recompensas, subsidiando de forma significativa na compreensão e estimativa do futuro dos cursos de licenciaturas, e consequentemente para a extinção da profissão de professor. As motivações e aspirações dos professores, juntamente com suas consideráveis contribuições para o melhor desempenho da educação brasileira, destacam a importância de políticas educacionais que valorizem e apoiem esses profissionais. 

Condições de trabalho, desvalorização salarial e falta de reconhecimento social são fatores que contribuem para a insatisfação profissional e o abandono da carreira. Políticas de permanência, apoio psicológico e desenvolvimento profissional são essenciais para melhorar a satisfação dos professores e garantir a qualidade da educação. 

As pesquisas sobre a escolha profissional e as identidades docentes oferecem insights valiosos para entendermos o cenário de evasão das licenciaturas, e buscarmos soluções, melhorias, reestruturações… Ao abordar os desafios e as motivações dos professores, as pesquisas ajudam a identificar intervenções e políticas que podem promover a permanência e o sucesso dos docentes na carreira educacional. O reconhecimento e a valorização dos professores são fundamentais para construir um sistema educacional mais justo e eficiente, que beneficie integralmente toda a sociedade. 

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1Doutoranda em Educação para a Ciência e a Matemática. Universidade Estadual de Maringá (UEM).
E-mail: cris.santi@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2448-8939
2Doutor em Educação para a Ciência e a Matemática. Universidade Estadual de Maringá (UEM). E-mail: aloprof@gmail.com