INCLUSIÓN SOCIAL DE LA ENSEÑANZA DE EJA Y SUS CONTRIBUCIONES A LA REDUCCIÓN DE LAS DESIGUALDADES
SOCIAL INCLUSION OF EJA TEACHING AND ITS CONTRIBUTIONS TO THE REDUCTION OF INEQUALITIES
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th1024121012451
Lanna Valéria da Costa Lameira 1
RESUMO
O artigo expõe a importância da Educação de Jovens e Adultos (EJA) como uma ferramenta essencial para a inclusão social e a redução das desigualdades. A EJA tem como objetivo principal oferecer oportunidades educacionais a pessoas que não tiveram acesso ou não conseguiram terminar a educação básica na idade adequada. Esse segmento de ensino é primordial para promover a igualdade de oportunidades, viabilizando que jovens e adultos possam melhorar sua qualidade de vida, obter melhores empregos e participar de forma mais ativa na sociedade. O artigo relata que a EJA favorece significativamente para a redução das desigualdades sociais e econômicas ao assegurar acesso à educação de qualidade para todos, independentemente da idade. A inclusão social através da EJA abrange não apenas a aquisição de conhecimentos acadêmicos, como também o desenvolvimento de habilidades sociais e profissionais que são básicos para a integração plena na sociedade. O artigo salienta os obstáculos enfrentados pela EJA, como a necessidade de políticas públicas eficazes, a formação continuada de educadores e a criação de ambientes de aprendizagem acolhedores e inclusivos. Além disto, a participação da comunidade e o apoio das famílias são destacados como elementos-chave para o sucesso dos programas de EJA, visto que exerce um papel relevante na construção de uma sociedade, promovendo a inclusão social e colaborando para à redução das desigualdades ao permitir uma segunda chance de ensino educacional para aqueles que foram excluídos do sistema escolar.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos. Inclusão social. Igualdade de oportunidade. Redução das desigualdades.
RESUMEN
El artículo expone la importancia de la Educación de Personas Jóvenes y Adultas (EJA) como una herramienta esencial para la inclusión social y la reducción de las desigualdades. El objetivo principal de EJA es brindar oportunidades educativas a las personas que no tuvieron acceso o no pudieron terminar la educación básica a la edad adecuada. Este segmento de la educación es fundamental para promover la igualdad de oportunidades, permitiendo a jóvenes y adultos mejorar su calidad de vida, obtener mejores empleos y participar más activamente en la sociedad. El artículo informa que EJA contribuye significativamente a la reducción de las desigualdades sociales y económicas al garantizar el acceso a una educación de calidad para todos, independientemente de la edad. La inclusión social a través de la EJA abarca no solo la adquisición de conocimientos académicos, sino también el desarrollo de habilidades sociales y profesionales básicas para la plena integración en la sociedad. El artículo destaca los obstáculos a los que se enfrentan …
Palabras clave: Educación de Jóvenes y Adultos. Inclusión social. Igualdad de oportunidades. Reducción de las desigualdades.
SUMMARY
The article exposes the importance of Youth and Adult Education (EJA) as an essential tool for social inclusion and the reduction of inequalities. The main objective of EJA is to provide educational opportunities to people who did not have access to or were unable to finish basic education at the appropriate age. This segment of education is essential to promote equal opportunities, enabling young people and adults to improve their quality of life, obtain better jobs and participate more actively in society. The article reports that EJA significantly contributes to the reduction of social and economic inequalities by ensuring access to quality education for all, regardless of age. Social inclusion through EJA encompasses not only the acquisition of academic knowledge, but also the development of social and professional skills that are basic for full integration into society. The article highlights the obstacles faced by …
Keywords: Youth and Adult Education. Social inclusion. Equal opportunity. Reduction of inequalities.
INTRODUÇÃO
A EJA tem raízes históricas que remontam ao século XX, quando movimentos sociais e educadores progressistas começaram a lutar por uma educação inclusiva. A legislação brasileira, incluindo a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), reconhece a importância da EJA como um direito de todos os cidadãos.
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino voltada para atender pessoas que não concluíram a educação básica na idade adequada. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) desempenha um papel vital
na promoção da inclusão social e na redução das desigualdades educacionais no Brasil. Destinada a jovens e adultos que não completaram a educação básica na idade convencional vindo a oferecer uma segunda chance para esses indivíduos retomarem e concluírem seus estudos. Esta modalidade de ensino é essencial para garantir o direito à educação para todos os cidadãos, conforme preconizado pela Constituição Federal de 1988 e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).
A EJA vai além da simples alfabetização, ela capacita os alunos com conhecimentos e habilidades fundamentais para sua inserção no mercado de trabalho e para o exercício pleno da cidadania. Em um país marcado por profundas desigualdades socioeconômicas, a EJA se apresenta como uma ferramenta poderosa para romper o ciclo de pobreza e exclusão social, oferecendo oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional.
Além disso, a EJA contribui para o fortalecimento da democracia ao promover a participação ativa dos indivíduos na sociedade. A educação recebida por meio da EJA aumenta a consciência crítica e o engajamento cívico, possibilitando que os cidadãos compreendam melhor seus direitos e deveres e participem de forma mais efetiva nos processos políticos e sociais.
Compreende-se que o ensino da EJA não pode ser subestimado, não apenas proporciona uma educação inclusiva e equitativa, mas também atua como um agente transformador na vida de milhões de brasileiros, ajudando a construir uma sociedade mais justa e igualitária. Para maximizar os benefícios é de suma relevância que haja um investimento contínuo em políticas públicas, recursos educacionais e formação de educadores, garantindo que todos os indivíduos tenham acesso às oportunidades de aprendizado necessárias para alcançar seu pleno potencial.
1 CONTEXTO HISTÓRICO E LEGAL DA EJA NO BRASIL
A EJA tem suas raízes em movimentos sociais e iniciativas governamentais voltadas para a alfabetização e a educação básica de adultos. A Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996 estabeleceram bases legais importantes para a oferta de EJA, reforçando seu papel como direito fundamental e instrumento de inclusão social.
As primeiras iniciativas de educação para adultos no Brasil remontam ao século XIX, com as campanhas de alfabetização realizadas por voluntários e organizações religiosas. Essas ações, no entanto, eram esporádicas e limitadas em alcance. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) desempenha um papel vital na promoção da inclusão social e na mitigação das desigualdades educacionais.
De acordo com (Silva, 2022, p.45).
A EJA é uma modalidade de ensino fundamental para promover a inclusão social e econômica, fornecendo uma segunda chance para aqueles que não puderam completar sua educação formal na idade apropriada. Através da EJA, é possível reduzir as desigualdades educacionais e proporcionar oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional para adultos e jovens.
Compreende-se que o autor destaca a importância da EJA como uma modalidade educacional fundamental para promover a inclusão e garantir o direito à educação básica no Brasil. Durante a ditadura militar (1964-1985), a educação de adultos sofreu retrocessos significativos, com a suspensão de programas inovadores e a repressão de movimentos sociais. No entanto, a resistência continuou, principalmente através de organizações não governamentais (ONGs) e movimentos sociais que mantinham viva a educação popular e a alfabetização de adultos.
Na década de 1960 (Freire, 1996) desenvolveu seu método de alfabetização que enfatizava a consciência crítica e a participação ativa do aluno no processo educativo, em 1964 aplicou seu método em Angicos, no Rio Grande do Norte, onde alfabetizou 300 trabalhadores rurais em 45 dias. O golpe militar de 1964 interrompeu esse avanço, levando à prisão e exílio de Freire e à suspensão de muitos programas educativos progressistas.
Na década de 1980, a redemocratização trouxe um novo impulso para a EJA, A criação do Movimento de Educação de Base contribuiu para a revitalização da educação de jovens e adultos no país.
Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) foi sancionada, consolidando a EJA como uma modalidade específica de ensino dentro do sistema educacional brasileiro. A LDB definiu a EJA como uma oferta que deve se adequar às características dos alunos, assegurando o direito à educação aos jovens e adultos que não concluíram a educação básica na idade própria.
Após a LDB, diversos programas e políticas públicas foram implementados para promover a EJA. O Programa Alfabetização Solidária, lançado em 1997, e o Programa Brasil Alfabetizado, iniciado em 2003, são exemplos de iniciativas governamentais voltadas para a alfabetização de adultos.
Para (Gadotti, 2009) “a EJA é um espaço de construção de novos saberes e de reconhecimento das experiências de vida dos educandos”. O Plano Nacional de Educação (PNE) 2014-2024 estabeleceu metas específicas para a EJA, incluindo a ampliação da oferta de vagas e a melhoria da qualidade do ensino. O PNE reconhece a EJA como essencial para a inclusão social e o desenvolvimento sustentável do país.
(Moreira, 2003) diz que “o ensino da EJA não é apenas uma correção de fluxo, mas uma oportunidade de construção de cidadania”. Apesar dos avanços, a EJA ainda enfrenta desafios significativos no Brasil. A evasão escolar, a falta de financiamento adequado e a necessidade de formação continuada para professores são barreiras que precisam ser superadas.
Conforme (Pierro, 2005, p.40).
A EJA é uma modalidade de ensino que reconhece e valoriza as experiências de vida e de trabalho dos estudantes, promovendo uma educação que respeita a diversidade e a especificidade das trajetórias dos sujeitos.
Compreende-se que a crescente valorização da EJA como um direito humano fundamental é como uma ferramenta estratégica para a redução das desigualdades sociais e econômicas, podendo ser uma porta de entrada para um futuro mais promissor para aqueles que não tiveram oportunidade de estudo.
2 ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS INCLUSIVAS NA EJA
A abordagem pedagógica da EJA é centrada no aluno, valorizando suas experiências de vida e conhecimentos prévios. (Freire, 1996) enfatiza a educação como um processo libertador, onde os alunos são agentes ativos na construção do conhecimento. A personalização do ensino e a flexibilização curricular são fundamentais para atender às necessidades diversas dos alunos da EJA.
A Educação de Jovens e Adultos exige abordagens pedagógicas diferenciadas que reconheçam e respeitem a diversidade dos estudantes. A seguir, são apresentadas algumas estratégias pedagógicas inclusivas que podem ser aplicadas na EJA para proporcionar um ensino eficaz e acolhedor:
- Diagnóstico Inicial: Realizar uma avaliação diagnóstica no início do curso para entender o nível de conhecimento, habilidades, interesses e necessidades de cada aluno. Isso permite a personalização do ensino, atendendo às especificidades de cada estudante.
- Metodologias Ativas: Utilizar metodologias ativas de ensino, como aprendizagem baseada em projetos, resolução de problemas, estudos de caso e oficinas práticas. Essas abordagens envolvem os alunos de maneira mais efetiva, tornando o aprendizado mais significativo e relevante para suas vidas.
- Flexibilidade Curricular: Desenvolver um currículo flexível que permita adaptações conforme as necessidades dos alunos. Incluir conteúdos que sejam relevantes para a vida pessoal, social e profissional dos estudantes, conectando o aprendizado com suas experiências cotidianas.
- Ambientes de Aprendizagem Colaborativos: Fomentar a colaboração e o trabalho em grupo, promovendo a troca de conhecimentos e experiências entre os alunos. Isso não só enriquece o aprendizado, mas também fortalece a comunidade e a rede de apoio entre os estudantes.
- Uso de Tecnologias Educacionais: Incorporar tecnologias digitais no processo de ensino-aprendizagem, como plataformas online, aplicativos educacionais e recursos multimídia. As tecnologias podem facilitar o acesso ao conhecimento e tornar o aprendizado mais dinâmico e interativo.
- Educação contextualizada: Contextualizar o ensino, relacionando os conteúdos com a realidade e o cotidiano dos alunos. Isso ajuda a tornar o aprendizado mais relevante e aplicável, aumentando a motivação e o engajamento dos estudantes.
- Apoio Psicossocial: Oferecer suporte psicossocial aos alunos, reconhecendo e abordando as barreiras emocionais e sociais que possam afetar seu aprendizado. Disponibilizar orientação e aconselhamento pode ajudar a criar um ambiente mais acolhedor e seguro.
- Formação Continuada dos Educadores: Investir na formação continuada dos educadores, capacitando-os para lidar com a diversidade e implementar práticas pedagógicas inclusivas. Professores bem preparados são fundamentais para o sucesso da EJA
- Avaliação Formativa: Utilizar a avaliação formativa para monitorar o progresso dos alunos e fornecer feedback contínuo. Esse tipo de avaliação ajuda a identificar dificuldades e ajustar o ensino conforme necessário, apoiando o desenvolvimento contínuo dos estudantes.
- Envolvimento da Comunidade: Promover a participação da comunidade no processo educativo, criando parcerias com organizações locais, empresas e outras instituições. Isso amplia as oportunidades de aprendizagem e proporciona aos alunos uma rede de suporte mais ampla.
A implementação dessas estratégias pedagógicas inclusivas pode transformar a EJA em uma experiência educativa mais rica e eficaz, atendendo às necessidades e potencialidades de cada aluno e contribuindo para a construção de uma sociedade mais inclusiva e equitativa. Para (Freire, 1996) “A educação não transforma o mundo, educação muda pessoas, pessoas transformam o mundo”.
Nessa perspectiva, é que Haddad (2017, p. 142) indica que:
A persistência de enormes contingentes de pessoas jovens e adultas analfabetas ou com baixa escolaridade não pode ser analisada de maneira isolada, mas sim como mais um indicador da desigualdade no Brasil e da falta de acesso aos direitos básicos de cidadania, portanto, como causa e consequência da pobreza e da exclusão social.
De acordo com o autor, ao considerar a EJA sob a perspectiva dos seus possíveis alunos, percebe-se que estes são frequentemente aqueles que as estatísticas classificam como os mais pobres e desprovidos de direitos. Investir na Educação de Jovens e Adultos é crucial, pois reconhece essas pessoas como detentoras de um direito universal que lhes foi negado no passado e que ainda enfrenta barreiras no presente.
Assim, segundo o autor, a EJA deve ser vista não apenas como um processo de ensino-aprendizagem de leitura, escrita, operações matemáticas e outros conhecimentos humanos que deveriam ter sido adquiridos anteriormente, mas também como parte de um processo contínuo ao longo da vida, destinado a garantir oportunidades de desenvolvimento pessoal e coletivo.
3 IMPACTOS SOCIOECONÔMICOS DA EJA
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) exerce um impacto significativo tanto no desenvolvimento pessoal quanto nas condições socioeconômicas dos seus alunos. No aspecto pessoal, a EJA contribui para a melhoria da autoestima, capacidade crítica e participação social dos indivíduos, proporcionando-lhes uma segunda chance de completar sua educação básica.
No contexto econômico, a EJA desempenha um papel crucial ao facilitar o acesso dos alunos a melhores oportunidades de emprego e renda. Estudos evidenciam que adultos que concluem a educação básica têm significativamente mais chances de ingressar no mercado de trabalho formal e de aumentar sua capacidade de renda ao longo do tempo.
Esses impactos socioeconômicos são fundamentais para promover a mobilidade social e reduzir as desigualdades, permitindo que os indivíduos participem mais plenamente da economia e da sociedade. Portanto, investir na EJA não apenas beneficia os alunos diretamente envolvidos, mas também contribui para o desenvolvimento econômico e social mais amplo de uma nação. (Faria, 2024) diz que, além dos benefícios sociais, a EJA tem um impacto significativo na economia, ao completar seus estudos, os alunos da EJA aumentam suas chances de obter melhores empregos e salários. Isso se traduz em uma força de trabalho mais qualificada e produtiva, o que é benéfico tanto para os indivíduos quanto para a economia como um todo. A educação continuada também prepara os alunos para enfrentar os desafios do mercado de trabalho moderno, que exige habilidades cada vez mais complexas e diversificadas
Diversos casos de sucesso ilustram o impacto positivo da EJA. Alunos que voltaram a estudar e conseguiram concluir seus cursos relatam melhorias significativas em suas vidas pessoais e profissionais. Eles destacam a importância da educação para alcançar metas e realizar sonhos que antes pareciam inalcançáveis. Essas histórias inspiradoras demonstram como a EJA pode transformar vidas e criar novas oportunidades.
De acordo com (Santos, 2021, p.112).
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) tem um impacto significativo nos contextos socioeconômicos, proporcionando a indivíduos de baixa escolaridade oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional. Ao melhorar os níveis de alfabetização e qualificação, a EJA contribui para a redução das desigualdades sociais e econômicas, promovendo a inclusão e a cidadania ativa.
Para que a EJA continue a ter um impacto positivo, é essencial que haja um apoio contínuo das instituições de ensino e do governo. Programas de orientação e aconselhamento, bolsas de estudo e recursos educativos adequados são fundamentais para garantir que os alunos possam superar os desafios e concluir seus estudos com sucesso.
4 DESAFIOS E BARREIRAS NA IMPLEMENTAÇÃO DA EJA
A educação de jovens e adultos, assim como no passado enfrenta constantes desafios e na atualidade a inclusão digital é um deles. Pode-se verificar que a educação de jovens e adultos passou por uma evolução histórica, acompanhando as transformações políticas, sociais e econômicas de cada época.
Conforme explica (Oliveira, 2021, p.78)
O ensino da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil é um mecanismo fundamental para promover a equidade educacional e proporcionar oportunidades de aprendizado para aqueles que foram excluídos do sistema educacional formal. A EJA visa não apenas a alfabetização, mas também o desenvolvimento integral dos indivíduos, permitindo-lhes exercer plenamente sua cidadania e contribuir para o desenvolvimento socioeconômico do país.
Compreende-se que o autor, traz em cena a educação de jovens e adultos como um estigma dentro da sociedade, sendo que a EJA é considerada uma modalidade de ensino, com menos recursos e prestígio, uma alternativa negligenciada de democratização.
(Ramos, 2021, p.20) afirma que:
A maioria dos alunos do ensino EJA, já chegam às escolas cansados. Muitos deles trabalham, por isso as aulas deveriam ser mais atraentes, interessantes. A tecnologia é uma excelente ferramenta para otimizar essas aulas, embora muitas escolas não ofereçam isso. Diante dessa situação, existe grande preocupação por parte dos professores da educação continuada, uma vez que somente por meio de uma formação adequada os professores podem socializar seus conhecimentos com os alunos de forma diferenciada.
(Segrilo, 2010) realizou uma pesquisa com o intuito de compreender se as práticas de leitura e escrita no processo de alfabetização dos estudantes da EJA fundamentam-se nos pressupostos teórico-práticos que orientam a Alfabetização na perspectiva do Letramento. Neste estudo, a problemática levantada pela autora é de que segundo os dados Indicador de Analfabetismo Funcional ainda existem muitos analfabetos no Brasil.
A implantação da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil sustenta inúmeros desafios e barreiras que resultam sua eficácia e alcance. Alguns dos principais desafios incluem:
- Desigualdades Sociais e Econômicas: A EJA é frequentemente acessada por adultos que enfrentam condições socioeconômicas desfavoráveis, como baixa renda, falta de acesso a serviços básicos e condições de trabalho precárias. Essas desigualdades dificultam o acesso e a permanência dos alunos na escola.
- Falta de Infraestrutura Adequada: Muitas instituições que oferecem EJA enfrentam problemas relacionados à infraestrutura precária, como salas de aula superlotadas, falta de materiais didáticos adequados e insuficiência de recursos tecnológicos. Isso afeta diretamente a qualidade do ensino oferecido.
- Falta de Políticas Públicas Efetivas: A ausência ou a inadequação de políticas públicas voltadas especificamente para a EJA é um desafio significativo. A falta de investimento financeiro suficiente e de programas de formação contínua para educadores são exemplos dessa lacuna.
- Desafios Pedagógicos: Ensinar adultos que retornam aos estudos requer metodologias pedagógicas diferenciadas. Muitos educadores enfrentam desafios para adaptar os conteúdos à realidade e às necessidades específicas dos alunos adultos, muitas vezes com lacunas educacionais significativas.
- Evasão Escolar e Retenção: A alta taxa de evasão escolar na EJA é uma preocupação constante. Diversos fatores contribuem para isso, incluindo dificuldades financeiras, falta de apoio familiar, demandas de trabalho e falta de motivação devido a experiências educacionais anteriores negativas.
- Reconhecimento e valorização social: A EJA muitas vezes enfrenta o estigma social, com a percepção de que a educação destinada a adultos não é tão valorizada quanto a educação na idade convencional. Isso pode desencorajar potenciais alunos e reduzir o apoio público à modalidade. Superar esses desafios requer um esforço conjunto entre governos, instituições educacionais, sociedade civil e comunidade acadêmica. É essencial implementar políticas inclusivas, investir em infraestrutura adequada, desenvolver currículos flexíveis e promover a valorização da educação ao longo da vida como um direito fundamental e um catalisador para o desenvolvimento social e econômico.
Para (Gleria, 2010, p.10).
A necessidade de estudos sobre as práticas e os eventos de letramento desenvolvidos para a criação de políticas específicas voltadas para a qualidade da educação de jovens e adultos, já que esses jovens e adultos percebem a necessidade de frequentar uma escola ou concluir os estudos para se tornarem pessoas mais críticas e participativas na sociedade.
Compreende-se que a Educação de Jovens e Adultos no contexto atual proporciona uma relevância fundamental na contribuição no cenário do ensino educacional brasileiro, uma vez que, auxilia para minimizar os altos índices de analfabetismo.
CONCLUSÃO
A trajetória histórica e legal da EJA no Brasil revela um caminho de lutas, resistências e conquistas. Desde as primeiras iniciativas de alfabetização até as políticas públicas contemporâneas, a EJA tem se afirmado como um instrumento vital para a inclusão social e a democratização do conhecimento. Continuar a investir em EJA é essencial para promover uma sociedade mais justa e equitativa, onde todos tenham a oportunidade de aprender e crescer ao longo da vida.
Apesar dos avanços, a EJA ainda enfrenta desafios significativos no Brasil. A evasão escolar, a falta de financiamento adequado e a necessidade de formação continuada para professores são barreiras que precisam ser superadas. No entanto, a crescente valorização da EJA como um direito humano fundamental e como uma ferramenta para a redução das desigualdades sociais e econômicas aponta para um futuro mais promissor.
A abordagem pedagógica tem como objetivo ressaltar a importância do desenvolvimento profissional contínuo, principalmente no que diz respeito às práticas pedagógicas no contexto da EJA e seu impacto no processo de ensino e aprendizagem.
A educação é vista como um processo de conscientização, libertação e aquisição de conhecimento. Neste contexto, o professor, atuando como mediador de cada aluno, facilita o seu crescimento intelectual, aumentando a sua autoestima e a sua capacidade de aprender e de ensinar, motivando assim a frequência e o envolvimento contínuos nas aulas.
Para enfrentar o desafio de definir princípios para a educação de adultos, devemos visar uma educação de alta qualidade que promova uma sociedade tolerante e igualitária, onde a educação seja considerada um direito inalienável para todos, independentemente da idade.
Por meio deste artigo, foi possível compreender que a educação de jovens e adultos deve priorizar a inclusão, mesmo enfrentando desafios e barreiras, para enfrentar o desafio de definir princípios para a educação de adultos, devemos visar uma educação de alta qualidade que promova uma sociedade tolerante e igualitária, onde a educação seja considerada um direito inalienável para todos, independentemente da idade.
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1; Mestranda em Ciências da Educação pela Facultad Interamericana de Ciencias sociales (FICS) Paraguai; Rua de la Amistad Nº 777, c/ Rosario, assunção; E-MAIL.