INCLUSÃO DIGITAL E PEDAGOGIA MULTIMODAL: FERRAMENTAS PARA UMA EDUCAÇÃO EQUITATIVA

DIGITAL INCLUSION AND MULTIMODAL PEDAGOGY: TOOLS FOR EQUITABLE EDUCATION

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202501222030


Pedro Henrique Farias Vianna1; Rafael de Lima Erazo2; Marcelino Gomes de Araújo3; Nubia Paulo de Costa Andrade4; Vivian de Aparecida Oliveira Carreiro5; Paulo Ricardo Lima Lopes6; Joel Fernandes de Almeida7; Isabela de Melo Rodrigues8; Hiarles Dias dos Santos9; Maria Cristina Trajano da Silva10; Isaque Pinho dos Santos11; Sheila Sousa da Costa12; Alex da Fonseca Reis13; Thaynara de Moura Bezerra14; Robson de Oliveira Silva15


Resumo

Este artigo explora a relação entre inclusão digital, pedagogia multimodal e sua contribuição para uma educação equitativa e sustentável. A pesquisa foi motivada pelo crescente desafio de reduzir desigualdades educacionais em um mundo cada vez mais digitalizado, onde o acesso desigual às tecnologias impacta diretamente a aprendizagem e o desenvolvimento social. O principal objetivo foi analisar como a inclusão digital, aliada a práticas pedagógicas multimodais, pode promover uma educação mais inclusiva e acessível, beneficiando alunos de diferentes contextos sociais e culturais. A metodologia consistiu em uma revisão de literatura qualitativa, abrangendo 15 artigos científicos e 1 livro, todos em língua portuguesa, obtidos no Google Acadêmico. Os critérios de seleção incluíram relevância temática e consistência teórica, e os dados foram analisados por meio de uma abordagem interpretativa. Os resultados evidenciaram que a integração de recursos digitais e metodologias multimodais possibilita ampliar o alcance educacional, atender às demandas de uma sociedade diversa e contribuir para a justiça social. As conclusões reforçam a necessidade de investir em políticas públicas voltadas para a democratização tecnológica, além de capacitar docentes para o uso eficaz dessas ferramentas. Este estudo contribui ao oferecer uma visão abrangente sobre como práticas inovadoras podem transformar o cenário educacional, promovendo equidade e sustentabilidade social.

Palavras-chave: Inclusão Digital, Pedagogia Multimodal, Educação Equitativa.

1. INTRODUÇÃO

A inclusão digital emerge como um dos desafios mais prementes da contemporaneidade, especialmente em um mundo cada vez mais conectado e dependente de tecnologias digitais. No contexto educacional, a integração dessas ferramentas potencializa não apenas o acesso ao conhecimento, mas também a criação de novas formas de aprendizado, interativas e acessíveis. A pedagogia multimodal, ao adotar abordagens que integram diferentes linguagens e mídias, surge como uma resposta promissora para atender às necessidades de um público diverso, respeitando suas singularidades e promovendo uma educação mais equitativa.

A relevância desse tema transcende o ambiente acadêmico, impactando diretamente a sociedade ao contribuir para a redução das desigualdades educacionais. Em um mundo onde o acesso ao conhecimento é essencial para a mobilidade social, compreender como a inclusão digital, aliada a práticas pedagógicas inovadoras, pode transformar o processo de ensino-aprendizagem é fundamental. Além disso, essa discussão se torna especialmente relevante para instituições de ensino e gestores educacionais que buscam soluções inclusivas e eficazes para o século XXI.

No entanto, apesar das inegáveis possibilidades oferecidas pelas tecnologias digitais, persistem desafios que limitam sua adoção e eficácia. Entre esses desafios, destaca-se a exclusão digital de comunidades em situação de vulnerabilidade, que frequentemente enfrentam barreiras de acesso e uso das tecnologias. Essa exclusão perpetua desigualdades educacionais, limitando as oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento para milhões de estudantes. Assim, o presente trabalho discute como a pedagogia multimodal pode mitigar esses desafios e promover a equidade no ensino.

A escolha desse tema se justifica pela sua pertinência diante das crescentes demandas educacionais e pela urgência de soluções práticas e inovadoras. A integração entre inclusão digital e pedagogia multimodal é um campo fértil de pesquisa, com potencial para beneficiar não apenas os estudantes, mas também os educadores e as políticas públicas voltadas para a educação. Além disso, compreender essa inter-relação contribui para o avanço teórico e prático das ciências da educação.

O objetivo principal deste trabalho é analisar, por meio de uma revisão de literatura, como a inclusão digital e a pedagogia multimodal podem ser combinadas para promover uma educação mais equitativa. Essa análise busca identificar os principais desafios e oportunidades relacionados ao tema, bem como propor estratégias que possam ser adotadas por diferentes contextos educacionais para alcançar maior eficácia no ensino.

As contribuições deste estudo incluem o aprofundamento teórico acerca da interação entre tecnologia e pedagogia, a proposição de abordagens práticas para gestores e educadores, e a ampliação do debate acadêmico sobre inclusão e equidade educacional. Dessa forma, este artigo pretende servir como um ponto de partida para futuras pesquisas e como um guia para práticas educativas mais inclusivas e adaptadas às necessidades do mundo contemporâneo.

2. METODOLOGIA 

Este estudo caracteriza-se como uma revisão de literatura de caráter exploratório e qualitativo, voltada para compreender as relações entre inclusão digital, pedagogia multimodal, educação equitativa e sustentabilidade social. O objetivo principal foi reunir, organizar e analisar criticamente conceitos e discussões apresentados na literatura acadêmica relevante para o tema. A escolha pela revisão de literatura deve-se à sua adequação para sintetizar estudos já existentes e identificar lacunas que possam contribuir para futuras investigações.

A seleção da amostra compreendeu 15 artigos científicos e 1 livro, todos publicados em língua portuguesa, acessados por meio da plataforma Google Acadêmico. Os critérios de escolha incluíram: (1) publicações realizadas nos últimos 10 anos, (2) trabalhos que abordassem direta ou indiretamente os conceitos de inclusão digital, pedagogia multimodal e educação equitativa, e (3) estudos alinhados com as temáticas de justiça social e sustentabilidade educacional. Cada fonte foi analisada quanto à sua relevância, consistência teórica e aplicabilidade ao objetivo geral da pesquisa, garantindo a inclusão de contribuições amplas e diversificadas.

Os dados foram analisados por meio de uma abordagem interpretativa, com ênfase na análise de conteúdo. Isso permitiu identificar padrões, convergências e divergências nos conceitos e abordagens presentes nos textos selecionados. Durante o processo, buscou-se respeitar os preceitos éticos, garantindo a devida citação das fontes utilizadas e a interpretação fiel de suas ideias. Como limitação, destaca-se a exclusão de trabalhos em outros idiomas e de fontes pagas, o que pode ter restringido o acesso a contribuições internacionais ou recentes de alto impacto. No entanto, as fontes selecionadas fornecem uma base robusta para a análise e discussão proposta neste estudo.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1 Inclusão Digital: Conceitos e desafios

De acordo com Sousa et al. (2023), a inclusão digital vai além do simples acesso físico às tecnologias, envolvendo também o desenvolvimento de competências críticas e habilidades técnicas necessárias para seu uso efetivo. Este conceito amplia o entendimento sobre o papel das tecnologias na sociedade contemporânea, evidenciando que sua presença não garante automaticamente uma transformação positiva, especialmente no contexto educacional. A inclusão digital demanda a capacitação de professores e alunos, de forma a permitir que as ferramentas sejam integradas de maneira significativa aos processos de ensino e aprendizagem. A ausência dessa capacitação pode perpetuar desigualdades, mesmo em cenários onde a infraestrutura tecnológica está disponível.

Ragnedda e Ruiu (2016) destacam que a exclusão digital não é apenas uma consequência das desigualdades sociais, mas também um fator que as aprofunda, com implicações diretas para a educação. Em contextos de vulnerabilidade, o acesso limitado à tecnologia compromete a qualidade do aprendizado e restringe as possibilidades de desenvolvimento pessoal e profissional dos estudantes. Essa análise reforça que políticas públicas voltadas à inclusão digital devem ser abrangentes, contemplando não apenas o acesso às ferramentas, mas também programas de formação e suporte contínuo. Essa abordagem integrada é crucial para evitar que a exclusão digital perpetue ciclos de marginalização.

Fuza e Miranda (2020), afirmam que a sociedade está em uma nova era e que estão estruturadas em redes informacionais, nas quais o domínio das tecnologias digitais é essencial para a participação ativa e plena. Os autores argumentam que a exclusão digital não é apenas uma barreira técnica, mas também uma forma de exclusão social que limita o acesso ao conhecimento, às oportunidades econômicas e à cidadania. No campo educacional, isso se traduz na necessidade de promover o uso crítico e reflexivo das tecnologias, preparando os estudantes para serem agentes transformadores em um mundo digitalizado. Essa perspectiva exige um compromisso coletivo para garantir que os benefícios das tecnologias sejam amplamente distribuídos.

Segundo Carneiro e Costa (2017), a inclusão digital deve ser planejada a partir de estratégias pedagógicas que respeitem a diversidade cultural e regional dos estudantes, reconhecendo suas especificidades e demandas. Isso implica que soluções homogêneas, como a simples distribuição de dispositivos tecnológicos, podem ser ineficazes ou até prejudiciais em alguns contextos. É essencial adotar abordagens que combinem infraestrutura tecnológica com práticas pedagógicas inovadoras e adaptadas à realidade local. Essa integração entre tecnologia e contexto social é uma das chaves para promover uma educação mais inclusiva e equitativa.

3.2 Pedagogia multimodal: Teoria e aplicação

Da Silva et al. (2024) propõem que a multimodalidade seja entendida como uma abordagem pedagógica que valoriza diferentes formas de comunicação – como linguagens visuais, auditivas, cinestésicas e textuais – no processo de ensino-aprendizagem. Essa perspectiva amplia as possibilidades educativas, permitindo que os professores utilizem uma variedade de recursos para atender a diferentes estilos de aprendizagem e necessidades dos estudantes. No contexto digital, isso se traduz na integração de vídeos, imagens, animações e outros recursos multimídia, que não apenas enriquecem o conteúdo, mas também tornam o aprendizado mais dinâmico e inclusivo.

Strey e Kapitanski (2015) argumentam que, na era da informação, a educação precisa ir além das práticas tradicionais baseadas exclusivamente na linguagem escrita, incorporando formas visuais e digitais de comunicação. Os autores ressaltam que o domínio dessas linguagens é indispensável para que os alunos desenvolvam competências que atendam às demandas da sociedade contemporânea, como a capacidade de interpretar, criar e interagir em ambientes digitais. A pedagogia multimodal, nesse sentido, não apenas reflete as mudanças culturais e tecnológicas em curso, mas também prepara os estudantes para enfrentarem os desafios de um mundo cada vez mais conectado e visual.

Segundo Martins e Pimentel (2019), a multimodalidade também promove a personalização do ensino, uma vez que os alunos podem interagir com o conteúdo de formas que melhor se alinhem às suas preferências e habilidades individuais. Isso fortalece o engajamento e a autonomia dos estudantes, permitindo que participem ativamente da construção do conhecimento. Além disso, a abordagem multimodal possibilita que os professores adaptem suas práticas pedagógicas às demandas específicas de cada turma, garantindo uma maior equidade no acesso ao aprendizado. Essa flexibilidade é essencial para lidar com a diversidade presente nas salas de aula contemporâneas.

Ribamar et al. (2025) destacam que a multimodalidade é uma ferramenta poderosa para desenvolver a alfabetização crítica dos estudantes, que passam a ser capazes de decodificar, interpretar e criar significados em diferentes formatos e mídias. Em um mundo saturado de informações visuais e digitais, essa habilidade se torna indispensável para que os alunos possam navegar com confiança e responsabilidade em ambientes complexos. No campo educacional, isso reforça a necessidade de repensar as práticas pedagógicas, integrando recursos multimodais como parte fundamental do processo de ensino-aprendizagem.

3.3 A relação entre Tecnologia e Educação

Batista e Freitas (2018) argumentam que as tecnologias educacionais devem ser entendidas dentro de um contexto social mais amplo, onde fatores como políticas públicas, formação docente e acesso equitativo desempenham papéis centrais em sua eficácia. Os autores ressaltam que o simples uso de ferramentas digitais, sem uma reflexão crítica e uma integração pedagógica adequada, pode levar à superficialidade no aprendizado. Nesse sentido, a tecnologia deve ser vista como um meio para alcançar objetivos educacionais, e não como um fim em si mesma. Essa perspectiva exige que as escolas e os sistemas educacionais abordem as tecnologias de forma estratégica, com foco na criação de valor real para os estudantes.

Bezerra et al. (2024) afirmam que as tecnologias digitais têm o potencial de transformar profundamente o ensino ao ampliar as oportunidades de acesso ao conhecimento e fomentar a colaboração entre estudantes e professores. No entanto, os autores advertem que essa transformação só ocorre quando as ferramentas são utilizadas em conjunto com metodologias pedagógicas inovadoras, que priorizem o engajamento e a interação ativa dos alunos. Assim, a tecnologia não deve substituir o professor, mas atuar como um aliado na criação de ambientes de aprendizado mais dinâmicos e inclusivos.

Martins (2017) destaca a importância de uma visão crítica no uso das tecnologias na educação, alertando para os impactos culturais e sociais dessas ferramentas sobre o processo de ensino-aprendizagem. Argumenta que educadores e gestores precisam refletir sobre como as tecnologias moldam o conteúdo e as relações em sala de aula, para que seu uso contribua efetivamente para a formação de cidadãos críticos e conscientes. Essa abordagem crítica é fundamental para evitar o uso superficial ou mecânico das ferramentas digitais, promovendo uma integração mais significativa e transformadora.

Santos et al. (2024) apontam que a integração efetiva da tecnologia na educação depende de um investimento contínuo na formação de professores, que devem estar preparados para lidar com as demandas de um ambiente educacional digitalizado. Enfatizam que a capacitação docente é tão importante quanto a disponibilidade de recursos tecnológicos, uma vez que os professores são os principais mediadores entre a tecnologia e o aprendizado dos estudantes. Isso reforça a necessidade de políticas educacionais que combinem investimentos em infraestrutura com programas de formação e suporte pedagógico.

3.4 Educação Equitativa e Sustentabilidade Social

De acordo com Narciso et al. (2024), a educação equitativa é um processo de emancipação que visa a superação das desigualdades estruturais presentes na sociedade. Os autores defendem que a verdadeira transformação social ocorre quando o ensino é planejado para incluir todos os indivíduos, independentemente de sua origem ou condição. Essa abordagem ressalta a importância de criar oportunidades iguais de acesso ao conhecimento e de desenvolver nos educandos uma consciência crítica para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo. Portanto, a educação equitativa vai além do conteúdo formal, pois busca formar cidadãos conscientes de seu papel na construção de uma sociedade mais justa e sustentável.

Segundo Knippel e Aeschlimann (2017), a equidade educacional está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento humano, já que a educação amplia as liberdades individuais e contribui para o bem-estar coletivo. Os autores argumentam que a falta de acesso igualitário à educação perpetua ciclos de pobreza e exclusão, impedindo que as pessoas alcancem todo o seu potencial. Essa perspectiva reforça que, para que a educação seja verdadeiramente equitativa, é necessário um esforço conjunto de governos, comunidades e instituições educacionais, garantindo que os recursos educacionais sejam distribuídos de forma justa e que todos os indivíduos tenham oportunidades equivalentes de aprendizado e crescimento.

Ramos e Carminati (2016) afirmam que o sistema educacional pode tanto reproduzir quanto combater as desigualdades sociais, dependendo das políticas e práticas adotadas. Quando o ensino é voltado para a equidade, ele pode transformar as condições de vida das populações marginalizadas e promover uma redistribuição mais justa de recursos e oportunidades. No entanto, os autores alertam que práticas excludentes ou focadas apenas nos resultados podem reforçar privilégios existentes, prejudicando aqueles que já enfrentam desvantagens. Isso ressalta a necessidade de práticas pedagógicas inclusivas, que respeitem as particularidades culturais e socioeconômicas dos estudantes.

Segundo Natal e Alvim (2018), a sustentabilidade social depende diretamente de um sistema educacional que promova a inclusão e o desenvolvimento equitativo. Sugerem que a educação deve ser planejada com uma perspectiva de longo prazo, considerando seu impacto na formação de sociedades mais resilientes e cooperativas. Isso significa que a equidade educacional não é apenas uma questão de justiça social, mas também um elemento central para alcançar objetivos globais, como os definidos nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Dessa forma, a educação equitativa e a sustentabilidade social estão profundamente interligadas, pois ambas visam à construção de um futuro mais justo e próspero para todos.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa teve como objetivo analisar o papel da inclusão digital e da pedagogia multimodal na promoção de uma educação equitativa e sustentável. A revisão da literatura realizada permitiu compreender as interações entre esses conceitos e identificar como ferramentas digitais e abordagens pedagógicas inovadoras podem contribuir para reduzir desigualdades educacionais. Os resultados obtidos demonstraram que o uso consciente de recursos digitais, aliado a práticas pedagógicas multimodais, pode criar oportunidades de aprendizagem mais inclusivas e relevantes, promovendo tanto o acesso ao conhecimento quanto o desenvolvimento integral dos alunos.

O problema central desta pesquisa, que questionava como a inclusão digital e a pedagogia multimodal poderiam ser utilizadas para fomentar a equidade educacional, foi respondido de forma consistente. Identificou-se que, ao integrar tecnologias digitais ao ambiente de aprendizagem, é possível reduzir barreiras geográficas, econômicas e sociais, proporcionando acesso ao ensino de qualidade para um público diversificado. Além disso, a pedagogia multimodal revelou-se uma abordagem eficaz para atender às necessidades de alunos com diferentes estilos de aprendizagem, ampliando o alcance e a eficácia dos processos educativos.

Apesar da relevância dos resultados, algumas limitações do estudo devem ser destacadas. A exclusão de trabalhos em outros idiomas e a restrição às fontes gratuitas podem ter limitado a diversidade de perspectivas incluídas na análise. Além disso, como a pesquisa foi baseada exclusivamente em revisão de literatura, não foi possível observar diretamente a aplicação prática das ideias discutidas, o que restringe as conclusões ao nível teórico. Essas limitações podem ter impactado a amplitude dos resultados, mas não comprometem a validade das conclusões apresentadas.

A ausência de estudos empíricos também aponta para a necessidade de futuras pesquisas que testem e validem as propostas teóricas em contextos educacionais reais. Investigações adicionais poderiam explorar como diferentes populações escolares, incluindo aquelas em situação de vulnerabilidade, respondem às abordagens digitais e multimodais. Estudos de caso ou experimentos controlados seriam especialmente úteis para medir o impacto dessas metodologias na aprendizagem e no engajamento dos alunos.

Além disso, é recomendável que pesquisas futuras ampliem o escopo geográfico e cultural das análises, incorporando estudos de diferentes contextos internacionais. Isso permitiria uma compreensão mais abrangente sobre como tecnologias digitais e pedagogias multimodais são utilizadas em diferentes partes do mundo, contribuindo para a construção de uma base teórica global mais robusta. A colaboração interdisciplinar entre áreas como tecnologia, educação e sociologia também seria benéfica para aprofundar as discussões sobre equidade e sustentabilidade educacional.

No âmbito prático, espera-se que este trabalho inspire educadores, gestores e formuladores de políticas a adotarem práticas pedagógicas mais inclusivas e integradas às tecnologias digitais. A incorporação de recursos multimodais em sala de aula deve ser priorizada, considerando o potencial dessas ferramentas para enriquecer o processo de ensino-aprendizagem. É igualmente importante que investimentos sejam direcionados para a formação docente, de modo a capacitá-los no uso eficaz dessas tecnologias, garantindo sua aplicação equitativa e sustentável.

Este estudo reforça a urgência de repensar os sistemas educacionais sob a ótica da equidade e da inclusão. A democratização do acesso às tecnologias digitais e a adoção de metodologias inovadoras devem ser prioridades na construção de uma educação mais justa e sustentável. Ao alinhar práticas pedagógicas às demandas sociais e tecnológicas do século XXI, é possível contribuir para o desenvolvimento de indivíduos mais preparados para os desafios contemporâneos.

Em conclusão, a inclusão digital e a pedagogia multimodal emergem como ferramentas indispensáveis para alcançar uma educação equitativa, capaz de atender às demandas de uma sociedade cada vez mais diversa e tecnológica. Embora este estudo tenha avançado na compreensão dessas temáticas, ainda há muito a ser explorado. A continuidade das investigações acadêmicas e das práticas pedagógicas inovadoras será essencial para consolidar essas abordagens como pilares de uma educação transformadora e sustentável.

REFERÊNCIAS

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 1Mestre em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos, Universidade Federal de Roraima, pedrofanna@gmail.com;
  2Doutor em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia, Universidade Federal do Amazonas, rafael_erazo2000@yahoo.com.br;
  3Mestre em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental, Universidade do Estado da Bahia, marcelino.araujo@adm.educacao.pe.gov.br;
 4Mestra em Ensino das Ciências, Instituto Federal de Roraima, anubia2903@gmail.com;
 5Mestra em Letras e Literatura, Universidade Federal de Roraima, viviaoc28@hotmail.com;
 6Mestrando em Engenharia Química, Universidade Federal do Ceará, paulolopesbio@gmail.com;
 7Mestrando em Ciências da Educação, Ive Enber Christian University, jlkalmeida@outlook.com;
 8Mestranda em Ciências da Educação, Ive Enber Christian University, isabelademelor@gmail.com;
 9Mestranda em Ciências da Educação, Ive Enber Christian University, hiarlessantos28@gmail.com;
 10Mestranda em Ciências da Educação, Ive Enber Christian University, mariacristina.trajano@gmail.com;
 11Especialista em Ensino de Ciências e Matemática, Instituto Federal do Maranhão, prof.isaque@hotmail.com;
 12Especialista em Educação: Métodos e Técnicas de Ensino, Instituto Federal de Roraima, sheila.sousa.costa@hotmail.com;
 13Especialista em Gestão Social e Políticas Públicas do Patrimônio Cultural, Universidade Federal da Bahia, alexreis853@gmail.com;
14Licenciada em Educação Física, Instituto de Ensino Superior Franciscano, tsimons_@hotmail.com;
 15Bacharel em Engenharia Mecânica, Instituto Federal do Amazonas, robsonsilva409@gmail.com