INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN NO ENSINO REGULAR

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12714185


Ananda Ribeiro Vasconcelos
Cláudia Cristina De Sousa
                                                                               Darlene De Oliveira Pereira
Hulda Soares Dos Santos Maracaipes
Isabel Vanessa De Assis Silva
Keyla Cristina Lopes Sousa
Nair Faria Da Silva
Rafael Rezende Neres
Raysla Nathieli Oliveira De Jesus
Vanusa Lima Barbosa Da Silva


RESUMO

A inclusão de crianças com Síndrome de Down hoje é uma realidade nas escolas de ensino regular onde todos exercem seus direitos, desenvolvendo a comunicação, imaginação, conhecimento e a linguagem oral e escrita, possibilitando a sua integração dentro da sociedade como pessoa que têm direitos e deveres na sociedade. Direito à dignidade, liberdade, igualdade e a cidadania. Portanto verifica-se que através da inclusão a transformação vem acontecendo na sociedade, que vem de forma positiva a contribuir para as políticas educacionais de inclusão e profissionalização de professores na área da Educação especial.

Palavras-chave: Inclusão, Síndrome de Down, Ensino regular.

ABSTRACT

The inclusion of children with Down syndrome today is a reality in mainstream schools where all exert their rights, developing the communication, imagination, knowledge and oral and written language, allowing their integration within society as a person with rights and duties in society. Right to dignity, freedom, equality and citizenship. So, it turns out that by including the transformation is happening in society, which is positively contributing to the educational policies of inclusion and professionalization of teachers in the area of special.

Palavras-chave: Inclusion, Down Syndrome, Education regular

1. INTRODUÇÃO

Esse estudo tem por objetivo demonstrar que a escola contribui para formação e desenvolvimento de aluno com necessidades especiais. Onde os governantes preocupados com políticas públicas de inclusão social, criam leis para facilitar-lhes o acesso ao aprendizado e a qualidade de ensino.

Nossas pessoas com Síndrome de Down serão aceitas pela sociedade somente se continuarmos na luta para forjar atitudes mais esclarecidas, para que elas possam participar verdadeiramente na vida comunitária, no melhor de suas capacidades. (SIEGFRIED, Pueschel Síndrome de Down Guia dos pais e educadores cap16, pg. 299).

 Diante desse estudo é importante compreender o processo pelo qual está sendo trabalhada a inclusão, relatando atitudes e ações que incentive mudanças de atitudes quanto ao processo de ensino e aprendizagem de crianças com Síndrome de Down nas escolas de ensino regular para que elas participem melhor dessa luta pela igualdade.

“O processo de aprendizagem e enriquecido quando os membros da família, carinhosos e compreensivos, ajudam a criança com Síndrome de Down a atingir o seu potencial pleno.’’ (SIEGFRIED, Pueschel Síndrome de Down Guia dos pais e educadores cap18, pg.219).

O estudo foi desenvolvido na escola regular ao aluno com Síndrome de Down que está sendo inserido no contexto social, e a escola e a parceira essencial para que aconteça essa inclusão de forma que seja atribuída uma postura favorável em relação ao âmbito educacional, onde a inserção está acontecendo através da escola e da família que contribui para o desenvolvimento da cidadania permitindo assim o atendimento especializado e capacitação do profissional da educação para melhor atender essa criança especial em sala de aula.

 Nesse sentido o processo de ensino e aprendizagem do aluno com necessidades especiais está acontecendo, mas é preciso que haja profissionais com melhor capacitação para trabalhar com essas crianças, estimulando a sua capacidade do saber, para que ele se sinta seguro em relação à pessoa e a sociedade em que ele está sendo inserido. Diante disso verifica-se que a Educação Especial é muito importante para a integração social da criança com necessidades especiais, promovendo o desenvolvimento intelectual, cognitiva e motor dentro das suas limitações, assegurando assim o direito a cidadania, trabalho, estudo.

  2. RELATO HISTÓRICO DA SÍNDROME DE DOWN

            A criança com Síndrome de Down nasce com uma alteração genética que afeta em 600 a 800 crianças. E essa alteração ocorre pela presença de três cromossomos ao invés de dois cromossomos 21 levando assim o temo de trissomia.

VOIVODIC (2004, pg63) destaca que, alem da trissomia 21 existem outras alterações cromossômicas que causam a Síndrome de Down, como a translocação e o mosaicismo. O mosaicismo possui um fenótipo mais leve que o da criança da trissomia do 21, acreditando que podem ser encontradas variações possíveis em relação ao QI, desde a criança normal até a criança com deficiência mental leve, o que no mosaicismo o atraso mental é menos profundo do que nos outros casos de cariótipos uniforme.

Na translocação o cromossomo adicional está sobreposto a um cromossomo de na translocação o cromossomo adicional está sobreposto a um cromossomo de outro par, portanto, não se trata de uma trissomia do 21. A translocação se dá quando um cromossomo do par 21 e o outro, ao qual se agrupou, sofrem uma quebra na região central. Há uma união entre os dois braços mais longos e perda dos dois braços mais curtos. Não se notam diferenças clinicas entre as crianças com trissomia simples ou por translocação, e ocorrem em 2°/° dos casos VOIVODIC (2004 pg. 63).

É importante lembrar que crianças com Síndrome de Down têm limitações nas áreas do seu desenvolvimento cognitivo, motor e social, por isso a sua aprendizagem é mais lenta do que de uma criança que não é portadora da Síndrome de Down, mas isso não significa que ela não é incapaz de aprender pelo contrário ela é sim capaz de desenvolver atividades com sucesso.

2.1 PERSPECTIVAS INCLUSIVAS NO CONTEXTO ESCOLAR

“Ao entrar na escola, as crianças se encontram em pleno processo de desenvolvimento e crescimento de acordo com suas próprias capacidades de maturação e desempenho’’ (SIEGFRIED, Pueschel Síndrome de Down Guia dos pais e educadores cap16, pg177).

            A perspectiva é que essas crianças com necessidades especiais devem ser incluídas no ensino regular, para que possa ser repensada e discutida a pratica pedagógica, tanto na sociedade como nas escolas, para melhor acesso dessas crianças a educação de qualidade no ensino regular, possibilitando o aluno com necessidades especiais o desenvolvimento biopsicossocial, socialização, desenvolvimento de sua capacidade de aprendizagem nas atividades propostas em sala de aula, colocando em pratica o seu crescimento intelectual e pessoal.

“Crianças com Síndrome de Down diferem muito entre si quanto a sua comunicação, desenvolvimento motor, socialização e habilidades de vida diária. As necessidades da criança devem ser avaliadas para corresponder aos programas disponíveis.’’ (SIEGFRIED, Pueschel Síndrome de Down Guia dos pais e educadores cap03, pg39).

A inclusão envolve valores humanos, culturais, integração, onde o aluno portador de SD deve estar inserido como qualquer outro aluno no ensino regular, levando em consideração a sua fragilidade e carência diante de outras crianças portadora de SD. Estas crianças com Síndrome de Down precisam de uma atenção maior para que possam desenvolver habilidades para ler e escrever, pois tem uma lentidão muito grande tanto na linguagem oral quanto na escrita.

Assim sendo o portador de SD tem direitos iguais, e não deve abrir mão dos seus direitos perante a sociedade, pois leis foram criadas para garantir e assegurar todos eles, mas os familiares têm um papel muito importante na vida dessa criança, pois deve estar sempre apoiando em suas decisões para que ela tenha uma segurança maior em superar o preconceito tanto na escola como na sociedade, e exercer a cidadania e exigir seus direitos como cidadão e parte integrante da sociedade.

“Professores e pais precisam buscar elos entre dois membros. Juntos, pais e professores podem fornecer a segurança, conforto e felicidade com os quais a criança pode crescer e aprender. (SIEGFRIED, Pueschel Síndrome de Down Guia dos pais e educadores cap16, pg. 179).

Portanto as escolas e os professores devem estar preparados para a inclusão dessas crianças, pois o número de alunos com SD em escolas regulares vem crescendo e precisa que esses profissionais da área da educação estejam capacitados ou tenha algum conhecimento na área, para lidar com essas crianças. É importante uma parceria entre membros da escola e familiares dessa criança para melhor acompanhamento na vida social, emocional e econômica, dando toda estrutura necessária para que essa criança fique mais confiante em si mesma e tenha um melhor desenvolvimento na sua vida como ser humano com capacidades especiais.

 O motivo que sustenta a luta pela inclusão como uma nova perspectiva para as pessoas com deficiência é, sem dúvida, a qualidade de ensino nas escolas públicas e privadas, de modo que se tornem aptas para responder às necessidades de cada um de seus alunos, de acordo com suas especificidades. (MANTOAN, 1997, p.21)

A inclusão deve ser discutida como prioridade nas escolas, pois é nela que começa a transformação na sociedade, onde as pessoas ainda não estão conscientes de que incluir é aceitar diferenças do próximo seja ele portador de deficiência ou não, mas podemos perceber que o preconceito ainda é um fator que precisa ser mudado dentro da sociedade, para abrir espaço para que o portador de necessidades especiais viva com segurança, exercendo o seu papel de cidadão na sociedade, onde todos têm o direito de ir e vir, seja ele com limitações ou não, pois a criança com síndrome de down pode ingressar em uma universidade, ter sua profissão e desenvolver a sua capacidade de crescer e ser uma pessoa independente assim como qualquer outra pessoa.

3. ANALISE DOS DADOS COLETADOS

A pesquisa por amostragem realizada por meio de aplicação de questionário na Escola Municipal São Jorge em Pontal do Araguaia, Escola Interativa Coopema em Barra do Garças, escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental Paraíso da Criança em Barra do Garças, tem por finalidade identificar como as crianças portadoras de SD são incluídas nas escolas de ensino regular e se essas escolas estão preparadas para receber essas crianças portadoras dessa síndrome.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

            Foram pesquisadas 06 professoras em 3 escolas onde os mesmos responderam um questionário com 11 perguntas sobre a inclusão de crianças com Síndrome de Down no ensino regular com as seguintes perguntas: Há quanto tempo você trabalha com crianças especiais? E quantas crianças com SD você tem em sua sala? Uma respondeu que trabalha há 3 anos e que tem 1 criança com SD totalizando 16,67 %; uma respondeu que trabalha há 15 anos e tem 2 crianças com SD em sua sala totalizando 16, 67 %; uma respondeu que trabalha há um 1 ano e tem 1 criança com SD em sua sala totalizando 16, 67%; 01 respondeu que trabalha há 2 anos e tem 1 crianças com SD e 2 professoras responderam que trabalha há 06 anos sendo que uma delas tem uma criança em sua sala e a outra tem 02 crianças em sua sala totalizando 33,32%. Como você identifica uma criança com Síndrome Down? 01 respondeu que identifica as crianças com SD como alguém que tem alguma deficiência mental, mas que pode aprender totalizando 16,67%; E 05 responderam que em geral fazem essa identificação pelas principais características físicas totalizando 83,33%. Se fala muito na questão da inclusão. Você acredita que o processo de inclusão está acontecendo nas escolas e na sociedade? 04 responderam que sim totalizando 66,67% e 02 responderam que não totalizando 33,33%. Existe alguma atividade que você recomenda para crianças com Síndrome de Down que contribua para o seu desenvolvimento cognitivo? Qual? 06 responderam que sim totalizando 100% sendo que 05 recomendaram atividades recreativas e jogos pedagógicos totalizando 83,33% e uma recomendou que se trabalhe as mesmas atividades que são desenvolvidas com as crianças ditas normais totalizando 16,67%.

            Você usa recursos pedagógicos adaptados para crianças com Síndrome de Down? 06 responderam que sim totalizando 100% sendo que 04 afirmaram usar jogos pedagógicos totalizando 66,66% uma afirmou trabalhar com música, contação de histórias, jogos entre outros totalizando 16,67% e uma afirmou trabalhar com recursos pedagógicos como: tinta guache, pincel, lápis de cor entre outros totalizado 16,67%. Você possui formação na área de Educação Especial? 02 responderam que sim totalizando 33,33% e 04 responderam que não totalizando 66,67%. Você percebe alguma dificuldade na criança com Síndrome de Down com relação à socialização? 04 responderam que sim totalizando 66,67% e 02 responderam que não totalizando 33,33%. Que tipo de atividades você realiza em sua sala de aula para que a criança com Síndrome de Down se socialize? 01 respondeu que trabalha com música, dinâmica e jogos em grupo totalizando 16, 67% uma não respondeu totalizando 16,67% 02 responderam que trabalha com atividades em grupo, jogos, brincadeiras e danças totalizando 33,32% 01 afirmou trabalhar com as mesmas atividades que são aplicadas as outras crianças consideradas normais totalizando 16,67% e uma respondeu que realiza atividades que envolvam historinhas e dinâmicas totalizando 16,67%. Você se sente constrangida com a presença de uma criança com necessidade especial em sua sala de aula 06 responderam que não totalizando 100%. A escola demonstra preocupação com a criança com Síndrome de Down? 06 responderam que sim totalizando 100%. Você concordaria que na sua sala tivesse um apoio pedagógico? 06 responderam que sim totalizando 100%.

            Finalizada a pesquisa percebe-se que o processo da inclusão e uma realidade nas escolas de ensino regular, mas que precisa ser mais desenvolvida proporcionando o bem estar dos educandos que ingressam nessas instituições.

5-CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nessa pesquisa foi possível identificar que as professoras já possuem experiência pratica no trabalho com crianças com Síndrome de Down apesar de somente duas terem formação na área da Educação Especial, a maioria delas reconhecem as crianças com SD pelas características físicas e acredita de certa forma que o processo da inclusão está acontecendo nas escolas e na sociedade apesar do mesmo precisar ainda de passar por algumas mudanças.

As educadoras disseram trabalhar com recursos e jogos pedagógicos, musica, historinhas, danças, atividades em grupo e dinâmicas afirmando que os mesmos contribuem para o desenvolvimento cognitivo e motor da criança com Síndrome de Down demonstraram compromisso e preocupação com o trabalho desenvolvido com as crianças com Síndrome de Down concordando que o desenvolvimento dessas crianças seria muito mais satisfatório se tivesse um apoio pedagógico para acompanhá-las 

Verificou-se que os professores trabalharam as atividades recomendadas por eles mesmos de maneira expressiva facilitando a aprendizagem do educando e visando o aprimoramento cognitivo e motor da criança promovendo a sua autonomia e o seu potencial apesar do grande desafio que é a inclusão a instituição proporcionou a participação de todos os alunos sejam eles crianças consideradas normais ou com Síndrome de Down respeitando as limitações de cada um.

Finalizando a pesquisa pode se concluir que tantos os professores como a instituição reconhecem o verdadeiro sentido da inclusão mesmos dentro dos desafios que a mesma apresenta fazendo com que haja uma sociedade mais generosa compreensiva e fraterna com essas crianças.

6-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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MANTOAN, M. T. E. Contribuições da pesquisa e desenvolvimento de aplicações para o ensino inclusivo de deficientes mentais. In: ID. (org.). A integração de pessoas com deficiência. São Paulo: Memnon, 1997.

PUESSHEL Siegfried M. / organizador; tradução Lucia Helena Reily Síndrome de Down: Guia de pais e educadores. – Campinas, SP: papirus, 1993. – (Série Educação Especial).

VOIVODIC, Maria Antonieta. Inclusão Escolar de crianças com Síndrome de Down. Petrópolis, RJ: vozes 2004.