IMPORTÂNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO PARA O RECÉM-NASCIDO E PARA A MÃE: REVISÃO INTEGRATIVA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10963208


Josafá de Souza1; Fabiane Kronbauer2; Elisiane Adiers3; Tainara Caroline Wiedemann4; Daniel Soares Tavares5


Resumo

Objetivo: Identificar produções que evidenciam a necessidade do aleitamento materno exclusivo para a mãe e para o recém-nascido. Método: Revisão integrativa realizada na base de dados LILACS, tendo sido selecionados 14 artigos dos períodos de 2020 até 2023. Resultados: Com base na análise, observou-se que os artigos selecionados, apresentaram resultados positivos e benefícios em relação à saúde da mulher e do recém-nascido em consequência da prática do aleitamento materno exclusivo. Conclusão: As amostras científicas analisadas possibilitaram reunir estudos que avaliaram a importância do aleitamento materno exclusivo nas três grandes regiões brasileiras, Nordeste, Sudeste e Sul. As variáveis quanto os conflitos e problemáticas encontradas ocorrem devido às diferentes regiões pesquisadas, à diferença de costumes e culturas    e ao tipo de assistência prestada. Os principais obstáculos encontrados foram referentes a falta de uma assistência profissional de saúde capacitada para acompanhar e orientar a mulher, enquanto gestante e puérpera, no sentido de transmitir os conhecimentos necessários para que a prática do aleitamento materno seja eficiente, segura e duradoura.

Palavras-chave: Aleitamento Materno Exclusivo. Enfermagem.

Abstract

Objective: Identify productions that highlight the need for exclusive breastfeeding for the mother and newborn. Method: integrative review carried out in the LILACS database, with 14 articles selected from the periods from 2020 to 2023. Results: based on the analysis, it was observed that the selected articles presented positive results and benefits in relation to women’s health and of the newborn as a result of exclusive breastfeeding. Conclusion: The scientific samples analyzed made it possible to gather studies that evaluated the importance of exclusive breastfeeding in the three large Brazilian regions, Northeast, Southeast and South.

The variables regarding conflicts and problems found occur due to the different regions researched, the difference in customs and cultures and the type of assistance provided. The main obstacles encountered were related to the lack of professional health assistance trained to monitor and guide women, as pregnant and postpartum women, in order to transmit the necessary knowledge so that the practice of breastfeeding is efficient. , safe and long-lasting.

Keywords: Breast-feeding Exclusively. Nursing.

INTRODUÇÃO

O aleitamento materno exclusivo é preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde do Brasil (MS), priorizando que crianças com até seis meses de vida, devem ser alimentadas exclusivamente com leite materno, pois é comprovadamente uma das práticas mais saudáveis ao neonato e à puérpera. Para tanto, a qualidade da prestação das orientações e a realização deste processo é imprescindível. (BRASIL, 2013; Ministério da Saúde. Organização mundial da saúde).

Durante a evolução histórica, a amamentação no período escravista não era considerada algo natural, as crianças que nasciam eram amamentadas pelas mulheres escravas denominadas “amas de leite”, consequentemente não havendo vínculo entre mãe e filho. No Brasil, a prática de amamentação começou a ser incentivada ao final do século XIX, onde estudos realizados demonstraram os riscos sobre a amamentação cruzada, e mitos sobre a existência de tipos de leite, leite forte ou leite fraco, que acabam interferindo até hoje na prática de aleitamento. (NEPOMUCENO, C.M.A, et al, 2021.)

Apesar da amamentação ser um processo fisiológico natural, essa muitas vezes precisa ser aprendida, para que se mantenha exclusiva no período desejado, devido sua enorme importância na redução da morbimortalidade infantil. Nesse contexto, os profissionais de saúde são fundamentais na promoção e apoio à amamentação, que realmente efetiva-se após a alta hospitalar, onde serão repassadas às mulheres orientações sobre técnicas e o manejo correto relacionados ao aleitamento materno, bem como o enfrentamento das dificuldades que vão aparecer durante esta fase. (NEPOMUCENO, C.M.A, et al, 2021.)

Para subsidiar o desenvolvimento de políticas e estratégias neste contexto, tem-se por objetivo principal, apontar e ressaltar, a importância do aleitamento materno exclusivo para o vínculo materno infantil e qualidade de vida mãe-bebê, perpassando as dificuldades enfrentadas pelas puérperas.

METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão integrativa, tendo como foco a análise da produção científica sobre a avaliação da importância do aleitamento materno exclusivo. A pesquisa bibliográfica foi realizada por meio da busca manual, com pesquisadores independentes, na base de dados LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), as palavras chaves utilizadas para a busca foram: “Aleitamento Materno Exclusivo”, “Enfermagem”.

A revisão integrativa define o conhecimento atual sobre uma temática específica, ela é produzida de forma a identificar, analisar e sintetizar resultados de estudos independentes sobre o mesmo assunto, auxiliando na qualidade do conhecimento e práticas efetivas. A utilização de uma revisão integrativa auxilia no pensamento crítico, desenvolvimento de políticas, procedimentos e protocolos. (SOUZA, M.T, 2009.)

Perante a necessidade de assegurar ao paciente uma assistência em saúde embasada em evidências científicas, a revisão integrativa auxilia nos estudos e na busca do conhecimento sintetizando as pesquisas disponíveis sobre determinado assunto e direciona ao conhecimento científico eficaz relacionado ao mesmo. É a ferramenta mais completa na abordagem metodológica referente às revisões pesquisadas, auxiliando na compreensão total do assunto trabalhado. (SOUZA, M.T., 2009)

Foram selecionadas as amostras disponíveis na íntegra no idioma português, produzidos por autores brasileiros e publicados nos últimos 03 anos. Após leitura criteriosa dos títulos e resumos excluíram-se as duplicações e publicações cuja informações e descrições não apresentaram relevância para a presente pesquisa. Ao final deste refinamento 14 artigos compuseram a amostra atual.

Os resultados dos estudos selecionados foram organizados em uma tabela constando os seguintes dados: autor, ano, local, objetivos, método de pesquisa, participante e principais resultados de cada estudo analisado.

Estes dados serão apresentados na tabela 1.

TABELA ILUSTRATIVA 1

FONTE : Produção do pesquisador 

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A amostra final foi constituída por 14 artigos selecionados para análise final da pesquisa, todos referentes a estudos transversais, relatos de experiência, revisões integrativas, abordagens de estudos qualitativos, metodológicos e descritivos, estudos exploratórios e documentais, com foco na avaliação da importância do aleitamento materno exclusivo, publicados no Brasil.

As amostras trouxeram estudos aplicados em diversos estados como São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Ceará e Pernambuco, expressando que a orientação, informação e compartilhamento de experiências entre profissionais de saúde e puérperas é uma necessidade incontestável, pois a assistência em saúde prestada à mulher neste período torna a prática do aleitamento materno mais segura e confortável, trazendo benefícios para a mãe e ao bebê.

As dificuldades encontradas pelas puérperas em estudos aplicados no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro foram praticamente as mesmas: pressão psicológica e problemas fisiológicos que acometem as mamas nesse período, esses são apontados como os principais fatores que acarretam a descontinuação da prática do Aleitamento Materno Exclusivo. (ALMEIDA, L.M.N, et.al, 2022 e HARTMANN, M, et al, 2022.)

No Sul do Brasil, uma das pesquisas traz uma análise sobre o apoio social recebido em relação ao aleitamento materno, sob a percepção das puérperas, como ajuda primária citou-se os membros do grupo familiar a que pertencem, após destacam-se os profissionais de saúde envolvidos na assistência integral e depois a comunidade. (NEPOMUCENO C.M.A, et al, 2021.)

Para tanto, evidencia-se nos estudos a importância da rede de apoio à puérpera e ao recém-nascido, essenciais ao sucesso da amamentação, que deve ser realizada desde o início do pré-natal. Apresentou-se como a rede de apoio primária predominantemente o marido, mãe, avó e irmãs, e a rede de apoio secundária agentes de saúde, profissionais da saúde e benzedeira. Ressaltando-se a importância do apoio verbal em forma de incentivo, elogios e conversas sendo realizado tanto de forma física quanto virtual através de ligações e chamadas de vídeo. (TRONCO, C.S, et al, 2022.)

Como aspecto negativo constatou-se que a diversidade de informações contendo cuidados errôneos e sem conhecimento científico sobre o correto manejo da amamentação e práticas de cuidado, influência as decisões da mãe. (TRONCO, C.S, et al, 2022.)

Neste sentido se reforça a importância do papel dos profissionais de saúde de exercer a educação em saúde, realizando o acompanhamento das puérperas em domicílio, praticando a comunicação efetiva entre os níveis de cuidado, para o conhecimento das demandas de cada família e especificidades de cada recém- nascido, orientando quanto ao correto manejo da amamentação baseada em conhecimento científico comprovado, resultando em cuidados de qualidade ao recém e sucesso da amamentação por mais tempo.(TRONCO, C.S, et al, 2022.)

Na região sudeste evidencia-se pelos estudos a predominância de informações fornecidas no pré-natal sobre os benefícios da amamentação para o lactente, a escassez de atividades de educação em saúde na atenção às gestantes e a reprodução do modelo tradicional de educação (MACEDO, S.F.C.D, et al, 2022).

Em um estudo qualitativo aplicado em Salvador, BA, retrata que a equipe de enfermagem na prestação de uma assistência em saúde humanizada tem o dever de encorajar a mulher e a empoderar na fase do puerpério, pois diante de sua nova realidade como mãe, onde antes tinha as mamas refletindo sua imagem feminina e de sexualidade, nesta hora se depara com o processo de necessidade de nutrir, alimentar e cuidar outro ser humano. A representatividade social das mulheres puérperas sobre suas mamas, estão em sua maioria relacionadas com o tamanho e a dor que sentem nessa fase, porém reconhecem as mamas como parte importante e que necessita cuidado integral durante esse processo de aleitamento. (NEPOMUCENO, C.M.A, et al, 2021).

No entanto, quando campanhas sobre amamentação trazem ideias de liberdade e felicidade relacionadas à prática, acabam com isso não demonstrando a realidade vivenciada pelas mulheres dentre as dificuldades e obstáculos encontrados nessa fase, nesse momento há desânimo desistência do aleitamento. Albuquerque (2023) também traz a experiência em relação ao espaço para amamentação, que ainda segue como tabu entre a população, tornando a prática ainda mais difícil, pois o ato de amamentar e a exposição do seio ainda é sexualizado para muitos. (ALBUQUERQUE, T. R, et al, 2023).

Nestes cenários o enfermeiro torna-se um profissional indispensável, uma vez que tem a chance de prestar um atendimento resolutivo, podendo sanar todas as principais dúvidas das puérperas. Atendimento este que por diversas vezes acaba sendo insuficiente.

Estudos realizados por profissionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro no ano de 2020, identificaram 3 principais categorias que estariam fragilizando o atendimento em saúde prestados, sendo elas: preparo técnico insuficiente sobre aleitamento materno, falta de ações de educação em saúde, como treinamentos e capacitações e insegurança dos profissionais. Por sua vez, os profissionais relataram em contrapartida que o sistema apresenta desorganização e sobrecarga de trabalho, priorizando a quantidade ao invés de qualidade, além de falta de sistematização e excesso de pressão psicológica no ambiente de trabalho. (ZANLORENZIL, B. G, et al, 2022.)

Em um dos estudos aplicado a trabalhadoras da área de enfermagem em um hospital no Rio de Janeiro, estas relatam como problemáticas a falta de apoio dos chefes e colegas de trabalho, a necessidade de um local e tempo adequados para a mulher fazer a ordenha do leite materno e a diminuição da quantidade de leite produzida devido a fatores inerentes ao trabalho. (ALMEIDA L.M.N et al, 2022.)

Santos et al, (2022), reforça a importância profissional do enfermeiro e a responsabilidade de desenvolver intervenções centradas na individualidade de cada mulher, para minimizar fatores que podem interferir negativamente na manutenção da amamentação materna exclusiva. Destarte, é fundamental que os profissionais de saúde realizem intervenções, no intuito de favorecer os aspectos relacionados à autoeficácia em amamentar.

Conforme Hartmann e Ribeiro (2022), relatam que as mulheres expressavam conhecimento sobre o aleitamento materno exclusivo e benefícios dele. Corroborando com esses achados, estudo que avaliou o conhecimento, atitudes e práticas de mulheres em relação ao aleitamento materno exclusivo revelou que para a maioria das entrevistadas o leite materno garante benefícios para o bebê, como crescimento e desenvolvimento, aumento da imunidade e da inteligência e fortalecimento do vínculo entre mãe e bebê. Além disso, reconhecem que o aleitamento materno exclusivo auxilia na diminuição dos sangramentos pós-parto, anemia e morte materna.

Do mesmo modo Santos (2022) em seu estudo cita a importância da atuação do profissional de enfermagem na intervenção de estimular o vínculo entre mãe e filho a partir da primeira hora de vida através do aleitamento materno. Estas intervenções garantem otimização da recuperação materna, fortalecimento de vínculo entre mãe e filho e redução de riscos para morbimortalidade do recém-nascido, desenvolvendo-se a orientação, demonstração e avaliação em todo processo.

Nos resultados apresentados se evidenciam déficits no quesito prescrição, registro e desenvolvimento de ações com foco na adesão e orientações sobre a amamentação, acarretando complicações que implicam no desmame precoce, são estas: ausência da conscientização sobre os benefícios da amamentação, pega incorreta, delimitação de tempo das mamadas, posicionamento correto, massagem das mamas e orientação para evitar o uso de chupetas. Ademais há outros fatores que implicam para o sucesso da amamentação são estes: fatores culturais, emocionais, espirituais e sociais. (SANTOS, O.S, et al, 2022.)

Conforme Macedo (2022) dados apontam que o aleitamento materno exclusivo no Brasil chega somente à 38,6% e que o número de mães e recém- nascidos que foram estimuladas em sua primeira hora de vida chega somente 48% mesmo com o conhecimento dos profissionais sobre os benefícios deste momento de contato pele a pele.

Foram apresentadas em sua pesquisa relatos de usuárias citando a escassez de atividades educativas de atenção às gestantes no pré-natal, e de que uma porcentagem acima de 63% das puérperas não receberam orientações sobre amamentação no pré-natal, relatando o uso de ensinamentos obsoletos com posturas autoritárias por parte dos profissionais que realizam seus acompanhamentos, e a reprodução do modelo de assistência biomédico, desconsiderando as dúvidas e dificuldades de cada família, desconstruindo o modelo ideal de promoção à saúde. Indicando-se assim o desprovimento de uma educação em saúde de qualidade para a gestante e sua rede de apoio. (MACEDO, D.C.F.S, et al, 2022.)

Deste modo denota-se a necessidade do desenvolvimento de práticas de educação em saúde que incluam a mãe e sua rede de suporte desde o início da gestação, com profissionais capacitados e sensibilizados para a atenção pré-natal, incluindo a classe de enfermeiros que participam ativamente destes processos, devendo atuar de modo a abranger toda informações essenciais deste período, atentando as dúvidas e necessidades de cada família, se apropriando de todas as ferramentas possíveis, com uso de tecnologias educativas, para otimizar o processo de educação, visto que esta assistência irá impactar diretamente na qualidade de vida materna e infantil e na prevenção de complicações futuras.(MACEDO, D.C.F.S, et al, 2022.)

Afirma ainda Hartmann e Ribeiro (2022), o gerenciamento do grupo por profissionais de saúde agrega credibilidade e confiança acerca das informações compartilhadas, apontam o potencial de grupos virtuais, como instrumento educativo, de transformar e empoderar as mulheres, uma vez que nesses espaços há promoção à amamentação, compartilhamento de informações e auxílio em momentos de dúvida e de conflito. A partir das ações educativas, o suporte do grupo virtual constituiu um instrumento facilitador das relações interpessoais, de troca de experiência e de aprendizagem coletiva.

Os autores avaliaram a confiabilidade das escalas para evidenciar a Teoria Interativa de Amamentação, que postula um construto de amamentação complexo e multidimensional que pode levar a múltiplas perspectivas sobre o processo, logo tais experiências são dependentes do processo de conhecimentos e crenças das participantes na validação. (PRIMO, C.C, et al, 2023.)

Além disso, discorre sobre trocas e interação entre mãe e criança durante a amamentação que fortaleceram a autoconfiança e trouxeram satisfação às mulheres e os fatores negativos dessa experiência. Dessa forma as principais vivências negativas foram assinaladas como: a demanda constante da criança pelo peito e a insegurança quanto à capacidade de produzir leite suficiente, uso de mamadeiras e chupetas altera o comportamento relacionados ao posicionamento e padrão de sucção. as experiências relacionadas à amamentação vivenciadas pela mãe em seu contexto familiar, as quais influenciam diretamente na qualidade e na duração da amamentação (PRIMO, C.C, et al, 2023.)

Fernandes (2022), concorda que amamentar vai além de alimentar e nutrir. É um sistema dinâmico de interação do binômio, mãe-bebê, e proporciona segurança alimentar, promove saúde e bem-estar, em curto e longo prazos, e é capaz de impactar o desenvolvimento cognitivo e emocional de ambos.

Observou-se que a ferramenta de avaliação LATCH, embora muito utilizada na prática clínica dos profissionais de saúde no estado de São Paulo, ainda não faz parte do cotidiano dos enfermeiros em outras regiões. Tal ferramenta tem como objetivo de auxiliar os profissionais de saúde na avaliação das técnicas de amamentação e identificar situações nas quais é necessária uma intervenção a fim de melhorar o atendimento ao binômio mãe-bebê, e foi apontada em apenas um estudo demonstrando uma lacuna de informação quanto à mesma. (GRIFFIN, C.M, et al, 2022.)

A descrição das experiências sobre a Indução da Lactação (IL), trazem luz a diversos estigmas do construto da amamentação, o qual caracteriza-se como: processo pelo qual uma mulher não puerperal é estimulada para que suas mamas estejam, fisiologicamente, aptas para a lactação. Contudo exige qualificação dos profissionais que atuam na área, assim como o compartilhar de experiências sobre temas que ainda não foram investigados com métodos robustos de pesquisa. (FERNANDES, L.C.R, et al, 2022.)

Entretanto, tal abordagem faz referência a necessidades de um abordagens pedagógicas sobre a relevância da amamentação; estratégias para a manutenção da produção láctea; informações sobre a extração manual do leite ou com bomba extratora; o oferecimento de folhetos educativos, bem como a identificação na família de pessoas que possam auxiliar a mulher, para que mãe e filho posam juntos construir uma relação sólida de cuidado e desenvolvimento. (FERNANDES, L.C.R, et al, 2022.) Ao discernir os fatores que dificultam o aumento das taxas de Aleitamento Materno Exclusivo (AME) e levam ao desmame precoce, o artigo apontou os seguintes fatores: despreparo de profissionais de saúde para acolher o aleitamento materno da rotina intra-hospitalar; introdução precoce de fórmula láctea; algia ao amamentar ou presença de lesão mamária; insegurança materna ou experiência pregressa negativa, prematuridade e falta de apoio dos familiares. (FERNANDES, L.C.R, et al, 2022.)

Para além da técnica, o plano de cuidados estabelecido precisa ser compreendido e fazer sentido para a mulher e a família, principalmente, para a mulher. Ademais, as habilidades e o conhecimento em amamentação não devem ser exclusividades de especialistas, considerando-se a relevância de seu impacto na saúde da população. Logo a formação dos profissionais de saúde deve vislumbrar que a promoção e o apoio à amamentação sejam garantidos no pré-natal, no atendimento hospitalar ao parto, nascimento e puerpério e na continuidade do cuidado em atenção básica à saúde em todos os estabelecimentos vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS). (FERNANDES, L.C.R, et al, 2022.)

Cerca de 58% das puérperas desenvolvem lesão mamilo-areolar, o que representa uma alta incidência. O trauma mamilar é caracterizado por presença de alteração na pele do mamilo, que pode estar associada a mudanças na cor e/ou espessura do tecido cutâneo, ou à presença de solução de continuidade, podendo ser classificada como lesões elementares primárias (eritema, equimose, hematoma, vesícula e bolha) ou secundárias (edema, fissura, erosão, escoriação e ulceração). Tais lesões podem persistir, em média, por sete dias após o parto, e seu tempo de reparação tecidual pode durar de uma a duas semanas (SILVA, J.I, et al. 2022).

Os produtos como pomada de camomila, a fotobiomodulação com laser de baixa potência, o mil-folhas (sachê do chá de mil-folhas aplicado diretamente no mamilo e aréola e o chá na lavagem das mamas), o leite materno e o mel, foram analisados à luz do método científico, quanto a eficácia na reparação tecidual e analgesia local. (SILVA, J.I, et al. 2022).

A lanolina demonstrou eficácia na diminuição das lesões, melhora da dor e redução na incidência de novas lesões, porém, não houve diferença estatística que reforçasse seu uso de forma preventiva. A pomada de camomila apontou maior eficácia na redução da intensidade da dor mamilar comparada à pomada de lanolina. O uso tópico do sachê do chá de mil-folhas resultou em uma significativa melhora na diminuição da lesão e da dor, quando comparada ao uso do leite materno. Mas também, há importante regressão da gravidade da fissura, tanto do mil-folhas fervido quanto do leite materno e do mel. A aplicação da fotobiomodulação com laser de baixa potência vem se mostrando consideravelmente efetiva como anti-inflamatório e atuante na reparação tecidual de feridas. (SILVA, J.I, et al. 2022).

No Brasil a licença maternidade garante a nutriz empregada quatro meses de licença maternidade para setores privados e de seis meses para servidoras do setor públicos, somado a dois intervalos de trinta minutos durante a jornada para possibilitar a amamentação. (ALMEIDA, L.M.N, et al, 2022.)

CONCLUSÃO

A análise das amostras científicas possibilitou reunir estudos que avaliaram a importância do aleitamento materno exclusivo nas três grandes regiões brasileiras, Nordeste, Sudeste e Sul. As variáveis quanto os conflitos e problemáticas encontradas ocorrem devido às diferentes regiões pesquisadas, à diferença de costumes e culturas e ao tipo de assistência integral à saúde realizada pelos profissionais da área.

Os estudos demonstram que conhecimento limitado sobre o aleitamento materno por parte da mãe e da família, a experiência prévia com amamentação, não ter recebido orientação em grupo e consultas e a baixa autoeficácia que a mulher apresenta no ato de amamentar pode prejudicar todo o processo de aleitamento.

Pode-se observar após os estudos que uma das fragilidades encontradas de modo geral foi referente aos profissionais de saúde não estarem completamente capacitados, de forma teórica e prática para trabalhar com o aleitamento materno. A melhora no ensino e cursos de aperfeiçoamento sobre esse assunto, resultam em equipes multiprofissionais mais qualificadas e comprometidas com a saúde materno- infantil.

A amamentação exclusiva é um processo que deve ser extremamente valorizado e incluído em todas as consultas da gestante, de modo a conscientizá-la dos benefícios para a mulher e para o bebê durante este período. Toda a equipe multiprofissional, precisa compreender a prática de amamentar como um processo dinâmico e biopsicossocial, bem como as dificuldades encontradas durante essa fase, prestando assistência integral em relação ao aleitamento materno exclusivo e sua importância.

REFERÊNCIAS

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1Graduando de Enfermagem pela Faculdades Integradas Machado de Assis – FEMA. Santa Rosa (RS), Brasil. E-mail: jozafa1995@gmail.com

2Graduanda de Enfermagem pela Faculdades Integradas Machado de Assis- FEMA. Santa Rosa (RS), Brasil. E-mail: krfabiane@gmail.com

3Graduando de Enfermagem pela Faculdades Integradas Machado de Assis – FEMA. Santa Rosa (RS), Brasil. E-mail: adierselisiane@gmail.com

4Graduanda de Enfermagem pela Faculdades Integradas Machado de Assis – FEMA. Santa Rosa (RS), Brasil.E-mail: tainaracaroline33@gmail.com

5Mestre em saúde materno-infantil pela UFN e professor do curso de graduação em Enfermagem da FEMA Santa Rosa. E-mail: daniel_tavares_ctg@yahoo.com.br