IMPLICAÇÕES DA AÇÃO ATIVA DAS FAMÍLIAS NA EDUCAÇÃO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.6799471


Autoria:
Fabrine Verdi de Oliveira Silva da Rosa
Prof. Dr. Mário Marques Durão


RESUMO

A família é a o primeiro grupo social que a criança tem contato e com ela aprende as primeiras ações de ordem comportamental e social. Nesse sentido, é fundamental que as famílias saibam da importante responsabilidade que possuem no desenvolvimento integral da criança.

A investigação recente tem o objetivo caracterizar a participação ativa das famílias na educação das crianças do Centro de Educação Infantil Emília Floriani de Oliveira de Brusque SC e sua contribuição para o fortalecimento de práticas efetivas no desenvolvimento integral dessas crianças. Por meio do método qualitativo o estudo abrange os educadores da instituição escolhida e também aos pais ou responsáveis pelas crianças inseridas na instituição.

No desdobrar metodológico definido desde no inicio evidenciou-se que elaborar questões de igual responsabilidade para os pais e educadores nos daria uma visão de cada instituição conforme o entendimento de ambas sobre a participação ativa da família na escola.

Os resultados mostraram à conscientização dos pais sobre a importante responsabilidade que os mesmo tem em relação o processo de desenvolvimento escolar das crianças, e da mesma forma capacitar os educadores para sejam empáticos com as famílias e tenham sensibilidade e criatividade para juntos com equipe gestora atrair as famílias cada vez mais para a participação ativa na educação de suas crianças no meio escolar.

Palavras-chave Educação, Família, Parceria.

ABSTRACT

The recent investigation aims to demonstrate the active participation of families in the education of the children from Centro de Educação Infantil Emília Floriani de Oliveira, in Brusque (SC), and their contribution to strengthen the pedagogical practices related to children development. The study embraces the teachers and the parents or guardians from the mentioned child education center and uses qualitative methods for research.

The family is the first social group the child has contact with and learns from it the first behavioral and social actions. In this sense, it is essential that families know the important responsibility they have in the integral development of the child.

Through the methodology defined from the beginning, it became evident that elaborating issues of equal responsibility for parents and educators would provide a view of each institution according to the understanding of both about the active participation of the family in the school.

The expected results will be related to the important responsibility the parentshave withthe children development process, and also will enable educators to be empathetic with families and have sensitivity and creativity to increasingly attract families to an active participation in the education of their children in the school environment through a partnership with the management team.

Keywords Education, Family, partnership

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 01 Distribuição da amostra em função da idade dos pais ou responsáveis.

Figura 02 Distribuição da amostra por nível de escolaridade dos responsáveis.

Figura 03 Idade da criança inserida no CEI.

Figura 04 Amostra da participação nas ações educacionais da criança pelos responsáveis.

Figura 05 Distribuição da amostra dos profissionais do CEI que os responsáveis conhecem.

Figura 06 Amostra da participação da família na vida escolar da criança.

Figura 07 Amostra da frequência com que a família participa na vida escolar da criança.

Figura 08 Participa na vida escolar da criança. Indique quando.

Figura 09 Amostra que analise qual a importância da parceria dos pais na escola.

Figura 10 Destes órgãos de participação da família quais vocês conhecem.

Figura 11 Distribuição da amostra no que diz respeito à participação das famílias na escola, considera de forma geral.

Figura 12 Amostra que responde se é possível apontar melhorias nesta parceria.

Figura 13 Sente abertura por parte da escola para propor melhorias.

Figura 14 Temas importantes a serem debatidos para garantir o futuro desta parceria.

Figura 15 Amostra em função da Idade.

Figura 16 Amostra quanto a experiência profissional na área.

Figura 17 Amostra da distribuição da analise que o educador faz da importância da parceria da família na escola.

Figura 18 A avaliação do professor a participação da família.

Figura 19 Amostra quanto a possibilidade de apontar melhoria nesta parceria.

Figura 20 Distribuição da amostra quanto a temas importantes a serem debatidos para garantir o futuro desta parceria.

Figura 21 Avaliação da participação da família no cotidiano da escola.

Figura 22 Em relação à participação dos pais no cotidiano escolar, como você percebe?

Figura 23 Considera que a escola da abertura para que as famílias possam propor melhorias?

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 01- Temas que gostaria que fosse debatido na escola.

Tabela 02- Tema sugerido pelos professores para futuras reuniões de pais.

ÍNDICE

INTRODUÇÃO.

CAPÍTULO 1: MARCO TEÓRICO.

1.1 FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA PARTICIPAÇÃO ATIVA DAS FAMÍLIAS NA EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL.

1.1.1 O desenvolvimento da criança da educação infantil……………………………….

1.1.2 A educação infantil no Brasil……………………………………………………………………..

1.1.3 A família no desenvolvimento da criança da educação infantil…………………………………………………………………………………………………………….

1.2. A FAMÍLIA COMO INSTITUIÇÃO………………………………………………………….

1.2.1 O Conceito de Família……………………………………………….…………………..

1.2.2 As transformações da família na atualidade……………………….…………………

1.3. RELAÇÃO FAMÍLIA ESCOLAR……………………………………………………………

1.3.2 A Participação da família no Contexto Escolar………………………………………

.1.3.3 Gestão Democrática…………………………………………………………………….

1.3.4 Projeto Político Pedagógico………………………………………………………………………

1.3.5 Conselho Escolar…………………………………………………………………………………….

CAPÍTULO2: METODOLOGIA……………………………………………………………………………………

2.1 Enfoque metodológico………………………………………………………………………………..

2.1.2 Tipo de estudo…………………………………………………………………………………………

2.1.3 Descrição do contexto dos participantes ou população e o período em que a pesquisa foi realizada……………………………………………………………………………………….

2.1.4 Estudo……………………………………………………………………………………………………

2.1.5 Descrição da coleta de dados……………………………………………………………………

2.1.6 Considerações éticas……………………………………………………………………………….

CAPÍTULO 3: RESULTADOS E DISCUSSÃO……………………………………………………

3.1 A pesquisa……………………………………………………………………………………………….

3.1.2 Coleta e Mensuração dos dados………………………………………………………………..

3.1.3 Distribuição da amostra com as familias da participação ativa da família na educação………………………………………………………………………………………………………..

3.1.4 Distribuição da amostra de dados segundo os professores do CEI sobre o tema a participação ativa da Família na escola………………………………………………………..

3.1.5 Discussão……………………………………………………………………………………………….

3.1.6 Resultados…………………………………………………………………………………………….

CONCLUSÕES.………………………………………………………………………………………………

REFERÊNCIAS.……………………………………………………………………………………………..

ANEXOS.……………………………………………………………………………………………………….


INTRODUÇÃO

A família tem o dever de educar e orientar crianças e adolescentes, sendo esta a função prioritária e antecede a qualquer outra instituição. De acordo com a constituição federal Art. 229. “Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores”(…). A família tem a função de ensinar valores básicos, como, o respeito ao próximo, a ser ético e moral, ou seja é dever da família prepará-los para ampliar seu convívio de tal forma que estes valores facilitem no processo de aprendizagem.

Na escola a criança desenvolve sua capacidade de convívio em um contexto mais amplo, os ensinamentos são sistemáticos e contínuos. Nas instituições de ensino as crianças deixam de ocupar um lugar de destaque como o que ocorre no meio familiar e tornam-se mais um na comunidade escolar. Neste momento uma nova aprendizagem se inicia em que eles experimentam a igualdade como quando percebem que as regras valem para todos e aprendem a lidar com a diversidade presente, neste e em outros ambientes coletivos, como por exemplo, ao conviverem com pessoas que possuem outras religiões, etnias, opções sexuais, etc. Nesse contexto Davies, Marques e Silva (1997,p. 66), falam de “estreitar a relação entre escola e as famílias na tentativa de aproximar os diferentes capitais culturais e reduzir a descontinuidade entre o saber local, o saber nacional e o saber de classe”. Dessa forma no âmbito escolar, a socialização ocorre de maneira diferente daquela que acontece no seio familiar, consistindo no ensino de conhecimentos e no desenvolvimento de valores sociais ou coletivos. A criança tem a oportunidade de aprender a viver em uma sociedade democrática.

Embora as duas instituições família e escola tenham particularidades, uma depende da outra para que a criança possa se desenvolver integralmente e plenamente. É imprescindível estar conectadas e principalmente conhecer-se mutuamente, os autores Davies, Marques e Silva, (1997.p.25), enfatizam que “quando os valores da escola coincidem com os valores das famílias, quando não há rupturas culturais, a aprendizagem ocorre com mais facilidade”, entretanto não ha como coincidir tais valores familiares em sua totalidade nas escolas, sendo que muitas famílias não tem a prática diária de incentivar valores básicos, por estarem demasiadamente ocupadas e depositam na escola esta função. Da mesma forma não se pode garantir que não haja rupturas culturais no âmbito escolar, devido à imensa diversidade cultural que é vivenciada dentro das instituições de ensino, pelo número de cada vez maior de estrangeiros e de crianças de estados diferentes mesmo sendo da mesma federação.

Segundo Chalita (2001, p. 17)

É nela (família) que se forma o caráter. Qualquer projeto educacional sério depende da participação familiar: em alguns momentos, apenas do incentivo; em outros, de uma participação efetiva no aprendizado, ao pesquisar, ao discutir, ao valorizar a preocupação que o filho traz da escola. Por melhor que seja uma escola, por mais bem preparados que estejam seus professores, nunca vai suprir a carência deixada por uma família ausente.

Sendo comprovado pela psicologia do desenvolvimento humano, que o caráter se forma na família, é primordial que esta família esteja alinhada a escola e seus preceitos. Davies, Marques e Silva (1997, p. 66) falam do incentivo dos pais aos filhos na escola, “o incentivo, é só por si, relevante, pois transmite aos filhos a importância atribuída a frequência da escolar”, a família tem um papel fundamental de participação na vida escolar das crianças, durante todo o processo de aprendizagem, seja através do incentivo, e da mesma forma estando presente no ambiente escolar, em eventos, reuniões e por interesse no processo de ensino de seu filho.

Portanto, é essa educação partilhada que constrói o caráter do cidadão consciente que buscamos ter hoje em nossa sociedade, pois a educação inicia na relação familiar e perpassam pela escola demonstrando seus reflexos em toda a sociedade.

Cada instituição seja ela sistematizada como a escola ou informal como a famílias possuem um papel fundamental de construir cidadãos mais críticos, com empatia, criativos, resilientes, preocupados com o meio ambiente e com o futuro da humanidade, éticos e moralmente formados. Tão pouco, nenhuma cumprirá sozinha tal função, mesmo distintas entre si, família e escola se completam nesta missão de formar cidadãos conscientes de seu papel na sociedade.

Espera-se que família e escola tenham os mesmos objetivos e que de forma simultânea, proporcionem a criança uma aprendizagem de qualidade e que venha auxiliar no desenvolvimento de cidadãos críticos e capazes de enfrentar, resolver situações de conflitos e complexidades que surgirão ao longo de sua tragetória de vida.

Quando falamos da participação da família na vida escolar dos estudantes de modo geral, nos preocupamos de como está ausência na ação ativa por parte da família pode acarretar dificuldades durante o processo de desenvolvimento e na aprendizagem. E se refletirmos especificamente na ausência desta participação no segmento da educação infantil, isso tem um proporção ainda maior.

É no espaço escolar que acontece a interação entre as crianças, educadores e os saberes elaborados, como assinalam Puentes, Aquino e Neto (2009), “saberes necessários a docência”. Sejam eles os saberes de experiências, saberes da área de conhecimento, pedagógicos e didáticos. Conceitua-se espaço escolar, como lugar mais apropriado para efetivar o processo educativo, embora o conhecimento esteja disponível em vários espaços e instrumentos e atualmente na palma de nossas mãos. Estes espaços estão ainda mais próximos das crianças e adolescentes e a escola precisa evoluir e utilizar destes meios, não para competir com a tecnologia e sim aplicar novos conhecimentos utilizando de forma pedagógica tudo que possa agregar nas aulas e torná-las mais significativas.

As creches e as pré-escolas são responsáveis pelo acolhimento, cuidado e, orientação das crianças pequena, sendo estas ainda mais dependentes emocionalmente dos pais. Becker (2012, p. 150), relata que “na epistemologia genética, razão e emoção jamais se separam. Também não se confundem. Elas constituem duas faces irredutíveis da atividade cognitiva humana”, o que nos leva a refletir sobre a participação da família de crianças pequenas nas instituições de ensino, sabendo que a emoção e a razão são vivenciadas pela criança, e por que não ressaltar também pelos país, quando inserem seus filhos pequenos nas creches e juntos sofrem esta separação necessária.

A criança considera o desconhecido algo difícil de aceitar ela sente medo, insegurança, chora, fica nervosa e aflita, principalmente quando separada dos pais. Por outro lado, os profissionais de Educação Infantil necessitam interagir com os pais, despertando assim, o interesse de torná-los parceiros da escola, do filho e dos educadores que atendem esta criança.

Quando iniciamos em um emprego novo ou mesmo uma mudança de curso, cidade, casa, etc, é comum que tais mudanças nos gerem insegurança e ansiedade em qualquer idade, para as crianças na Educação Infantil, esse processo é ainda mais intenso. Saindo de sua zona de conforto, os pequenos se veem em um ambiente grupal, sistemático diferentes das de casa, são estimulados a participar de atividades incomuns ao seu dia a dia e passam a conviver com outras crianças e adultos inicialmente estranhos. Este período é conflitante para as crianças e para os pais, que tal como seus filhos se sentem inseguros e ao mesmo tempo incapazes de resolverem sozinha esta situação, devido à necessidade de deixar seu filho na creche para buscar o sustento de sua família.

Neste momento a escola precisa demonstrar empatia pelo momento que a família esta vivenciando, uma parceira igualitária entre família e escola, proporcionando segurança, confiança tanto para os pais quanto para as crianças e respeitando o tempo de adaptação de cada uma. No Brasil o governo nacional percebendo a importância do pleno desenvolvimento da criança, implementou a Lei 11.770/8 que instituiu o “Programa Empresa Cidadã”, destinado a prorrogar por mais sessenta dias a licença maternidade das mães, que antes era de quatro meses promovendo assim que as mães possam prover aos seus filhos com um tempo maior e de qualidade sem a perda do emprego. Esta lei, ampliou os laços afetivos maternais e diminuiu o impacto da separação entre as mães e seus bebês. É esta mesma visão afetiva e cuidadosa que profissionais da educação infantil demandam ter de empatia com os familiares e com as crianças que iniciam neste processo de aprendizagem em um ambiente novo e desafiador.

As instituições de educação infantil têm um papel primordial na vida da criança, inserindo-a no ensino formal, de forma lúdica, através de brincadeiras, jogos, brinquedos e atividades psicomotoras, a criança aprende e se desenvolve plenamente e coletivamente na interação com outras crianças e adultos. Promovendo uma adaptação da criança de forma lúdica e empática com os pais a escola torna este momento de mudança mais conotável possível para todos. Portanto não ha como trabalhar a educação plena e o desenvolvimento integral da criança sem a participação da família.

Segundo a LDB no Artigo 2º- dispõe que a educação é “dever da família e do Estado”. Nessa concepção, a lei ressalta o compromisso legal que ambas as instituições possuem em relação a formação de um cidadão letrado capaz de conviver em sociedade de forma efetiva, crítica e autônoma.

No contexto familiar Chalita (2004) expõe de forma escrita que por melhor que, seja uma escola, por mais que bem preparados estejam seus professores, nunca vai suprir a carência deixada por uma família ausente”, dentro dessa perspectiva, a família deve se esforçar em estar presente em todos os momentos da vida de seus filhos, presença que implica em envolvimento, comprometimento e colaboração, atentar para as dificuldades, não só cognitivas, mas também comportamentais.

Com as grandes mudanças sociais que ocorrem na sociedade ao longo dos anos, principalmente no seio familiar, se faz cada vez mais necessária uma relação articulada e comprometida entre as instituições família e escola. Tendo em vista, que para um desenvolvimento escolar de qualidade é fundamental a ação participativa da família no processo educacional.

A estrutura familiar está diversificada e sofre transformações com o passar dos tempos. Entretanto não significa dizer que as crianças que fazem parte de diferentes tipos de família, devem ser tratadas de maneira diferenciada em relação ao processo de ensino aprendizagem. No entanto é necessário sim, um olhar atento por parte dos profissionais de educação, de obterem sensibilidade para levar em consideração as peculiaridades de cada criança, visto que, algumas possuem mais estímulos educacionais no ambiente familiar que outras.

Os tipos de famílias como aquelas formadas somente pelo pai e filhos, a mãe e os filhos, ou avós e netos, com padrasto ou madrastas em fim, não podem e não devem ser argumentos para o sucesso ou não da criança no processo de aprendizagem, a diversidade familiar precisa ser considerada, mas com o objetivo de auxiliar tanto a criança quanto a família a participar de todo este processo educacional. Estruturas familiares diversificadas, que fogem da expectativa daquela família de embalagem de margarina, podem servir para proporcionar novos conhecimentos, experiências diversificadas e agregar a interação entre as crianças. Familiais só de mãe, ou só de pai, ou de avós, tios, etc, independente de sua formação, são fundamentais e fazem parte da história da criança. As possíveis dificuldades de aprendizagens que são vistas em salas de aula devem ser observadas e analisadas a fundo, antes de se expor qualquer pré julgamento que se referencie a família, não expondo está como a única responsável pelo fracasso ou não da criança no âmbito escolar.

A escola visa o pleno desenvolvimento educacional e social da criança, dessa maneira procura contribuir com as famílias em relação a formação dos mesmos. De acordo com Tiba (2002),“A escola percebe na criança, dificuldades e outras facetas que em casa não eram observadas, muito menos avaliadas”,deste modo tanto a escola quanto a família precisam estar em sintonia para que juntas possam solucionar as dificuldades observadas pela escola, de forma que este processo ocorra de maneira satisfatória e equilibrada, no qual todos os envolvidos tenham consciência de seus direitos, deveres e responsabilidades.

Segundo Cunha (2019, p. 22).

Da família é a responsabilidade de educar sua prole. A instituição escolar além de ser um braço do Estado, para a oferta da educação formal, representa acima de tudo, a cota de colaboração da sociedade civil organizada, na significativa tarefa de formar cidadãos. É responsabilidade da escola promover vínculos de amizade e os valores de solidariedade no ensino de cada estudante.

A educação assim como as famílias também passa por mudanças, porém alguns hábitos, costumes e até mesmo valores não mudam e serão estes que influenciarão de maneira positiva na aprendizagem. Segundo algumas pesquisas, foram constatadas que fatores socioeconômicos e familiares podem interferir no desenvolvimento escolar das crianças, todavia, se a família tem uma interação próxima com a escola, a redução destes efeitos é significativa, sendo que o comprometimento familiar em atividades fora do ambiente escola, como atividades extra classe, tenham o mesmo comprometimento com os habituais de dentro da escola.

Ressaltamos que um trabalho eficaz será resultado de todo um processo em conjunto entre a família, escola e seus colaboradores e toda a equipe gestora. Um professor sozinho em sala não tem como abraçar todos os acontecimentos, como indisciplina, ausência da família, falta de instrumentos pedagógicos entre outras situações que compõe o dia a dia de uma instituição de ensino.

Quando citamos a parceria da escola e da família incluímos a escola como um todo, onde cada um tem uma função determinada e onde todos têm o mesmo objetivo, o pleno desenvolvimento infantil das crianças ali inseridas. Este desenvolvimento será adequado com a participação de todos, ou seja, a família correspondendo em casa nas tarefas e questionamentos pertinentes como a assiduidade, participação nas aulas, no envio de materiais solicitados e na participação plena do convívio escolar.

Ha escola compete fazer uma gestão democrática, atuante e participativa. Incluindo os país e a comunidade em todo processo da instituição, sejam elas, pedagógicas como na participação dos conselhos escolares e APPs, como na construção do projeto político pedagógico. Uma escola não se constitui sem a participação de país e comunidade, para todo processo de estruturação física e pedagógica é fundamental a participação ativa.

Sobretudo existe uma necessidade urgente de mudarmos a forma de como trazemos estas famílias para a escola. Os pais estão acostumados a serem chamados somente quando ha situações problemas para serem discutidos, o que trás um desgaste para ambas as partes envolvidas. As reuniões com os pais ou responsáveis na escola não devem gerar somente em função de informá-los sobre comportamento inadequado dos filhos.

Organizar momentos de interação fora do horário de atendimento escolar para favorecer a participação dos pais, tais como, dia da família onde possam construir brinquedos e brincadeiras juntos, palestras com temas relevantes e que tragam ensinamentos sobre desenvolvimento infantil, psicologia infantil, passeios, piqueniques, feiras literárias ou de ciências, formações em grupo e coletivamente, todos estes pontos precisam ser atrativos para incentivarem estes pais a participarem do movimento escolar que acontece diariamente dentro das escolas e que pouco eles ficam sabendo ou se interessam a participarem.

A tecnologia hoje é um ponto alto para estreitar estes laços, só não podemos esquecer que grupos de rede sociais entre país e escola não podem ser mais participativos que a presença física deles na escola e com seus filhos.

Para Chalita (2004, p.20), a família tem a responsabilidade de formar o caráter de educar para os desafios da vida, de perpetuar valores éticos e morais. Os filhos se espelhando nos país e os pais desenvolvendo a cumplicidade com os filhos”,entretanto esta visão de seguir os passos e espelhar-se também acontece das crianças para com seus professores, principalmente quando a admiração, cumplicidade e efetividade entre as crianças e seus mestres.Todavia Menin (1996, p. 99), expõe que os “pais e professores são evitavelmente modelos para as crianças. Podem ser bons modelos, moralmente falando ou ruins. Em qualquer dos casos, suas ações, seus julgamentos e os valores que se exteriorizam farão parte do modo de ser das crianças”. Tão forte quanto a exposição escrita de Menin é a importância destas duas instituições na vida de uma criança, ambas podem elevar sua potencialidade, quanto sucumbir com suas dificuldades.

Por acreditar que a participação ativa da família nas ações educativas das crianças em parceria com as escolas é que foi pensado em trabalhar este tema em uma pesquisa de formato de analise qualitativo no centro de educação infantil Emília Floriani de Oliveira I da cidade de Brusque SC.

Problema

Como ajudar as famílias de crianças da educação infantil a participar ativamente na educação delas para melhorar os resultados no seu desenvolvimento?

Perguntas de investigação

5.1 Quais referências teóricas apoiam a participação ativa das famílias na educação das crianças na Educação Infantil?

5.2 De que forma a parceria escola e família podem melhorar no processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança?

5.3 Quais interferências a ausência de comprometimento familiar poderá acarretar na aprendizagem da criança?

5.4 Como desenvolver uma prática efetiva que proporcione um aprimoramento na Educação envolvendo a escola e a família?

Objetivo geral

Caracterizar a participação ativa das famílias na educação das crianças do Centro de Educação Infantil de Brusque SC e sua contribuição para o fortalecimento de práticas efetivas no desenvolvimento integral dessas crianças.

Objetivos específicos

  • Sistematizar os referentes teóricos sobre a participação ativa das famílias na educação das crianças na Educação Infantil e a contribuição ao fortalecimento de práticas efetivas no desenvolvimento integral da personalidade.
  • Identificar as situações que afastam as famílias do ambiente escolar e do interesse pela Educação de seus filhos, de forma a reverter esta realidade.
  • Analisar situações do cotidiano da instituição que possam resgatar a parceria entre a família e escola estabelecendo um elo de comunicação.
  • Comparar o desenvolvimento de crianças com a participação ativa da família na escola com as que não desfrutam desta disponibilidade, a fim de proporcionar reflexões e mudanças.

CAPÍTULO 1: MARCO TEÓRICO

1.1 Fundamentos Teóricos da participação ativa das famílias das crianças na EducaçãoInfantil

Este marco teórico procura apresentar e discutir o papel da Educação Infantil na promoção do desenvolvimento das crianças. Ressaltando o desenvolvimento da criança na primeira financia, assim como, uma retrospectiva histórica da educação e das transformações e consolidações do conceito de infância e família. Dessa maneira, refletir os aspectos teóricos e a evolução desses conceitos.

1.1.1 O desenvolvimento da criança da educação infantil

Com o decorrer do tempo o conceito de criança mudou de forma gradativa, uma vez que, a criança do século XXI não se assemelha as crianças de períodos passados.

Rocha (2002, p. 54) afirma o seguinte:

A infância tomou diferentes conotações dentro do imaginário do homem em todos os aspectos sociais, culturais, políticos e econômicos, de acordo com cada período histórico. A criança seria vista como substituível, como ser produtivo que tinha uma função utilitária para a sociedade, pois a partir dos sete anos de idade era inserida na vida adulta e tornava-se útil na economia familiar, realizando tarefas, imitando seus pais e suas mães, acompanhado-os em seus ofícios, cumprindo, assim, seu papel perante a coletividade.

Dessa forma não havia preocupação como desenvolvimento cognitivo e escolar tão pouco com especificidades importantes da primeira infância, a criança era vista como um integrante da família com condições de contribuir financeiramente. As crianças participavam ativamente dos diferentes conflitos do cotidiano familiar e social. Com a responsabilidade imposta de participar de todos os compromissos econômicos e sociais não era possibilitado momentos de lazer e brincadeiras próprios da infância, uma vez que, era necessário ter maturidade, sendo assim assumindo o papel de um adulto em miniatura.

Com a evolução social e cultural o conceito de criança foi se transformando. Conforme Acosta e Vitale, (2008, p. 53), “A mudança de atitude em relação à criança, no sentido de considerá-la em sua individualidade, ocorre simultaneamente às mudanças culturais associadas à emergência de uma vida urbana mais intensa, no decorrer de um longo período de tempo que tem inicio no século XV”, nesse sentido, a sociedade passa perceber a criança como um indivíduo em transformação que necessita de atenção especial e direitos, no qual os pais se relacionam com as crianças de forma carinhosa preocupando-se em promover um desenvolvimento de qualidade.

Os direitos da criança garantidos pela Lei nº 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) foi efetivado na década de 90, onde a criança passa ter visibilidade como sujeito que precisa de um olhar que vai além do cuidado, garantido assim a proteção integral da criança.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (1990, p. 15) define que:

Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sempre juízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.

Dessa maneira, fica garantido o direito da criança se desenvolver de forma plena, autônoma e reflexiva participando das diferentes evoluções sociais e culturais. É necessário destacar que com a garantia da leia criança passa ter direito ao respeito e a dignidade, uma vez que, a sociedade oportunizou muitos avanços para a formação satisfatória das mesmas que passam a ter acesso de qualidade nas áreas de educação, saúde e lazer.

1.1.2 A Educação Infantil no Brasil

As instituições de educação infantil sempre desempenharam um papel importante ao longo da história dos pais, em alguns períodos com caráter assistencialista em outros com a finalidade de educar e cuidar.

De acordo com Kuhlmann (1998, p.82).

No ano de 1899, ocorreram dois fatos que permitem considerá-lo como marco inicial do período analisado. Em primeiro lugar, fundou-se o Instituto de Proteção e Assistência a Infância do Rio de Janeiro, instituição pioneira, de grande influência que posteriormente abriram filiais por todo pais. Em segundo lugar, foi o ano de inauguração da creche da Companhia de Fiação e Tecidos Corcovado (RJ), a primeira creche brasileira para filhos de operários de que se tem registro.

À medida que a população aumentou e o setor industrial entrou em ascensão surgiu à necessidade das mulheres trabalharem. Nesse sentido, as mães precisavam de um lugar para deixar os filhos pequenos, esse fato forçou a criação da primeira instituição para atender crianças.

Dessa maneira Paschoal e Machado (2009, p. 83) afirmam:

Devido a muitos fatores, como o processo de implantação da industrialização no país, a inserção da mão de obra feminina no mercado de trabalho e a chegada dos imigrantes europeus no Brasil, os movimentos operários ganharam força. Eles começaram a se organizar nos centros urbanos mais industrializados e reivindicavam melhores condições de trabalho; dentre estas, a criação de instituições de educação e cuidados para seus filhos.

Este contexto econômico e social favoreceu o fortalecimento das mulheres no mercado de trabalho e no processo de reivindicação por um espaço que promovesse cuidados as crianças pequenas. Para Andrade (2010, p.131), “A difusão das instituições de educação infantil, propagadas pelos modelos europeus e norte-americano, em especial creches e jardins de infância, acompanham outras iniciativas de regulação da vida social moderna, como a industrialização, urbanização, desenvolvimento científico e tecnológico. Nos congressos científicos eram enfatizadas como importantes instituições a respaldarem os ideários de modernidade e progresso aspirados pelos países em desenvolvimento”, naquele momento as creches eram mantidas pelos donos das grandes indústrias para que as operárias pudessem ir trabalhar e ter onde deixarem seus filhos, só mais tarde passou a ser mantida pelo governo público. Nesta época as crianças eram apenas deixadas nas creches para ser cuidada a função educacional não era prevista neste momento, a criança era vista como indefesa e totalmente dependente do adulto. Este adulto que “cuidava” da criança não tinha qualquer formação ou informação sobre as fases do desenvolvimento infantil e psicologia infantil prestava serviço de cuidados de higiene, alimentação e regras de convívio para o ambiente em que estava inserida, uma forma de se ter alguma organização.

Com o passar do tempo percebeu-se a falta de trabalhar questões culturais com estas crianças, apenas o cuidar não estava mais suprindo as necessidades das delas, por fazerem parte de uma sociedade menos favorecida economicamente permaneciam com uma defasagem linguística ampla em relação as camadas mais favorecidas da sociedade, para este momento deram o nome de educação compensatória.

A educação Infantil teve um aumento significativo principalmente na fase da pré escola, esta por sua vez passou a ser de responsabilidade dos municípios. Com esta organização municipalizada o movimento pela educação infantil atravessou a fase do assistencialismo para uma perceptiva educativa e os espaços de atendimento e os profissionais que atendiam as crianças são formados e informados dentro de uma perspectiva de desenvolvimento infantil integral. A Constituição Federal veio reconhecer a educação como um direito de todas as crianças e um dever do Estado. O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), na década de 90 trouxe os direitos das crianças agora sistematizado e concretizado, ampliando assim o cuidado e o ensino com responsabilidade da família, escola, estado e demais organizações que atendem a criança ou o adolescente.

A Constituição Federal de 1988 assegura que o atendimento em creche e pré-escola, às crianças de zero a seis anos de idade, torna-se dever do estado. Posteriormente, com promulgação da Lei de Diretrizes e Base – LDB (Lei 99394/96), a educação infantil passa a ser parte integrante da educação básica, situando no mesmo nível que o ensino fundamental e o ensino médio. É a partir da modificação introduzida na LDB em 2006 que antecipou o acesso ao ensino fundamental aos seis anos de idade, que a educação infantil passa a atender a faixa etária de zero a cinco anos (BRASIL, 2017). Foi criado, inclusive, um Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, de maneira a levar a todas as escolas novas propostas pedagógicas diretamente voltadas para o desenvolvimento integral da criança.

Tanto as Diretrizes Curriculares Nacionais quanto a Base Nacional Comum Curricular definem a Educação Infantil como parte importante da Educação Básica e um direito de todos. Sendo dever do estado à oferta também nesta modalidade de ensino.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais e das dez competências a serem desenvolvidas concretizadas ao longo de todo ensino básico, que vai da educação infantil ao ensino médio, a educação foi dividida em três etapas da educação básica, sendo educação infantil com a obrigatoriedade da matricula aos 4 anos de idade, segunda etapa ensino fundamental de nove anos e ensino médio.

Na primeira etapa da Educação Básica, e de acordo com os eixos estruturantes da Educação Infantil (interações e brincadeiras), devem ser assegurados seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento (conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se), para que as crianças tenham condições de aprender e se desenvolver integralmente. Considerando os direitos de aprendizagem e desenvolvimento, a BNCC estabelece cinco campos de experiências, nos quais as crianças podem aprender e se desenvolver com as competências gerais da educação infantil, são elas: O eu, o outros e o nós, corpo, gestos e movimentos, traços, sons, cores e formas, oralidade e escrita e espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.

Constata-se a criança hoje como ser que observa, questiona, levanta hipóteses, conclui, faz julgamentos e assimila valores construindo conhecimentos sistematizados por meio da ação e nas interações com o mundo físico e social. Por tanto, para que se assegure que estas habilidades sejam bem desenvolvidas, é necessário escola e família estarem unidas com os mesmos critérios, pois, é na família que a criança inicia sua socialização e respeito às regras de convívio.

1.1.3 A família no desenvolvimento da criança da educação infantil

A família desempenha um papel fundamental desde os tempos mais remotos da civilização, uma vez que é por meio da família que temos o primeiro contato com uma instituição social observando e vivenciando valores e princípios básicos como caráter, respeito, interação e socialização. De acordo com Dessen e Polonia (2007, p.23) “A Família e a Escola como contextos de desenvolvimento humano” (citado por Wagner, Ribeiro, Arteche &Bornholdt, 1999 e Del Prette& Del Prette, 2001).

No ambiente familiar, a criança aprende a administrar e resolver os conflitos, a controlar as emoções, a expressar os diferentes sentimentos que constituem as relações interpessoais, a lidar com as diversidades e adversidades da vida (Wagner, Ribeiro, Arteche &Bornholdt, 1999). Essas habilidades sociais e sua forma de expressão, inicialmente desenvolvidas no âmbito familiar, têm repercussões em outros ambientes com os quais a criança, o adolescente ou mesmo o adulto interagem, acionando aspectos salutares ou provocando problemas e alterando a saúde mental e física dos indivíduos.

Nesse sentido, é necessário salientar que a família é a base estruturante na evolução e no desenvolvimento da criança da educação infantil, contribuído efetivamente para um processo de ensino aprendizagem integral. As habilidades aprendidas com a família serão reproduzidas no contexto escolar, visto que as aquisições aprendidas na instituição familiar é a bagagem que a criança expressa nas suas vivências. A escola passa a ensinar novos conhecimentos e habilidades para ampliar e construir novos saberes, sendo de extrema importância a interação entre família e escola para a formação de um sujeito crítico, reflexivo, autônomo capaz de resolver conflitos e atuar na sociedade de forma ativa.

Ferreira e Barrera (2010, p.464) afirmam:

Na medida em que constituem os dois principais ambientes do desenvolvimento humano, seria importante existir uma maior ligação entre a escola e a família. No projeto pedagógico da escola deveria ser inserido um espaço para valorização, reconhecimento e trabalho com as práticas educativas familiares, pois esse é um importante recurso nos processos de aprendizagem dos alunos.

De acordo com as autoras Ferreira e Barrera, (2010, p.464). “As práticas familiares, por sua vez, podem incidir num bom rendimento escolar da criança, na medida em que os pais demonstrem interesse pelas atividades e pelos conteúdos escolares”, ao dedicarem tempo de qualidade ao processo educacional dos filhos os pais despertam na criança um sentimento de valorização que faz com que a criança tenha interesse nas atividades escolares. Nesse sentido é fundamental que a escola crie estratégias para contribuir de forma positiva na ação ativa da família na educação da criança, sabendo que cada instituição, seja ela escola ou família têm uma ligação intrínseca e que uma precisa da outra para que o desenvolvimento integral da criança seja alcançado de forma plena.

A família assim como a escola também passou por diversas transformações significativas ao longo do tempo, necessitando se reinventar conforme as necessidades que ocorreram com suas mudanças estruturais, o que nos leva a refletir sobre as transformações que as famílias tiveram e como está se apresenta na atualidade.

2. A família como instituição

2.1 O conceito de Família

A família tem se transformado e se reinventado ao longo dos anos, porém a sua importância e função no desenvolvimento do ser humano não muda. É no seio familiar que o individuo compreende e torna-se pertencente a um grupo social, independente de sua estruturação.

O conceito básico de família que conhecemos é de um conjunto de pessoas com ligações parentais consanguíneos ou não e que vivem em uma mesma casa. A família dita tradicional era aquela que víamos nas propagandas de margarina, que trazia a família em um formato único e perfeito com a presença de um pai, uma mãe e dos filhos (um menino e uma menina), na atualidade ultrapassou barreiras e apresenta-se hoje com componentes distintos e sem modelo de estrutura determinada pela sociedade como a ideal a ser seguida. Conforme Oliveira apud Ferrari e Kaloustian (2009, p.68),”A família, da forma como vem se modificando e estruturando nos últimos tempos, impossibilita identificá-la como um modelo ou ideal. Pelo contrário, ela se manifesta como um conjunto de trajetórias individuais que se expressam em arranjos diversificados e em espaços e organizações domiciliares peculiares”, a família hoje se constituem de sujeitos interligados pelo afeto e que se unem e constroem suas próprias histórias familiares.

A família vai além da constituição de funções e laços de sangue, ela é a base do convívio onde nos constituímos seres com deveres e direitos, aprendemos o certo e o errado, os valores e respeito ao outro , família é porto seguro, lugar de confiança e credibilidade, de renovo e consciência de onde saímos para não desprezar o processo de desenvolvimento e independente da nomeação em que se refere atualmente elas já possuem visibilidade e fazem parte do cotidiano de todos nós.

Conforme Oliveira (2009, p.70)

Nessa afirmação podemos verificar que, apesar de muitas denominações atuais sobre família, como família reestruturada, reconstituída, reorganizada, nova família, não há um conceito novo de família, pois embutidos na família, existem várias possibilidades de novas configurações, não ficando exclusivamente em um único modelo. Mesmo com todos os estudos sobre famílias existentes, ainda há a dificuldade dos autores de conceituar e denominar tais configurações familiares.

Por todos estes formatos familiares e toda a sua importância, é que não ha família perfeita nem no passado nem na atualidade, e sim família que independe do grau de parentesco precisa estar alinhada com todo processo de desenvolvimento integral da criança dentro e fora do ambiente familiar, ou seja, também na escola.

Ainda segundo Oliveira (2009, p.73)

Essa discussão remete-nos ao fato de que, diante dessas diversificações de papéis e de modelos familiares, podemos afirmar que houve avanços, evoluções e conquistas, ao mesmo tempo em que está instaurado um grande desafio: viver em família no mundo contemporâneo. Não importa o modelo familiar no qual estamos inseridos. É importante pensar nas facilidades – a educação liberal, os avanços da modernidade e, por consequência desses avanços – nas dificuldades em relação à questão das ausências paterna ou materna, nas dificuldades em impor limites aos filhos e na confusão existente entre autoritarismo e autoridade parental, que pode ser necessária para os filhos.

Desse modo a escola necessita conhecer cada família, como ela é composta e por quem é dirigida, para que assim tenha compreensão de qual figura humana a criança tem como referencia dentro do seu lar e desta forma a escola poderá buscar esta parceria no ambiente escolar, para respeitar suas particularidades e compreender suas fragilidades. Estas duas instituições mesmo tendo funções diferentes não agregam ao desenvolvimento pleno da criança se não estiverem alinhadas no propósito que é ensinar, acompanhar e auxiliar no crescimento cognitivo, psíquico e social da criança.

2.1.2 As transformações da família na atualidade

Na atualidade é difícil traçar um perfil único de família assim como em outras instituições sociais a família também passou por transformações que colaboraram em discussões no âmbito judicial, educacional e de relação intra e interpessoal. Nos últimos anos foi possível observar as diferentes redefinições e funcionamento das famílias. Há pouco tempo as funções eram determinadas pelo gênero e a capacidade ou incapacidade física do componente familiar. O marido era visto como o chefe da família, o responsável pelo sustento e a mulher responsável em educar e cuidar dos filhos e da casa.

De acordo com Comel (2003, pg. 26)

No art. 233 do código civil 1916 “o marido é o chefe da sociedade conjungal”, atribuindo-lhe formal e solenemente a função de cabeça do casal, com poderes para comandar e representar a família. Primazia ou investidura que exaltava, além do mais, no fato de a mulher, a esse tempo, com o casamento, ser tido como relativamente incapaz, submissa, portanto, ao poder do marido, também denominado poder marital.

Com esta concepção de divisões das funções familiares ao homem era imposto que oferecesse o sustento que vai desde a moradia, a alimentação e a proteção a esposa e aos filhos. A mulher por sua vez tinha a função de cuidar da casa dos filhos e do marido de forma a depender dele afetivamente e economicamente.

Contudo as necessidades econômicas e sociais levaram a mulher a buscar manutenção econômica do lar através do seu trabalho, consequentemente com a saída da mãe para o mercado de trabalho as famílias passam a ter conflitos que levaram ao aumento de divórcios e separações, modificando assim a estrutura familiar.

As mudanças vindas do capitalismo e da desigualdade econômica também influenciaram as estruturas familiares, na quantidade de componentes que as famílias formavam. A poucas décadas presenciávamos famílias compostas por sete, nove e algumas com doze ou mais filhos, nos últimos anos temos visto este número sofrer uma queda constante. A composição familiar do século XXI apresenta-se em sua grande maioria entre dois a três filhos e ha ainda aquelas famílias que optam em não ter filhos, o que ainda causa espanto em parte da sociedade.

A família teve suas transformações estruturais com a demanda de separações e casos de mães e país solteiros, onde a figura do pai ou da mãe ou ainda de ambos tornou-se ausente, famílias só de mães e filhos, só de pai e filhos, famílias de avós e netos, tios e sobrinhos, de país do mesmo sexo entre outros.

Como assinala Durão (2012), ”a identidade familiar tornou-se múltipla” (Levet, 1995, p.75). Então, podemos considerar que as novas famílias são aquelas que fogem à estrutura clássica e formam famílias fruto de divórcios, viuvez, uniões de fato, famílias sem filhos ou famílias adotivas, bem como famílias apenas com um progenitor ou apenas com um adaptante. Seja qual for o seu tipo, tem um objetivo comum: o de constituir uma família o mais funcional possível.

Outra preocupação além da estrutura familiar é com o avanço da tecnologia que impulsionou certas transformações no tempo de qualidade que as famílias proporcionam aos seus integrantes. Família e escola vivenciam um momento de grande individualidade dentro das duas instituições por parte das crianças e adolescentes, o celular e os demais aparelhos tecnológicos estão obstruindo o momento do diálogo e os reflexos estão aparentes nas salas de aula e no clima emocional das crianças.

Segundo Schelb (2016. pg, 126)

Os pais devem velar pela proteção e desenvolvimento de seus filhos. Os valores, princípios e a educação dos menores são estabelecidas pela família. Ha grande liberdade de escolha. Cada família educa e orienta de acordo com seus valores sociais, religiosos ou políticos, pois o princípio geral è: a família pode fazer tudo o que não estiver proibido por lei. Em outras palavras se a lei não proibir, a família tem a liberdade de Fazer.

Assim como a família tem todas estas funções e direitos estabelecidos em lei e citados aqui por Schelb, a participação da família nas questões educacionais é tão importante quanto às demais. Escolher a escola em que seu filho irá frequentar e se integrar a esta instituição de ensino, tornando parte integrante de uma ação ativa é fundamental no desenvolvimento de toda a criança em fase de escolaridade, tal como também é função da escola conhecer seus alunos, suas vivências para ambas respeitarem o sujeito da história e a história do sujeito.

Algumas crianças ficam na responsabilidade de avós que auxiliam na organização da família para que seus pais possam dedicar-se ao trabalho integralmente. Crianças estas que ficam um período nas instituições educacionais e nos demais períodos são assistidos pelos avós, que assumem o compromisso até mesmo do auxilio educacional da criança. Segundo Durão (2012), “é muito importante para uma criança a continuidade intergeracional, reconhecendo o sentimento de pertença a uma família e revendo-se como mais um elo”. E nesse aspeto, os avós são uma “hemeroteca viva que as crianças podem consultar dia a dia” (Mantilla, 2006, p.45), esta convivência é enriquecedora para ambas as partes que compartilham de uma relação de vivencias de diferentes tempos acrescentando conhecimento e fomentando trocas de experiências da vida moderna verso a já longa caminhada dos avós.

1.3. Relação família e escola

1.3.1 A participação da Família no Contexto Escolar

Quando a criança chega à escola ela trás consigo valores, aprendizagens e conhecimentos ja vivenciados no ambiente familiar, a instituição de ensino não pode menosprezar estes ensinamentos, sim integrar esta família aos novos ensinamentos que a criança será inserida. A participação da família no contexto escolar inicia no momento, que o responsável pela criança preenche a ficha de matricula e traz informações relevantes sobre a criança e a sua estrutura familiar e que vai além do endereço e telefones de contato. Algumas fichas trazem perguntas relevantes como a composição familiar, com quem a criança convive em casa, as possíveis alergias alimentares, doenças existentes, religião praticada (se há), responsáveis em buscá-la na creche, profissão dos pais, se possuem algum auxilio do governo, entre outras. Todas estas informações transmitem partes da história daquela família, da mesma forma a família precisa se integrar a escola e conhecer seu ambiente, sua metodologia, seus profissionais e a rotina que seu filho irá vivenciar dentro de sete ou nove horas diárias

É na família que a criança aprende a resolver seus primeiros conflitos, expressar seus desejos, expressar seus sentimentos e a respeitar a diversidade e a lidar com a adversidade. A instituição de ensino em seu contexto vem reforçar estes ensinamentos, trabalhar as habilidades e desenvolver as competências necessárias para que a criança se desenvolva integralmente. Não ha como uma não estar intrinsecamente ligada à outra, ambas tem funções distintas mais ainda assim são interligadas.

No livro Manual do professor o autor Guilherme Schelb (2016, p.143), faz uma orientação às famílias que ressalta a importância desta parceria. “A família nem sempre é capaz de identificar situações de risco envolvendo seus filhos. Por isso, as orientações e alertas dos professores às famílias são muito importantes para a educação de crianças e adolescentes. O professor (e a escola) é o maior aliado da família na educação dos filhos”. Não só para as questões de situações de risco, mas também para todas as situações que envolvam a criança, sejam elas de ordem física, emocional ou social a união destas duas instituições escola e família são de relevância máxima no desenvolvimento integral das crianças.

De acordo com Tavares (2013. pg, 61)

Art.53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se lhe:

I – Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – Direito de ser respeitado por seus educadores;
III – Direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer à instâncias escolares superiores;
IV – Direito de organização e participação em entidades estudantis
V – Acesso à escola pública e gratuita de sua residência;

Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.

A família como primeira instituição responsável pelo desenvolvimento da criança precisa conhecer e Fazer valer este direito à educação e a todas as prerrogativas que advêm com este direito, inclusive de conhecer o projeto pedagógico da escola escolhida para matricular sua criança, participar das discussões que envolvem a educação e a instituição de ensino de seu filho.

Alguns conselhos e associações são partícipes da gestão escolar juntamente com a equipe gestora e professores, como a APP (associação de país e professores) escolhida por votação a cada dois anos pela comunidade em assembleia geral de país e funcionários, é formada por país, professores e colaboradores da comunidade que contribuem nas decisões de investimentos com verbas governamentais e próprias para melhorar o cotidiano de espaço e materiais para uso das crianças, são distribuídos em funções de presidente, vice presidente, tesoureiro e vice tesoureiro, secretario e vice secretário e fiscais de recursos.

O conselho escolar é o órgão máximo de representação de país e profissionais para as decisões tanto no âmbito financeiro, quanto pedagógicos e de ordem colaborativa formado por um presidente, um representante de país, outro representante dos professores e ainda de funcionários da escola, distribuídos em diferentes funções de ação e fiscalização das instituições de ensino. Lembrando que a direção da escola é parte integral das duas representações tanto o conselho escolar quanto a APP, sendo que não tem poder de decisão sozinha.

Os eventos que regularmente acontecem nas unidades de ensino são momentos para que os país/ou responsáveis tenham oportunidade de se fazerem presentes na vida escolar de seus filhos. Alguns são mais formais como assembleia geral de país, acontece no início de cada ano, para decisões de ordem organizacional e de festividades que acontecem anualmente nos espaços escolares. As palestras com especialistas em assuntos relevantes ao meio educacional tanto para pais quanto para professores e as reuniões por turma, ou atendimentos realizado pela equipe gestora no formato individual ou coletivo.

Concordando com Chalita (2001, p.17)

Por melhor que seja uma escola, por mais bem preparados que estejam seus professores, nunca vai suprir a carência deixada por uma família ausente. Pai, mãe, avó ou avô, quem quer que tenha a responsabilidade pela educação da criança deve dela participar efetivamente sob pena de a escola não conseguir atingir seus objetivos. A família tem de acompanhar de perto o que se desenvolve nos bancos escolares.

A participação da família no contexto escolar seja de forma efetiva ou somente como incentivadora das questões educacionais é o diferencial na vida da criança ou adolescente, pois não ha projeto escolar por melhor que seja que supra a presença da família, pois é na família que se forma o caráter e os valores e princípios de convivência e respeito. Quando ha qualquer que seja a situação problema na família fica visível, seja na fisionomia ou nas ações ou ainda na produção da criança no ambiente escolar. A parceria entre família e escola pode aliviar para ambas as instituições a responsabilidade de apoiar e suprir as necessidades da criança, uma participação aberta e democrática favorece o desenvolvimento integral e pleno de crianças e adolescentes.

1.3.2 Gestão Democrática

A gestão democrática é a forma de administrar uma instituição de ensino de maneira participativa e transparente. A constituição federal 1988 iniciou com a descentralização da gestão escolar e posteriormente com a Lei de Diretrizes e Bases.

LDB (Lei nº 9.394/1996, p. 15) que afirma:

Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:

I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;

II – participação das comunidades escolares e local em conselhos escolares ou equivalentes.

Nesse sentido, fica evidente a necessidade de estimular a comunidade escolar a participar de uma gestão participativa e comprometida, uma vez que essa medida traz inúmeros benefícios para o processo educacional, divide responsabilidades, auxilia nas tomadas de decisões e promove melhorias na qualidade do atendimento.

Para Luck (2009, p.23)

A gestão escolar, como área de atuação, constitui-se, pois, em um meio para a realização das finalidades, princípios, diretrizes e objetivos educacionais orientadores da promoção de ações educacionais com qualidade social, isto é, atendendo bem a toda a população, respeitando e considerando as diferenças de todos os seus alunos, promovendo o acesso e a construção do conhecimento a partir de práticas educacionais participativas, que fornecem condições para que o educando possa enfrentar criticamente os desafios de se tornar um cidadão atuante e transformador da realidade sociocultural e econômica vigente, e de dar continuidade permanente aos seus estudos.

Ainda de acordo com a autora Luck, (2009, p.23), “Em caráter abrangente, a gestão escolar engloba, de forma associada, o trabalho da direção escolar, da supervisão ou coordenação pedagógica, da orientação educacional e da secretaria da escola, considerados participantes da equipe gestora da escola. Segundo o princípio da gestão democrática, a realização do processo de gestão inclui também a participação ativa de todos os professores e da comunidade escolar como um todo, de modo a contribuírem para a efetivação da gestão democrática que garante qualidade para todos os alunos”. Dessa maneira, a gestão democrática é de extrema importância para o bom desenvolvimento das instituições escolares tornando-se um recurso fundamental para a formação de agentes transformadores, ativos, autônomos e capazes de atuar na sociedade de forma eficiente.

A instituição de ensino que possui gestão democrática participativa consolidada consegue ser mais eficiente na resolução de conflitos, nos avanços pedagógicos e em práticas que viabiliza espírito de equipe e boa comunicação entre todos.

Bortolini (2013, p.5) afirma que:

Para assegurar a função social da escola, que é a humanização dos sujeitos, a gestão educacional democrática tem alargando espaço de destaque, vinculando as questões administrativas com as questões pedagógicas. O conceito de democracia, nela contida, explana-se de diferentes configurações, como gestão compartilhada, participativa, ou colegiada, dando a apreender que o formidável é que nela a escola apresenta a sua passagem para o exercício da democracia. Ao estilo democrático, a escola é ressaltada com a autonomia, melhor dizendo, sua relativa autonomia, a qual assume as três dimensões: administrativa, pedagógica e financeira. Falar em gestão democrática nos remete, portanto, quase que imediatamente a pensar em autonomia e participação.

Nesse sentido, de acordo com Bianchini (2015, p. 9), “Para que uma proposta de gestão democrática efetive-se verdadeiramente em uma instituição de ensino, passa a ser indispensável que o referido modelo de gestão seja exercitado continuamente, encontrando-se devidamente fundamentado no Projeto Político Pedagógico, considerado documento maior da escola”, sendo assim, é importante ressaltar que a gestão democrática de qualidade é constituída por um conjunto de praticas que sempre devem estar pautadas nos documentos escolares essenciais e nas considerações do conselho escolar, associação de pais e professores e comunidade escolar.

1.3.3 Projetos Político Pedagógico

O Projeto Político Pedagógico – PPP é um documento fundamental que contempla todas as informações essenciais do contexto educacional, construído de maneira coletiva por todos os agentes que constituem a comunidade escolar. Cada instituição possui singularidades e objetivos a ser alcançados, nesse sentido cada escola possui seu próprio documento respeitando a realidade no qual cada uma esta inserida.

De acordo com os autores Maciel, Azevedo e Pessoa (2012, p. 174),“Ao pensarmos em P.P.P. devemos entender que seu conceito vai além de um simples agrupamento de planos de ensino e de atividades diversas. O P.P.P. não é e nem deve ser algo que ao ser elaborado pode em seguida ser arquivado ou encaminhando as autoridades educacionais somente como prova do dever cumprido”, é de extrema importância o comprometimento de toda a comunidade escolar na construção e aplicação do PPP, uma vez que os objetivos inseridos no documento são sempre no sentido de melhorar o processo educacional de forma geral, É necessário salientar, que os agentes transformadores da instituição escolar precisam estar atentos para que as práticas pedagógicas estejam de acordo com o documento elaborado de forma conjunta.

Para Maciel, Azevedo e Pessoa (2012, p.174):

O P.P.P. ao ser elaborado tem por finalidade sua vivencia diária em todos os momentos e por todos envolvidos com o processo educativo da escola. Enquanto projeto, este busca um rumo, uma direção, é uma ação intencional partindo de um compromisso com o coletivo. É político no sentido de visar à formação do cidadão para determinada sociedade, uma vez político e pedagógico deve ser entendido como processo permanente de reflexão e discussão diária dos problemas da escola na busca de soluções viáveis.

Nessa perspectiva, fica evidente que o projeto político pedagógico é muito mais do que um documento de construção obrigatória, é uma ferramenta de apoio a toda comunidade escolar, uma vez que nele contém princípios norteadores para as práticas do cotidiano escolar.

1.3.4 Conselho Escolar

O conselho escolar é primordial para instituição escolar com gestão democrática e participativa, uma vez que este é constituído por representantes de toda a comunidade escolar e contribui para a tomada de decisões que envolvem os processos institucionais.

De acordo com Silva ( 2010, p. 28) o conselho escolar, “É um sistema de participação, na gestão democrática da escola pública, que se for realmente praticado, demonstrará de forma clara que a comunidade escolar tem voz e direito a voto nas decisões da escola, criando condições de inserção de todos os envolvidos diretamente nos assuntos relacionados aos vários interesses educacionais”, desse modo sem a participação da comunidade, professores e funcionários uma escola/centro de educação infantil não pode ser considerado como instituição democrática.

Nesse sentido, Ribeiro e Oliveira (2018, p. 596) afirmam:

O Conselho Escolar tem um importante papel na escola, já que ele oportuniza e potencializa a participação da direção, dos professores, dos alunos, dos funcionários e da comunidade escolar, fazendo com que todos esses segmentos exerçam sua palavra dentro da escola e compartilhem o poder decisório, favorecendo assim, a prática efetiva da gestão democrática.

O conselho escolar representa país, professores, funcionários e a comunidade em geral, o gestor escolar faz parte e é o único que não necessita de votação para ser aceito. São eleitos em assembleia geral com mandato de dois anos, podem ser convidados a participarem como candidatos ou indicam seus próprios nomes. Possuem poder de decisões importantes em todo processo escolar seja ele pedagógico quanto financeiro. Discutindo que ações podem ser feitas para arrecadação financeira através de festas, decisão de aquisições com fundos do governo federal, até assuntos relevantes ao atendimento a crianças e aos pais quando os assuntos não são resolvidos somente com a gestão, demandando a participação de elementos da comunidade e da escola. Somam na organização da gestão escolar e fazem parte integrante do sistema de ensino com poder de voto em qualquer decisão democrática do ambiente escolar

CAPÍTULO 2. METODOLOGIA

2.1 Enfoque metodológico

A proposta em questão busca compreender quais implicações produz a ação ativa da família na vida escolar das crianças do centro de educação infantil Emília Floriani de Oliveira I. A abordagem metodológica desenvolvida é a pesquisa qualitativa de caráter exploratório. Seu foco está no caráter subjetivo do objeto analisado. Em outras palavras, busca compreender o comportamento das pessoas, estudando as suas particularidades e experiências individuais, entre outros aspectos. Nesse método, as respostas costumam não ser objetivas, ou seja, os resultados estudados não são estimados em números certeiros. Neste trabalho os entrevistados são incentivados a se sentirem à vontade para opinar e sugerir sobre o assunto relacionado com o objeto de estudo. Para Flick (2009, p.24), “na pesquisa qualitativa o objeto em estudo é o fator determinante para a escolha de um método, e não o contrário. Os objetos não são reduzidos a simples variáveis, mas sim representados em sua totalidade, dentro de seus contextos cotidianos”, neste sentido a pesquisa qualitativa costuma ser realizada quando o objetivo do estudo é entender o porquê de determinados comportamentos.

O questionário será o instrumento de pesquisa qualitativa, sendo este usado também para discernir possibilidades para um problema identificado, além de promover compreensão e interpretação de alguns comportamentos e aptidões de um grupo de pessoas, neste caso país e profissionais da educação a fim de buscar alternativas para a situação problema levantadas.

Nenhum projeto de pesquisa qualitativa é possível sem a participação de todos os atores envolvidos. Através de questionários elaborados em prol da iniciativa de buscar respostas, do quanto pode resultar negativamente no processo de ensino aprendizagem a ausência da família nas questões pedagógicas e diárias na vida da criança, principalmente neste caso, crianças da educação infantil.

Na busca de respostas ao problema levantado, será necessário conhecer as famílias das crianças da instituição de educação infantil escolhida. Para tanto, todos os questionamentos necessitam de perguntas bem elaboradas e relevantes ao convívio entre os componentes destes famílias, para que possamos perceber qual o nível de compreensão que cada um tem sobre a importância de fazer parte de forma ativa na educação escolar de seus filhos.

2.1.2 Tipo de estudo

No primeiro momento trata-se de uma revisão bibliográfica. Foi necessário localizar trabalhos com o tema: participação ativa das famílias na escola, destacar avanços e faltas de outras pesquisas, para saber o que já foi estudado a respeito. Buscar por autores literários, estudos em teses de doutorado e de especialistas na área, para então articular com as inquietações percebidas por esta pesquisadora.

Tendo como estrutura da pesquisa o formato qualitativo, no segundo momento algumas questões são necessárias para responderem tais inquietações, que levam a discussão do tema e a relevância na atualidade. Nesta segunda fase são construídas perguntas para compreensão de fatores que levam as famílias a se distanciarem das escolas e tão pouco procurarem envolver se nas ações realizadas pelas instituições.

Com as respostas levantadas é possível relacionar com as indagações que fizeram com que esta pesquisa fosse importante neste momento. Desta forma, buscar ações que consigam aproximar as duas instituições responsáveis no desenvolvimento pleno e integral da criança inserida no ambiente escolar, ou seja, a família e a escola. Sabendo que cada uma tem a sua função determinante neste processo de construção do sujeito, elas são indissociáveis os que nos leva as questões de relevância, a parceria entre ambas.

Com a análise dos resultados e a interpretação dos dados, apresentam-se algumas considerações, que não constituem conclusões, mas causam interferências realizadas a partir dos estudos, fomentadas pelas pesquisas de autores e especialistas na área e de trabalhos já constituídos e referenciados bibliograficamente.

2.1.3 Descrição do contexto, dos participantes ou população e o período em que a pesquisa foi realizada

Entende-se que família e escola são igualmente importantes na construção do sujeito critico, autônomo, capaz de resolver conflitos sendo ético e moral. Para tanto é necessário que se crie uma relação intrínseca entre a família e a escola, no intuito de alcançar o sucesso no desenvolvimento integral da criança. Toda criança precisa sentir-se segura e amparada em todos os ambientes de convivência, seja ela familiar ou escolar.

Do que li a respeito às crianças têm sido inserida cada vez mais cedo nas instituições de ensino devido a participação cada vez maior da mulher no mercado de trabalho, seja para adicionar a renda familiar ou ainda onde ela é a única responsável em manter as necessidades básicas de sustento da família. Com isto, houve o aumento na demanda nos centros de educação infantil, como já visto no tema da educação infantil no Brasil. Com este aumento também vieram alguns questionamentos por parte das instituições de ensino, com tantos compromissos efetuados por estes pais ou responsáveis, como ajudar as famílias de crianças da educação infantil a participar ativamente na educação delas para melhorar os resultados no seu desenvolvimento?

Para responder a este problema será utilizada a metodologia de pesquisa qualitativa, onde os dados serão recolhidos através do instrumento escolhido no formato de questionário, que será enviado por meio digital, a pais e profissionais do Centro de Educação Infantil Emília Floriani de Oliveira no município de Brusque SC.

As questões serão enviadas aos pais ou responsáveis por meio de aplicativo digital com perguntas relevantes a participação da família no Centro de Educação Infantil Emília Floriani de Oliveira I, onde atuo como gestora. Com o retorno das questões respondidas, será feito uma analise das respostas e transformadas em gráficos que servirão para identificar, quem são estas famílias, como elas veem a importância da participação da família na educação infantil e como a instituição educacional pode ajudar a melhorar esta participação.

Esta pesquisa trará uma visão do atendimento nesta instituição e proporcionará a escola rever sua posição perante as famílias de forma acolher de diferentes maneiras estes pais e instigando-os a serem mais presentes no ambiente escolar onde seus filhos estão inseridos.

O centro de educação infantil tem hoje cerca de 300 crianças com faixa etária entre seis meses a cinco anos, em períodos parciais para crianças de quatro e cinco anos, tendo quatro horas diárias de atendimento e período integral de até sete horas diárias. Os profissionais que atuam nesta instituição são professores em sua totalidade graduados em Pedagogia e pós graduados os em várias áreas da educação, atendendo como regentes de sala ou como professores de hora atividade, para que haja o cumprimento da legislação de 33,33% de hora atividade semanal aos professores para planejamento.

Também compõe este atendimento as crianças os monitores II, pessoas com ensino médio completo e muitos que já buscam formação acadêmica, que atuam para auxiliar os profissionais nas questões de higiene, alimentação e também pedagógica desde que assistida pelo professor e de maneira a auxiliar a criança que necessite.

O centro de educação infantil se localiza em uma cidade de médio porte e sua principal renda vem das fabricas de tecidos, roupas e lojas de atacados. As crianças geralmente são filhos de funcionários de empresas têxteis e de vendedores de lojas, autônomos em serviços gerais de manutenção e demais comércios da cidade. O bairro é comercial e em questões de sobrevivência diárias é independente do centro da cidade, promovendo todo tipo de necessidade desde a alimentação, saúde, trabalho e lazer

O centro de educação infantil estudado nesta pesquisa esta inserido na rede municipal de ensino, ou seja, uma instituição educacional pública. Neste momento a rede passa por varias mudanças em seu currículo, a rede esta num processo de construção das diretrizes curriculares municipais para enquadramento da Base Nacional Comum Curricular a chamada BNCC, e consequentemente na reelaboração do Projeto Político Pedagógico de todas as unidades de ensino. Com este movimento de construção e reelaboração de documentos será possível garantir os direitos de aprendizagem assegurados a todos os educandos, através dos conhecimentos, competências e habilidades que se espera dos estudantes longo da escolaridade básica.

Os professores da instituição serão a maior referência da obra, com suas respostas que veem através de observações diárias no convívio com as crianças e seus responsáveis ao longo do ano, apontando assim quais interferências podem ser criadas para aproximar estas famílias da escola.

O presente trabalho está ainda no campo de planejamento e provavelmente será pautada no método “pesquisa ação”, que se refere a uma ampla gama de estratégias realizadas para melhorar a participação das famílias na vida escolar das crianças.

2.1.4 Estudo

Esta pesquisa de investigação para análise e propostas de melhorias da atuação dos pais ao processo de ensino aprendizagem das crianças, tem como objetivo específico primeiramente sistematizar os referentes teóricos sobre a participação ativa das famílias na educação das crianças na educação infantil e a contribuição ao fortalecimento integral da personalidade. De forma a estruturar um questionário que atinja as indagações referentes a esta participação ativa, através de gráficos que demonstrem o quanto a participação ativa da família, pode contribuir para a aprendizagem e desenvolvimento integral da criança na primeira infância .

Com a sistematização através da pesquisa de referencias teórica, tanto de bibliografias quanto de trabalhos já aprovados como teses de doutorado, o próximo passo é identificar as situações que afastam as famílias do ambiente escolar e do interesse pela educação de seus filhos, de forma a reverter esta realidade. Quando a família se afasta do ambiente escolar ela tem um motivo, ou vários, que não são irrelevantes e precisam ser considerados pela escola. Seja ele por falta de tempo, ou de interesse ou por motivos mais agravantes, como a falta de oportunidades que a própria escola deixa de oferece para que estas famílias se aproximem e participem do cotidiano escolar de seus filhos.

E como identificar as situações que afastam as famílias da escola, senão através de questionário elaborado com questões relevantes e pertinentes ao cotidiano escolar. A análise e a interpretação de dados de situações do cotidiano da instituição, devem apresentar em quais situações é possível reorganizar este cotidiano, afim de tornar a família parte integrante e totalmente inserida neste processo.

Depois de identificado é necessário então resgatar a parceria entre família e escola e desta forma estabelecer um elo de comunicação, atraindo esta família em momentos mais agradáveis de troca de experiências, como, através de palestras que transmitam conhecimento para ações e situações do cotidiano familiar e escolar com temas atuais, eventos familiares dentro do ambiente escolar, entre outras ações que ao longo da pesquisa serão levantados.

Com esta participação ativa da família no cotidiano escolar é possível fazer um comparativo da aprendizagem e desenvolvimento integral da criança, que os pais participam ativamente do cotidiano escolar e dos momentos de interação família escola, daqueles que, os pais não se dispõem a participar, independente dos motivos que utilizam para manter a distancia do cotidiano escolar de seus filhos. Todas estas questões serão respondidas após analise das perguntas elaboradas de forma relevante e atual, sendo possível ser lida através de gráficos formulados a partir destas respostas.

2.1.5 Descrição da coleta de dados

Para responder as questões levantadas para a pesquisa qualitativa serão elaborados questionários embasados nos objetivos específicos e no problema que foi o impulso para a produção deste trabalho final. A pesquisa ação se apresenta em um método semelhante com o método participativo, pois, se apresenta com o objetivo de transformação social. Tem o propósito de diminuir as relações de identidade entre os componentes entrevistado, com o objetivo de responder indagações que podem tornar-se teoria cientifica, tornando os estudos mais próximos as mudanças de comportamentos e situações dos cidadãos. Para a coleta de dados foi utilizado o aplicativo digital “Formulário Google for Education”, feita por meio de entrevistas semi-estruturadas e elaboradas previamente com a orientação do professor orientador Mário Marques Durão para o entendimento dos fatos.

No trabalho de Muniz (2004), ele “Observa ainda que uma pesquisa via web apresenta a vantagem de poder ser processada na mesma velocidade com que os dados entram no sistema”, sendo assim a utilização de uma ferramenta tecnológica facilita a divulgação rápida da pesquisa por redes sociais, o entrevistado pode responder pelo próprio celular, e os dados são coletados prontamente com seus respectivos gráficos, que produzem uma visão mais ampla dos dados obtidos.

Para os pesquisadores que problematizam a questão metodológica de pesquisa em Educação, Lüdke e André (1986, p. 34), “a vantagem da entrevista sobre outras técnicas é que ela nos permite a captação imediata e corrente da informação desejada, praticamente com qualquer tipo de informante e sobre os mais variados tópicos”, este instrumento é pratico e adicionado as vantagens dos aplicativos digitais tornam-se ainda mais rápido no fornecimento dos resultados, favorecendo a analise instantânea dos dados da pesquisa.

  1. Preparação da pesquisa– com análise das observações já realizadas ao longo do ano trabalhado nesta instituição.
  2. Coleta dos dados– através de um aplicativo com questionário digital com professores e famílias;
  3. Análise dos dados. Análise interpretativa dos dados coletados e estudo de referências de autores que obtiveram êxito neste tema para servirem de apoio aos estudos.
  4. Avaliação – avaliação final com a proposta de detectar pontos positivos e negativos para a construção de uma ação no Centro de Educação Infantil Emília Floriani de Oliveira, melhorando assim a participação das famílias nesta instituição e consequentemente na melhoria do desempenho e desenvolvimento das crianças no âmbito escolar.

Seguindo as etapas acima referidas a pesquisa será acontecerá com: a preparação da pesquisa, com analise das observações já realizadas ao longo do ano trabalhado na instituição escolhida. A coleta de dados através do questionário e entrevistas com professores e familiares, sobre o tema participação ativa na vida escolar da criança e suas contribuições na aprendizagem e desenvolvimento. Analise dos dados de forma interpretativa e estudo de referencias de autores que obtiveram êxito neste tema para servirem de apoio aos estudos. E por fim a avaliação com a proposta de detectar pontos positivos e negativos para a construção de uma ação no Centro de Educação Infantil Emília Floriani de Oliveira I, e baseada em autores poder melhor a participação das famílias nesta instituição e consequentemente na melhoria do desempenho e desenvolvimento das crianças no âmbito escolar.

Toda a pesquisa será realizada no formato de questionários enviados as famílias das crianças do centro de educação infantil e também aos profissionais de educação, sejam eles professores, monitores e coordenação pedagógica. As famílias que compõe o centro de educação infantil são formadas por estruturas diversificadas, o que enriquecerá o resultado da pesquisa. Além disso, muitas famílias veem de outros estados e até mesmo de outros países como os haitianos e venezuelanos com suas culturas e vivências.

2.2 Considerações éticas

A análise das questões pertinentes mostrará a importância da participação ativa das famílias no desenvolvimento integral da criança quando escola e família se unem no mesmo objetivo. Durante todo processo de coleta de dados para a pesquisa os envolvidos serão professores e responsáveis pelas crianças matriculadas na instituição escolhida para pesquisa com consentimento livre. Os participantes serão informados através de um termo de compromisso que devem ler e aceitar por meio digital de forma a preservar o anonimato, com a troca do nome por outro fictício. As respostas referentes à pesquisa necessitam de total veracidade e responsabilidade dos que se disponibilizarem a participar. Questões como idade, e escolaridade do responsável e idade da criança, e para os educadores as questões de idade e tempo na profissão precisam ser verdadeiras para dar acaparo à pesquisa como também o real objetivo da pesquisa e sua intenção na melhoria da educação dos alunos.

Os dados serão recolhidos em questionários preservados, digitados e descritos no trabalho final. Na instituição será necessária uma autorização por parte da secretaria da educação municipal, uma vez que sou a gestora desta unidade de ensino. Caso venhamos utilizar imagens de fotografias para o projeto, serão elaboradas autorizações específicas aos envolvidos e anexadas ao projeto caso necessário ou arquivadas na instituição, assim como demais documentos envolvidos

CAPÍTULO 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Família e escola estão intrinsecamente ligadas durante todo o processo de desenvolvimento integral da criança. Como já anteriormente abordado, cada instituição seja ela família ou escola tem funções especificas, mas uma precisa estar conectada a outra para que a criança se desenvolva com vivencias e experiências que atribuem ao seu desenvolvimento integral. Chalita (2004, p. 28) descreve em seu livro Educação a solução esta no afeto que, “A família é essencial para que a criança ganhe confiança, para que se sinta valorizada, para que se sinta assistida”, portanto esta é a base para o desenvolvimento psíquico da criança iniciada no seio familiar e potencializada na escola. Neste mesmo livro Chalita (2004, p.175) diz que ”A grande responsabilidade para a construção de uma educação cidadã esta nas mãos do professor”, mostrando assim que há uma ligação continua entre estas duas instituições, para a formação completa do individuo.

O objetivo deste trabalho é justamente caracterizar a participação ativa das famílias na educação das crianças do Centro de Educação Infantil Emília Floriani de Oliveira I do município de Brusque SC. Sistematizando os referenciais teóricos desta participação e a contribuição ao fortalecimento de práticas efetivas no desenvolvimento integral da personalidade destas crianças. Também identificar as situações que afastam as famílias do ambiente escolar e reverter esta realidade, analisando o cotidiano da instituição escolar e resgatar este elo de comunicação entre família e escola.

3.1 A pesquisa

A apresentação desses resultados será exposta de forma comparativa e reflexiva em relação aos aspectos que mais se destacam quanto à participação da família na vida escolar das crianças. Além da apresentação gráfica e sua descrição, destacar diferenças e semelhanças entre as respostas dadas pelos responsáveis pela criança e as respostas dadas pelos professores.

Segundo Gil (1999, p.128), apud Chaer, Diniz Ribeiro (2011).

O questionário pode ser definido “como a técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas etc.” Assim, nas questões de cunho empírico, é o questionário uma técnica que servirá para coletar as informações da realidade, tanto do empreendimento quanto do mercado que o cerca, e que serão basilares na construção do trabalho.

Desta forma o questionário foi elaborado para atender as respostas a problemática levantada de forma a analisar com o os participantes da pesquisa, neste caso a família e os profissionais da educação veem a importância da parceria entre ambos, seus pontos positivos e os negativos, que poderão auxiliar na tomada de decisão para novas abordagens tanto para as escolas quanto para as famílias.

A introdução da pesquisa foi elaborada de forma a não constranger, intimidar, ou apontar erros e acertos de ninguém, se deu de maneira anônima e sigilosa.

3.1.2 Coleta e mensuração dos dados

Sendo assim, os dados a seguir expressos em gráficos se referem às respostas dos questionários aplicados com as famílias das crianças e com os professores da instituição escolhida, na qual esta pesquisadora faz parte da equipe gestora e se fez imparcial em todas as questões respondidas.

No primeiro momento foi enviado a todas as famílias o questionário, através de formulário Google for educaction, pela rede social Whatsap dos grupos de família das crianças por turma. Vale à pena reforçar que isso só foi possível, pois devido a atual situação de pandemia que estamos vivendo, foi necessário que cada professor criasse um grupo no Whatsap para poderem enviar atividades as crianças neste momento com aulas não presenciais. De outra forma teria feito no formato físico entregue na própria unidade de ensino.

Do mesmo modo foram enviadas aos professores da unidade de ensino pelo mesmo instrumento digital as questões para que respondessem pela visão do educador, quanto a participação da família na vida escolar das crianças.

Foram respondidas 15 questões pelas famílias das crianças e 10 questões pelos professores que atendem estas crianças no Centro de Educação Infantil Emília Floriani de Oliveira I Da rede municipal de Educação no município de Brusque SC. Sendo que participaram 25 professores e 128 famílias somente desta unidade que foi o nosso local de objetivo da pesquisa.

3.1.3 Distribuição da amostra com as famílias da participação ativa da família na educação

Figura 01. Distribuição da amostra em função da idade dos pais ou responsáveis

Percebeu-se que praticamente a metade dos pais ou responsáveis pelas crianças matriculadas no centro de educação infantil está entre 20 e 30 anos, ou seja, uma parcela bem significativa de pais jovens e que recém iniciaram suas vidas profissionais.

Figura 02.Distribuição da amostra por nível de escolaridade dos responsáveis

Quando analisamos este segundo a figura percebemos o diferencial entre as famílias pesquisadas, sendo 43% de pais ou responsáveis com ensino médio completo, 21,9% com ensino superior completo, 18% com o ensino médio incompleto, 12,5% com ensino fundamental completo e cerca de 4,6% com o ensino fundamental incompleto. Esta questão foi elabora no intuito de conhecer o grau de instrução das famílias pesquisadas e então nas demais questões analisar sua participação.

Figura 03. Idade da criança inserida no CEI

Na figura 3 a questão se refere a idade da criança pela qual os pais ou responsáveis pesquisados ofertam maior envolvimento nesta pesquisa. Com 35,4% dos responsáveis são de crianças entre 4 e 5 anos, que pela idade obrigatoriedade no ensino básico tenha por parte dos responsáveis uma atenção maior. Segundo a resolução nº2 9/10/18 Art 3º § 2º “É obrigatória a matrícula na pré-escola, segunda etapa da Educação Infantil e primeira etapa da obrigatoriedade assegurada pelo inciso I do art. 208 da Constituição Federal, de crianças que completam 4 (quatro) anos até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula inicial”. E 19,7% Das crianças estão entre 2 a 3 anos, assim com as 3 a 4 anos responsáveis, sendo que estes dois grupos são a grande maioria dos alunos matriculados e 15% e 10,2% dos bebes entre 6 meses e 2 anos, sendo estes a menor parcela de matriculados no CEI, o que justifica a porcentagem de pesquisados.

Figura 04. Participação da amostra nas ações educacionais da criança pelos responsáveis

Nesta figura 4 a questão foi saber quem participa das ações educacionais da criança no meio da família a maioria dos entrevistados cerca de 75% responderam que são os dois elementos do casal e 24,2% apenas um dos elementos do casal. Reforçando a fala das autoras Ferreira e Barreira, (2010, p.464), “As práticas familiares, por sua vez, podem incidir num bom rendimento escolar da criança, na medida em que os pais demonstrem interesse pelas atividades e pelos conteúdos escolares”, esta participação por parte do pai e da mãe que é o que nos remete este gráfico é um indicativo de grande evolução e percepção da escola ao menos nas respostas dos responsáveis.

Figura 05. Distribuição da amostra em função dos profissionais do CEI que os responsáveis conhecem

Este figura 5 traz a percepção por parte dos pais ou responsáveis quanto ao conhecimento ou maior vivencia com os funcionários do CEI, não foi surpresa este resultado de 87,1% dos entrevistados, já que é com o professor de sala que os responsáveis entregam e pegam suas crianças, sendo este o contato mais imediato e traz uma ligação diária. Entretanto 8,1% responderam a diretora, pois esta sempre na entrada e na saída do CEI para observar e criar laços com os familiares e sendo esta a primeira a ser procurada quando a necessidade de resolução de problemas.

Figura 06. Participação da família na vida escolar da criança

Na figura número 6 as famílias responderam que participam da vida escolar da criança cerca de 97% um resultado bem elevado. É importante ressaltar aqui qual é o sentido de participação que a família tem como referência, pois, se este sentido é de levar e buscar a criança diariamente não se pode ser visto como participação ativa, ou seja, aquela que interage com a criança, nas atividades de casa, nos eventos escolares e nos questionamentos do cotidiano.

Figura 07. Frequência com que a família participa na vida escolar da criança

Aqui na figura 7 já se percebe uma queda quanto a participação da família que na figura 6 trazia quase que 100%. Neste gráfico a família passa a refletir com que frequência tem participado da vida escolar de seus filhos.

Figura 08. Situações em que a família participa na vida escolar da criança

A figura acima trata de quando acontece esta participação e o resultado traz 87,2% como ação participativa somente quando solicitado e 32,8% quando a família necessita. Esta participação que geralmente acontece pela escola se dá quando há assuntos pertinentes a criança e precisa do diálogo com a família para compreender certas situações, ou seja, parte da escola a necessidade de aproximação com a família.

Figura 09. Percepção da importância da parceria dos pais na escola

No figura 9 percebemos que a família tem certa percepção que há necessidade de parceria com a escola, mas que o cotidiano de trabalho ou de tempo, acaba limitando este contato mais próximo o que nos remete ao gráfico 8 onde a família responde que participa da vida escolar da criança quando solicitada pela escola.

Figura 10. Órgãos de participação da família que conhece

Para que se tenha uma organização administrativa e financeira das escolas de modo democrático é necessária a participação das famílias na associação de pais e professores ou no conselho escolar, órgãos estes que juntamente com a gestão planejam, organizam e deliberam os recursos vindos do governo nacional ou de recursos próprios, sempre pensando no que há de melhor para o atendimento das crianças, como brinquedos novos, literaturas, espaços adequados, materiais pedagógicos entre outros. Na figura 10 percebemos que 68,3% conhecem a APP, 15,1% o conselho escolar e 16,7% responderam não conhecer. Lembramos que no inicio de cada ano letivo é apresentado toda a equipe escolar como também estes dois órgãos APP e Conselho escolar e a cada dois anos é realizado a eleição também em assembleia geral de pais para a composição destes grupos. A pouca participação dos familiares na assembleia geral anual pode aqui ser a resposta pela desinformação ainda de algumas famílias.

Figura 11. Distribuição da amostra no que diz respeito à participação das famílias na escola, considera de forma geral

O figura 11 nos remete a visão de como as familiais se veem nesta participação na vida escolar de suas crianças. Cerca de 46,1% se declaram como ativos nesta participação, 49,2% declaram-se que as vezes conseguem participar e cerca de 4,7% não participam. A família demonstra certo interesse, mas não a uma organização para que esta participação aconteça ativamente e aí a escola precisa criar estratégias e incentivos para que a participação seja ativa e eficaz.

Figura 12. Reconhecimento da possibilidade de apontar melhorias nesta parceria

Este figura aponta uma significância interessante por parte das famílias, onde elas percebem que há possibilidade de melhorar esta parceria com a escola e cabe a escola propor ações para que esta parceria seja ativa e acrescente interação entre as duas instituições. As famílias mostram-se abertas e compreensivas que tem possibilidade de estreitar ainda mais esta relação, sendo que quase 100% dos familiares apresentam intenção de melhorar sua participação no convívio escolar de suas crianças.

Figura 13. Abertura por parte da escola para propor melhorias

As famílias responderam esta questão analisando que abertura a escola fornece para que elas possam propor melhorias. Na figura se percebe que 49,6% responderam que sente a abertura por parte da escola para que possam sugerir melhorias e 42,4% percebem que em alguns momentos a escola oportuniza estas sugestões. Podemos observar que as famílias percebem que a abertura, porém eles mesmos apontam na figura 11 nem sempre conseguem participar, sejam por motivos de trabalho, tempo ou conhecimento mínimo sobre desenvolvimento infantil e sua importância nas relações.

Figura 14. Temas importantes a serem debatidos para garantir o futuro desta parceria

A figura 14 nos mostra claramente que a família desconhece assuntos referentes ao desenvolvimento infantil, os 79% presentes no gráfico acima sentem a necessidade de conhecer mais sobre o assunto. Como o citado no texto do trabalho a família é a base estruturante na evolução e no desenvolvimento da criança, contribuindo efetivamente para o processo de ensino aprendizagem integral. Conhecer sobre desenvolvimento cognitivo, fases do desenvolvimento infantil, importância do convívio social para aprendizagem entre outros temas, pode ser um meio de aproximar as famílias da escola com temas que trazem dúvidas e que podem aprimorar tanto o desenvolvimento da criança quanto a aproximação entre os membros da família, quanto da escola.

Tabela 01
Temas que gostaria que fosse debatido na escola

RespostasFrequência dos n
Inclusão3%
Articulação da escola com a família2%
Nenhuma2%
Às vezes nem sempre o que e falado na reunião é verdade porque na reunião que eu fui disse que toda criança deve esta com o cartão de vacina em dia, mas quando chegamos em um posto de saúde não tem vacinas.2%
Orientar os pais com filhos com autismo ou outras dificuldades1%
Religião1%
Educação1%
Como é o primeiro ano do meu filho nessa escola estamos conhecendo1%
A importância do brincar1%
A alimentação da criança1%
Educação no geral, respeito, empatia, ensinar a não ser egoísta…1%
Atividades com material reciclado1%
Melhorias no sentido escola e pais mais reuniões1%
Fazerem os pais de crianças com problemas neurológicos e mentais a aceitar essa condição e pedir ajuda. Pois a criança se não for ajudada será a maior prejudicada. Um prejuízo pra ela pro resto da vida.1%
Melhorar a interação escola e família1%
Mais atenção com as crianças1%
Educação vem de casa1%
Projetos para aproveitar mais os espaços do CEI1%
Total de 23 entrevistados responderam esta questão23%

O quadro 1 apresenta respostas por parte das famílias sobre quais temas deveriam ser apresentados em futuras reuniões ou formações oportunizadas pela escola que traria maior interesse para eles. Ao observarmos algumas das respostas podemos perceber o quanto confusas elas foram elaboradas, ou por falta compreensão e interpretação da pergunta, o que nos parece bem clara ou realmente algumas famílias não sabia o que responder e fez um desabafo, como a mãe que escreveu: “Às vezes nem sempre o que e falado na reunião é verdade porque na reunião que eu fui disse que toda criança deve esta com o cartão de vacina em dia, mas quando chegamos a um posto de saúde não tem vacinas”. Tais informações são pedidas aos pais no ato da matricula e quando não conseguem, ficam nervosos, ou ainda na resposta: “Fazerem os pais de crianças com problemas neurológicos e mentais a aceitar essa condição e pedir ajuda. Pois a criança se não for ajudada será a maior prejudicada. Um prejuízo pra ela pro resto da vida.” Este é um problema que demanda tempo, um processo muitas vezes longo que vai da observação, aos encaminhamentos, do diagnóstico, da aceitação da família e o inicio dos atendimentos contra turnos e de auxilio de segundo professor. Porém infelizmente ainda vemos famílias que queriam poder escolher as turmas de seus filhos desde que não tenham colegas de inclusão e isso a escola enquanto instituição que trabalha e pratica o respeito a diversidade seja ela qualquer uma, não pode aceitar. Mas isso é assunto para uma possível tese futura.

As respostas relevantes nos mostram o interesse de familiares em conhecer temas importantes para serem debatidos e aprendidos, como: Articulação da escola com a família, Inclusão, educação no geral, respeito, empatia, ensinar a não ser egoísta…, atividades com material reciclado a importância do brincar, a alimentação da criança, melhorar a interação escola e família e projetos para aproveitar mais os espaços do CEI. Estes temas são trabalhados durante todo ano até eventos como o dia da família na escola para construção de brinquedos com material diverso, ou no sábado de mutirão para construção de brinquedos de pallets e pneus, pintura dos muros e etc, projetos de alimentação saudável são realizados todo ano, pois fazem parte do currículo mínimo de todas as turmas, a inclusão que tem uma semana por ano de eventos significativos e específicos e durante todo ano. Portanto fica notável que algumas famílias não conhecem a rotina e os projetos do CEI, sendo que muitos já são realizados a dois anos e a participação ainda é pequena, mesmo com todo incentivo.

3.1.4 Apresentação das respostas ao questionário na distribuição da amostra de dados segundo os professores do CEI sobre o tema a participação ativa da Família na escola

Nestas respostas encontramos a opinião dos educadores quanto às questões levantadas igualmente as das famílias, momento para compararmos a visão de participação da família na escola pelo olhar do educador.

Figura 15. Distribuição da amostra em função da Idade

Na figura 16 especificamente para educadores percebemos a idade do grupo de professores desta unidade escolar sendo que, 45% têm idade entre 31 e 40anos, 29,2% entre 41 e 50 anos e 25% de 20 a 30 anos. É um grupo com bem unido e diversificado onde há várias trocas de experiências independente da idade, o que agrega conhecimento a todos.

Figura 16. Distribuição da amostra quanto a experiência profissional na área

Na figura 17 se observa a diversidade de tempo de experiência na área da educação do grupo de educadores, o que ressaltamos acima o equilíbrio, união e troca de experiência que envolve esta equipe. Temos 37,5% de profissionais com cerca de 10 anos de experiência, a mesma quantidade de professores de 11 anos a 20 anos de profissão e 25% entre 21 e 30 anos. Sendo um grupo unido é possível fazer grandes projetos mesmo com faixas etárias diferentes, agregar conhecimento dos mais experientes em sala de aula com as novas profissionais da era da tecnologia e tem funcionado na prática.

Figura 17. Análise que o educador faz da importância da parceria da família na escola

A figura nº 18 mostra o equilíbrio nas respostas a esta questão sendo praticamente respostas equivalentes a ansiedade dos profissionais fica aparente para a que se tenha uma participação ativa entre família e escola. Cerca de 54,2% responderam que é muito importante esta parceria e 45,8% que é bastante importante a parceria entre família e escola. Se analisarmos a figura 9 também se percebe este equilíbrio com a mesma questão só que respondida pelos familiares. Há uma vontade por ambas as instituições de que a participação ativa seja real e prática, um diálogo entre as duas poderia trazer uma solução plausível, respeitando a função e tempo das duas importantes instituições responsáveis pelo desenvolvimento infantil integral. Conforme Chalita (2014, p. 62) “numa sociedade em transformação como a nossa, diminui cada vez mais a força da educação espontânea e cresce a da educação intencional, no âmbito urbano e rural. Os pais, obrigados pela conjuntura, acabam por deixar para a escola a adaptação social do filho”, e a escola se vê com mais uma obrigação que deveria ser divida com a família e juntas criarem estratégias para que a criança se adapte da melhor forma, acabam por contar somente com a escola para desenvolverem habilidades de socialização desde a sua base.

Figura 18. Avaliação da participação da família pelos professores

Nesta figura pode se compara com a figura nº 11 respondidos pelos familiares, de quanto é esta participação da família no cotidiano escolar das crianças. Neste gráfico a porcentagem de participação vista pelos professores é de 37,5% para muitas vezes, já na figura dos pais é de 46,1%. De alguns momentos de participação da família na escola por parte dos pais foi de 49,2% e na visão dos professores é de 45,8%. Cerca de 4% dos pais responderam não participarem ativamente da vida escolar das crianças e na figura dos educadores também cerca de 4% dos profissionais percebem a não ou raramente a participação da família. Nesta figura ainda 12,5% dos professores responderam que os pais sempre participam das atividades da escola.

Figura 19. Possibilidade de apontar melhoria nesta parceria

Esta figura nº 20 é unânime nos seus 100% de resposta positiva de que é sim possível melhorar esta parceria entre escola e família. Sendo esta uma possibilidade tão assertiva porque ainda não aconteceu? Onde esta a falha ou a ausência? São respostas que podem ser respondidas em outras pesquisas mais aprofundadas com um número maior de escolas e famílias, pois aqui nos deteremos a este CEI apenas.

Figura 20. Distribuição da amostra quanto a temas importantes a serem debatidos para garantir o futuro desta parceria.

Assim como no quadro nº 15 pedimos aos profissionais da educação do CEI que citassem quais temas podem e devem ser abordados para envolver ainda mais as famílias e estreitar esta relação de parceria.

Tabela 02.
Sugira tema para futuras reuniões com os pais e ou responsáveis.

RespostasFrequência dos n
Tempo de equilíbrio1%
Convívio de qualidade2%
Qual a missão dos pais e dos educadores3%
Empatia entre pais e o ótimo trabalho que juntos são capazes de proporcionar1%
Trabalhar em equipe para desenvolver projetos que eduquem as famílias a serem mais participativas1%
Falar da importância do comprometimento da família na instituição educacional bem como no desenvolvimento do seu filho.1%
Como a participação dos pais influência no desempenho escolar dos alunos1%
Envolver os pais nas ações da escola3 %
12 dos 25 educadores entrevistados não responderam esta questão50%
Total de 28 entrevistados responderam estas questões100%

Na tabela nº 2 referente a figura 21 as respostas dos educadores foram mais elaboradas e analisadas do que as dos familiares na figura 15, é habitual que há aqui um entendimento e uma vivência no meio educacional mais amplo e preparado para responder, porém as questões em sua grande maioria se detêm em temas que tratem de envolver as famílias no meio escolar, trazendo átona e consequentemente esta intenção de aproximação com qualidade e eficácia.

Figura 21. Avaliação da participação da família no cotidiano da escola

Esta figura nº 22 mostra um acerta contradição a figura 19 grande parte dos educadores responderam que os pais participam algumas vezes apenas nas ações da escola e neste momento cerca de 54,2% estão presentes no cotidiano escolar. Há de se pensar aqui que estar presente possa ser os momentos de levar e buscar a criança que em sua maioria são os pais que o fazem. Cerca de 33,3% são poucos presentes e os demais há uma variável entre muito presentes e bastante presentes. Se a presença é passar pela escola todo dia, esta resposta corresponde as demais, porém se é a participação ativa da família na escola, ela deixa dúvidas questionáveis.

Figura 22. Percepção da participação dos pais no cotidiano escolar

A figura 22 transcreve como o professor percebe esta participação escolar por parte dos pais no cotidiano escolar e aqui percebemos a dubiedade com a questão 21 que nos deixou dúvidas. Esta participação é ativa no cotidiano ou somente representativa no momento de transporte da criança até ao CEI. Nesta figura 37,5% dos professores percebem que os pais poderiam melhorar esta participação, 33,3% percebem a família pouco presente e 29,2% os percebem presentes. Com estes resultados é perceptível que a escola ainda tem espaços abertos para serem preenchidos com as famílias e que estes profissionais da educação têm muito agregar com seus conhecimentos a eles, são detalhes organizacionais e momentos de interação que poderão atribuir para estreitar estes laços de parceria, sendo ambos abertos a aprender e alguém precisa dar o primeiro passo.

Segundo Davies, Marques e Silva (1997, p. 70)

Se não são os pais a ir à escola deve esta ir até eles. Por outras palavras, há que estabelecer pontes, canais de comunicação. Há que conhecer e saber aproveitar os saberes e saberes-fazer mútuos, ou seja, respeitar, valorizar e legitimizar os diferentes capitais culturais. A nosso ver qualquer tentativa de solução (a prazo) terá que abarcar necessariamente três níveis: professores/currículo/escola.

Figura 23. Percepção da abertura da escola face às propostas de melhoria por parte das famílias

Esta figura mostra a visão do professor quanto a abertura que a escola oferece aos familiares para proporem melhorias. Percebemos que 37,5% responderam que muitas vezes a escola oferece esta oportunidade e outros 37,5% responderam que a escola sempre oportuniza espaço para os familiares opinarem. E 25% disseram que as vezes a escola oferece abertura para que os pais opinem em melhorias. Sabendo que muitas destas aberturas são oferecidas em reuniões de pais e comunidade, onde a participação ainda é inferior a esperada, porém, nas reuniões com os órgãos representativos dos pais e funcionários esta abertura é clara e respeitada. Os pais que pertencem a APP e ao Conselho Escolar são ouvidos, respeitados em suas ideias e opiniões, muitas decisões são tomadas a partir de seus relatos e anseios. Por serem órgãos representativos do financeiro e da organização da escola tem força de lei dentro do espaço escolar e até mesmo fora dele na rede municipal de ensino. Mais ampla divulgação destes órgãos deve ser feita a cada dois anos quando muda o mandato e novos parceiros devem ter a oportunidade de aprender e compreender como se organiza este ambiente escolar de forma democrática e respeitosa, pensando sempre no melhor ao bem estar da criança e no seu desenvolvimento pleno.

3.1.5 Discussão

A apreciação das amostras dos dois questionários se revela com alternâncias nas visões das duas instituições responsáveis pela educação das crianças, o que já se esperava e o que levou a esta pesquisa.

Já no inicio do questionário referido aos pais é perceptível que pela idade e nível de escolaridade, trata-se de famílias que tem pouco tempo com seus filhos, sendo em vista que trabalham todos os dias e a instituição de ensino é a possibilidade de que a criança fique bem assistida, alimentada e tenha oportunidade de educação formal enquanto seus responsáveis ganham a vida.

Quando se trata de saber se os familiares percebem-se participantes ativos na vida escolar da criança é praticamente unânime a resposta positiva por parte da família e nas respostas dos educadores esta realidade já é inferior a esperada.

De acordo com Ferreira e Barrera (2010, p. 454)

Na medida em que constituem os dois principais ambientes do desenvolvimento humano, seria importante existir uma maior ligação entre a escola e a família. No projeto pedagógico da escola deveria ser inserido um espaço para valorização, reconhecimento e trabalho com as práticas educativas familiares, pois esse é um importante recurso nos processos de aprendizagem dos alunos.

As autoras reafirmam que a necessidade de ligação entre a escola e a família cabe a escola propor esta inserção das famílias no trabalho de reconhecimento e valorização desta participação. A percepção que se tem é que a família não se sente acolhida e a escola não sente que a família queira estar presente.

Uma fala que se houve muito entre educadores principalmente de crianças pequenas é descrita por Schelb (2017, p . 76) “Há famílias que tratam o professor de seus filhos como membro ou empregado da família. É preciso restaurar o respeito mútuo entre professores, famílias e alunos, especialmente, estabelecendo os limites das atividades de magistério e do poder familiar”. Desta forma é possível estreitar as relações e compreender cada papel que determina a função de cada instituição.

Na amostra da questão qual a importância você da à participação dos pais na escola, percebeu-se que a grande maioria dos pais responderam que dão grande importância a participação na vida escolar das suas crianças. No comparativo a mesma questão feita aos educadores na figura 16 também a maioria vê a participação da família na escola como muito importante. Analisando as duas respostas é perceptível que todos concordam que é necessário haver participação ativa da família na escola, então o que fazer para que na prática isso se efetive? Continuaremos as analises dos resultados para entender e propor práticas para a solução desta questão.

Se observarmos as figuras 6 sobre a participação dos pais na escola onde eles respondem que 97,7% afirmam participar das ações escolares e na figura 8 onde 87,2% declaram que somente vão a escola quando solicitados já percebemos que esta participação é conduzida pela escola. Poucos pais procuram a escola para saberem da evolução do desenvolvimento de seus filhos sem que seja em uma entrega de avaliação ou por solicitação dos próprios professores.

Chalita (2004, p.62) fala desta inversão de papeis onde “a educação espontânea diminui e cresce a educação intencional, os pais são obrigados, pela conjuntura, acabam por deixar para a escola a adaptação social do filho. Até noções básicas de higiene e sexualidade ficam, por exemplo, relegadas à escola”. Porém se houver um diálogo aberto que proporcione aos educadores conversarem e trocarem experiências sobre desenvolvimento infantil, psicologia infantil entre outros temas relevantes e acima de tudo possam ouvir as famílias e criar empatia, estas trocas de papeis podem ser revistas e ensinadas a cada família.

Na amostra da figura 13 quando perguntamos aos pais se sentem abertura para apontar melhorias na escola, percebemos que a maioria sente que são ouvidos, porém uma parte relevante declara que em alguns momentos percebem esta abertura. Comparando as respostas dos educadores sobre a mesma questão observamos que os educadores foram mais categóricos ao afirmarem que a escola oportuniza abertura para que as famílias possam propor melhorias.

De acordo com Mezomo (1994, p 158)

A escola precisa ser o centro da renovação da própria sociedade que carece de valores e que vaga sem sentido e sem direção, em busca de algo que a realize. A escola deve reassumir sua missão, que é bela demais para ser esquecida ou para ser tão pouco vivida. A escola sé será o que ela pode e deve ser quando a administração total da qualidade for seu objetivo e seu comportamento.

A escola tem o compromisso de alinhar seus objetivos anuais sejam eles pedagógicos ou estruturais com as famílias e comunidade, para tanto é necessário que a família esteja disponível em participar. Quando se convoca uma assembleia geral para definir ações anuais, são poucos os pais que disponibilizam tempo para participar e se for para compor a associação de pais e professores ou o conselho escolar é necessário enquanto gestora ter inúmeras conversas e mesmo correr atrás para conseguir compor as equipes. Muitos pais não veem a necessidade de estar presente nestes órgãos que funcionam como parceiros ativos da gestão na organização tanto física, pedagógica e financeira da escola.

Na amostra sobre temas importantes a serem debatidos com as famílias para garantir esta parceria, os pais responderam que sentem a necessidade de saberem mais sobre o desenvolvimento infantil. Já os educadores responderam que tanto o esclarecimento quanto o desenvolvimento infantil quanto a definição dos papeis de cada instituição na vida da criança são relevantes para inserir a família na escola e contribuir de alguma forma no preparo e no conhecimento de como se desenvolve uma crianças, as etapas a serem respeitadas e os estímulos que fazem a diferença neste desenvolvimento. Becker (2012, p. 92 ) relata que “um professor preparado na compreensão do desenvolvimento cognitivo e da aprendizagem humana, precisa contar com uma gestão educacional à altura dessa pretensão”. Para que um profissional da educação tenha este preparo tem que se ter primeiro a parceria da escola, não há como um educador auxiliar aos pais sobre suas dúvidas, sem que haja abertura para tanto. A parceria tem iniciar entre a gestão e os educadores e demais funcionários da escola e assim ao desenrolar da unidade entre todos, refletira nos pais e nas crianças.

Outro momento que nos faz repensar algumas ações são nas quadros, momentos estes em que familiares e educadores puderam descrever suas angustias ou necessidades, sugerindo opções de temas a serem debatidos em palestras, reuniões, eventos e diálogos entre escola e família.

No quadro número 1 onde os pais responderam em várias questões distintas, algumas com relevância a ser observada e outras sem coerência para o momento, sendo uma falta de compreensão da questão ou mesmo um desabafo momentâneo, porem é possível compreender a todos.

Descrições como os temas Inclusão, articulação escola e família, a importância do brincar, a alimentação escolar, projetos para aproveitamento do espaço externo da escola. São temas que trazem conhecimento, esclarecimento e tiram dúvidas que muitos familiares têm porem na procuram a escola para debaterem e a escola enquanto instituição de ensino não se percebeu a relevância destes temas. Todas estas questões levantadas pelos pais podem e devem ser debatidas no ambiente escolar, ou por pessoas específicas da área ou mesmo pelos educadores que demandam de tal conhecimento pelos seus estudos pessoais. Entretanto outras respostas nos deixam perplexos, quando percebemos certas discriminações com crianças com necessidades especiais, outras respostas vazias sem sentido, trazendo responsabilidades da família e da saúde publica para a escola resolver entre outras que o próprio quadro trás e representa esta fala desconexa com a questão realizada.

Quanto ao quadro dos educadores sobre a mesma questão de sugerir temas que possam atrair às famílias a escola e acrescentar aprendizagem e conhecimento de forma a estreitar esta relação, os profissionais responderam que há necessidade de se ter mais tempo e equilíbrio co as crianças, a empatia entre pais e escola que podem trabalhar juntos, o comprometimento da família nas questões escolares das crianças, a importância da participação para o bem desenvolvimento da criança no ambiente escolar, entre outros que ao quadro nos trás.

Estas são questões que na visão dos profissionais podem e precisam ser debatidas entre escola e família. Percebemos que é clara a necessidade de maior interação e que ambas as instituições estão abertas e interagirem, o que falta é organizar este tempo com qualidade e o formato das reuniões que sejam menos administrativas e mais participativas.

De acordo com Davies, Marques e Silva apud Iturra (1997, p. 66)

A escola normalmente funciona como uma espécie de ilha na comunidade em que se insere. Os alunos são obrigados a deixar as suas vivências extraclasses à porta desta. O seu saber, o seu fazer, é desvalorizado, se não mesmo ignorado por ela. Estreitar a relação entre a escola e as famílias é uma tentativa de aproximar os diferentes capitais culturais uma tentativa de reduzir a descontinuidade entre o saber local e o saber nacional- saber de classe. De fato vários estudos tem demonstrado existir uma correlação positiva entre o envolvimento dos pais na educação escolar dos seus filhos e o rendimento acadêmico destes.

Concordando com Davies, M e Silva tanto a escola precisa estar cada vez mais aberta a atender as famílias e compreender suas dificuldades oportunizando diálogos onde possam se expressar, quanto as famílias precisam estar mais disponíveis para ouvir as escolas e não somente procurarem quando solicitados para resolução de problemas mas o mais importante é ter iniciativa de dialogo antes que o problema se estabeleça. Se o bem estar da criança é essencial para as duas instituições responsáveis pela educação e desenvolvimento integral da criança , há de ser possível criar estratégias que favoreçam os dois lados.

Conforme Cunha (2019, p. 22) “Da família é a responsabilidade de educar sua prole. A instituição escolar, além de ser um braço do Estado para a oferta da educação formal representa acima de tudo, a cota de colaboração da sociedade civil organizada , na significativa tarefa de formar cidadãos”. Entretanto não há necessidade de disputa ou de discussão de quem deve fazer, mas sim de juntos organizarem da melhor forma possível o quanto uma instituição poderá auxiliar a outra, quem sairá ganhando será sempre a criança e sua educação.

3.1.6 Resultados

Concordando com Oliveira e Serrazina (2002) “A reflexão pode abrir novas possibilidades para a ação e pode conduzir a melhoramentos naquilo que se faz. A reflexão pode potenciar a transformação que se deseja e que se é capaz de fazer com os outros”.

A proposta inicial foi analisar junto aos familiares e aos educadores as melhores formas de que a parceria se estabeleça entre ambas instituições responsáveis pelo desenvolvimento integral infantil .

Nas entrevistas vimos algumas divergências de pensamento que colaboram para que ainda tenhamos um distanciamento da família na escola. As famílias consideram-se presentes quando necessário, ou seja, quando solicitadas e não tem tempo hábil para acompanhar todo este desenvolvimento mais próximo a escola. Em vários momentos são os irmãos mais velhos ou avós que cumprem este papel.

Conforme Durão (2012) “para uma criança é importante a continuação das gerações e ter noção de que pertence a uma família com a qual estabelecerá uma ligação, a qual lhe dará um sentimento de pertença, essencial para o desenvolvimento pessoal e social. Neste caso os avôs podem e devem ser incluídos, porém as escolas não devem lançar a eles esta obrigatoriedade, pois assim os pais ainda estariam distantes. Os avós ou irmãos mais velhos podem ser um elo de ligação aos pais e transmitir fatos e situações cotidianas, mas a necessidade de que os pais tenham o mínimo de conhecimento para interagirem com a escola é essencial.

A estratégia após analisar as questões é sempre o dialogo, promover encontros da família com a escola em um formato mais leve com encontros da família para piqueniques ao ar livre e no final de semana, mesmo que para isso os educadores precisem abrir mão de um momento de lazer com sua família para favorecer a família de seu aluno. Encontro para palestras com especialistas sobre assuntos que podem facilitar o entendimento dos pais sobre o desenvolvimento da criança, sobre o desenvolvimento linguistico, o desfralde, a alimentação saudável para cada faixa etária, o limite que se deve ensinar e como ensinar, eventos para que os pais possam ir até o ambiente escolar e apenas brincar com sua criança, proporcionando que se sinta pertencente aquele lugar.

Inúmeras são as possibilidades e proporcionar um primeiro passo é preciso que a escola sente com seus parceiros, educadores, funcionários, APP , Conselho escolar e juntos criem estratégias a longo prazo para alcançarem a todas as famílias.

Fica claro que o mais fácil é não tentar e simplesmente acomodar-se, entretanto os educadores sentem esta necessidade de aprofundar os laços e conhecer as famílias para que assim também conheçam mais profundo aos seus alunos. De tal forma as famílias também demonstram este interesse em inserir-se no ambiente escolar com maior oportunidade de ser ouvido e de proporcionar sugestões de melhorias, já que seus filhos sempre serão os beneficiados.

Segundo Davies, M,S ( 1997 ) as razões são varias para que se tenha um parceria dos pais com a escola. “O incentivo a ajudar aos filhos, independente de seu conhecimento, o incentivo é, só por si, relevante, pois tramite aos filhos a importância atribuída à freqüência da escola”.

Ainda referente a Davies M,S, a outra razão é que os pais se sentem “implicados no processo aumentando as suas expectativas quanto ao percurso escolar dos seus filhos”. Davies, M, S também descrevem razões como “a participação dos pais aumenta a expectativa dos professores”. As influências positivas que os professores podem repassar para as crianças quando percebem que as famílias tem expectativas sobre eles acrescenta entusiasmo nas crianças.

Todas estas razões mencionadas pelos autores já servem de caminho para que os educadores juntamente com a escola iniciem uma nova prática de aproximação com as famílias. Sem cobranças nem trocas de responsabilidades mas sim com parceria ativa da família em todo processo de desenvolvimento integral da criança. Nos projetos que envolvem a criança e que em muitas das vezes a família participa somente enviando os materiais pedidos. Para ressaltar a importância desta participação uma amostra de projetos para os familiares pode ser um bom incentivo.

Uma caminhada no dia do desafio entre família e escola ao invés de somente colocar as crianças para se exercitarem por 15 minutos com os professores. Propor um café da manhã em família nos ambientes da escola, um partida de futebol ou um circuito entre os pais e seus filhos em uma competição sadia e agradável.

A de se esgotar todas as possibilidades para esta aproximação ser efetivada, só assim a escola terá sua função maior exercida que é a ação educativa. Um novo professor precisa nascer dentro dos já existentes, um educador entusiasta, comprometido, afetuoso e com grande possibilidade de ser desafiador, criando e recriando suas aulas, se reinventando e produzindo entusiasmo nas crianças e em suas famílias. Chalita (2004) diz “o professor que chama o aluno pelo nome, que repara em algum novo detalhe, uma roupa, um novo corte de cabelo; o professor que menciona ter conhecido os pais do aluno e lhe faz um elogio. Realiza pequenos gestos de atenção que quebram barreiras e fertilizam o terreno da amizade entre ambos”. Este professor fará a diferença e atrairá um olhar curioso desta família ao perceber seus cuidados nos detalhes e a afirmação positiva da criança em seus relatos em casa.

Conforme objetivo esperado para este projeto de pesquisa qualitativa acreditou que os resultados foram alcançados e novas sugestões, ideias e estudos podem ser elencados a este proporcionando ainda mais aproximação e parceria ativa das famílias nas escolas.

CONCLUSÕES

Ao concluir os estudos abordados inicialmente com nossos objetivos específicos e as inúmeras mensurações e comparações de dados qualitativos e as analises das questões respondidas pelos familiares e professores, sobre a participação ativa da família no Centro de Educação Infantil Emilia Floriani de Oliveira sintetizamos os resultados que buscávamos com a pesquisa, sejam elas:

  • Sistematizar os referentes teóricos sobre a participação ativa das famílias na educação das crianças na Educação Infantil e a contribuição ao fortalecimento de práticas efetivas no desenvolvimento integral da personalidade.
  • Identificar as situações que afastam as famílias do ambiente escolar e do interesse pela Educação de seus filhos, de forma a reverter esta realidade.
  • Analisar situações do cotidiano da instituição que possam resgatar a parceria entre a família e escola estabelecendo um elo de comunicação.
  • Comparar o desenvolvimento de crianças com a participação ativa da família na escola com as que não desfrutam desta disponibilidade, a fim de proporcionar reflexões e mudanças.

Com estes objetivos respondidos e alcançados o próximo passo e colocá-los em prática e disseminar as questões aprendidas e com outras pesquisas futuras abordar assuntos que favoreçam ao estreitamento dos laços entre escola e família.

A princípio a pesquisa seria por meio físico entregue as famílias no centro de educação infantil, porem devido às questões da pandemia e o acesso aos familiares não sendo mais possível, o passo seguinte foi a elaboração das questões via Whatsap que facilitaria as resposta e alcançaria praticamente todas as famílias. Para os questionamentos aos professores de mesmo modo a utilização instrumental também foi a tecnologia.

As questões eram parecidas para que se pudesse compará-las conforme a visão da família perante a escola e vice e versa. Começamos então a colher os resultados da pesquisa e analisá-las de modo a interpretar quais razões levaram tanto as famílias quanto aos professores escolherem suas respostas.

Com os dados já colhidos o que levou certo tempo o passo seguinte foi confrontá-los. Desde os primeiros relatos ficou perceptível que cada instituição vê sua função de forma clara e sucinta. Professor tem que ensinar e a família educar, o que se houve em todos os ambientes de ensino, quando há dificuldades de interação de ambos no mesmo propósito.

Muito tem se falado ultimamente sobre o papel da escola com as novas necessidades das crianças, de mais atenção, de múltiplas funções do educador, do excesso de estimulo tecnológico etc. Por outro lado os pais reclamam da falta de tempo, do excesso de atividades, da falta de paciência e das peculiaridades que acontecem no dia a dia das instituições que trabalham com crianças pequenas passam diariamente, como pequenas quedas, disputas por brinquedos, a troca de algum elemento pessoal entre outros. O que ocasiona inúmeras reclamações, é a família que não tem compreensão, é o professor que não tem cuidado e todas estas queixas vão tornando-se implicações de ambos os lados, se é que há dois lados.

Os estudos nos faz refletir que a necessidade de extrema urgência neste momento é aproximar estas duas instituições responsáveis pelo desenvolvimento integral das crianças e proporcioná-las conhecer-se mais profundamente ou melhor dizendo com empatia.

O educador precisa acolher a criança e a sua história familiar, ou seja, todos os seus componentes, sendo esta a oportunidade de melhor conhecer a criança pela qual o professor cuida e educa durante 4 ou 7 horas diárias dentro de uma creche. Do mesmo modo a família necessita conhecer este profissional que fica com seu filho por um longo tempo e que faz parte da vida da criança e que deixa marcas em seu desenvolvimento. Esta é uma distancia que devemos encurtar e precisa acontecer já nos primeiros dias de aula, com espaços e tempo de qualidade para conhecer – sem e já iniciarem a construção de vínculos que perduraram por no mínimo um ano. E este um ano ambos pais e professores visualizaram o avanço no desenvolvimento infantil, ou até mesmo um atraso neste desenvolvimento e que com um vinculo traçado poderá facilitar a solução do atraso seja ele de fala ou de movimento ou mesmo de interação com os demais colegas.

A escola sozinha não da conta ela precisa do apoio e da parceria da família, quando isto acontece à criança é a maior favorecida, seu desenvolvimento cognitivo e social é tranquilo e possível de ajustes caso necessário. A escola tem uma visão ampla da criança no dia a dia no coletivo, observando suas atitudes e reações conseguem auxiliar aos pais que muitas vezes olham seu filho no individual, não presenciando com tanta ênfase seu comportamento ao dividir um brinquedo, ao aceitar um não, ao fazer birra, ao se alimentar sozinha e proporcionar este momento de sujar-se sem interferência negativa, ao aprender a fazer a sua higiene pessoal sem auxilio. Todos estes momentos criam diariamente na criança o seu convívio com o outro, com o diferente, com as autoridades e consigo mesmos, seus medos, suas frustrações, seus anseios e suas conquistas.

De mesmo modo a família também não consegue sozinha dar conta de todo tempo momento de qualidade para que a criança se desenvolva plenamente cognitivamente e socialmente. A criança precisa conviver com outras crianças e de outras faixas etárias, assim tem a oportunidade de se reinventar, imitar, criar e construir suas brincadeiras e ações. A família pode encontrar na escola a parceira para tirar suas dúvidas, inquietações e até mesmo sua super proteção que atrapalha o desenvolvimento da criança e a impede de se desenvolver com autonomia e criatividade.

Quando vimos no inicio da pesquisa sobre a historia das famílias, vimos o quanto houve mudanças significativas co a saída das mães para o mercado de trabalho e o quanto necessária foram as criações cada vez mais preocupadas com o desenvolvimento das crianças para dar suporte as famílias e ter a criança como protagonista. Para isso passou-se um longo tempo de estudos, pesquisas e o refazer de muitos atos errôneos iniciais. A criança era deixada para ser alimentada e cuidada o ensino não era relevante nem para os cuidadores muito menos para os pais, que precisavam eram de um lugar para deixar seus filhos enquanto buscavam seu sustento.

A educação infantil não era vista como prioridade de ensino apenas para cuidar, não valorizando seus profissionais e nem mesmo as crianças . Com o passar do tempo e com a LDB, Estatuto d acriança e do adolescente a educação infantil passou a ser ensino básico e obrigatório a partir dos 4 anos e muitos pais passaram a valorizar um pouco mais os profissionais que trabalham com crianças pequenas.

Infelizmente ainda presenciamos poucos pais que vem as instituições de educação infantil como depósito de crianças e só se preocupam em levá-los e deixá-los o dia todo sem ao menos se preocuparem em saber como foi o seu dia e de perguntar as professoras como ele ficou. Mas como dissemos já são poucos, encontramos pais que relatam o quanto são gratos pelo cuidado e ensino oferecido nas instituições.

É um passo de cada vez que proporcionara aos familiares compreenderem a importância da parceria deles no ambiente escolar para seus filhos e para o desenvolvimento integral deles. Um simples perguntar como foi o seu dia, o que você comeu hoje, qual atividade você fez, que brincadeira você mais gostou e você quer voltar amanhã? São perguntas simples que definiram a satisfação ou não da criança pelo espaço e pelas pessoas que estão presentes no dia a dia dele.

O objetivo foi esclarecer que há muito a se fazer para estreitar laços de confiança e de gratidão e reconhecimento de ambos as partes. A família precisa conhecer a escola onde seu filho esta inserida e qual é a sua rotina gostos e desgostos. E a escola por sua vez precisa conhecer as famílias para criar empatia, estreitamento e poder auxiliar no que lhe couber sem interferência a crenças e regras.

Não podemos também lançar todas as responsabilidades aos pais e professores também é preciso o envolvimento de toda a equipe gestão e da rede que organiza toda esta dinâmica educacional. A parceria precisa ser de todos os envolvidos desde secretarias de educação, conselho tutelar, juizado da criança, associações que trabalhem com crianças. Criar laços de trocas de experiências e unir conhecimento amplo para escolas e familiares.

Ninguém se desenvolve sozinho sem compartilhar seus conhecimentos, vivências e experiências . O tempo não pode mais ser a resposta imediata para a falta de diálogo, há necessidade de organizar o tempo e ter prioridades assim é possível participar e envolver-se as ações e situações da vida escolar das crianças.

Esta pandemia que nos ocorreu bem em meio ao trabalho final nos mostra que não é a falta de tempo que impede as pessoas de se envolver mais e sim a organização do tempo gasto. Os professores estão trabalhando bem mais que oito horas para planejar, editar, produzir e enviar aulas não presenciais do que gastariam de tempo no ambiente escolar, onde as respostas são imediatas e a interação com a criança leva a temas que criam projetos que surgem da fala da criança da curiosidade dela.

As famílias muitas delas já retornaram ao trabalho mesmo com horas e valores reduzidos, tem vivenciado os momentos de estarem presentes diariamente com as crianças para juntos fazerem as atividades enviadas, que são contações de histórias, músicas criação com materiais diversos, ou um simples desenho.

Temos presenciado uma valorização significativa por parte das famílias para com os professores, seu relato de dificuldades ao ensinar a falta de paciência e a falta de organizar o tempo tem feito as famílias reconhecerem ainda mais os profissionais da educação.

É relevante expor esta situação, pois o trabalho iniciou com todos na escola quando iniciamos a D1 e logo após vieram as aulas não presenciais a pesquisa pela tecnologia e muita coisa mudou e esta foi a mais significativa o aumento da valorização das famílias para com os profissionais da educação. E este é um bom motivo para repensarmos nossas atitudes no retorno presencial e aproveitarmos este momento para alinhar nossa parceria, respeitando e compreendendo cada autor, seja ela familiar ou escolar.

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AGRADECIMENTOS

Ao encerrar estes dois longos anos de muito estudo e dedicação no mestrado, preciso agradecer a algumas pessoas que me acompanharam e foram fundamentais para a realização de mais este sonho realizado. Por isso, expresso aqui, através de palavras sinceras, um pouquinho da importância que elas tiveram, e ainda têm, nesta conquista e a minha sincera gratidão a todas elas. A Deus pelo dom da vida, pelas vitórias alcançadas e os sonhos concretizados. Aos meus pais Carlos e Neura que mesmo sem estudos incentivaram seus quatro filhos a concluírem suas graduações. Ao meu companheiro e maior incentivador, meu esposo Cedenir que por muitos finais de semana se privou de minha presença para que eu pudesse estar estudando. Aos meus filhos Luana e Nicolas dos quais procuro ser o exemplo a ser seguido de dedicação e busca de conhecimento para uma vida com maiores oportunidades e realizações. A instituição Educacional Universidade Liberoamericana FUNIBER que proporciona uma Educação EAD com qualidade, ao Prof. Dr. Mário M. Durão pelas orientações adequadas e a paciência que demonstrou sempre que solicitado a acrescentando conhecimento cientifico ao trabalho final. Agradeço também a colega de mestrado em Educação Flávia Duarte, pois, juntas realizamos alguns trabalhos ao longo do curso, estudando para as avaliações e em certos momentos nos consolamos e nos apoiamos não permitindo que a outra desistisse sem tentar mais uma vez. Simultaneamente a colega de trabalho Andreia (Déia) que por várias vezes foi o alicerce em meio às angústias na construção do projeto. Aos educadores e aos pais que contribuíram nas respostas dos questionamentos que embasaram o projeto final e em fim, mas não por fim, ninguém se constrói sozinho, precisamos sempre do apoio das pessoas que nos amam e a vocês toda a minha gratidão.

ANEXO 1

Este anexo trata da pesquisa enviada por meio de aplicativo de Whatsap construído no Google formulário para investigar o olhar das famílias pesquisadas sobre o tema ação ativa das famílias na escola. De forma anônima e sigilosa para preservar os participantes e proporcionar maior veracidade nas respostas e no resultado, apresenta-se no seguinte e questionário.

  1. Qual é a sua Idade?

( ) 20 – 30 anos

( ) 30 – 40 anos

( ) 40 ou mais

  1. Qual sua Escolaridade?

( ) ensino fundamental incompleto

( ) ensino fundamental completo

( ) ensino médio completo

( ) ensino médio incompleto

( ) ensino superior completo

( ) ensino superior incompleto

  1. Qual a Idade da criança inserida no CEI?

( ) de 6 meses a 1 ano

( ) de 1 ano a 2 anos

( ) de 2 anos a 3 anos

( ) de 3 anos a 4 anos

( ) de 4 anos a 5 anos

  1. Quem participa das ações educacionais da criança?

( ) pai

( ) mãe

( ) os dois

( ) terceiros: avós, irmãos mais velhos ou babás.

  1. Quais dos profissionais do CEI abaixo citados você conhece?

( ) professores de sala

( ) professora de hora atividade

( ) monitora

( ) professora de educação física

( ) diretora

( ) coordenadora pedagógica

  1. Você participa da vida escolar de seu filho (a)?

( ) participo

( ) não participo

  1. Com que frequência participa na vida escolar da criança?

( ) Nunca

( ) Raramente

( ) Algumas vezes

( ) Sempre

  1. Participa da vida escolar da criança. Indique quando.

( ) quando solicitado pela escola

( ) quando necessito

  1. Que analise você faz da importância da parceria dos pais na escola? Na visão dos pais.

( ) nada importante

( ) pouco importante

( ) importante

( ) muito importante

( ) bastante importante

  1. Quais destes órgãos de participação da família na escola você conhece?

( ) APP Associação de Pais e Professores

( ) Conselho Escolar

( ) nenhum dos anteriores

  1. No que diz respeito a participação da família na escola. Considera de forma geral:

( ) participam

( ) não participam

( ) as vezes

  1. É possível apontar melhorias nesta parceria?

( ) sim

( ) não

  1. Sente abertura por parte da escola para propor melhorias?

( ) nunca

( ) raramente

( ) algumas vezes

( ) muitas vezes

  1. Temas importantes a serem debatidos para garantir o futuro desta parceria

( ) esclarecimento sobre as funções de cada instituição(escola/família)

( ) informação sobre desenvolvimento infantil (escola/família)

  1. Cite outros temas que gostaria que fossem debatidos na escola

ANEXO 2

Este anexo trata da pesquisa enviada por meio de aplicativo de Whatsap construído no Google formulário para investigar o olhar dos profissionais da educação sobre o tema ação ativa das famílias na escola. De forma anônima e sigilosa para preservar os participantes e proporcionar maior veracidade nas respostas e no resultado, apresenta-se no seguinte questionário.

  1. Idade

( ) 20 até 30 anos

( ) 31 – 40 anos

( ) 41 – 50 anos

( ) + de 50 anos

  1. Quanto tempo na função na profissão?

( ) Até 10 anos

( ) 11 – 20 anos

( ) 21 – 30 anos

( ) 31 ou + mais

  1. Que analise você faz da importância da parceria dos pais na escola

( ) nada importante

( ) pouco importante

( ) importante

( ) muito importante

( ) bastante importante

  1. Como você avalia a participação dos pais na escola

( ) nunca

( ) raramente

( ) algumas vezes

( ) muitas vezes

( ) sempre

  1. É possível apontar melhorias nesta parceria?

( ) sim ( ) não

  1. Temas importantes a serem debatidos para garantir o futuro desta parceria

( ) esclarecimento sobre as funções de cada instituição(escola/família)

( ) informação sobre desenvolvimento infantil (escola/família)

( ) outros : ____________________________________________________

  1. Como avalia a participação da família no cotidiano da escola.

( ) presente

( ) pouco presentes

( ) muito presentes

( ) bastante presentes

  1. Em relação à participação dos pais no cotidiano escolar, como você percebe?

( ) presentes

( ) pouco presentes

( ) não presentes

( ) poderia ser melhor

  1. Considera que a escola da abertura para que as famílias possam propor melhorias?

( ) Nunca

( ) Raramente

( ) Algumas vezes

( ) Muitas vezes

( ) Sempre


DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus por ser essencial na minha vida e me guiar, ao meu marido Cedenir pelo apoio incondicional, meus filhos Nicolas e Luana, familiares, amigos e a todos que de algum modo contribuíram para a realização deste trabalho final de maneira idêntica aos professores do curso, ao orientador deste projeto pela paciência e eficiência.