REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8091744
Wailson Sousa Santos1
Francisco José Barbosa2
RESUMO
Introdução: Às novas necessidades de formação dos alunos para a convivência em seu habitat regional, obriga-nos a propor um novo ensino da Geografia, levando em consideração a BNCC e os da RCA. Objetivo: analisar a construção do currículo de geografia com base na BNCC e no RCA para o ensino fundamental II em uma escola municipal na cidade de Manaus-AM. Metodologia: o presente estudo trata-se de um estudo de caso em uma escola municipal em Manaus/AM com complemento de uma revisão de literatura, utilizando o diagrama de prisma 2020 com dados entre 2019 a 2023. Resultados: o estudo aponta que a junção da BNCC e a RCA trouxeram resultados tanto positivos para equipe pedagógica como para os alunos do ensino fundamental II, haja vista que os conteúdos administrados durante as aulas passaram por atualizações e os conteúdos regionais passaram a fazer mais parte das aulas. Conclusão: unir a BNCC e a RCA é uma forma de valorizar conteúdos geográficos regionais fazendo com que o aluno se integre ao ambiente onde vive sem esquecer questões regionais macro.
Palavras –chave: BNCC. RCA. Ensino Fundamental II.
INTRODUÇÃO
Como disciplina escolar, a Geografia se reveste de enorme importância, pois, fornece um conjunto de competências básicas e essenciais para a compreensão e análise da dinâmica espacial, numa sociedade como a atual que se caracteriza pelas profundas e rápidas mudanças que ocorrem e pelos enormes problemas socioambientais gerados, para os quais se requer um cidadão com excelente formação geográfica que possibilite participar da busca de soluções (ILVA; ALEX, 2019).
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que é um norteio a nível Brasil e o Referencial Curricular Amazonense (RCA) que é um norteio a nível estadual, demonstram os caminhos que o docente de Geografia pode seguir para ministrar as aulas com os alunos, quais dinâmicas usar, como transmitir, quais recursos serão necessários para integrar este aluno (LOUREIRO; SILVA, 2020).
De forma geral, o ensino da Geografia conforme a BNCC demonstra inúmeros parâmetros como a localização referente à cada região geograficamente, relevo, clima, entre outras situações. Entretanto, quando se fala em regionalização, são poucos os alunos que conhecem as características regionais da própria localidade (ROCHA, 2022).
No Amazonas, alunos do ensino fundamental pouco conhecem sobre a regionalidade. Todavia, entendem que o Estado, por exemplo, fica na região Norte, mas, não entendem quais as estações do local, como também não conhecem quais rios que perpassam pelo Estado e onde nascem, entretanto, conhecem os principais rios do Brasil. Isso demonstra uma falta de conhecimento destes alunos quanto à regionalidade (COSTA; SOUZA, 2021).
Tal justificativa será devido às transformações envoltas na construção curricular envolvendo a BNCC e aos RCA, pois com o passar dos anos foi preciso fazer uma adequação no contexto da disciplina de Geografia considerando elaboração da disciplina tanto o nível macro (Brasil) determinado pela BNCC, como o nível regional (Amazonas) em conformidade com a RCA.
Sendo assim, com objetivo geral deste estudo procura-se analisar a construção do currículo de geografia com base na BNCC e no RCA para o ensino fundamental II em uma escola municipal na cidade de Manaus-AM. E como objetivos específicos: (1) conhecer as dificuldades dos docentes de Geografia em administrar a disciplina conforme a BNCC e a RCA; (2) verificar as práticas docentes que estimulam a aprendizagem de Geografia no Ensino Fundamental II; (3) identificar a percepção dos alunos do ensino fundamental II e equipe pedagógica como a disciplina está sendo administrada em sala de aula.
REFERENCIAL TEÓRICO
O ensino da geografia no ensino fundamental
Há uma necessidade crescente de ensinar Geografia com base no pensamento criativo e crítico, de modo a transformar essa atividade em uma ação reflexiva, voltada para a explicação dos acontecimentos do mundo global (GUERRA, 2020).
Historicamente, a educação tem sido considerada o caminho mais adequado para o progresso da sociedade. A Geografia como ciência social e natural, estuda as inter-relações que ocorrem entre o ambiente físico e social em que os grupos sociais e a natureza se desenvolvem. No nível educacional, não basta estudar cada um dos elementos que compõem o espaço geográfico (SILVA, 2022).
Borges et al. (2020), explica que o objetivo de aprender e ensinar Geografia é que os alunos promovam de forma pertinente a aquisição dos conteúdos geográficos correspondentes ao ensino básico, para que as crianças visualizem os problemas atuais (globais e locais) e compreendam os desafios sociais que têm uma dimensão territorial, de outra dimensão ordem. Esta situação exige uma nova abordagem do ensino da Geografia, com uma orientação interdisciplinar e inclusiva.
O ensino da Geografia é de vital importância no ensino fundamental, pois aprimora e sistematiza as habilidades individuais de percepção espacial das crianças, também as ajuda a se familiarizar com seu meio e a conhecer o que as cerca, sua grande variedade de florestas, seus desertos, praias, animais e plantas , pretende ser um valor ético dentro de cada pessoa , permitindo-lhe conhecer um pouco mais sobre o seu ambiente, a origem de tudo o que o rodeia (riquezas naturais), e ajudá-lo a compreender mapas, bússolas, etc (GUERRA, 2020).
Base nacional curricular (BNCC) e referencial curricular amazonense (RCA) na educação amazonense
As escolas da rede estadual e municipal começam a se adequar para aplicar as reformas de ensino previstas no RCA, que são aprovadas pelo Conselho Estadual de Educação (CEE/AM) no âmbito da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A partir de 2021, a orientação será obrigatória para educação infantil e fundamental (LOBATO, 2023).
De acordo com CEE/AM (2020), afirma que:
O Referencial Curricular Amazônico – O RCA foi desenvolvido de forma colaborativa no território estadual para servir como um documento norteador em si mesmo para o desenvolvimento ou adequação de programas de ensino político. Nos termos do artigo 5º da Resolução nº 098-CEE/AM, o Referencial Curricular Amazônico traz conteúdo legal e normativo e é obrigatório para a elaboração de todos os documentos que norteiam as atividades educativas das instituições de ensino das redes pública e privada amazônicas (CEE/AM, 2020)
A Base Nacional Curricular Comum é um documento normativo que define o conjunto essencial de aprendizagens que todos os alunos devem desenvolver ao longo das fases e modalidades do ensino básico. Seu principal objetivo é ser o farol da qualidade da educação no Brasil, estabelecendo um nível de aprendizagem e desenvolvimento a que todos os alunos têm direito (Brasil. MEC, 2018b).
O Referencial Curricular Amazonense – RCA é um documento normativo, alinhado à Base Nacional Comum Curricular – BNCC, para atender a rede de ensino existente no estado e respeitar sua diversidade cultural. A escola é um espaço que garante o direito à educação para todos, e a escola tem a obrigação de oferecer uma educação de qualidade com base em um currículo adequado ao contexto da diversidade do país (COSTA; SOUZA, 2021)
METODOLOGIA
A presente estudo trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso realizado em uma escola municipal em Manaus – AM com complemento de uma revisão de literatura com base de dados Scielo, Revista Brasileira de Educação em Geografia (RBENG), Revista Amazônica sobre Ensino de Geografia (RASENG) com dados entre 2019 a 2023. Um estudo de caso é um estudo detalhado de um tópico específico.
Sendo assim foi selecionada uma escola municipal em Manaus – AM, levando em consideração 346 pessoas (340 alunos do Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano), turmas manhã e tarde e seis profissionais da equipe pedagógica (quatro docentes de Geografia e dois pedagogos). Para a revisão de literatura foram utilizados da declaração de Prisma 2020 (identificação, triagem, seleção).
Figura 1: Elaboração do Diagrama de prisma 2020 para o estudo
Fonte 1: Adaptação de Pages (2023)
Após a elaboração do diagrama de prisma de 2020, foram selecionados 10 artigos relacionados ao tema, completando assim o estudo.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Dificuldades dos docentes de Geografia em administrar a disciplina conforme a BNCC e a RCA
Uma das grandes dificuldades é um ensinamento tradicional e levam a pensar que a didática do ensino da geografia é um processo de inovação em sala de aula que permite ao professor tomar medidas para melhorar o aprendizado do aluno. Martins (2020), afirma que no ensino da geografia tradicional, há uma justaposição de conteúdos e estratégias que tornam a aula uma mera repetição de conceitos pouco atrativos para o aluno que, por seu caráter estático, não considera a aprendizagem como um processo no qual está envolvido na construção e produção de o conhecimento de sua realidade imediata.
A concepção descritiva faz do Ensino da Geografia uma atividade enumerativa, de noções, pormenores e conceitos geográficos isolados e ultrapassados da vida do aluno, sem dúvida que isso conduz a conhecimentos irracionais, não analisados e não analisados, importando apenas a quantidade de objetivos dados e não sua qualidade. Nesse sentido Paiva, Souza (2021), expressa que no que diz respeito aos conteúdos programáticos, mesmo quando se têm feito tímidas alterações que conferem alguma flexibilidade ao Ensino da Geografia, este continua a ser enquadrado nos moldes tradicionais, sendo ensinado com métodos ultrapassados e inoperantes.
A Geografia continua a ser ensinada com métodos obsoletos que a desconectam completamente da realidade, quando essa realidade está em constante mudança, é dinâmica e se não ocorre entre ela a necessária renovação e as novas abordagens metodológicas e o avanço científico tecnológico da ciência agravam a estagnação e deficiência do ensino. Loureiro, Silva (2021), afirmam que existe um ensino de geografia ultrapassado e obsoleto que está em contradição com as atuais circunstâncias de ensino-aprendizagem.
As práticas docentes que estimulam a aprendizagem de Geografia no Ensino Fundamental II;
Para ensinar transformação e organização do local, a aula para os alunos do ensino fundamental II se torna mais didática como passeio ao ambiente natural, mostrando a regionalidade da região, demonstrando particularidades e outras situações específicas da região. Cordovil (2019), afirma que neste processo de renovação o docente pretende que os alunos compreendam a transformação e organização do local onde vivem, através da análise dos processos geográficos que nele se desenrolam, o ensino da Geografia estrutura-se em torno de uma sequência de unidades didáticas, planejadas no quadro de um programa geral que organiza de forma coerente todo o processo.
Para confrontar o aluno do ensino fundamental II com situações problemáticas na sociedade regional, nas quais o conhecimento regional quase não é citado nas literaturas, é reelaborado através de trabalhos com documentos e outros materiais de natureza diversa que possam demonstrar a geografia regional. Lobato (2023), afirma que as estratégias baseadas na indagação ou na investigação regional estão relacionadas com o modelo construtivo de aprendizagem direcionado pela RCA e acabam cada vez mais ocupando um lugar proeminente no ensino amazonense.
A seleção de livros didáticos selecionados pela semed equilibram o que a BNCC e a RCA mantêm um equilíbrio entre informações básicas para os alunos do ensino fundamental II com propostas de diversas atividades (mapas, cronologias, documentos, dados estatísticos, gráficos, imagens, mapas ou charges, fontes de informática e comunicação) como sequências de aprendizagem. Freitas et al. (2021) afirma que os materiais de trabalho passaram da utilização do livro didático como única fonte de informação ou comentários sobre textos mais ou menos formalizados, para a presença de todo um conjunto de materiais diversos, organizados em torno de sequências didáticas.
Percepção dos alunos do ensino fundamental II e equipe pedagógica como a disciplina está sendo administrada em sala de aula.
De acordo com a equipe pedagógica, é preciso que haja um planejamento constante da disciplina de geografia amazonense, pois observa-se que a sociedade está mudando constantemente e é cada vez mais preciso que as instituições de ensino municipal acompanhem as evoluções seja pessoal, didática ou tecnológica. Lobato (2023), afirma que, o acompanhamento das novidades tecnológicas de educação fazem com que professor deixe de ser alguém só de quadro e passe a explorar o ambiente em se vive, fazendo com que seus alunos observem o mundo através de suas experiências.
Para os alunos do sexto e sétimo ano do ensino fundamental II, há um consenso que os assuntos de sala de aula promovem diversão, ficando assim mais fácil para se aprender o tema da aula. Martins (2020), diz que, os alunos que passam do ensino fundamental I para o ensino fundamental II precisam de uma quebra nas formas como as atividades são ministradas, desta forma, ensinar a geografia deixa de ser apenas uma área de conhecimento simples para um conhecimento mais complexo mas de forma didática.
Para os alunos do oitavo ano do ensino fundamental II, verifica-se que as atividades de geografia apresentam mais um contexto de regionalidade, ou seja, os materiais e atividades ministradas pelos professores são citados muitos contextos amazônicos e que muitas vezes não se encontram nos livros. Moreira, Coelho (2019), afirmam que, ao ensinar o contexto regional, os alunos conseguem entender seu local onde vivem, como vivem e, ao mesmo tempo, podem gerar possibilidades no local também, seja de preservação ou de transformação.
Para os alunos do nono ano do ensino fundamental, as atividades ministradas são didáticas, fáceis de se entender e que os professores procuram sempre demonstrar algo regional, como relevo, hidrografia, rios, floresta. Barbosa, Oliveira (2021) afirmam que, ao juntar questões didáticas e regionais, o aluno vai de encontro ao conhecimento regional, entendendo suas situações particulares mas não esquecendo a geografia macro, desta forma, as atividades se tornam mais responsáveis pela construção do ser humano social que para passará para o ensino médio com melhores informações.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com este artigo foi possível analisar o impacto da construção do conhecimento com base na BNCC e a RCA referente a geografia na percepção dos alunos 6 º, 7 º, 8 º, 9 º do ensino fundamental II em uma escola municipal, equipe pedagógica.
O estudo aponta que a construção do ensino levando em consideração a BNCC e a RCA como eficaz ao sistema educacional, haja vista que, para os professores é possível sair da zona de conforto tornando suas aulas mais didáticas tendo em vista a preconização da BNCC e ao mesmo tempo, os professores inserem as questões regionais com mais frequência nas aulas, fazendo com que os alunos estejam mais conscientes do espaço em que vivem ou pertencem, apontando, a geografia macro e regional ao mesmo tempo.
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1Msc. em Gestão e auditoria ambiental, Doutorando da Facultad Interamericana de Ciencias Sociales- FICS
2Prof. Dr. em Ciências Sociais da Facultad Interamericana de Ciencias Sociales- FICS