IDEAÇÃO SUICIDA ENTRE UNIVERSITÁRIOS: REVISÃO INTEGRATIVA 

SUICIDAL IDEATION AMONG COLLEGE STUDENTS: INTEGRATIVE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7806603


Laura Mourão Aragão1*
Gabriel dos Santos Medeiros1*
Ana Beatriz Vieira Sousa1*
Carolina Pedrosa Batista1*
Eduarda Feitosa Bezerra¹*
Henrique Jorge Rebouças Júnior¹*
Paula Almeida Apolinário¹*
Giovanna Kailany Machado de Oliveira Moura¹*
Milena Nunes Alves de Sousa²**


RESUMO

Introdução: A ideação suicida versa a respeito de planos e ideias de pôr fim à própria vida. Nessa conjuntura, estudantes universitários constituem grupo vulnerável a tais pensamentos. Objetivo: Analisar os fatores associados à ideação suicida entre universitários. Método: Revisão integrativa da literatura, executada em seis fases, utilizando-se os Descritores em Ciências da Saúde em inglês e combinados da seguinte forma: “Suicidal Ideation” AND Students AND Universities. Para isso, foram usadas as bases de dados Medical Publisher e Biblioteca Virtual em Saúde. No mais, adotou-se os idiomas inglês e português, selecionando-se 23 artigos obtidos a partir de uma triagem de 2.439 estudos. Resultados: 73,91% dos estudos estavam disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde, 95,62% foram publicados em inglês e no recorde temporal de 2013 a 2023. O tipo de pesquisa era, em sua maioria, transversal. Os fatores de risco foram elencados em 16 categorias, destacando-se entre as mais prevalentes: 1) transtornos mentais; 2) estresse elevado e 3) violência. Conclusão: É possível afirmar que os fatores de risco relacionados à ideação suicida entre universitários são muitos. A vida acadêmica por si só não consegue explicar a motivação por trás, mas pode agir como potencializador das causas subjacentes. Apesar das limitações do presente estudo, pode-se constatar também que os alunos da área da saúde, especialmente do curso de Medicina, eram os mais vulneráveis, apresentando maior prevalência de ideação suicida.

Palavras-chave: Ideação suicida. Alunos. Ensino Superior.

ABSTRACT

Introduction: Suicidal ideation is about plans and ideas to end one’s life. At this juncture, university students are vulnerable groups to such thoughts. Objective:   To analyze the factors associated with suicidal ideation among college students. Method: Integrative literature review, performed in six phases, using the Descriptors in Health Sciences in English and combined as follows: “Suicidal Ideation” AND Students AND Universities. For this, the Databases Medical Publisher and Virtual Health Library were used. In addition, the English and Portuguese were adopted, selecting 23 articles obtained from a screening of 2,439 studies. Results: 73.91% of the studies were available in the Virtual Health Library (BVS), 95.62% were published in English and within the time frame of 2013 to 2023. The studies were mostly cross-sectional. Risk factors were listed in 16 categories, with the most prevalent being: 1) mental disorders; 2) high stress and 3) violence Conclusion: It can be stated that the risk factors related to suicidal ideation among university students are many. Academic life alone cannot explain the underlying motivation, but can act as a potentiator of underlying causes. Despite the limitations of the present study, it can also be noted that health area students, especially those in the Medicine course, were the most vulnerable, with a higher prevalence of suicidal ideation.

Key words:  Suicidal Ideation. Students. Universities.

INTRODUÇÃO

A ideação suicida (IS), segundo Morgado (2018), é um dos mais significativos precedentes do suicídio. Refere-se a anseios, ideias e pensamentos sobre pôr fim à própria vida. Observa-se que não há anormalidade em ter reflexões suicidas ocasionalmente, pois considera-se que fazem parte da transição infanto-juvenil à medida que se enfrentam crises existenciais (MOREIRA, 2021).

Apesar disso, de acordo com Seo et al. (2021), supõe-se que os pensamentos suicidas estão a nível anormal quando os indivíduos passam a atribuí-los como única solução para confrontar os problemas. Dessa forma, a profundidade, a intensidade, o contexto e a incapacidade de esquecer tais ideias passam a constituírem-se como fator de risco para a tentativa de suicídio.

Em 2019, estima-se que mais de 700.000 indivíduos tenham morrido de suicídio, o que deflagra os comportamentos suicidas como uma causa importante de morte a nível global (WORLD HEALTH ORGANIZATION – WHO, 2021b). A maioria das pessoas que apresentam ideação suicida, entretanto, são ambivalentes quanto à vontade de morrer no momento do ato, sendo alguns estressores psicológicos importantes na tomada de decisão (WHO, 2021a).

O pensamento suicida é, por conseguinte, um dos fatores mais relevantes e a que necessita ser dada a devida consideração (HUBERS et al., 2018; SANTOS et al., 2021). A problemática do suicídio também é bastante antiga (ALVES et al., 2020). A prevalência da ideação suicida durante a vida pode chegar a taxas de 10% na população geral (HUBERS et al., 2018), existindo argumentação convincente de que a estrutura do ato suicida possa seguir uma disposição que deriva da progressão da ideação rumo à tentativa propriamente dita (KLONSKY; MAY, 2015).

Dentre os estudantes universitários, os dados referentes à ideação suicida conseguem ser ainda mais alarmantes. Uma revisão sistemática publicada em 2020 (PAULA et al., 2020), encontrou taxas maiores que 18% nos estudos analisados de estudantes entrevistados apresentando algum nível de ideação suicida. Muitos desses estudos reforçavam, ainda, a prevalência maior dentre os universitários da área de saúde.

Nesse sentido, a epidemiologia e estruturação da ideação suicida denotam relevância clara na efetuação da investigação dos fatores preditores associados para que assim seja exequível o manejo e combate do ato suicida em si (KLONSKY; MAY; SAFFER, 2016).

Uma gama de fatores está relacionada à ideação suicida, nos quais se englobam impasses que envolvem relacionamentos – conexão com amigos, parceria amorosa, família –, condições financeiras, questões de saúde e de apoio psicossocial, além de aspectos individuais (WHO, 2014). Tudo isso, atrelado à vida universitária com suas dificuldades inerentes, pode estar intimamente associado ao aumento do desenvolvimento de pensamentos suicidas entre estudantes.

O ingresso na universidade se caracteriza por ser uma fase de transição crítica e de adaptações, pois ocorrem diversas mudanças no convívio social e nas atividades dos estudantes. Apesar de eles apresentarem mais autonomia, liberdade e independência, eles passam a ter mais responsabilidades referentes às cobranças e pressões acadêmicas. Essa realidade ainda é mais problemática com os universitários da área da saúde, que vivenciam e enfrentam no cotidiano diversas mortes e o sofrimento humano (LIMONERO et al., 2018). 

Este presente estudo se justifica pela importância de analisar a ideação suicida entre os universitários, visto que o suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos, faixa etária correspondente à maioria dos universitários (RIBEIRO; MOREIRA, 2018) e essa fase de mudanças pode afetar o desempenho acadêmico do estudante, causando estado de desequilíbrio, sentimento de inutilidade, problemas de saúde mental e, em consequência, a ideação suicida (STOLIKER; LAFRENIERE, 2018).

Torna-se evidente a necessidade de aprofundar os estudos acerca do assunto. A partir disso, este estudo tem por objetivo analisar os fatores associados à ideação suicida entre universitários.

MÉTODO

Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura (RIL), a qual é essencial para a construção de um conhecimento específico, favorecendo o surgimento de novas teorias, assim como o reconhecimento de lacunas e oportunidades de pesquisa em um determinado assunto (GODOI, 2020). Para realização do estudo foram realizadas seis etapas: escolha do tema e formatação da questão de pesquisa, aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, identificação dos estudos pré-selecionados e selecionados, categorização dos estudos selecionados, discussão dos resultados e apresentação da revisão ou síntese do conhecimento.

A primeira etapa consistiu na definição da temática com a finalidade de responder a questão norteadora da pesquisa: “Quais os fatores associados à ideação suicida entre universitários?”. A segunda etapa consistiu em buscar a disponibilidade do tema na literatura científica de artigos com os Descritores em Ciências da Saúde em inglês “Suicidal IdeationAND Students AND Universities e as bases de dados eleitas foram: 1) Medical Publisher (PUBMED); 2) Biblioteca Virtual em Saúde (BVS).

A terceira e quarta etapa integraram os critérios de inclusão com o uso dos seguintes filtros: estudos publicados de 2013 a 2023, artigos disponíveis em português e inglês. Em seguida, foram aplicados os seguintes critérios de exclusão: estudos repetidos ou duplicados nas bases de dados ou que não contemplaram questão norteadora da pesquisa. A partir disso, para melhor visualizar o processo de amostragem, observar o fluxograma na figura 1, no qual se definiu uma amostragem final de 23 artigos. Em relação ao esclarecimento dos resultados, foram selecionadas as seguintes variáveis: autor/ano, título de artigo, título do periódico, idioma, país, tipo de pesquisa e tamanho amostral (Quadro 1).

Figura 1: Fluxograma de pré-seleção e seleção da amostra final

Além disso, os principais resultados das publicações escolhidas foram categorizados em: 1) uso de substâncias psicóticas, 2) dificuldade de sono, 3) estresse elevado, 4) transtornos mentais, 5) diminuição da qualidade de vida, 6) sofrimento psicológico, 7) relações interpessoais, 8) violência, 9) experiência acadêmica, 10) preocupações, 11) deficiências, 12) adversidades familiares, 13) comportamento suicida prévio, 14) uso abusivo de Smartphones, 15) fatores sociodemográficos e 16) aspectos inerentes à personalidade.

Na quinta e sexta etapa, com a leitura dos artigos selecionados na amostra final, buscou-se entendimento do tema central a partir de análise, interpretação e discussão dos resultados obtidos. Além disso, foi realizada uma leitura comparativa entre os estudos e, por fim, apresentar propostas para estudos posteriores.

RESULTADOS

No quadro 1, observa-se que a maioria dos estudos estão disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde – BVS – (73.91%; n=17), sendo publicados em inglês (95.65%; n=22) e no recorte temporal de 2013 a 2023. Quanto às revistas, as que mais se destacaram foram: Journal of Affective Disorders e PLoS One, cada uma responsável por 17.39% e 13.04%, respectivamente. Ademais, constata-se que parte significativa dos estudos é oriunda dos Estados Unidos (30.43%).

Quadro 1: Descrição dos estudos incluídos na revisão integrativa, segundo autores/ano, título do artigo, base de dados, título do periódico, idioma e País.

Autores/AnoTítulo do ArtigoBDTítulo do PeriódicoIdiomaPaís
Akram et al. (2020)Prevalence and psychiatric correlates of suicidal ideation in UK university students.BVSJournal of Affective DisordersInglêsReino Unido
Asfaw et al. (2020)Prevalence and associated factors of suicidal ideation and attempt among undergraduate medical students of Haramaya University, Ethiopia. A cross sectional study.BVSPLoS ONEInglês    Estados Unidos
Bagge et al. (2014)Relations between hopelessness, depressive symptoms and suicidality: mediation by reasons for living.PubMedJournal of Clinical PsychologyInglêsEstados Unidos
Carbonell e Martinéz (2020)Prevalence of depressive symptoms and suicidal ideation among Spanish medical students.BVSActas Españolas de Psiquiatría  InglêsEspanha
Gratz, Mann e Tull (2021)Suicidal ideation among university students during the COVID-19 pandemic: Identifying at-risk subgroups.BVSPsychiatry ResearchInglês  Países Baixos
Gselamu e Ha (2020)Attitudes towards suicide and risk factors for suicide attempts among university students in South Korea.BVSJournal of Affective DisordersInglêsCoreia do Sul
Machado et al. (2020)Fatores de risco para ideação suicida entre universitários atendidos por um serviço de assistência de saúde estudantil.BVSSMAD: Revista eletrônica saúde mental álcool drogasPortuguêsBrasil
Marinovich et al. (2021)Abuse and suicide risk among college students in the United States: Findings from the 2019 Healthy Minds Study.BVSJournal of Affective DisordersInglêsEstados Unidos
Miranda-Mendizabal et al. (2019)Gender commonalities and differences in risk and protective factors of suicidal thoughts and behaviors: A cross-sectional study of Spanish university students.BVSDepression and AnxietyInglêsEspanha
Parker et al. (2021)Risk and Protective Factors Associated with Moderate and Acute Suicidal Ideation among a National Sample of Tribal College and University Students 2015-2016.BVSThe Journal of Rural HealthInglêsEstados Unidos
Paulus, Capron e Zvolensky (2021)Understanding hazardous drinking and suicidal ideation and suicide risk among college students: anxiety sensitivity as an explanatory factor.BVSCognitive Behavior TherapyInglêsEstados Unidos
Peng et al. (2022)The prevalence and risk factors of mental problems in medical students during COVID-19 pandemic: A systematic review and meta-analysis.  PubMedJournal of Affective DisordersInglêsChina
Ramírez et al. (2020)Suicidal ideation in gender and sexual minority students in the largest Brazilian University.BVSArchives of Psychiatric NursingInglêsBrasil
Seo et al. (2021)Risk factors for suicidal ideation and suicide attempt among medical students: A meta-analysis.PubMedPLoS OneInglêsCanadá
Shannonhouse, Hill e Hightower (2022)Trauma exposure, suicidality, and reporting in college students.BVSJournal of American College HealthInglêsEstados Unidos
Smith et al. (2018)The perniciousness of perfectionism: A meta-analytic review of the perfectionism-suicide relationship.PubMedJournal of Personality  Inglês  Canadá
Sousa et al. (2021)Factors associated with suicide ideation of healthcare university students.BVSRevista Brasileira de Enfermagem  Inglês  Brasil
Takanobu et al. (2021)Character configuration, major depressive episodes, and suicide-related ideation among Japanese undergraduates.BVSPLoS OneInglêsEstados Unidos
Tango, Wu e Miao. (2013)Experimental test of escape theory: accessibility to implicit suicidal mind.PubMedSuicide and Life-Threatening BehaviorInglêsChina
Thompson et al. (2021)Sleep quality moderates the association between psychotic-like experiences and suicidal ideation among help-seeking university students.BVSJournal of Psychiatric Research      Inglês    Holanda
Wang et al. (2019)Suicidality among young adults: Unique and cumulative roles of 14 different adverse childhood experiences.BVSChild Abuse & Neglect  Inglês  China
Wang, Shi e Luo (2017)Association of depressive symptoms and suicidal ideation among university students in China: A systematic review and meta-analysis.  PubMedMedicine (Baltimore)  Inglês  China
Wu et al. (2021)A Large Sample Survey of Suicide Risk among University Students in China.  BVS  BMC Psychiatry  Inglês  Reino Unido
Fonte: Dados de pesquisa (2023).

No quadro 2, são evidenciados o tipo de pesquisa e o tamanho amostral dos artigos. A maioria dos estudos são pesquisas transversais (43.48%; n=10). Quanto à população-alvo, 100% são estudantes universitários. Ademais, verifica-se que o ano de maior prevalência é 2021 (39,13%).

Quadro 2: Caracterização metodológica dos artigos selecionados para compor a RIL. Patos, 2023.

Autores/AnoTipo de pesquisaTamanho amostral
Akram et al. (2020)Estudo transversal1.273 estudantes de 06 universidades do Reino Unido
Asfaw et al. (2020)Estudo transversal757 acadêmicos de Medicina da Faculdade de Saúde e Ciências Médicas da Universidade de Haramaya
Bagge et al. (2014)Ensaio clínico randomizado1.075 estudantes universitários
Carbonell e Martinéz (2020)Estudo observacional e transversal858 acadêmicos de Medicina da Universidade de Valência
Gratz, Mann e Tull (2021)Estudo prognóstico1.700 estudantes universitários
Gselamu e Ha (2020)Revisão sistemática
Machado et al. (2020)Pesquisa transversal, retrospectiva e de abordagem quantitativa545 universitários na Universidade Federal de Uberlândia em Minas Gerais
Marinovich et al. (2021)Pesquisa transversal62.171 universitários com mais de 17 anos em 79 universidades nos Estados Unidos
Miranda-Mendizabal et al. (2019)Estudo multicêntrico e observacional2.105 alunos de 05 universidades da Espanha
Parker et al. (2021)Pesquisa transversal3.239 estudantes de 22 universidades nos Estados Unidos
Paulus, Capron e Zvolensky (2021)Pesquisa transversal1.206 universitários
Peng et al. (2022)Meta-análise e revisão sistemática198.000 estudantes de Medicina
  Ramírez et al. (2020)  Pesquisa transversal 72 universitários entre 18 e 29 anos de uma universidade pública da cidade de São Paulo
Seo et al. (2021)Meta-análise26.111 participantes
Shannonhouse, Hill e Hightower (2022)  Estudo prognóstico372 estudantes de graduação (130 homens e 242 mulheres) em duas instituições diferentes
Smith et al. (2018)Meta-análise11.747 estudantes universitários
Sousa et al. (2021)Estudo prognóstico251 estudantes de uma universidade no Sudeste do Brasil
Takanobu et al. (2021)Estudo prognóstico1.997 alunos universitários do primeiro ano
Tango, Wu e Miao. (2013)Ensaio clínico randomizado138 estudantes de graduação em Medicina
Thompson et al. (2021)Estudo transversal e longitudinal442 estudantes em um centro de aconselhamento universitário
Wang et al. (2019)Estudo observacional transversal quantitativo989 estudantes de 02 universidades da China
Wang, Shi e Luo. (2017)Meta-análise e revisão sistemática88.431 estudantes universitários com sintomas depressivos
Wu et al. (2021)Estudo prognóstico6.836 alunos de uma universidade na China
Fonte: Dados de pesquisa (2023).

Em relação ao quadro 3, a partir dos artigos selecionados, emergiram-se 16 categorias. Dentre essas, as que mais prevaleceram foram: 4) transtornos mentais, destacando-se as subcategorias: depressão (65,2%) e ansiedade (39,1%), 3) estresse elevado (52,1%), 1) uso de substâncias psicóticas, destacando-se a subcategoria abuso de álcool (30,4%) e 8) violência, destacando-se a subcategoria física (30,4%).

Quadro 3: Categorização dos achados da RIL. Patos, 2023.

DISCUSSÃO

Os achados desta revisão indicam os seguintes fatores de risco para ideação suicida (IS): uso de substâncias psicóticas, dificuldade de sono, estresse elevado, transtornos mentais, diminuição da qualidade de vida, sofrimento psicológico, relações interpessoais, violência, experiência acadêmica, preocupações, deficiências, adversidades familiares, comportamento suicida prévio, uso abusivo de Smartphones, fatores sociodemográficos e aspectos inerentes à personalidade.

A vulnerabilidade de indivíduos com experiências do tipo psicótica ao risco de ideação suicida foi evidenciada no estudo de Thompson et al. (2021), o qual examinaram a relação entre o uso de substâncias psicóticas, as dificuldades de sono e a ideação suicida em uma amostra de 442 estudantes em um centro de aconselhamento universitário. O estudo utilizou a Medida de Saúde Comportamental-43 (BHM-43) para avaliar os sintomas de saúde mental, qualidade do sono e ideação suicida, e o PRIME Screen-Revised (PS-R) para medir as experiências psicóticas.

Os achados da mencionada pesquisa revelaram uma interação significativa entre os fatores gatilhos, uma vez que os universitários com alucinações, delírios, comportamentos e pensamentos desorganizados devido ao uso de substâncias psicóticas e com distúrbios de sono leves e graves apresentaram um maior risco de ideação suicida, pois o sofrimento e comprometimento funcional foram exacerbados, havendo a diminuição da qualidade de vida desses indivíduos. Além disso, evidenciou que durante esse período de transição para a universidade, o estresse elevado contribuiu para o surgimento de doenças mentais, como a depressão, que é um fator de risco muito importante para a ideação suicida.

Concomitante ao estudo de Thompson et al. (2021), a análise de Marinovich et al. (2021) identificou a influência da experiência acadêmica aliada ao estresse na ideação suicida entre os universitários. Essa análise incluiu uma pesquisa aplicada em 79 universidades com um total de 62.171 acadêmicos, a qual revelouo alto nível de estresse, de sofrimento psicológico e de angústia desses estudantes devido aos problemas de adaptação na universidade, à ausência de suporte social, à solidão e ao desempenho acadêmico. Por conseguinte, houve o desenvolvimento de transtornos mentais, como depressão e ansiedade, e o uso abusivo de álcool e drogas nesses indivíduos, influenciando, assim, no aumento das taxas de ideação suicida.

O uso abusivo de substâncias psicoativas e a sua relação com a ideação suicida também foi consistente no estudo de Machado et al. (2020), o qual identificou em 50 % da amostra de 545 universitários da Universidade Federal de Uberlândia (Minas Gerais) uma forte associação entre depressão e o alto índice de ideação suicida. Ademais, tentativa prévia de suicídio foi destacado como fator de risco importante para pensamento suicida, assim como as condições de moradia dos estudantes, já que a universidade está em uma cidade maior e mais urbanizada, ocasionando, assim, maior incidência de problemas relacionados à saúde mental.

Dessa mesma forma, Smith et al. (2018), Miranda-Mendizabal et al. (2019), Wang et al. (2019), Gselamu e Ha (2020) e Akram et al. (2020) demonstraram o diagnóstico de transtornos mentais com forte relevância para quadros de IS. De acordo com Miranda-Mendizabal et al. (2019), o transtorno de ansiedade e a dependência química aumentam o risco de ideação suicida, sobretudo entre as mulheres. Em concordância, foi avaliado, em estudo na Irlanda do Norte, que a probabilidade de IS em pessoas com transtorno de ansiedade, humor e por uso de substâncias é significativamente mais elevada (O’NEILL et al., 2014).

Ainda sobre o uso de álcool e abuso de substâncias, estudantes do sexo feminino com ansiedade, que fazem esse tipo de consumo, compartilham alguns fatores de risco comuns entre a população geral (SEO et al., 2021). Em contrapartida, há evidência que possa indicar que depressão e ansiedade não predizem significativamente o risco de suicídio, apesar de estarem positivamente correlacionados com o aumento do risco de ideação (WU et al., 2021).

Paralelamente, Parker et al. (2021) externaram também a associação direta entre ideação suicida e outros aspectos, como: abuso de drogas e álcool, solidão, retraimento social, ausência de suporte social, problemas de adaptação ao ambiente universitário, violência física e morar sozinho. Em relação a essa condição de moradia, os universitários que moram sozinhos ou que moram longe de casa têm maior probabilidade de apresentar risco de ideação suicida em comparação com aqueles que moram com colegas de quarto, colegas de classe ou com os pais (SEO et al., 2021). Outrossim, as preocupações físicas, cognitivas, financeiras, emocionais e comportamentais, e deficiência auditiva e visual foram significativamente associadas a um aumento aproximado de duas vezes nas chances de relatar níveis moderados a altos de ideações suicidas. Esses achados foram consistentes nessa pesquisa, visto que entre os 3.212 acadêmicos participantes, 13,9% relataram preocupações físicas, emocionais ou comportamentais, 4,5% com deficiência auditiva e 5,2% com deficiência visual.

Além de Marinovich et al. (2021), Paulus, Capron e Zvolensky (2021) evidenciaram que o abuso de álcool é um potencial fator contribuinte para pensamentos e comportamentos suicidas. Essa relação existente foi explicada nesse estudo a partir de uma pesquisa em 1206 universitários utilizando o Índice de sensibilidade à ansiedade-3 (ASI-3), a escala de Beck para ideação suicida e o teste de identificação de transtornos por uso de álcool, a qual evidenciou que os indivíduos que bebem de uma forma perigosa podem experimentar elevações na sensibilidade à ansiedade, depressão e outros distúrbios emocionais como resultado de intoxicações ou ressaca, além de apresentarem duas vezes mais chances de experimentar risco de suicídio em relação aos que não bebem de forma abusiva. As evidências revelaram também que as preocupações cognitivas, físicas e sociais podem estar relacionadas ao aumento dos casos de ideação suicida, assim como no estudo de Parker et al. (2021).

Em relação à experiência acadêmica e aos problemas de adaptação ao ambiente da faculdade, a análise de Asfaw et al. (2020) destacou o fato de os acadêmicos de Medicina apresentarem altos riscos de ideação suicida em virtude das mortes e do sofrimento humano presenciados por eles. Ademais, identificou-se a ligação direta entre a prevalência de ideação suicida e a ocorrência de pressões e sobrecarga acadêmica, sentimento de desesperança e de inutilidade, medo do fracasso e dúvidas sobre a competência acadêmica.

A mudança de rotina, associada ao aumento considerável na carga de trabalho escolar e nas obrigações profissionais, à dificuldade para dormir, à experiência de ser maltratado ou humilhado pelos outros e à sobrecarga financeira, juntamente com sentimentos frequentes de ansiedade e incerteza diante de colegas de alto desempenho acadêmico, os quais podem suscitar a Síndrome do Impostor, também compõem o leque de motivos que fomentam o surgimento da ideação suicida (SEO et al., 2021). Embora a ideação suicida geralmente preceda a tentativa de suicídio (NOCK et al., 2013), a maioria das pessoas com ideação suicida não tenta o suicídio, e os fatores de risco para ideação suicida diferem daqueles para tentativa de suicídio (SEO et al., 2021).

Em pesquisa realizada na China, estudantes de diferentes cursos tiveram uma associação maior entre ideação suicida e depressão do que estudantes de Medicina, sob a ótica de que tais estudantes são beneficiados por seus currículos acadêmicos, que aumentam seu conhecimento sobre sintomas depressivos e habilidades de busca de ajuda. O estilo de vida estressante, que muitas vezes será experimentado especialmente entre o primeiro e o quarto ano do estudante universitário, e alguns eventos, como a interrupção repentina dos relacionamentos pessoais pré-existentes se enquadram como principais causas associadas (WANG; SHI; LUO, 2017).

De acordo com Miranda-Mendizabal et al. (2019), Gselamu e Ha (2020) e Wang et al. (2019), o sofrimento psicológico se enquadra como um preditivo de ideação suicida. Adolescentes que demonstraram IS associaram tal comportamento a sentimentos de solidão e desesperança (ARAÚJO; VIEIRA; COUTINHO, 2010). Segundo Miranda-Mendizabal et al. (2019), a falta de esperança é considerada um prenúncio de ideação suicida principalmente nos homens (MIRANDA-MENDIZABAL et al., 2019). 

Outro fator de risco para ideação suicida identificado ainda no estudo de Marinovich et al. (2021) foi a violência emocional, física e sexual. Cerca de 30,50% da amostra da pesquisa mencionada relatou abuso emocional, 6,25% abuso físico e 10,21% abuso sexual. Além disso, a exposição prévia a traumas, sejam relacionados a violência pessoal, emocionais ou acidentes também demonstrou ter conexão com o aumento dos índices (SHANNONHOUSE; HILL; HIGHTOWER, 2022). Desse modo, todos esses tipos de violência estão associados a um maior risco de ideação suicida, visto que as pessoas que são vítimas de violência podem se tornar insensíveis à dor física e emocional, devido ao aumento da tolerância ao sofrimento, e podem adquirir uma capacidade aumentada irreversível para ideação suicida.

Experiências adversas na infância também foram causas para sofrimento psicológico na adolescência ou na fase adulta. Conforme Miranda-Mendizabal et al. (2019) e Wang et al. (2019), a ideação suicida manifesta-se superiormente em indivíduos com maus tratos na infância. Adultos que sofreram violência física ou emocional, por exemplo, enquanto crianças possuem risco aumentado de duas a três vezes de IS em relação aos adultos que não sofreram maus tratos ao longo da infância (ANGELAKIS; GILLESPIE; PANAGIOTI, 2019).

Ademais, relacionamentos conflituosos também se associaram ao aumento da tendência de pensamentos suicidas (MIRANDA-MENDIZABAL et al., 2019; WANG et al., 2019; GSELAMU e HA, 2020). Segundo Wang et al. (2019), indivíduos isolados ou rejeitados de seus pares apresentaram 4.18 vezes mais chances de desenvolvimento de ideação suicida em comparação àqueles que não possuem tal vivência. Atrelado a isso, adversidades familiares, tais como a desestruturação familiar, são outras possíveis causas de ideação suicida (WANG; SHI; LUO, 2017; MIRANDA-MENDIZABAL et al., 2019; WANG et al., 2019). Em concordância, Fuller-Thomson e Dalton (2011) afirmaram que adultos que passaram por divórcio dos pais durante a infância apresentaram maior possibilidade de desenvolvimento de IS.

Conforme Akram et al. (2020), Miranda-Mendizabal et al. (2019) e Wang et al. (2019), experiências estressantes estão associadas a quadros de pensamentos suicidas. São considerados fatores de risco estressantes comuns para homens e mulheres: discussões, rompimentos com amigos/familiares e traição (MIRANDA-MENDIZABAL et al., 2019).            

O desenvolvimento da ideação e do comportamento suicida foi analisado por Ramírez et al. (2020), que evidenciaram algumas populações de maior risco, como lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT). Esse resultado é reforçado pelo maior risco de depressão, de sentimento de desconforto e angústia, e de tentativas de suicídio devido ao estresse crônico, ao isolamento social, à falta de vínculo com as instituições de saúde, ao estigma, à discriminação, à violência psicológica e à exclusão sofrida por essa população na sociedade. Nesse sentido, essa análise mostrou que a autoaceitação negativa do gênero e o sofrimento constante imposto pela sociedade ao indivíduo por causa da identidade de gênero ou da orientação sexual é um dos principais fatores de risco para ideação suicida entre os universitários, assim como o abuso de drogas, a violência verbal, física e sexual, já analisados por Marinovich et al. (2021) e Thompson et al. (2021).

Especificamente entre estudantes universitários da área de saúde, Sousa et al. (2021) encontrou um valor de 26,33% de ideação suicida entre os participantes de uma pesquisa realizada em uma universidade brasileira. Entre os achados mais importantes, destaca-se a alta taxa de ideação entre homossexuais (41,07%) quando em comparação a heterossexuais (21,99%). Outros fatores importantes incluíam sexo, estado civil, renda mensal, sintomas depressivos, automutilação, faixa etária (>41 anos), entre outros.

Durante a pandemia de COVID-19, Gratz, Mann e Tull (2021) analisaram o aumento nos índices do risco de suicídio e ideação suicida entre universitários, comparando com os semestres anteriores ao surto. Apesar da preocupação, os achados revelaram pouca diferença na maioria dos indivíduos analisados, embora minorias sexuais apresentassem índices bastante altos quando comparados aos outros grupos. Esses achados reforçam a ideia de que preconceito e estereótipos de gênero possam estar associados a um risco maior de ideação suicida (TEIXEIRA-FILHO; RONDINI, 2012; BAÉRE; ZANELLO, 2020).

Dentre os impactos psicológicos durante a pandemia do COVID-19, ideação suicida teve aumento em comparação ao período anterior a ela, uma vez que fatores de risco como depressão, ansiedade e distúrbios do sono também aumentaram (PENG et al., 2021). Outro fator de risco importante para problemas mentais em estudantes de Medicina foi estar no período pré-clínico ou na fase inicial do curso. Curiosamente, estudos com estudantes não médicos relataram resultados semelhantes, descobrindo que alunos juniores eram mais propensos a sofrimento mental (PENG et al., 2021), visto que alunos do primeiro ano podem sofrer mais estresse acadêmico do que os alunos do último ano durante a pandemia (HALPERIN et al., 2021), pois eles podem ter dificuldades em se ajustar ao estressante aprendizado de medicamentos e ao novo modo de aprendizado online durante a pandemia (ÇIMEN et al., 2021).

O pensamento suicida apresenta-se com maior prevalência no sexo feminino (MIRANDA-MENDIZABAL et al., 2019; WANG et al., 2019). Essa predominância pode ser explicada pela maior suscetibilidade das mulheres a conflitos internos, tais como autocobrança e depressão, devido às dificuldades cotidianas, sobretudo domésticas, por exemplo problemas escolares e econômicos (SUNHEE, 2013; CHAU; KABUTH; CHAU, 2014). Nessa mesma perspectiva, aspectos inerentes à personalidade também podem ter relação significativa com a ideação suicida (TAKANOBU et al., 2021).

Dentro dos parâmetros sociais, o perfeccionismo também previu aumentos longitudinais na ideação suicida. Todas as dimensões ou correlatos de perfeccionismo (exceto o perfeccionismo e organização orientados para os outros) foram positivamente relacionados ao suicídio (SMITH et al., 2018). Pessoas altamente perfeccionistas só ficam satisfeitas quando eventos em suas vidas sugerem que eles são perfeitos; quando os eventos da vida inevitavelmente sugerem que eles não são, a ideação suicida pode surgir. Esses indivíduos também tendem a ver seu mundo social como rejeitador e a ver os outros como decepcionados com eles. Essa sensação de decepcionar os outros pode alimentar a ideação suicida (SHERRY et al., 2015). Ademais, críticas contínuas e expectativas dos pais podem criar condições que dão origem ao perfeccionismo, além de estarem associadas à tendência suicida. Em contrapartida, manias de organização são benignas em relação à tal ideação (SMITH et al., 2018).

Outrossim, aqueles que não possuem estratégias pessoais para lidar com problemas ou quebras de expectativas, que não apresentam respeito por si mesmo, ou que apresentam autodiscrepância entre o ideal ou o real são mais expostas à ideação ou comportamento suicida (BAGGE et al., 2014), e um corpo de pesquisa mostra que as intervenções destinadas a aumentar a resolução de problemas e habilidades de enfrentamento demonstraram um redução na ideação suicida (POLLOCK; WILLIAMS, 1998).

A Teoria da Fuga de Baumeister fornece um modelo possível para explicar o desenvolvimento da ideação suicida (BAUMEISTER, 1990). Assim, o fracasso no trabalho ou nos estudos está associado a tendências suicidas aumentadas. Consoante à teoria de Baumeister (1990), do suicídio como fuga da autoconsciência aversiva, para Tango, Wu e Miao (2013), o fracasso aumenta a mente suicida implícita, e atribuir para si a responsabilidade pela falha ou a sobrecarrega do próprio “eu” confere ao indivíduo um forte desejo de escapar.

Por conseguinte, o uso abusivo de smartphones vem apresentando impactos consideráveis nos sintomas depressivos e na piora da qualidade do sono e, consequentemente, na ideação suicida. Além disso, a psicopatologia parental, a violência sexual, bem como a ansiedade e os transtornos de humor ao longo da vida também corroboram o aparecimento de pensamentos negativos (CARBONELL; MARTINÉZ, 2020).

Diante de todos os fatores outrora evidenciados, um aspecto extremamente importante a se destacar é o fato de que há um alto percentual de estudantes que percebem a necessidade de ajuda profissional diante de problemas evidentes, mas que nunca consultaram um profissional de saúde mental (CARBONELL; MARTINÉZ, 2020).

Por fim, apontam-se como limitações dos estudos: uso abrangente de estudos transversais que podem restringir a inferência de relações causais específicas; pequena população homogênea de estudo (baixa significância estatística para comparar fatores entre mulheres e homens); possível subnotificação de tendência suicida (planos e tentativas de suicídio) devido à autoexposição embaraçosa ou viés de autosseleção. Destarte, a partir deste estudo e do que foi sinalizado, novas pesquisas são necessárias para elucidar os fatores associados à ideação suicida entre universitários, objetivando alcançar resultados promissores e semelhantes a esta revisão realizada.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É possível afirmar que os fatores de risco ligados à ideação suicida entre universitários são muitos. Nesse contexto, a vida acadêmica, somente, não tende a ser classificada como uma causa específica, mas sim como importante potencializador da ideação para estudantes que sofrem com problemas associados, principalmente se for depressão ou adversidades familiares e individuais.

Apesar das limitações, de acordo com esta pesquisa, pode-se constatar, também, que os alunos da área da saúde – com ênfase para o curso de Medicina – são os mais vulneráveis e, portanto, os que mais precisam de atenção. Diante disso, espera-se que este estudo contribua com a construção de artifícios voltados para os cuidados da saúde mental no cotidiano dos acadêmicos, uma vez que são uma parcela vulnerável e suscetível a diversos estressores psicológicos.

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¹*Estudante de Medicina do Centro Universitário de Patos. E-mail: lauraaragao@med.fiponline.edu.br, gabrielmedeiros@med.fiponline.edu.br, anasousa1@med.fiponline.edu.br, carolinabatista@med.fiponline.edu.br, eduardabezerra@med.fiponline.edu.br, henriquejunior@med.fiponline.edu.br, paulaapolinario@med.fiponline.edu.br e giovannamoura@med.fiponline.edu.br.
²**Doutora. Docente no Curso de Medicina do Centro Universitário de Patos. E-mail: milenanunes@fiponline.edu.br