HISTÓRIA DA EJA E INCLUSÃO DE JOVENS E ADULTOS NA REDE ENSINO DE ABAETETUBA-PA.

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10722004


Cilene Carneiro Almeida1
Fábio Coelho Pinto2


RESUMO 

O presente artigo intitulado “História da EJA e inclusão de jovens e adultos na educação”, objetiva apresentar uma discussão teórica sobre o percurso histórico da educação de jovens e adultos a partir da perspectiva e teorizações de Paulo Feire, bem como, a ideia de inclusão que hoje vem sendo produzida na EJA para pessoas com deficiência. Um dos grandes marcos para a institucionalização do ensino de jovens e adultos no curso da história foram os índices de analfabetismo. Tal realidade ao longo dos tempos foi sendo alterada e a necessidade de qualificação dos jovens e adultos se alargou de modo que hoje temos turmas de EJA até o final do ensino médio. Sendo assim, a EJA passou atender um público bastante diversificado dentre os quais estão, as pessoas com deficiência. Visando apresentar um panorama de todo este processo, informamos a priori que este artigo é produto de pesquisas que já vem sendo feitas no âmbito da dissertação de mestrado intitulada “INCLUSÃO EDUCATIVA DE JOVENS E ADULTOS NA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL PEDRO FERREIRA COSTA NO MUNICÍPIO DE ABAETETUBA-PA”. Desta forma, a confecção deste artigo decorreu de um estudo de campo para que se pudesse aprofundar os conceitos integrantes para pensar a inclusão dos sujeitos da EJA em Abaetetuba-PA. Nossas leituras e coletas de dados iniciais apontam para necessidade de criação e fortalecimento de políticas públicas para assegurar a inclusão dos alunos com deficiência na EJA, visando garantir um direito assegurado legislativamente.  

Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos.  Inclusão. Alfabetização.     

ABSTRACT

This article entitled “History of EJA and inclusion of young people and adults in education”, aims to present a theoretical discussion on the historical path of young and adult education from the perspective and theorizations of Paulo Feire, as well as the idea of inclusion which is currently being produced at EJA for people with disabilities.

One of the great milestones for the institutionalization of education for young people and adults throughout history was the illiteracy rates. This reality has changed over time and the need for qualification of young people and adults has expanded so that today we have EJA classes until the end of high school. Therefore, EJA started to serve a very diverse audience, including people with disabilities. Aiming to present an overview of this entire process, we inform you a priori that this article is the product of research that has already been carried out within the scope of the master’s thesis entitled “EDUCATIONAL INCLUSION IN THE TRAINING OF YOUNG PEOPLE AND ADULTS IN THE MUNICIPAL NETWORK OF ABAETETUBA-PA”. Therefore, the preparation of this article was the result of a field study so that it was possible to deepen the concepts involved in thinking about the inclusion of EJA subjects in AbaetetubaPA. Our readings and initial data collection point to the need to create and strengthen public policies to ensure the inclusion of students with disabilities in EJA, aiming to guarantee a legislatively guaranteed right.

Keywords: Youth and Adult Education. Inclusion. Literacy. 

1  INTRODUÇÃO

O processo de inclusão dos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) que apresentam alguma deficiência tem tido reflexos negativos em nosso município, e muitos estudos acerca deste tema já foram realizados. Apesar do aumento do índice de alfabetização nos últimos anos, ainda é visível um grande número de jovens e adultos retornando à escola devido à falta de alfabetização durante a escolaridade regular.

Essa situação de exclusão representa um obstáculo significativo para a inserção razoável no mercado de trabalho, uma vez que o analfabetismo está diretamente relacionado à exclusão social. As pessoas analfabetas são frequentemente estigmatizadas, vistas como incapazes de ler e escrever, privadas da capacidade de compreender a palavra escrita e de enxergar o mundo ao seu redor.

Com base nessa reflexão, este trabalho tem como objetivo discutir o processo de inclusão de jovens e adultos na EJA, considerando que a aquisição da leitura e da escrita é uma das condições essenciais para a inclusão na educação. Segundo Freire (1999), a leitura dos livros é importante, mas a leitura do mundo é fundamental para a formação da identidade dos sujeitos dentro de suas culturas originais, concretas e imediatas. Portanto, a prática pedagógica do educador deve priorizar ações democráticas e propícias para mudanças na concepção de ver e ouvir as falas.

Nesse sentido, a educação de jovens e adultos deve ser entendida como um instrumento essencial para a promoção da inclusão social e para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Afinal, a capacidade de ler e escrever é fundamental não apenas para o desenvolvimento individual, mas também para a participação ativa na vida cívica e na tomada de decisões informadas.

Entretanto, a realidade muitas vezes se mostra desafiadora, uma vez que a inclusão efetiva desses alunos na EJA vai muito além do simples ato de matriculá-los em uma sala de aula. Requer a implementação de práticas pedagógicas inclusivas, adaptadas às necessidades específicas desse público, bem como o reconhecimento e a valoração de suas experiências de vida e conhecimentos prévios.

Além disso, é crucial considerar que a inclusão na EJA não se limita apenas à aquisição de habilidades de leitura e escrita, mas também engloba a construção de uma consciência crítica e o desenvolvimento de habilidades cognitivas e socioemocionais, capacitando os alunos para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo.

A necessidade de promover a inclusão de jovens e adultos na Educação de Jovens e Adultos (EJA) está alinhada com os princípios estabelecidos em documentos internacionais, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Esses documentos destacam a importância da educação como um direito fundamental de todos os indivíduos, independentemente de sua idade, gênero, condição social ou origem étnica.

Ademais, a exclusão educacional e social de jovens e adultos analfabetos ou com baixa escolaridade está associada a uma série de desvantagens, tais como dificuldades de inserção no mercado de trabalho, limitações no exercício da cidadania e menor acesso a informações relevantes para a tomada de decisões em suas vidas pessoais e familiares. Portanto, a promoção da inclusão educacional desses grupos não apenas beneficia diretamente os próprios indivíduos, mas também contribui para o desenvolvimento socioeconômico e para a redução das desigualdades em nível local e nacional.

A discussão sobre a inclusão na EJA também se relaciona com o conceito de educação ao longo da vida, que enfatiza a importância da aprendizagem contínua e da educação como um processo que ocorre ao longo de toda a vida. Nesse sentido, a EJA desempenha um papel crucial ao oferecer oportunidades de aprendizagem para aqueles que, por diferentes motivos, não tiveram acesso ou êxito na educação formal durante a idade regular.

Ao considerar esses aspectos, torna-se evidente a necessidade premente de se aprofundar na compreensão das barreiras e desafios enfrentados pelos jovens e adultos na EJA, bem como de desenvolver abordagens pedagógicas e políticas educacionais que promovam efetivamente a inclusão desse público, visando a garantir a igualdade de oportunidades e a valorização da diversidade de experiências e saberes.

Portanto, este trabalho busca não apenas analisar os obstáculos existentes no processo de inclusão de jovens e adultos na EJA, mas também propor estratégias e práticas pedagógicas que possam contribuir para a efetiva promoção da inclusão social e educacional desse público, visando à construção de uma sociedade mais justa e equitativa para todos.

2 A EDUCAÇÃO POPULAR DE JOVENS E ADULTOS: AS CONTRIBUIÇÕES DE PAULO FREIRE

A educação popular de jovens e adultos é marcada por um teórico que sempre lutou por uma educação de qualidade, que desse oportunidade ao educando de ter uma visão crítica do mundo, em que não mais era suficiente condicioná-lo a uma mera transmissão de conhecimento, mediado agora através do diálogo, da interação da conscientização política, o direito desses cidadãos a uma educação básica, de combate ao analfabetismo, a miséria que a população enfrenta nos moldes do desenvolvimento econômico.

Paulo Freire nasceu em 1921 em Recife, e suas primeiras experiências foram desenvolvidas no Rio Grande do Norte, em 1963 onde ensinou 300 adultos a ler e escrever em 45 dias o mesmo desenvolveu um método inovador de alfabetização, adotado primeiramente em Pernambuco.

Em 1964, o Brasil sofreu um golpe militar, o país passava por um momento de repressão e censura e Paulo Freire começa a ser visto como um traidor afinal pregava uma educação emancipadora e política, com isso foi preso e posteriormente exilado.

Freire (2002, p. 115-116) assim relata

[…] É claro que fui preso exatamente por causa da natureza política da educação você poderia dizer: “Paulo, havia outras pessoas envolvidas com a alfabetização de adultos, que não foram presas”. Minha resposta poderia ser: eles não eram políticos em sua atividade. Poderia dizer, também, que eram políticos. A única diferença é que sua política favorecia os interesses da classe dominante. Esta a verdadeira diferença. Não há educadores neutros. O que nós, educadores, precisamos saber é o tipo de política a que aderimos e em favor do interesse de quem estamos trabalhando. Felizmente, minhas ideias políticas não beneficiavam e continua não beneficiando os interesses da classe dominante.

Com o exílio, Paulo Freire trabalhou no Chile por cinco anos para o Movimento de Reforma Agrária da Democracia Cristã e para a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação. Em 1967, durante o exílio no Chile publicou no seu país de origem seu primeiro livro denominado de “Educação como Prática da Liberdade, baseado fundamentalmente na tese “Educação e Atualidade Brasileira”.

Teórico de uma educação popular, emancipadora pôde com o exílio propagar suas ideias em diversos países no combate ao analfabetismo dentre eles se destacam: Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Estados Unidos. 

A educação popular é uma prática educativa desenvolvida em movimentos populares Freire dentro de uma educação voltada para as classes menos favorecidas busca desenvolver uma consciência crítica através de uma prática emancipadora. Os trabalhadores operários, camponeses, por exemplo, são uns dos públicos que Paulo Freire na sua busca por uma educação de qualidade e de alcance a todos buscou ensinar.

Percebemos que historicamente, o homem está preso ao sistema social e consequentemente nas relações que se desenvolvem de poder e de culturas dominantes, fazendo com que a população menos favorecida seja a principal vítima deste sistema. Freire (1998) em Pedagogia do Oprimido revela que o indivíduo ou é opressor ou é oprimido no caso a população empobrecida economicamente vive em constante opressão, pois a cultura dominante, as elites que detêm o poder oprime, manipula e domina. Daí a importância de se saber ler e escrever para que o crescimento do ser humano aconteça com maior facilidade e eficácia proporcionando ao indivíduo um maior entendimento de como funciona o sistema social e com isso ter uma visão crítica e conscientizada das coisas que o rodeiam.

Para que ocorra o desenvolvimento da leitura e da escrita é fundamental que se leve em consideração a cultura, a realidade de cada indivíduo. Uma vez que a linguagem é um elemento primordial para este autor no processo de aprendizagem e a palavra surge como o signo por excelência, responsável pelo desenvolvimento cultural, social e econômico desses seres humanos, uma vez que para ele a palavra verdadeira surge como elemento mediador do homem com o mundo por isso que para Freire (2002, p. 31) “O professor que pensa certo deixa transparecer aos educandos que uma das bonitezas de nossa maneira de estar no mundo e com o mundo, como seres históricos, é a capacidade de, intervindo no mundo, conhecer o mundo”.

Assim, o educando nesse processo de alfabetização deixa de ser um mero depositário de conhecimento, se ausentando dessa forma tradicional das escolas ensinarem mecanicamente, afinal surge à necessidade de este no ato de aprender a ler e escrever se vê no mundo e fazendo parte dele.

Paulo Freire (2002, p.52): “Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para sua própria produção ou sua construção” o professor é visto como um mediador, que promove o diálogo, onde o educando é o sujeito da aprendizagem e não um mero objeto de estudo. Neste sentido, Teixeira (2004, p. 55) define com clareza o pensamento de Freire a respeito da aquisição da leitura escrita. 

Alfabetização para ele não é puramente mecânica, decifração de códigos ou de sinais gráficos, mas, enquanto se desenvolve o processo de aquisição da leitura e da escrita, que é aprendizagem de significados, dá-se primordialmente, a conscientização. O professor, nesse processo, é um animador, evitando toda forma de autoritarismo, promovendo a interlocução e o diálogo.

Partindo desse diálogo é que Freire (2002) compreende em seu trabalho com jovens e adultos e argumenta ser de suma importância que o indivíduo enquanto educador respeite a leitura de mundo de seu educando, afinal se o professor não conseguir fazer isso ele será apenas mais um dos muitos docentes que permanecem naquela condição bancária de ensino.

O Brasil é um país com muitas mazelas sociais em que a educação ainda não alcança a todos mesmo sendo um direito de todos os cidadãos ter uma educação básica, Saviani (1998, p.174) mostra que a LDB deixa isso claro no artigo 37º “a educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria”. 

Por isso educadores como Paulo Freire lutam por uma prática da liberdade que leve educação a todos, não só uma educação técnica, mas uma educação que transforme a realidade daquele indivíduo a partir da sua vivência, do seu cotidiano, pois ensinando dessa forma os jovens e adultos trabalhadores, estes poderão aumentar seus conhecimentos de mundo,  como   Barbosa (1994, p. 28) afirma que   questão da aprendizagem da leitura é a discussão dos meios através dos quais o indivíduo pode construir seu próprio conhecimento acumulado pela humanidade através da escrita e, desse modo, produzir, ele também, conhecimento.

Percebo com isso que havendo o diálogo entre professor e aluno é possível que ambos aprendam conjuntamente, troquem experiências, e a prática pedagógica do educador se torne mais criativa e busque nessa nova forma de ensinar ser mais flexível e refletir criticamente para que nesse no processo de aprendizagem possa levar sempre em consideração que partindo da realidade, do vocábulo, da cultura do alfabetizando o educador poderá contribuir para o crescimento humano, social e intelectual daquele cidadão.

Sabendo que não devemos nos limitar a uma alfabetização puramente técnica, mecânica, mas sim como uma ação mediada pela prática transformadora na relação do educando com o mundo que Freire (1990, p. 31): “Ler a palavra e aprender como escrever a palavra, de modo que alguém possa lê-la depois, são precedidos do aprender como escrever o mundo, isto é, ter experiência de mudar o mundo e de estar em contato com o mundo”. 

O analfabetismo acaba provocando não só uma injustiça contra o ser humano como também, sendo analfabeto, o indivíduo não toma suas próprias decisões, ou seja, não participa da política, das tomadas de decisões, pois não possui uma consciência crítica. Daí a necessidade de este participar do processo de ensino e aprendizagem que através da alfabetização poderá proporcionar ao mesmo. 

Em sua primeira obra “Educação como prática da liberdade” Freire (1986, p.88) discute esta questão de que o homem através de uma: “[…] educação para a decisão, para a responsabilidade social e política”. A educação a partir desta perspectiva é apontada como a possibilidade dos sujeitos compreenderem não apenas texto, mas também contextos socioculturais que podem ajudar na formação de sua consciência crítica e na transformação da realidade social.  

Neste sentido, concordamos com Freire (1986), por entender que a linguagem é um elemento fundamental que distingue os homens de outros animais irracionais, colocando o ser humano como superior, que usa as palavras para se comunicar, para dominar e também como meio de resistência é expressado por Gramsci apud Henry

Giroux (1990, p.8): “[…] era tanto hegemônica quanto contra- hegemônica, servindo de instrumento tanto para silenciar as vozes dos oprimidos quanto para legitimar as relações sociais opressivas”.

Assim, também é compreendida por Paulo Freire, a linguagem como elemento tanto de dominação como um enorme campo de possibilidades. Afinal só depende da consciência crítica de cada um para que esta seja usada da melhor forma possível em benefício de todos e não de um pequeno grupo que a utiliza apenas para dominar, para ter poder, que se arrasta nos mais diversos ramos da sociedade seja no campo econômico e/ou intelectual.

É pensando nas possibilidades que Freire (1986), percebe a educação como um campo de oportunidades para desenvolver o sentimento crítico e conscientizador dos educandos, o qual partindo de uma relação dialética com docente possibilitará ao aluno uma leitura de mundo e da palavra como também ao professor, que por sua vez além de ser um mediador para que tão aprendizagem possa ocorrer vai além de ensinar os jovens e adultos a ler e escrever inicia junto a eles um caminho cheio de possibilidades e de transformações do seu cotidiano.

Por isso que uma Pedagogia crítica se torna fundamental, pois se leva em consideração a aprendizagem, em que alunos e professores são sujeitos de suas ações e não meros receptores do que a sociedade dominante estabelece como certo ou errado, ou seja, levando em consideração as experiências vividas do educando, o professor dará o primeiro passo para que o processo de aquisição da leitura e escrita vá além de ato puramente mecânico.

Onde esta relação dialética possibilita ao educando ser instigado pelo educador a produzir uma visão crítica da política, da economia e da sociedade em geral para que a partir daí possa contribuir de maneira significativa para o processo de transformação do meio em que vive. Assim, Freire (1930, p. 32), denomina os educandos jovens e adultos.

Estes quando desafiados por um educador crítico, os alunos começam a compreender que a dimensão mais profunda de sua liberdade encontra-se precisamente no reconhecimento das coerções que podem ser superadas. Então descobrem, no processo de se tornarem cada vez mais críticos, que é impossível negar o poder constitutivo de sua consciência na prática social de que participam. Por outro lado, percebem que, mediante sua consciência, ainda que não seja ela artífice todo-poderosa de sua realidade social, eles transcendem a realidade estabelecida e a questionam. Essa diferença de comportamento leva o indivíduo a se tornar cada vez mais crítico; isto é, os alunos assumem uma postura crítica na medida em que compreendem como e o que constitui a consciência do mundo.

Desse modo a alfabetização deve estar vinculada como já foi mencionado anteriormente à cultura do alfabetizando em que a escola não deve jamais manter uma verdade absoluta, uma cultura dominante, e sim estabelecer uma flexibilidade, uma diversidade de identidades, afinal os indivíduos não são iguais e possuem hábitos e costumes diferentes.  E mediados pela linguagem comum aos homens possam manter a comunicação e a democracia necessária para a transformação social e econômica em que estamos inseridos em meio a tantas desigualdades, injustiças e dominações.

Freire (1990) em meios as ações educativas desenvolvidas com jovens e adultos trabalhadores compreende que a: “alfabetização […] se torna um veículo pelo qual os oprimidos são equipados com instrumentos necessários para desapropriar-se de sua história, de sua cultura e de suas práticas linguísticas.” Sendo então, a educação um meio pelo qual podem reivindicar seus direitos enquanto cidadãos.

Portanto, mesmo sendo a nossa sociedade marcada profundamente por uma história de exploração e violência em que o poder está concentrado nas mãos das elites locais ainda há esperança de que uma educação emancipadora, que instiga no aluno uma consciência crítica é o caminho para uma sociedade mais humana, assim como sempre acreditou o grande educador e pensador da educação popular de nosso país Paulo Freire.

3  METODOLOGIA

A metodologia do estudo apresentado é caracterizada por uma abordagem qualitativa e descritiva, utilizando a perspectiva do estudo de caso. Os dados foram coletados e analisados ao longo do ano de 2023, em um contexto específico: a rede municipal de Ensino de Abaetetuba.

Para a coleta de dados, foram utilizados diversos instrumentos, incluindo um questionário de caracterização dos participantes, um roteiro de observação e um roteiro de entrevista semiestruturado. O questionário foi preenchido pelos participantes e entregue posteriormente à pesquisadora. As entrevistas foram realizadas individualmente na Secretaria Municipal de Educação, com uma média de duração de 45 minutos. As entrevistas foram transcritas na íntegra, garantindo a fidelidade das informações.

Os dados coletados foram organizados e analisados utilizando a técnica de análise de conteúdo, com a categorização dos dados, conforme proposto por Franco (2005). Esse processo envolveu a leitura dos registros de observação e das transcrições das entrevistas, destacando as principais temáticas identificadas.

Essa metodologia proporcionou uma abordagem aprofundada e contextualizada para a análise dos dados, permitindo uma compreensão mais detalhada do objeto de estudo, neste caso, a realidade educacional na rede municipal de Ensino de Abaetetuba.

A pesquisa qualitativa realizada no contexto da rede municipal de Ensino de Abaetetuba adotou uma abordagem metodológica minuciosa e detalhada, visando capturar a complexidade e a riqueza das experiências, percepções e práticas dos participantes. A escolha do estudo de caso como perspectiva metodológica permitiu uma imersão profunda no ambiente educacional específico, facilitando a compreensão das dinâmicas, desafios e oportunidades presentes nesse contexto.

Os instrumentos de coleta de dados utilizados, como o questionário de caracterização, o roteiro de observação e o roteiro de entrevista semiestruturada, foram selecionados cuidadosamente para capturar dados qualitativos relevantes e complementares. O questionário proporcionou uma visão geral dos participantes, enquanto a observação direta e as entrevistas permitiram uma compreensão mais aprofundada das práticas, interações e perspectivas dos envolvidos.

A transcrição fidedigna das entrevistas, aliada à aplicação da técnica de análise de conteúdo com categorização dos dados, representou um esforço rigoroso para identificar e interpretar padrões, temas e nuances presentes nos dados coletados. Esse processo possibilitou a emergência de insights significativos e a construção de um entendimento rico e embasado sobre as questões investigadas.

A natureza descritiva da pesquisa contribuiu para a obtenção de uma representação detalhada e contextualizada da realidade estudada, fornecendo subsídios para a compreensão das dinâmicas educacionais locais e para a identificação de possíveis implicações e recomendações. Por fim, a metodologia adotada demonstra um compromisso com a qualidade e a profundidade na abordagem do objeto de estudo, enriquecendo o conhecimento sobre a realidade educacional em questão.

4  RESULTADOS

Os resultados da pesquisa revelam importantes insights sobre as práticas pedagógicas dos professores de Educação de Jovens e Adultos (EJA) em relação aos alunos com necessidades especiais, os quais foram categorizados em duas principais áreas: (1) as concepções da Secretaria de Educação em relação à temática e (2) a organização e atuação docente junto aos alunos nos espaços da EJA.

No que diz respeito às concepções da Secretaria de Educação sobre a inclusão escolar, os resultados indicam que a maioria dos professores considera a inclusão como uma proposta válida, embora tenham expressado algumas dificuldades e desafios observados na prática. Este achado corrobora com um estudo anterior realizado por Anjos, Andrade e Pereira (2009), que identificou duas visões básicas da concepção de inclusão. Para alguns participantes, a inclusão é percebida como um processo no qual todos os envolvidos têm um papel ativo na efetivação da proposta inclusiva. Por outro lado, para outros, a inclusão é vista como um produto, ou seja, algo que deve ser aceito ou não, sem necessariamente envolver a participação ativa dos sujeitos.

Além disso, a pesquisa revelou que, para alguns professores, a inclusão é compreendida como um processo no qual eles têm um papel ativo e participativo. No entanto, para outros, a inclusão é percebida como um produto, o que, de acordo com Anjos, Andrade e Pereira (2009), pode ser interpretado como uma questão de compreensão, onde práticas não inclusivas persistem devido à falta de aceitação da inclusão, sendo vista como uma falha no entendimento ou como algo relacionado à idealização.

Esses resultados apontam para a complexidade das percepções e práticas relacionadas à inclusão escolar na EJA, destacando a necessidade de um entendimento mais aprofundado das concepções dos professores e das políticas educacionais para promover práticas mais inclusivas e eficazes. Eles também evidenciam a importância de fornecer suporte e formação adequada aos professores para lidar com as demandas diversificadas presentes nas salas de aula da EJA, especialmente no que diz respeito aos alunos com necessidades especiais.

O estudo realizado por Carneiro e Uehara (2016) revela que, embora os professores do Ensino Fundamental I possam ter opiniões semelhantes embasadas na importância da socialização, as autoras destacam que a socialização não deve ser vista como o objetivo principal da escolarização. Em vez disso, elas argumentam que a inclusão deve ser fundamentada na garantia de igualdade de direitos e oportunidades, bem como em um ensino de qualidade para todos, como um princípio democrático fundamental 

No contexto da Educação de Jovens e Adultos (EJA), é observada a presença de educadores especiais, porém o estudo identifica uma falta de articulação entre esses professores. Segundo as diretrizes estabelecidas, as atribuições do professor de educação especial incluem a elaboração e execução do plano de atendimento educacional especializado, em colaboração com os professores do ensino regular. Essa cooperação é fundamental para desenvolver estratégias que promovam a participação dos alunos com necessidades especiais nas atividades escolares.(Brasil, 2009)

Portanto, a pesquisa destaca a importância de uma maior integração e cooperação entre os professores de educação especial e os professores do ensino regular, visando garantir uma educação inclusiva e de qualidade para todos os alunos, independentemente de suas necessidades específicas.

Essa questão pode ser discutida na perspectiva do trabalho em colaboração entre os professores, em que o planejamento, as avaliações e as estratégias pedagógicas são definidas pelos professores de educação especial e da sala comum, favorecendo a todos os alunos o acesso ao currículo e o aprendizado, contemplando efetivamente a inclusão dos alunos com deficiência (Mendes; Vilaronga; Zerbato, 2014). Essa abordagem colaborativa e integrada entre os professores é fundamental para garantir que as necessidades individuais de todos os alunos sejam atendidas de maneira eficaz, proporcionando um ambiente inclusivo e enriquecedor para o aprendizado.

É importante destacar que os professores que atuam com alunos diagnosticados com transtorno do espectro autista enfrentam desafios específicos. De acordo com Menezes e Cruz (2013), a principal demanda dos professores que trabalham com esse grupo de alunos é compreender como as práticas de ensino podem ser desenvolvidas de modo a favorecer o processo de inclusão e aprendizagem. Essa compreensão é essencial para garantir que os alunos com transtorno do espectro autista recebam o suporte adequado para seu desenvolvimento educacional e social.

Embora esses aspectos tenham sido observados na fala de apenas dois professores em relação às dificuldades enfrentadas com esses alunos, os demais professores também mencionaram o desafio da interação. Nesse sentido, os autores supracitados indicam que é crucial para o professor conhecer cada aluno individualmente, a fim de desenvolver melhores estratégias de interação e comunicação, além de atender às necessidades educacionais específicas que cada aluno apresenta. Esse conhecimento individualizado é essencial para criar um ambiente de aprendizado que promova a participação ativa e o desenvolvimento positivo de todos os alunos, independentemente de suas características individuais.

A questão da interação, conforme discutida por Martins e Monteiro (2017), destaca a importância das relações na produção de significados, especialmente no contexto do aprendizado do aluno com autismo. Eles enfatizam a necessidade de valorizar as vivências e os sentidos produzidos a partir dos conhecimentos prévios desses alunos. Essa abordagem ressalta a importância de reconhecer e valorizar a bagagem individual de cada aluno, especialmente daqueles com autismo, e de estabelecer uma relação significativa entre suas experiências prévias e os novos conhecimentos a serem adquiridos. Dessa forma, os professores podem adaptar estratégias pedagógicas que considerem as particularidades e necessidades específicas de cada aluno, proporcionando um ambiente de aprendizado mais inclusivo e acolhedor.

Além disso, Menezes e Cruz (2013) apontam que, na atuação do professor com o aluno com autismo, é fundamental o acompanhamento do professor especialista acerca das práticas pedagógicas, seguido de reflexão e orientação ao professor do ensino regular. Esse apoio contínuo e direcionado é essencial para que os professores comuns se sintam capacitados e confiantes para atender às necessidades educacionais dos alunos com autismo, adaptando suas práticas pedagógicas de forma eficaz e inclusiva. A reflexão e a orientação permitem que os professores do ensino regular desenvolvam segurança para assumir a responsabilidade do aprendizado de seus alunos e estejam preparados para lidar com novas situações que se assemelham às já vivenciadas, favorecendo, assim, a inclusão e o desenvolvimento educacional e social dos alunos com autismo.

Essas abordagens destacam a importância de uma atuação pedagógica sensível, adaptativa e informada, que reconheça as necessidades individuais dos alunos com autismo e promova um ambiente de aprendizado inclusivo e acolhedor, no qual cada aluno seja valorizado e possa desenvolver seu potencial de forma significativa.

Ao explorar as perspectivas dos professores de Educação de Jovens e Adultos (EJA) em relação à inclusão escolar e às práticas pedagógicas para alunos com deficiência na EJA, um estudo revelou que a maioria dos participantes reconhece a importância da inclusão escolar, embora não se vejam como agentes ativos nesse processo. Apenas uma professora demonstrou envolvimento e interesse em promover a inclusão e a interação entre os alunos, destacando a necessidade de conscientização e engajamento por parte dos professores de EJA para criar um ambiente acolhedor e inclusivo para todos os estudantes, independentemente de suas necessidades individuais.

Essa constatação ressalta a necessidade urgente de capacitar e envolver os professores de EJA no processo de inclusão, a fim de prepará-los para lidar adequadamente com alunos com deficiência. Os professores reconheceram a falta de preparo e conhecimento específico para trabalhar com esses alunos, enfatizando a necessidade de formação e capacitação nessa área. Além disso, eles apontaram a dificuldade de interação com os alunos com deficiência como uma das principais demandas, evidenciando a necessidade de desenvolver habilidades e conhecimentos específicos para adaptar as práticas de ensino a esses alunos.

Portanto, é fundamental que os professores adquiram um conhecimento mais aprofundado sobre as necessidades individuais de cada aluno e suas especificidades de aprendizagem, a fim de promover uma interação e comunicação mais eficazes. Essa compreensão mais aprofundada permitirá a criação de estratégias pedagógicas mais adequadas para atender às necessidades educacionais dos alunos com deficiência na EJA, promovendo assim uma educação mais inclusiva e de qualidade para todos.

Além disso, é fundamental considerar o acompanhamento e suporte do professor especialista na orientação e reflexão das práticas dos professores da sala comum. A presença de um professor especializado pode oferecer insights valiosos e orientação especializada para os professores que trabalham com alunos com deficiência na EJA, contribuindo para a criação de um ambiente mais inclusivo e facilitando a implementação de práticas pedagógicas eficazes.

Nesse sentido, é crucial promover a realização de estudos que abordem outros aspectos relacionados à prática dos professores na EJA em relação aos alunos com deficiência. Isso pode incluir a investigação da articulação do professor de educação especial nessa modalidade de ensino, bem como a exploração das oportunidades de colaboração entre o professor de educação especial e os professores da sala comum. Essa colaboração pode proporcionar um espaço para reflexões e discussões acerca do trabalho pedagógico a ser desenvolvido junto ao aluno com deficiência na EJA, promovendo o compartilhamento de conhecimento, a troca de experiências e a busca por estratégias pedagógicas eficazes e inclusivas.

Dessa forma, ao envolver um professor especialista e promover a colaboração entre os diferentes profissionais envolvidos na educação de alunos com deficiência na EJA, é possível criar um ambiente educacional mais enriquecedor e inclusivo, que atenda de forma mais eficaz às necessidades individuais de cada aluno, promovendo assim uma experiência educacional mais positiva e significativa para todos os envolvidos.

A inclusão de alunos com deficiência na Educação de Jovens e Adultos (EJA) é um tema de extrema importância na área educacional. A presença de alunos com deficiência na EJA apresenta desafios específicos, e a colaboração entre professores da sala comum e professores de educação especial desempenha um papel crucial na promoção de práticas pedagógicas inclusivas e eficazes.

Os professores de educação especial têm um conhecimento especializado em estratégias de ensino adaptadas e na compreensão das necessidades individuais dos alunos com deficiência. Ao trabalhar em conjunto com os professores da sala comum na EJA, eles podem oferecer suporte na identificação de estratégias pedagógicas adequadas, no desenvolvimento de adaptações curriculares e na implementação de recursos e tecnologias assistivas que atendam às necessidades específicas dos alunos com deficiência. 

Além disso, a presença do professor especialista pode contribuir para um ambiente de aprendizado mais inclusivo, promovendo a conscientização sobre as necessidades dos alunos com deficiência não apenas entre os professores, mas também entre os demais alunos. A interação e colaboração entre os professores da sala comum e os professores de educação especial podem também criar oportunidades para o compartilhamento de experiências, o desenvolvimento profissional e a reflexão sobre práticas pedagógicas, resultando em benefícios para toda a comunidade educacional.

A realização de estudos que abordem a interação e colaboração entre os professores de educação especial e os professores da sala comum na EJA pode proporcionar insights valiosos sobre como promover efetivamente a inclusão e o engajamento dos alunos com deficiência. Esses estudos podem contribuir para a identificação de melhores práticas, desafios e oportunidades de melhoria, auxiliando na construção de ambientes educacionais mais inclusivos e acolhedores para todos os alunos, independentemente de suas necessidades individuais.

Portanto, a articulação e colaboração entre os professores de educação especial e os professores da sala comum na EJA desempenham um papel crucial no desenvolvimento de uma educação inclusiva e de qualidade, e a promoção de estudos nesse sentido é fundamental para aprimorar a prática pedagógica e a experiência educacional dos alunos com deficiência na EJA.

5  CONSIDERAÇÕES FINAIS

É evidente que o processo de inclusão de alunos com deficiência na Educação de Jovens e Adultos (EJA) demanda uma reflexão profunda sobre as condições de alfabetização desses sujeitos. A alfabetização é um marco histórico é um requisito essencial para o avanço educacional e a integração social desses alunos. É notório que a alfabetização é um desafio significativo para os alunos da EJA, muitas vezes sendo abordada de forma meramente instrumental, limitando-se ao reconhecimento, escrita e leitura de palavras.

À luz das concepções e produções teóricas de Paulo Freire, a alfabetização é reconhecida como um processo de importância fundamental para o desenvolvimento da consciência crítica dos sujeitos. Nesse sentido, o processo de inclusão de alunos com deficiência na EJA adquire um significado profundo, uma vez que o reconhecimento desses sujeitos nos espaços sociais está intrinsecamente relacionado à forma como eles interagem com o conhecimento.

Portanto, para efetivar a inclusão de alunos com deficiência na EJA, é crucial que a alfabetização seja abordada de maneira holística, considerando não apenas as habilidades básicas de leitura e escrita, mas também o desenvolvimento da consciência crítica e a promoção de uma relação significativa com o conhecimento. Somente assim poderemos garantir uma inclusão efetiva e significativa desses sujeitos na sociedade.

 O processo de inclusão de alunos com deficiência na Educação de Jovens e Adultos (EJA) é um tema de extrema relevância que demanda uma abordagem ampla e cuidadosa. Além da alfabetização, a inclusão efetiva desses alunos requer a consideração de diversos aspectos, tais como a adaptação de materiais didáticos, a formação de professores para lidar com a diversidade e a promoção de um ambiente escolar inclusivo e acolhedor.

No contexto da alfabetização, é fundamental que os educadores estejam sensibilizados para as necessidades específicas dos alunos com deficiência, desenvolvendo estratégias pedagógicas que levem em conta suas capacidades e potencialidades individuais. Isso pode envolver a utilização de recursos e tecnologias assistivas, a adaptação de atividades e a promoção de métodos de ensino que sejam acessíveis a todos os estudantes.

A abordagem da alfabetização deve ir além do mero domínio das habilidades básicas de leitura e escrita, buscando também promover a compreensão crítica do mundo e o desenvolvimento de habilidades cognitivas mais amplas. Nesse sentido, a perspectiva de Paulo Freire sobre a alfabetização como um processo de conscientização e emancipação ganha ainda mais relevância, pois enfatiza a importância de não apenas ensinar a ler e escrever, mas também de desenvolver a capacidade de questionar, refletir e atuar de forma crítica na sociedade.

Ademais, a inclusão de alunos com deficiência na EJA requer um esforço coletivo e colaborativo, envolvendo não apenas os educadores, mas também a comunidade escolar, as famílias e a sociedade em geral. A promoção de uma cultura inclusiva e o combate ao preconceito e à discriminação são fundamentais para criar um ambiente em que todos os alunos se sintam valorizados e respeitados.

Em resumo, a inclusão de alunos com deficiência na EJA exige uma abordagem que vá além da simples adaptação de práticas e recursos. Requer uma mudança de paradigma, que coloque a diversidade no centro do processo educativo e promova a igualdade de oportunidades para todos os estudantes, independentemente de suas características individuais. A alfabetização, nesse contexto, desempenha um papel crucial, não apenas como um meio de adquirir habilidades básicas, mas como um instrumento de empoderamento e transformação social.

A sociedade brasileira ainda se encontra com um alto índice de analfabetismo e isto está associado às condições de inclusão que são ofertadas para pessoas com deficiência, pois percebemos que os analfabetos estão excluídos da sociedade letrada por não dominar os códigos linguísticos da leitura e da escrita. Mesmo com contribuições de autores como Paulo Freire, que retrata uma educação de qualidade, emancipadora, democrática e crítica, ainda é pouco vivenciada nas escolas, devida o descaso e o desinteresse por parte de alguns educadores, de alguns órgãos governamentais e essas dificuldades acabam causam a exclusão social.

A exclusão dos sujeitos com deficiência na EJA é uma realidade na rede de ensino de Abaetetuba-Pa e isso decorre da ausência de políticas públicas que efetivem o direito dos sujeitos à educação de qualidade. Percebemos que a EJA, não recebe o devido tratamento, o que revelou ser esta modalidade de ensino agregada nas escolas regulares de ensino fundamental e complementação de carga horária para maior parte dos professores que ainda não dispõem de lotação específica na EJA.

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1Professora da rede municipal de Abaetetuba e Igarapé Miri, Professora de Educação Geral (Pedagoga) Acadêmica do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Educação da Facultad Interamericana de Ciencias Sociales; cilene18car@gmail.com
2Professor de sociologia efetivo na rede estadual do Pará; Professor de educação geral (pedagogo) efetivo na rede municipal de ensino de Cametá-Pa; Doutorando em Ciências da Educação – FICs; Mestre em Ciências da Educação – FICS; Mestre em Educação e Cultura – UFPA; Especialista em Gestão e Planejamento da Educação – UFPA; Especialista em Administração Financeira e Gestão de Projetos Sociais – FAP; Graduado em Pedagogia – UFPA; Graduação em Letras Habilitação em Língua Inglesa – UFPA; Graduação em Sociologia – UNIASSELVI. profphabiopinto@gmail.com