HIPERTENSÃO ARTERIAL: UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7536762


Victor Guilherme Pereira da Silva Marques1
Vinícius Costa Maia Monteiro2
Cássio Moura de Sousa3
Artur de Sousa Mendes4
Claudia Aparecida Godoy Rocha5
Carla de Fátima Silva Menezes6
Karyna Dara dos Santos Bezerra7
Camila Ingrid da Silva França8
Andréa Márcia Soares da Silva9
Igor Marcelo Ramos de Oliveira10
Ícaro Viterbre Debique Sousa11
Heron Viterbre Debique Sousa12
Claudênia da Silva Façanha13
Mayara Fernandes Silva14
Viviane França Silva15


Resumo

Objetivo: analisar a literatura existente acerca da hipertensão como problema de saúde pública. Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura de caráter qualitativo. A busca dos trabalhos envolvidos na pesquisa foi realizada nas seguintes bases de dados: SCIELO, LILACS, BDENF e MEDLINE, a partir dos descritores em ciências da saúde: “Assistência ao paciente”, “Hipertensão arterial” e “Saúde pública”. Os critérios de inclusão foram: publicados no período entre 2012 e 2022, cujo acesso ao periódico era livre aos textos completos, artigos em idioma português, inglês e espanhol e relacionados a temática. Critérios de exclusão foram: artigos duplicados, incompletos, resumos, resenhas, debates, artigos publicados em anais de eventos e indisponíveis na íntegra. Resultados: A HAS é um importante problema de saúde pública, visto que a morbimortalidade e os custos com o seu tratamento são elevados. Por ser muitas vezes assintomática, há dificuldades para que os indivíduos procurem os serviços de saúde para o diagnóstico e adesão ao tratamento. Conclusão: O presente demonstra que a hipertensão é considerada um problema de saúde pública até nos dias atuais, existem diversas estratégias para que essa patologia seja tenha seus efeitos diminuidos, porém, os profissionais de saúde não utilizam de maneira correta.

Palavras-chave: Assistência ao paciente. Hipertensão arterial. Saúde pública.

Abstract

Objective: To analyze the existing literature on hypertension as a public health problem. Methods: This is an integrative review of qualitative literature. The search for the papers involved in the research was conducted in the following databases: SCIELO, LILACS, BDENF and MEDLINE, based on the descriptors in health sciences: “Patient care”, “Hypertension” and “Public Health”. Inclusion criteria were: published between 2012 and 2022, with free access to full texts, articles in Portuguese, English and Spanish and related to the theme. Exclusion criteria were: duplicate articles, incomplete, abstracts, reviews, debates, articles published in proceedings of events and unavailable in full. Results: SAH is an important public health problem, since morbidity and mortality and the costs with its treatment are high. Because it is often asymptomatic, there are difficulties for individuals to seek health services for diagnosis and adherence to treatment. Conclusion: The present study demonstrates that hypertension is considered a public health problem even today, there are several strategies for this pathology to have its effects reduced, however, health professionals do not use the correct way.

Keywords: Patient care. Hypertension. public health.

Resumen

Objetivo: Analizar la literatura existente sobre la hipertensión como problema de salud pública. Métodos: Se trata de una revisión integradora de la literatura cualitativa. La búsqueda de los trabajos incluidos en la investigación se realizó en las siguientes bases de datos: SCIELO, LILACS, BDENF y MEDLINE, a partir de los descriptores en ciencias de la salud: “Assistência ao paciente”, “Hipertensão arterial” y “Saúde pública”. Los criterios de inclusión fueron: publicados entre 2012 y 2022, cuyo acceso a la revista fuera libre a textos completos, artículos en portugués, inglés y español y relacionados con el tema. Los criterios de exclusión fueron: artículos duplicados, incompletos, resúmenes, revisiones, debates, artículos publicados en anales de sucesos y no disponibles en su totalidad. Resultados: La HSA es un importante problema de salud pública, ya que la morbimortalidad y los costes de su tratamiento son elevados. Por ser a menudo asintomática, tiene dificultades para que los individuos busquen los servicios de salud para el diagnóstico y la admisión al tratamiento. Conclusión: El presente demuestra que la hipertensión se considera un problema de salud pública hasta los días de hoy, existen diversas estrategias para que esta patología tenga sus efectos disminuidos, sin embargo, los profesionales de la salud no utilizan de manera correcta.

Palabras clave: Atención al paciente. Hipertensión. Salud pública.

1 INTRODUÇÃO 

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) são doenças multifatoriais relacionadas a fatores de riscos não modificáveis como herança genética, idade, sexo e raça, e os modificáveis destacando-se a obesidade, as dislipidemias, o consumo excessivo de sal e carboidratos, bem como bebidas alcoólicas, o tabagismo, e fatores de ordem psicossocial geradores de estresse e a inatividade física (MACHADO; CAMPOS, 2014).

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é considerada como um dos principais fatores de risco modificáveis e tem elevada prevalência e baixos percentuais de controle com estado clínico multifatorial, definida por níveis   altos e sustentados da pressão arterial. Vincula-se, frequentemente, a modificações funcionais e/ou estruturais em órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e artérias periféricas) e a variações metabólicas, com consequência a elevação do risco de acontecimentos cardiovasculares letais e não letais (ARAÚJO et al., 2019).

No Brasil, 25% da popula- ção adulta apresenta essa doença e estima-se que em 2025 esse número terá aumentado em 60%, atingindo uma prevalência de 40%. A HAS, além de ser uma das principais causas de mortes por doenças do aparelho circulatório, acarreta um ônus socioeconômico elevado, com uma vida produtiva interrompida por invalidez temporária ou permanente (SILVA et al., 2016).

Fatores comportamentais, como estresse, obesidade, tabagismo, inatividade física e consumo excessivo de sal, podem contribuir com os determinantes genéticos para o aumento da pressão arterial. As prováveis vias para a ocor-rência de hipertensão primária podem ser a retenção renal do sódio, a vasoconstrição e hipertrofia vascular. Nesse sentido, medidas como redução de peso, diminuição de sódio na dieta e prática regular de atividade física são as que se destacam na melhoria do controle da pressão arterial (OSHIRO; FERREIRA; OSHIRO, 2013).

Considerando que o tratamento da hipertensão arterial reduz significativamente a mortalidade e a morbidade por doença cardiovascular, é importante o conhecimento da prevalência deste fator de risco na população brasileira, bem como a identificação de grupos mais vulneráveis e prioritários para a elaboração de políticas públicas mais equânimes (LOBO et al., 2017).

O conhecimento dos níveis de controle da hipertensão arterial é de grande relevância no planejamento dos recursos terapêuticos e na avaliação do alcance e da efetividade das medidas adotadas. Embora se creia que o controle da hipertensão arterial no Brasil seja baixo, índices de abrangência nacional são desconhecidos (PINHO; PIERIN, 2013).

O presente estudo tem como objetivo analisar a literatura existente acerca da hipertensão como problema de saúde pública.

2 MÉTODO

Trata-se de um estudo descritivo, do tipo revisão integrativa de literatura, de caráter qualitativo. Segundo Souza, Silva & Carvalho (2010) a revisão integrativa é a mais ampla abordagem metodológica referente às revisões, permitindo a inclusão de estudos experimentais e não-experimentais para uma compreensão completa do fenômeno analisado. 

As etapas da produção da presente revisão integrativa se constituem pela identificação da temática, questão norteadora, amostragem (seleção dos artigos) e categorização dos estudos.

Adotou-se para a elaboração da pergunta norteadora e definição de critérios de legibilidade, a estratégia PICO, na qual (P) População; (I) Intervenção; (C) Comparação; (O) Resultados. Estruturou-se, diante disto, a seguinte questão: “O que a literatura aborda acerca da hipertensão como problema de saúde pública?”.

Para responder à pergunta norteadora foram utilizados como critérios de inclusão artigos publicados no período entre 2012 e 2022, cujo acesso ao periódico era livre aos textos completos, artigos em idioma português, inglês e espanhol e relacionados a temática que foram localizados através da busca com os seguintes descritores utilizando o operador booleano and entre eles: Assistência ao paciente and Hipertensão arterial and Saúde pública. Para a seleção destes descritores, foi efetuada consulta ao DeCs – Descritores em Ciências da Saúde. Como critérios de exclusão, enquadraram – se artigos duplicados, incompletos, resumos, resenhas, debates e artigos publicados em anais de eventos.

Para a obtenção dos artigos, foi realizado um levantamento nos seguintes bancos de dados eletrônicos: Scientific Electronic Library – SCIELO, Literatura Latino – Americana do Caribe em Ciências da Saúde – LILACS, Banco de Dados em Enfermagem – BDENF, Medical Literature Analysis and Retrievel System Online – MEDLINE via Biblioteca Virtual em Saúde – BVS.

A partir da revisão de literatura e análise dos estudos indexados nas bases de dados eletrônicas, acerca da temática proposta, foram encontrados 500 estudos científicos, sendo que, apenas 90 estudos foram selecionados, 50 atenderam aos critérios de inclusão previamente estabelecidos, destes, 30 foram excluídos com base nos critérios de exclusão, restando 7 artigos para composição e análise do estudo. O fluxograma com o detalhamento das etapas de pesquisa está apresentado a seguir na figura 1.

Figura 1 – Fluxograma de identificação e seleção dos artigos. Teresina, Piauí, Brasil. 2023.

Fonte: Autores (2023).

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A HAS é um importante problema de saúde pública, visto que a morbimortalidade e os custos com o seu tratamento são elevados. Por ser muitas vezes assintomática, há dificuldades para que os indivíduos procurem os serviços de saúde para o diagnóstico e adesão ao tratamento. Somam-se ainda a falta de estrutura dos sistemas de saúde para atender a essa população e as escassas ações preventivas para reduzir os fatores de risco (MENDES; MORAES; GOMES, 2014).

A idade elevada é um fator associado HAS já conhecido na literatura especializada. O envelhecimento traz modificações fisiológicas do aparelho circulatório, aumentado assim a chance de desenvolvimento da HAS. O aumento da prevalência de idosos no mundo é apontado pelos especialistas como o fator explicativo de maior destaque para o aumento da prevalência de HAS em todo o planeta (MARQUES et al., 2020).

O sintoma que seria o mais frequente e específico observado num indivíduo hipertenso é a cefaleia. A cefaleia suboccipital, pulsátil, que ocorre nas primeiras horas da manhã e vai desaparecendo com o passar do dia, é dita como característica, porém qualquer tipo de cefaleia pode ocorrer no indivíduo hipertenso (OIGMAN, 2014).

A indicação de tratamento com medicamentos é alta. Isso pode ser reflexo de diagnóstico tardio, visto que no estágio 1 da hipertensão, a mudança de estilo de vida é a primeira indicação, devendo o tratamento farmacológico ser instituído apenas após seis meses de insucesso desta medida (MENGUE et al., 2016).

Consiste em orientações objetivando reduzir a pressão arterial. A sua aplicação pode reduzir a necessidade de medicamentos anti-hipertensivos e aumentar sua eficácia. Controlar os fatores de risco associados e, concorrer para a prevenção primária da hipertensão e de doenças cardiovasculares associadas é também um objetivo do tratamento não medicamentoso (NOBRE et al., 2013).

Se o diagnóstico é tardio, espera-se maior gravidade da doença ou menor sucesso no uso de tratamentos não farmacológicos pela não implementação de mudanças no estilo de vida. Também deve ser considerado o comportamento dos médicos, que, na expectativa de que os pacientes não irão aderir aos tratamentos não farmacológicos, iniciam tratamento farmacológico em paralelo às recomendações de mudança de estilo de vida (MENGUE et al., 2016).

Apesar das dificuldades na adesão ao tratamento, os avanços no conhecimento e a evolução obtida na terapêutica têm aumentado a expectativa de vida da população. Com a longevidade, é importante que os indivíduos mantenham a autonomia e a saúde, pois o envelhecimento aumenta o risco de doenças crônicas, sobretudo as cardiovasculares (CARVALHO et al., 2013).

4 CONCLUSÃO

O presente demonstra que a hipertensão é considerada um problema de saúde pública até nos dias atuais, existem diversas estratégias para que essa patologia seja tenha seus efeitos diminuidos, porém, os profissionais de saúde não utilizam de maneira correta. Os fatores de riscos são muitos como a idade por exemplo, pois a taxa de idosos com a doença é maior. Para que essas taxas sejam diminuidas é preciso que os proffissionais utilizem como método primário a mudança do estilo de vida a fim de promover uma qualidade de vida a esses paceintes.

Caso as ações de promoção da saúde não sejam suficientes, ai sim pode ser implementado juntamente com essas ações o tratamento farmacólogico visando obter esses controles dos níveis pressóricos e assim podendo diminuir a prevalência da doença no Brasil e no mundo. Faz-se necessário também a capacitação dos profissionais de saúde para as ações preventivas e de promoção da saúde, principalmente nas unidades básicas de saúde.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, G.S.B et al. Hipertensão arterial sistêmica: problema de saúde pública nos dias atuais. Revista Brasileira Interdisciplinar de Saúde, v. 1, n. 1, p. 39-43, 2019.

CARVALHO, M.V et al. A influência da hipertensão arterial na qualidade de vida. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 100, p. 164-174, 2013.

LOBO, L.A.C et al. Tendência temporal da prevalência de hipertensão arterial sistêmica no Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 33, n. 6,  p. e00035316, 2017.

MACHADO, L.E; CAMPOS, R. O impacto da diabetes melito e da hipertensão arterial para a saúde pública. Saúde e meio ambiente: revista interdisciplinar, v. 3, n. 2, p. 53-61, 2014.

MARQUES, A.P et al. Fatores associados à hipertensão arterial: uma revisão sistemática. Ciência & Saúde Coletiva, v. 25, p. 2271-2282, 2020.

MENDES, G.S; MORAES, C.F; GOMES, L. Prevalência de hipertensão arterial sistêmica em idosos no Brasil entre 2006 e 2010. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, v. 9, n. 32, p. 273-278, 2014.

MENGUE, S.S et al. Acesso e uso de medicamentos para hipertensão arterial no Brasil. Revista de saúde pública, v. 50, p. 1-9, 2016.

NOBRE, F et al. Hipertensão arterial sistêmica primária. Medicina (Ribeirão Preto), v. 46, n. 3, p. 256-272, 2013.

OIGMAN, W. Sinais e sintomas em hipertensão arterial. JBM, v. 102, n. 5, p. 13-8, 2014.

OSHIRO, M.L; FERREIRA, J.S; OSHIRO, E. Hipertensão arterial em trabalhadores da estratégia saúde da família. Revista de Atenção à Saúde, v. 11, n. 36, p. 20-28, 2013.

PINHO, N.A; PIERIN, A.M.G. O controle da hipertensão arterial em publicações brasileiras. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 101, p. e65-e73, 2013.

SILVA, Elcimary Cristina et al. Prevalência de hipertensão arterial sistêmica e fatores associados em homens e mulheres residentes em municípios da Amazônia Legal. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 19, p. 38-51, 2016.

SOUZA, M.T; SILVA, M.D; CARVALHO, R. Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein, v. 8, p. 102-106, 2010.


1Graduando em Enfermagem pelo Centro Universitário do Piauí – UNIFAPI

2Faculdade do Complexo Educacional Santo André – FACESA

3Faculdade de Itaituba – FAI

4Faculdade de Saúde de Petrolina

5Enfermeira e Preceptora pela Universidade do Estado do Pará – UEPA

6Universidade da Amazônia – UNAMA

7Universidade Vila Velha

8Centro Universitário Unifacid

9Estácio de Teresina

10Estácio de Teresina

11Universidade Federal de Lavras

12Universidade Federal de Minas Gerais

13Universidade Federal do Piauí

14Universidade Estadual do Maranhão

15Centro Universitário Maurício de Nassau