FINANCIAL MANAGEMENT OF MICRO AND SMALL BUSINESSES IN THE JARI VALLEY
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202505181545
Agna Paula Ribeiro da Silva1
Alany de Assunção de Souza Pantoja2
Alain Roel Rodrigues dos Santos3
Resumo
Este trabalho apresenta a importância da gestão financeira de micros e pequenas empresas do Vale do Jari, demostrando como a administração financeira é fundamental para o crescimento e solidificação das mesmas. A gestão financeira de Micro e Pequenas empresas envolve um conjunto de atividades e estratégias para o sucesso de negócios, isso inclui aspectos como gestão financeira, gestão de pessoal, gestão de estoque, planejamento estratégico, marketing e vendas. O sucesso reside em otimizar os recursos disponíveis, adaptar-se ao mercado e manter-se competitivo. Aprender a gerir os negócios pode parecer uma tarefa desafiadora, e é, mas é essencial para o sucesso dos negócios. O gestor deve administrar utilizando ferramentas e conhecimentos necessários para gerenciar eficazmente todos os aspectos de um empreendimento. O método de pesquisa foi o estudo descritivo, que foi entendido como o mais apropriado para o trabalho de pesquisa. Dessa forma, constatou-se a relevância da gestão financeira e das ferramentas gerenciais de micros e pequenas empresas da região do vale do Jari. Ao finalizar o trabalho, conclui-se que o objetivo foi atingido, que foi identificar os problemas comuns que atingem micro e pequenas empresas de três municípios que compõe o Vale do Jari (Distrito de Monte Dourado, Laranjal do Jari e Vitória do Jari). O vale do Jari passa por um momento desafiador, onde a empresa que mantinha um fluxo de empregos entrou em falência, com isso a explosão de novos empreendimentos, porém, sem registros formais e sem experiência para administrar, com isso a probabilidade de o empreendimento não progredir é grande. Dentre os problemas mais latentes identificados foi que os proprietários têm dificuldade de separar o que é a pessoa física da pessoa jurídica, unindo-se a falta de experiência dos mesmos para gerenciar os negócios.
Palavras-chave: Gestão financeira. Pesquisa. Experiência.
Abstract
This paper presents the importance of financial management for micro and small companies in the Jari Valley, showing how financial management is fundamental for their growth and solidification. The financial management of micro and small businesses involves a set of activities and strategies for business success, including aspects such as financial management, personnel management, stock management, strategic planning, marketing and sales. Success lies in optimizing available resources, adapting to the market and remaining competitive. Learning to manage a business may seem like a challenging task, and it is, but it is essential for business success. The manager must administer using the tools and knowledge necessary to effectively manage all aspects of an enterprise. The research method was a descriptive study, which was seen as the most appropriate for the research work. In this way, the relevance of financial management and managerial tools for micro and small companies in the Jari Valley region was ascertained. At the end of the study, it can be concluded that the objective was achieved, which was to identify the common problems affecting micro and small businesses in three municipalities that make up the Jari Valley (Monte Dourado District, Laranjal do Jari and Vitória do Jari). The Jari Valley is going through a challenging time, where the company that maintained a flow of jobs has gone bankrupt, resulting in an explosion of new businesses.
Keywords: Financial management. Research. Experience.
1 INTRODUÇÃO
Laranjal do Jari está localizado na região sul do estado do Amapá, foi criado pela Lei Federal Nº 7.639, de 6 de dezembro de 1987. Ele faz fronteira com o estado do Pará, mais especificamente com Monte Dourado, distrito do município de Almeirim (PA), situado na outra margem do Rio Jari. Está localizada a 272 quilômetros da capital e o acesso é pelo chamado eixo sul da BR-156, trecho ainda não asfaltado da estrada federal, também sendo possível o acesso fluvial pelo rio Jari. Em uma área de 30.542,284 km², tem uma população estimada em 35.114 habitantes.
Faz limite com os municípios de Vitória do Jari, Mazagão, Pedra Branca do Amapari e Oiapoque, além do Estado do Pará e ainda com os países Suriname e Guiana Francesa, pela imensidão geográfica.
Economicamente, Laranjal ficou conhecida por abrigar funcionários que trabalhavam na fabricação de celulose (matéria-prima do papel) do lado paraense da fronteira. Hoje, o setor entrou em declínio e a atividade industrial já não move a economia como em outras épocas. Em Laranjal do Jari também está localizada uma cooperativa que vende matéria-prima (óleo de castanha e breu branco) para uma grande indústria de cosméticos de São Paulo. A região é destaque no extrativismo vegetal.
O município de Vitória do Jari (AP) foi criado pela Lei Estadual nº 171, de 8 de setembro de 1994, e instalado em 1 de janeiro de 1997, sendo desmembrado do município de Laranjal do Jari. A sua área é de cerca de 2.508,979 km², e a população estimada em 11.291 habitantes. Faz fronteira com os municípios de Laranjal do Jari e Mazagão, além do rio Jari (Pará) e da região Ajuruxi.
Em termos de geografia, Vitória do Jari está localizado no extremo sul do estado do Amapá. O município é 100% abrangido pelo bioma Amazônia e não possui Política Municipal de Saneamento Básico, mas possui Plano Municipal de Saneamento Básico.
O município possui uma sede, que representa uma expansão das estratégias de ocupação ribeirinha iniciadas em Laranjal do Jari. A vida em Vitória do Jari é influenciada por fatores como a presença da fábrica da Jari e as condições de vida ribeirinhas, que geram benefícios e desafios para a população local.
O Distrito de Monte Dourado iniciou-se com a implantação do Projeto Jari, um empreendimento multimilionário privado idealizado e realizado pelo bilionário estadunidense Daniel Keith Ludwig, dentro da Floresta Amazônica, às margens do Rio Jari, importante afluente do Rio Amazonas, o projeto foi implantado em 1967 como o maior dos empreendimentos do empresário. Situado na divisa entre o Pará e o Amapá, mais precisamente centrado nos municípios vizinhos de Almeirim, Pará e Mazagão, Amapá, o projeto possui localização estratégica e demandou a construção de uma grande infraestrutura local, assim se construiu o Distrito de Monte Dourado, uma vila operária que abrigaria os trabalhadores da empresa.
Dessa forma, constitui-se o Vale do Jari, agregando os três Municípios Laranjal do Jari, Vitória do Jari e Almeirim com o Distrito de Monte Dourado.
O empreendedorismo tornou-se uma solução para os brasileiros que almejam mais liberdade profissional, a cada dia as Micro e Pequenas Empresas (MPEs) vêm ganhando destaque no mundo dos negócios. Segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), em 2011 as MPEs contribuíram com 27% do PIB (Produto Interno Bruto) e em 2017 este percentual foi de 29,5%, destacando ainda mais sua importância para a economia brasileira (SEBRAE, 2011; SEBRAE, 2020).
Foi realizado uma pesquisa bibliográfica sobre o tema, e foi apresentado como um importante instrumento para a gestão financeira. O trabalho pretende responder a seguinte pergunta: Qual importância da Gestão Financeira em micros e pequenas empresas do Vale do Jari?
Apesar do crescimento no número de MPEs no país, a taxa de mortalidade dessas ainda é alta, pois 27% das Micro e Pequenas Empresas fecham as portas antes de completarem um ano de atividade (SEBRAE/SP, 2010). Ao analisar os dois primeiros anos de funcionamento das Microempresas a taxa de mortalidade foi de 45% em 2014 (SEBRAE, 2016). Os principais motivos apontados para a mortalidade precoce das MPEs são as deficiências na gestão financeira de curto prazo e as cargas tributárias elevadas.
Segundo, La Rovere (1999), as empresas em sua grande maioria são formadas de micros e pequenas empresas, sendo relevante para a economia do país e no caso desse estudo para o vale do Jari. Os micros e pequenos negócios geram empregos e fazem a economia girar, o que colabora de modo significativo para que o mercado aqueça, veja só, em época de grandes eventos na região todos os pequenos negócios beneficiam-se, o empreendedor de roupas, calçados, salões de beleza e etc. Dessa forma, a gestão financeira é relevante para que esses empreendedores tenham fluxo de caixa para que nesses períodos estejam preparados para atender as demandas.
Para Chagas e Freitas (2001), a empresa empreendedora é aquela que consegue visualizar novos horizontes, possuindo capacidade de assumir o comando dos processos de modificação e o redirecionamento de seus recursos, no entanto a realidade é outra, os gestores iniciam o pequeno negócio sem orientação e capacitação financeira, quando contratam um serviço de contabilidade, não aceitam as orientações e informações que lhe são repassadas, essas importantíssimas para gerir os negócios, sendo assim, os gestores tomam decisões seguindo as experiências adquiridas informalmente, pois acreditam ser o melhor para a gestão da empresa, e no final, confunde-se a Pessoa Física com a Pessoa Jurídica, um fator determinante para o fracasso da gestão financeira da empresa.
1.1 Vale do Jari
O Vale do Jari é uma região formada por dois municípios e o distrito de Almeirim/PA, Laranjal do Jari/AP o maior município do Vale, que segundo o Censo de 2022, é de 35.114 pessoas, possui uma área de 30.782,998 km² e uma densidade demográfica de 1,14 hab./km².
Monte Dourado é um distrito de Almeirim /PA que segundo os dados do Censo 2022, é de 34.280 pessoas, possui uma área de 72.968,578 km² e uma densidade demográfica de 0,47hab./km², porém Monte Dourado fica distante cerca de 73 km da sede do município, o último censo realizado em Monte Dourado, distrito de Almeirim, no estado do Pará, foi em 2010. Segundo esse censo, a população de Monte Dourado era de 33.614 habitantes, com uma densidade demográfica de 0,46 hab./km².
Os municípios citados são divididos pelo rio Jari, conforme mapa abaixo:
Figura 01: Imagem aérea Laranjal do Jari e Monte Dourado

O próximo município citado é Vitória do Jari, segundo o censo de 2022 a população é de 11.291 pessoas, com uma densidade demográfica de 4,50 habitantes por km², o que representa uma queda de-9,15% em comparação com o Censo de 2010. Os resultados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município foi desmembrado de Laranjal do Jari em 8 de setembro de 1994, o município de Vitória do Jari se matinha com os trabalhos de duas fábricas, a de celulose (Jari) e a fábrica de caulim (CADAM), a segunda citada ainda está em pleno funcionamento, porém a de celulose não, e esse é um dos motivos da queda populacional constatado segundo o último Censo, com o nível de desemprego em alta, a população busca meios de sobreviver, pois não tem interesse em migrar para outro estado, porém, sem registro formal, e na maioria das vezes sem experiência, pois até então esse novo empreendedor estava atuando como empregado.
Figura 02: Município de Vitória do Jari

O Vale do Jari vem passando por um momento de recessão financeira, a empresa que empregava grande parte da população declarou falência, está há dois anos sem efetuar o pagamento dos funcionários, é um dos motivos para que o número de empreendedores multiplicasse, porém, poucos registram seus empreendimentos, trabalham na informalidade, sendo difícil de receberem o apoio de suporte do SEBRAE/AP.
Segundo o site “Oportunidados”, existem cerca de 1.661 empresas ativas em Laranjal do Jari, isso corresponde a 3,58% de empresas ativas no estado e 0,0065% no país, existem 576 Microempreendedores Individuais (MEI) ativos em Laranjal do Jari (AP), representando 34.68% das empresas ativas da cidade.
Quadro 01: Empresas em Laranjal do Jari (AP) por Porte Empresarial
Categoria de Porte | Número de Empresas | % Total |
Microempresa | 1.176 | 70.8 |
Pequeno Porte | 259 | 15.59 |
Médio e Grande Porte | 226 | 13.61 |
O comércio em Laranjal do Jari é de diversidade média, com destaque para o comércio varejista e a produção florestal. A região também se destaca pelo extrativismo vegetal, com a produção de óleo de castanha e breu branco para indústrias de cosméticos.
Imagem 03:Comércio de Laranjal do Jari

De acordo com os dados da Receita Federal do Brasil (RFB), Vitória do Jari tem o total de estabelecimentos com registro até 2024:
Quadro 02:Empresas em Vitória do Jari (AP) por Porte Empresarial
Categoria de Porte | Número de Empresas | % Total |
Microempresário Individual (MEI) | 183 | 33,1% |
Pequeno Porte | 259 | 15.59 |
Microempresa | 89 | 16,1% |
Empresa de Pequeno Porte | 175 | 31,6% |
Outros | 106 | 19,2% |
O comércio em Vitória do Jari, como em muitos outros municípios do Amapá, é um reflexo da economia local, que se baseia em atividades como a agricultura, pecuária, extração de minerais e turismo. A região é conhecida por seus recursos naturais e potencial econômico, com destaque para a extração de caulim, um mineral que tem atraído investimentos e a criação de empregos.
Imagem 04:Comércio de Vitória do Jari

Para o Distrito industrial de Monte Dourado não foram encontrados dados de micro e pequenas empresas registrados, foi realizado uma pesquisa com diversos filtros, porém sem resultados, visto que essa localidade é uma vila operária, onde os moradores são funcionários da empresa Jari Celulose, a mesma está em processo de falência, os empreendedores formais deste distrito migraram para outras localidades, inclusive para Laranjal do Jari que faz fronteira com Monte Dourado, porém, foi realizada uma pesquisa para o município de Almeirim que é a sede do Distrito de Monte Dourado.
Quadro 03:Empresas em Almeirim (PA) por Porte Empresarial
Categoria de Porte | Número de Empresas | % Total |
Microempresa | 904 | 72% |
Microempresário Individual (MEI) | 290 | 23% |
Médio/Grande porte | 249 | 20% |
Pequeno Porte | 106 | 8% |
O comércio em Almeirim, município no estado do Pará, é um setor importante da economia local, com destaque para as lojas de livros, CDs, artigos esportivos, roupas e calçados. A maior parte da população está empregada no setor terciário, que inclui comércio, bancos, seguros, transportes, comunicação, administração pública e serviços, com a restauração sendo um ponto forte.
Imagem 05: Comerciantes em Almeirim

O trabalho de pesquisa justifica-se para compreender como ocorre essa gestão financeira das micro e pequenas empresas do vale do Jari, reiterando que o vale é composto por três municípios (Laranjal do Jari/AP, Vitória do Jari/AP e Almeirim/PA).
Imagem 06: Centro Comercial de Monte Dourado

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Iniciar um novo empreendimento traz inúmeras dúvidas, antes de abrir uma empresa é necessário pesquisar qual o conceito que os filósofos deduzem como empresa. CHIAVENATO (2015, p.2) vai evidenciar que essas empresas são organizações sociais com fins financeiros e competências para ter utilidade no mercado, atingindo suas metas.
Para que a empresa obtenha lucro é imprescindível que a mesma possua competência para oferecer os produtos e serviços e, que atendam as necessidades do público-alvo, e para que isso ocorra a empresa deve estar com suas financias estejam organizadas. HOJI (2018 p.5), sendo assim, é de suma importância e necessidade uma organização financeira e contábil para o gerenciamento da empresa, visto que sua expectativa é que obtenha um funcionamento saudável e sucesso em suas atividades, podendo saldar seus dividendos através de seus ganhos, obtendo assim um lucro desejado, e seguindo a prudência para continuidade da empresa.
Segundo RAZA (2008, p.7) é fundamental e de extrema importância que as empresas possuam planejamento e gerenciamento financeiro, para que possa atingir uma gestão correta, competente e dinâmica.
Uma empresa mal planejada traz inúmeros perigos, o negócio sem o devido controle de entrada e saída de caixa, traz inúmeros riscos, dentre eles não atender os consumidores e cumprir os pagamentos de fornecedores.
Segundo abordou Padoveze, (2016), a finalidade da empresa deve ser a invenção de valores para seus acionistas. Este valor é o ganho que o investidor acredita que vai receber, ou ainda o preço pelo risco que este está correndo ao aplicar seu capital em um investimento determinado.
O papel das micro e pequenas empresas têm sido discutidos e muitos países têm intensificado os investimentos para esses empreendimentos, que são os grandes causadores na maioria dos países desenvolvidos pela maioria da produção industrial e do oferecimento de novos postos de trabalho (Silva, 2002).
Segundo a Lei complementar nº123, de 14 de dezembro de 2006, para se enquadrar como microempresa é necessário que seu faturamento em cada ano-calendário, seja igual ou inferior a R$360.000,00, e para empresa de pequeno porte, superior a R$360.000,00 e inferior a R$ 3.600.000,00.
No entanto, esta norma, admitida como “Lei Geral das Micros e Pequenas Empresas”, proporciona alguns benefícios e facilidades específicas a elas, por exemplo, estes empreendimentos, deverão apresentar a comprovação de seu faturamento bruto mediante o registo de suas receitas, independente do documento de venda ou serviço, e deverá manter seus livros caixas suas movimentações financeiras e bancárias (SEBRAE, 2019).
Segundo Chiavenato (2015, p.3), em meio a uma esfera global extremamente competitiva e cheia de desafios, para que uma organização seja bem-sucedida, necessita-se de uma constante manutenção e atualização dos dados financeiros e contábeis de seu patrimônio. Portanto, a gestão financeira é fator essencial para que as empresas se tornem competitivas.
3 METODOLOGIA
A pesquisa foi elaborada através de revisões bibliográficas e de conteúdos existentes em livros, monografias entre outros, assim, recolhemos e selecionamos os conteúdos já existentes sobre o determinado assunto. Com base nesses estudos e pesquisas que permitiu o conhecimento mais amplo sobre o tema abordado neste trabalho (CAUCHICK, 2017).
A pesquisa, é de formato descritivo, realizado através de materiais já existentes, tais como: informações disponíveis em livros, sites e materiais já publicados em periódicos e revistas, onde foi possível realizar uma análise sobre a gestão financeira das micro e pequenas empresas do vale do Jari, descrevendo assim a importância de uma boa gestão, que maioria das vezes a empresa não utiliza ou não possui nenhuma gestão financeira.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS
Ao realizar a pesquisa sobre a gestão financeira das micro e pequenas empresas no vale do Jari, concluiu-se que as empresas da região se iniciam informalmente e que normalmente quem gerencia as finanças é o próprio proprietário, este que costumam confundir a pessoa física com a pessoa jurídica. Um fator de explica o motivo do fechamento dos negócios, as contas da empresa são confundidas com as contas pessoais, por exemplo, inicia-se o empreendimento na própria residência, ali a conta de energia elétrica, água, internet são integradas, não existe um salário para o “dono” da empresa, não existe controle de caixa, a qualquer momento sai dinheiro sem o devido controle. Dessa forma, sem o devido controle, a empresa abre falência antes mesmo de se fixar no mercado.
O objetivo deste trabalho foi apresentar a importância da gestão financeira em micros e pequenas empresas do Vale do Jari. A análise apresentada destaca questões críticas enfrentadas por micro e pequenas empresas na gestão financeira, especialmente na região do Vale do Jari. Com base nos desafios identificados, algumas sugestões podem ser feitas para futuras pesquisas e intervenções:
1. Pesquisa Aprofundada: Realizar estudos mais detalhados, utilizando formulários e pesquisas de campo, permitirá compreender melhor os desafios enfrentados na gestão financeira. Isso poderá contribuir para a criação de estratégias mais eficazes
2. Capacitação e Formação: É essencial que os proprietários dirigentes recebam formação técnica em gestão financeira. A contratação de profissionais qualificados também é uma alternativa viável para suprir a falta de conhecimento na administração das finanças.
3. Separação de Finanças: A mistura entre finanças pessoais e empresariais é um problema recorrente. É fundamental que os gestores aprendam a manter essas esferas separadas, o que ajudará a evitar complicações financeiras e facilitará a gestão da empresa.
4. Acesso ao Crédito: A dificuldade de acesso ao crédito é um obstáculo significativo. As empresas devem ser orientadas sobre as opções de financiamento disponíveis e como se preparar para obter crédito.
5. Gestão de Capital de Giro: A falta de capital de giro é uma das principais causas de falência. As empresas precisam desenvolver um fluxo de caixa adequado e estratégias para garantir que tenham recursos suficientes para cobrir suas obrigações.
6. Conformidade Fiscal: A educação sobre obrigações fiscais é crucial. Os microempreendedores precisam entender a importância de manter suas obrigações em dia, especialmente em um país com uma carga tributária elevada.
7. Apoio do SEBRAE: Embora o SEBRAE ofereça suporte, é necessário que as empresas estejam abertas a mudanças em sua cultura organizacional. Um ambiente que favoreça a aprendizagem e a adaptação é fundamental para o sucesso a longo prazo.
5 CONCLUSÃO
De acordo com os estudos realizados, sugerimos que para as futuras pesquisas sejam feitos de forma mais aprofundados, e que seja realizada através de pesquisa através de formulários, uma pesquisa de campo sobre os desafios da gestão financeira das micro e pequenas empresas do vale do Jari.
Entre esses desafios se pode citar a mistura financeira da pessoa física e jurídica, a falta de formação técnica e a falta de experiência dos proprietários dirigentes para gerir os negócios e a dificuldade de acesso ao crédito para futuros investimentos na empresa, fator essencial para que a empresa expanda seus negócios.
A falta de capital de giro, de formação do gestor e de experiência são dificuldades que levam essas empresas a utilizarem uma gestão de forma desordenada, ou seja, não contratam um profissional com conhecimento técnico, dificultando a organização da empresa, levando a mesma a fechar as portas com pouco tempo de vida. Para suprir esta necessidade, sugere-se que a empresa capacite o administrador, ou contrate um profissional com a formação exigida para as atribuições do cargo.
Constatou-se que na maioria das vezes o microempreendedor individual não possui formação ou experiência para administrar as finanças, nem conhecimento técnico de como manter em dia suas obrigações fiscais e financeiras. A necessidade do auxílio de um profissional é essencial o sucesso do negócio, tais como, a necessidade do capital de giro, tornando difícil o cumprimento de suas obrigações com fornecedores e clientes, a evidenciação de seus custos e receitas, etc, pois, sabe-se que o Brasil é um país de altos impostos, tanto para as pessoas físicas quanto as jurídicas, por isso, principalmente suas obrigações fiscais devem sempre estar em dia. (SEBRAE, 2019).
Para que a micro e pequena empresa cresça de forma sustentável, é essencial que haja um planejamento financeiro sólido, que inclua a gestão do fluxo de caixa e a previsão de investimentos. A capacidade de adaptação a imprevistos financeiros é crucial para a sobrevivência da organização.
O SEBRAE desempenha um papel importante nesse processo, oferecendo suporte e orientação às micro e pequenas empresas. No entanto, a transformação da cultura organizacional é um passo vital para garantir que as estratégias implementadas sejam eficazes. Isso pode envolver a promoção de uma mentalidade de inovação, colaboração e aprendizado contínuo entre os colaboradores, além de reforçar a importância da gestão financeira e do planejamento estratégico.
Assim, a combinação de recursos adequados, apoio institucional e uma cultura organizacional proativa pode criar um ambiente propício para o crescimento e a sustentabilidade das empresas.
Portanto, o crescimento e a sustentabilidade de micro e pequenas empresas dependem de uma combinação de uma gestão financeira sólida, investimentos estratégicos, apoio de instituições como o SEBRAE e a construção de uma cultura organizacional que valorize a inovação e a colaboração. Esses elementos, quando integrados, podem criar um ambiente propício para o sucesso.
REFERÊNCIAS
ALMEIRIM. Disponível em: https://www.empresaqui.com.br/listas–deempresas/PA/ALMEIRIM. Acesso em: 31. março.2018.
BRASIL. Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Define o conceito de microempresa e empresa de pequeno porte. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp123.htm. Acesso em: [data de acesso].
CAUCHICK, P. A.; CAMPOS, L. M. S.; JABBOUR, C. J. C. Elaboração de artigos acadêmicos: estrutura, métodos e técnicas. 1. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
CHAGAS, J.; FREITAS, H. A. A tomada de decisão segundo o comportamento empreendedor: uma survey na região das missões. Campinas/SP: Enanpad, 2001.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão financeira: uma abordagem introdutória. 3. ed. Disponível em: Minha Biblioteca. Editora Manole, 2015.
CHIAVENATO, Idalberto. Planejamento, recrutamento e seleção de pessoal: como agregar talentos à empresa. 8. ed. São Paulo: Editora Manole, 2015.
IBGE.INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo demográfico 2022; População e Domicílios. Laranjal do Jari-AP 2022.
LA ROVERE, Renata L. As pequenas e médias empresas na economia do conhecimento: implicações para políticas de inovação. In: LASTRES, H. M. M.; ALBAGLI, S. Informação e globalização na era do conhecimento. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
LARANJAL DO JARI. Disponível em: https://oportunidados.com.br/empresas/amapa/laranjaldo–jari. Acesso em: 31.março.2018.
MASAKAZU, H. Gestão financeira econômica. Disponível em: Minha Biblioteca. Grupo GEN, 2018.
PADOVEZE, C. L. Administração financeira: uma abordagem global. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
RAZA, C. Informações contábeis: o cliente não sabe pedir e o escritório contábil, na sua grande maioria, não está preparado para fornecer. Boletim CRC SP, São Paulo, n. 166, p. 16-17, maio 2008.
SEBRAE. Estudos e pesquisas. Disponível em: [link do documento]. Acesso em: 10 abr. 2019. SEBRAE. Estudos e pesquisas. Fatores condicionantes e taxa de mortalidade de empresas no Brasil. Brasília, 2019.
SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (SEBRAE). Atualização de estudo sobre a participação de micro e pequenas empresas na economia nacional. Brasília: Unidade de Gestão Estratégica, 2020.
SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS EM SÃO PAULO (SEBRAE/SP). Doze anos de monitoramento da sobrevivência e mortalidade de empresas. São Paulo, 2010.
SILVA, D. S. Manual de procedimentos contábeis para micro e pequenas empresas. 5. ed. Brasília: CFC; Sebrae, 2002.
VITÓRIA DO JARI. Disponível em: https://datampe.sebrae.com.br/profile/geo/vitoria-do-jari. Acesso em: 31. março.2018.
1Discente do Curso Superior de Administração do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Amapá, Campus Jari e-mail: ribeiosilvaagna@gmail.com.
2Discente do curso de Administração do instituto Federal de Educação, Ciência e tecnologia do Amapá, Campus Jari, e-mail: aaspantoja@gmail.com.
3Docente do Curso Superior de Bacharel em Administração do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Estado do Amapá Campus Laranjal do Jari. Mestre em Ciências pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). e-mail: alain.santos@ifap.edu.br.