REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202505101924
Moacir Hollmann
RESUMO
Este texto procura mostrar a partir de pesquisa bibliográfica que a Gestão Escolar com Parcerias da Comunidade pode produzir bons resultados. Parcerias essas que tornar-se-ão uma tendência educacional quando bem estruturadas. Para tanto ao gestor escolar cabe promover ações que atraem as referidas parcerias. Essas parcerias podem acontecer com ex-funcionários como ex-diretor, ex-professor (aposentado), ex-alunos que agora tem formação técnica ou licenciado. Com entidades do município (Conselho Tutelar, Assistência Social, posto de Saúde) que podem promover palestras e estudos. Com universidades e faculdades. Com instituições que oferecem cursos técnicos. Com o comércio local, etc. Enfim a escola na gerência do gestor escolar pode proporcionar todas essas parcerias educativas. Envolvendo diversos setores da comunidade em prol do processo de ensino e aprendizagem discente. E na escola o gestor escolar deve procurar o engajamento de toda a comunidade escolar com as parcerias e seus projetos para a produção do conhecimento.
Palavras-CHAVE: Gestão Escolar. Parceria Educativa. Tendência Educacional
ABSTRACT
This text seeks to show from bibliographic research that School Management with Community Partnerships can produce good results. Partnerships that will become an educational trend when well structured. To this end, the school manager must promote actions that attract these partnerships. These partnerships can happen to former employees such as former directors, ex-teacher (retired), former students who now have technical or licensed training. With municipal entities (Guardianship Council, Social Assistance, Health post) that can promote lectures and studies. With universities and colleges. With institutions offering technical courses. With local commerce, etc. Anyway the school in the management of the school manager can provide all these educational partnerships. Involving diverse sectors of the community in favor of the process of teaching and learning. And in school the school manager should seek the engagement of the whole school community with the partnerships and their projects for the production of knowledge.
KEYWORDS: School Management. Educational Partnership. Educational Trend
1 INTRODUÇÃO
Em nossos tempos a Gestão Escolar mais do que nunca precisa trabalhar em pares para alcançar seus objetivos. É preciso resgatar o contato e trazer de volta para a unidade escolar a comunidade em geral. Ex-professores que já estão aposentados, ex-diretores e ex-alunos que já possuem titulação em alguma área e assim trabalhar como em uma consultoria educacional.
Entidades do município como os bombeiros, o Conselho Tutelar, profissionais do Posto de Saúde, o setor que trabalha com o Social do município, as demais escolas do município, a própria Prefeitura Municipal com os setores do transporte escolar e setor educacional.
Da mesma forma trabalhar em comum acordo com o SEBRAE, as Universidades, os Institutos Federais e os cursos técnicos e assim promover o conhecimento destes por parte do alunado.
Já internamente promover uma caminhada uníssona com o Grêmio estudantil, Associação de Pais e Professores (APP), Conselho Escolar com decisões que propiciam o bem estar de toda a comunidade escolar.
Enfim, o setor que pode auxiliar em considerável parcela é o comércio local da comunidade. Desta forma trazendo a comunidade em geral para dentro da escola ambos os envolvidos sairão promovidos. E o processo ensino-aprendizagem encorpar-se-á com tal parceria.
Para tanto o caminhar educacional de qualquer instituição de ensino de tempos em tempos é preciso ser estudado. Muitas vezes o descaminho é inevitável em função de mudanças tanto externas como internas e de comando principalmente. Esta, na busca pelo seu melhor para a aprendizagem com um todo perde o seu melhor que é ou qual é a função social da escola bem como perde-se o contato daqueles que se formaram nesta referida instituição educacional e que consideram a escola local como seu maior orgulho.
E quando não há mais essa conexão entre escola e comunidade o gestor escolar tem o dever de trabalhar ações para que esse vínculo retorne ao cotidiano escolar.
Gestão escolar é o ato de gerir a dinâmica cultural da escola, afinado com as diretrizes e políticas educacionais públicas para a implementação de seu projeto político-pedagógico e compromissado com os princípios da democracia e com os métodos que organizem e criem condições para um ambiente educacional autônomo (soluções próprias, no âmbito de suas competências), de participação e compartilhamento (tomada de decisões conjunta e efetivação de resultados) e autocontrole (acompanhamento e avaliação com retorno de informações). (LUCK, p.24)
Segundo Matos, 1996, o gestor da escola tem como relevantes funções básicas de integrar sua equipe e desenvolver ações, ideias e motivações para que os componentes de sua liderança surjam em prol da comunidade escolar.
De maneira geral poderemos estar diante de uma crise relativamente profunda da educação com repercussões a quem administra o sistema como dos sujeitos implicados nesta administração. Pode-se observar uma gestão educativa centrada nos processos burocráticos e pouca importância nos administrativos e educacionais em que as decisões são tomadas unilateralmente, deixando de fora a participação do todo da comunidade escolar.
E quando o trabalho é conduzido dessa forma distante e desarticulado do coletivo, voltando exclusivamente a normas, regras e burocracias compromete o processo de ensino e aprendizagem (AZEVEDO e CUNHA, 2008).
Quando colocamos em destaque esse contexto crítico vivenciado neste momento, pode-se analisar o papel do gestor escolar numa perspectiva democrática. Tal perspectiva presente nas legislações nacionais desde a constituição de 1988 e recrudescida na LDB de 1996, garante que a administração escolar não seja vista unicamente pela perspectiva burocrática, também prevista na gestão de qualquer instituição. É preciso que a gestão escolar vá além
Portanto, proporcionar momentos de um diálogo em parceria entre a escola e setores e profissionais /voluntários da comunidade, é a ação principal do gestor escolar, em prol de um aprendizado mais consistente bem como um resgate cultural local é o principal objetivo deste trabalho.
2. MATERIAL E MÉTODOS
O presente estudo caracteriza-se como sendo de natureza básica, pois prescinde de um procedimento de coleta de dados teóricos, já estudados em outras produções, não tem interação com pessoas e nem instituições.
Os procedimentos técnicos definidos foram a pesquisa bibliográfica, conforme Minayo (2007) a esse tipo de pesquisa enquadra-se melhor quando analisados dados já estudados e publicados por outros autores de forma que se obtenha conceitos, fundamentos e embasamento crítico a respeito de um tema.
Quanto aos objetivos, esse estudo é caracterizado como uma pesquisa descritiva, pois descreve as características das experiências e da população estudada nas pesquisas existentes sobre o tema. E de uma pesquisa bibliográfica, pois mesmo se existissem poucas referências sobre o assunto pesquisado, nenhuma pesquisa hoje começa totalmente do zero.
Essa pesquisa é baseada em uma abordagem qualitativa na tentativa de buscar amparo bibliográfico para atender ao objetivo de proporcionar uma reflexão perante o trabalho de Gestão Escolar com parcerias da comunidade. E desta forma considerar um processo de ensino e aprendizagem integralizadora aos estudantes.
De acordo com Minayo (2007), existem vários fatores que influenciam a escolha de métodos qualitativos, incluindo a natureza do problema de pesquisa, lente teórica do pesquisador, grau de incerteza em torno do fenômeno, habilidades do pesquisador e política acadêmica. No entanto, a escolha de um método de pesquisa qualitativa para esta pesquisa é discutida na luz com os tais fatores, já que estas podem fornecer os pesquisadores com uma base sólida para defender esta escolha.
Optou-se pela abordagem qualitativa por ser um processo indutivo que tem como foco a fidelidade ao universo de vida cotidiano dos sujeitos. Além disso, Minayo (2007) ensina que a análise qualitativa propende apreender o caráter multidimensional dos fenômenos sem sua manifestação natural, assim como captar as distintas significações de uma experiência vivida, auxiliando a compreensão do indivíduo no seu contexto.
Desta forma realizou-se a coleta de dados junto a livros, artigos publicados em revistas digitais especializadas, obtidas no desenvolvimento dos procedimentos de pesquisa supracitados consolidam-se os ensinamentos que contribuam para o entendimento do tema em pauta. “A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se preocupa com um nível de realidade que não pode ser quantificado”. (Minayo, 2007).
Segundo Rocha e Deusdará (2005) o objetivo da pesquisa qualitativa é optar em saber que está por trás da superfície textual. A pesquisa qualitativa é aquela capaz de incorporar a questão do significado e de intencionalidade como inerentes aos atos, às relações e às estruturas sociais; sendo essas últimas tomadas, tanto no seu advento quanto nas suas transformações, como construções humanas significativas (Bardin, 1977).
Utilizando-se ainda do método de pesquisa qualitativo descritivo, no qual realizou-se delineamento não experimental, ou seja, a pesquisa é realizada apenas por meio de textos já produzidos por outros autores e com base nisso é feita a análise crítica. Dessa maneira, os fatos são estudados e analisados do ponto de vista da compreensão e formas, angariando seus significados e características relacionados à questão social humana.
Segundo Olabuenaga e Ispizúa (1989) a análise de conteúdo é uma técnica para ler e interpretar conteúdo de toda classe de documentos que, analisados adequadamente, nos abrem portas ao conhecimento de aspectos e fenômenos da vida social de outro modo inacessível.
Na análise teórica será empregado o aporte teórico metodológico de análise do conteúdo, de acordo com Bardin (1977), que ressalta a importância do rigor na utilização da análise de conteúdo e a necessidade de ultrapassar as incertezas, e descobrir o que é questionado.
Para Bardin (1977), a análise de conteúdos se constitui de várias técnicas onde se busca descrever o conteúdo emitido no processo de comunicação, seja ele por meio de falas ou de textos.
Como afirma Chizzotti (2006), “o objetivo da análise de conteúdo é compreender criticamente o sentido das comunicações, seu conteúdo manifesto ou latente, as significações explícitas ou ocultas”.
O referido estudo foi bibliográfico. Nele, buscou-se compreender a melhor forma de a escola trabalhar com parcerias da comunidade através de leituras de obras recentes, publicações da internet de artigos, teses e pesquisas, descrição e opiniões de autores como também relatos de especialistas da área.
A seleção e organização das fontes foram por meio de pesquisas bibliográficas on-line, com obras do referido assunto ou em livros.
A pesquisa bibliográfica tem como principal característica o fato de que o campo onde será feita a coleta dos dados é a própria bibliografia sobre o tema ou o objeto que se pretende investigar. […] Na pesquisa bibliográfica, vamos buscar, nos autores e obras selecionados, os dados para a produção do conhecimento pretendido. (TOZONI-REIS, 2010).
Ainda sobre esta autora, a partir das leituras o leitor é que vai decidir se concorda ou discorda, e até mesmo pode discutir ou problematizar os temas das ideias dos referidos autores lidos, este é o procedimento da modalidade de pesquisa.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Veremos a seguir que o trabalho com parcerias entre escola com seus pares surte efeito sim. A partir do estudo em trabalhos afins bem como em bibliografias que tratam do tema que esta “parceria” deve acontecer de fato mais hoje do que nunca. Devido aos fatores crescentes externos que demandam tal união.
Lima (2008) diz que a unidade escolar não é o principal lugar em que a educação deve acontecer, portanto a comunidade deve ser envolvida nesse processo. “O ato de promover parcerias com diferentes instâncias, de acordo com o perfil e necessidade da comunidade escolar é um fator enriquecedor para os envolvidos”.
A Lei de Diretrizes e Bases redirecionou as formas de organização e gestão e estabelece o princípio da gestão democrática, ou seja, aponta a necessidade de que a gestão escolar se efetive por meio de processos coletivos, que envolva a participação da comunidade local e escolar. (LIMA, 2008)
Desta forma o trabalho de gestão escolar em parceria com a comunidade escolar e em geral deve partir da escola para o externo. O gestor é quem deve promover as ações para buscar o auxílio e melhorar o processo de ensino e aprendizagem de maneira geral.
As parcerias podem ser buscadas com diversos profissionais ou setores, como por exemplo: Ex-diretores (consultorias, ideias), Ex-professores (reforço escolar no contra turno do aluno), Ex-alunos já formados com bacharel ou licenciatura (palestras diversas conforme formação técnica), pais com formação técnica, Associação de Pais e Professores (APP), Grêmio Estudantil, Conselho Escolar, Entidades do Corpo de Bombeiros, Conselho Tutelar do município, Posto de Saúde, Assistência social do município, Escolas do Município, o SEBRAE e o, SESC do Estado, Cursos técnicos do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Universidades, Faculdades, Prefeitura Municipal, o Comércio local, etc..
Gadotti (2000) descreve que “a escola precisa dar o exemplo, ousar construir o futuro. Inovar é mais importante do que reproduzir com qualidade o que existe. A matéria-prima da escola é sua visão do futuro”. E isso só é possível quando o gestor escolar promover da melhor maneira “conquistando” a comunidade escolar para a participação.
A escola é uma organização social constituída pela sociedade para cultivar e transmitir valores sociais elevados e contribuir para a formação de seus alunos, mediante experiências de aprendizagem e ambiente educacional condizentes com os fundamentos, princípios e objetivos da educação. O seu ambiente é considerado de vital importância para o desenvolvimento de aprendizagens significativas que possibilitem aos alunos conhecerem o mundo e conhecerem-se no mundo, como condição para o desenvolvimento de sua capacidade de atuação cidadã. (LUCK, p.20-21)
Portanto, para que os objetivos do processo educacional sejam alcançados a Unidade Escolar depende de todos esses fatores seja tanto de estrutura física bem como de profissionais muito bem preparados.
Assim é possível afirmar que caso haja parcerias externas o ensino-aprendizagem será mais envolvente e enriquecedor para os envolvidos.
A qualidade do ambiente escolar como um todo determina a qualidade do processo pedagógico da sala de aula e esta é determinada por uma série de cuidados, dentre os quais, como destaca a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: i) a elaboração e execução de sua proposta pedagógica; ii) a administração de seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros; iii) o cumprimento dos 200 dias letivos e correspondentes 800 horas-aula estabelecidos; iv) o cumprimento do plano de trabalho de cada docente; a recuperação dos alunos de menor rendimento; vi) a articulação com as famílias e a comunidade, e a criação de processos de integração da sociedade com a escola; vii) a informação aos pais sobre a frequência e rendimento dos alunos. (LDB, Art. 12)
E para promover o engajamento das famílias e da comunidade, ou seja, proporcionar a articulação destas com a Unidade Escolar é preciso que a gestão escolar abra espaço para esse debate/vivência.
O bom contato com as famílias dos alunos é, talvez, o ponto inicial da relação escola-comunidade. Quem são os pais dos alunos ou seus responsáveis, como vivem, são informações preciosas para que a comunidade escolar/gestão escolar encontre um modo de iniciar uma parceria com fins educativos. (LIMA, 2008)
De acordo com Reinhardt (2007) “quando a escola se propõe a trabalhar com parceiros, abrindo-se à comunidade, vivencia um espaço de humanização e participa de um roteiro que inclui desenvolvimento e promoção”.
O ideal é que a escola faça o diagnóstico de suas necessidades e inclua no projeto político-pedagógico quais ações necessitam de ajuda externa. Com conhecimento sobre aonde se quer chegar, fica mais fácil para o candidato a parceiro decidir se quer colaborar. (GESTAOESCOLAR.ORG.BR)
A função social da escola além de tudo é preparar o educando para a vida. Por isso a ligação com a comunidade. É preciso que a comunidade perceba com mais frequência a escola “nas ruas” no meio da comunidade com passeios, visitas, etc.
Uma das melhores maneiras de se conectar e criar um vínculo autêntico é ir até as pessoas que mais importam e conhecê-las em seu próprio território. Uma série de passeios pela comunidade é uma ótima maneira de começar. (edutopia.org/tradução nossa)
Assim a escola está divulgando seu nome na comunidade e ao mesmo tempo valorizando a cultura local tornando a escola um local acessível e includente.
A integração da escola com a comunidade e com os pais tem sido identificada como um fator importantíssimo para o bom funcionamento da escola e qualidade de seu processo educacional […] A escola passou a ser um ambiente mais alegre e cordial e o espírito educativo melhorou. (LUCK, p.78)
Os familiares constituem estruturas sociais com um impacto relevante no processo de socialização dos discentes. Assim, é importante que a organização e gestão da escola permitam o engajamento da família dos alunos, em particular do pai e da mãe, com parcela na educação. É notório nos alunos cujos pais se envolvem na escola e na educação.
Numa escola democrática, todos, profissionais da educação, alunos, pais e comunidade, contribuem significativamente com o processo de tomada de decisão. Cada olhar, cada sentido atribuído tanto para as questões administrativas quanto pedagógicas, fortalecem as práticas democráticas e favorecem a construção conjunta de ações que têm o coletivo e também o singular como foco. Isso quer dizer que ações coletivas buscam, através de consensos e entendimento de pontos de vistas, ter significado real para os participantes e, consequentemente, maior envolvimento de todos. (SANTANNA, p. 61)
Para que os gestores escolares se tornem protagonistas de sua própria caminhada, eles necessitam estar constantemente em formação continuada. Desta forma fundamentam-se em estratégias e ou metodologias inovadoras.
Quanto à formação continuada, Gadotti (2000) afirma que é necessária uma maior integração entre os espaços sociais domiciliar, escolar, empresarial, etc., no intuito de equipar o aluno para viver melhor na sociedade do conhecimento.
Os educadores não devem ser os únicos a contribuir. A comunidade deve criar perguntas, quebra-cabeças, citações, curiosidades, curiosidades, desafios éticos e filosóficos, vídeos instigantes,” paredes de grafite “, espaços de brainstorming e áreas de diversão. (edutopia.org/tradução nossa)
Da mesma forma, os voluntários/profissionais não docentes deverão integrar-se às redes, aos pares, de participação com as parcerias na escola. Devem fazê-lo na sua qualidade de adultos com responsabilidades educativas e ou como técnicos preparados para auxiliar nas atividades de ensino promovidas, dando as suas sugestões positivas para a melhoria do funcionamento pedagógico ou administrativo da escola.
É notório que a educação é influenciada pela globalização. Neste sentido Gadotti (2000) diz que ela está mudando a política, a economia, a cultura, a história e, consequentemente, a educação. E que “para pensar a educação do futuro, é necessário refletir sobre o processo de globalização da economia, da cultura e das comunicações”. Segundo Gadotti “a escola não pode ficar a reboque das inovações tecnológicas. […] Temos uma tradição de dar pouca importância à educação tecnológica, a qual deveria começar já na educação infantil”.
Outro foco importante que a gestão escolar não pode perder é o fato de trabalhar com educação inclusiva. A qual não é uma opção e sim uma exigência nos atuais currículos escolares. Para tanto é necessário um trabalho em parceria com entidades que atuam nessas especificidades.
A equipe escolar precisa estabelecer vínculos e relações nos espaços educativos para que o processo seja coletivo e contínuo. Portanto, fica implícito no Projeto Político Pedagógico que a finalidade da educação deve estar voltada para os alunos, neste caso oportunizando a “Educação para Todos”, na qual todos os alunos tenham as mesmas oportunidades de acesso, permanência e sucesso escolar, cabendo aos gestores mediarem todas as discussões em torno da educação inclusiva. (AZEVEDO E CUNHA, 2008)
4 CONCLUSÃO
O gestor escolar deve articular ações que fomentem não só a participação, mas também a formação, a reflexão de toda a comunidade escolar e parcerias quanto às necessidades discentes. Assim o profissional que irá desempenhar qualquer que seja a atividade na unidade escolar irá conhecer o que o espera. E desta forma preparar um material de qualidade para trabalhar na sua tarefa.
Vimos também que a formação continuada para gestores e docentes é de extrema relevância para que se consiga um excelente trabalho pedagógico. Uma vez que com a globalização todas as exigências mudam com frequência. Sem comentar que a tecnologia muda com extrema rapidez. E todo gestor ou professor precisa acompanhar essa tendência porque o novo aprendiz assim a demanda.
Com toda essa rapidez em relação às novas gerações de alunos, a educação tradicional não tem mais espaço. E quem persiste nela certamente irá perder credibilidade e espaço na educação.
Assim é imprescindível que o gestor escolar e sua equipe procurem acompanhar o crescimento e inovação das Tecnologias da Informação e Comunicação para atrair essa demanda de aprendizes exigentes.
Outros termos em constante inovação que a gestão escolar e equipe precisam focar é na educação inclusiva, direitos e deveres, temas transversais, sociedade da informação e na sustentabilidade e sobre eles trabalhar em parcerias. Trazer parceiros da comunidade ou ex-funcionários para promover um trabalho com os alunos.
Enfim, todo o trabalho seja ele bem planejado ou não gira em torno do gestor escolar. Ele precisa estar em constante observância em sua equipe interna ou buscar as referidas parcerias educativas externamente e caso surjam bons frutos esse modelo tornar-se-á uma tendência educacional não apenas nesta referida escola. Mas no seu entorno inclusive.
O gestor deve organizar uma equipe que trabalhe em uníssono, todos com o mesmo foco – o conhecimento. Ele deve ser/estar disponível e atento; ser um leitor informado com as atualizações das leis; com os acontecimentos na sociedade; ser humilde; demonstrar empenho nas ações propostas; ser líder de ideias e aceitar sugestões; ser acessível a todos; ter noções de continuidade nos projetos; ser imparcial com todos; estar aberto ao diálogo; saber reconhecer e valorizar no momento certo.
Portanto, são inúmeras as competências exigidas para um bom gestor escolar, porém somente desta forma é que os objetivos serão alcançados, boas parcerias serão formadas e a Unidade Escolar será bem vista por toda a sociedade. E dessa forma a escola não ficará apenas no lecionar o conhecimento, mas sim gerir o referido conhecimento para promover o processo de ensino e aprendizagem como um todo.
Como sugestão, indica-se a possibilidade de novos estudos na área, pois o tema Escola/Educação com parcerias é relevante e vem conquistando adeptos nas diversas esferas governamentais. Enfim, pela demanda ser grande o tema merece atenção bem como espaços maiores nos debates educacionais tanto no mais alto escalão, os governantes, como na instituição escolar e principalmente na comunidade escolar.
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