DEMOCRATIC SCHOOL MANAGEMENT: THE MAIN CHALLENGES FACING MANAGERS TODAY
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10119489
Kátia Vitoria Feliciano Simão¹;
Wagner Soares Ferreira²;
Orientadora: Telma Fortes Medeiros³.
RESUMO: O processo de redemocratização no Brasil nos anos 80, trouxe um debate para as escolas públicas: Gestão Democrática. O estudo versa sobre as conquistas e desafios da gestão democrática nas escolas públicas. Nesse sentido, cabe demonstrar a importância da gestão democrática para o pleno funcionamento da instituição. Para tanto, foi realizado um estudo de caso de cunho qualitativo em uma escola no município do Conde- PB, cuja intenção foi analisar a importância da gestão democrática para a qualidade do ensino; compreender o papel do gestor na construção de uma escola pública autônoma e participativa perceber os desafios e avanços da gestão escolar. A partir da aplicação de questionário semiestruturado foi possível construir os dados do estudo. Contamos com a colaboração de 03 (três) professoras e a gestora escolar, ainda foi possível realizar observações das ações e aprofundamento das leituras com base nos autores como, Chiavenato (1989-2001); Luck (2000-2009), Dourado (2003), Libâneo (2008) entre outros que defendem a concepção de gestão participativa e autônoma na escola pública. Diante dos dados coletados nesta pesquisa entre outros aspectos da gestão democrática dentro do ambiente escolar fica explicito nas falas dos sujeitos a importância da participação da comunidade escolar nas tomadas de decisões da gestão escolar.
Palavras-Chave: Educação. Escola Pública. Gestão Democrática. Gestão Escolar.
ABSTRACT: The redemocratization process in Brazil in the 1980s brought a debate to public schools: Democratic Management. The study deals with the achievements and challenges of democratic management in public schools. In this sense, it is important to demonstrate the importance of democratic management for the full functioning of the institution. To this end, a qualitative case study was carried out in a school in the city of Conde-PB. To this end, a qualitative case study was carried out, the intention of which was to analyze the importance of democratic management for the quality of teaching; understand the role of the manager in the construction of an autonomous and participatory public school; understand the challenges and advances in school management. Using a semi-structured questionnaire, it was possible to construct the study data. We had the collaboration of 03 (three) teachers and the school manager, it was also possible to carry out observations of the actions and deepen the readings based on authors such as Chiavenato (1989-2001); Luck (2000-2009), Dourado (2003), Libâneo (2008) among others who defend the concept of participatory and autonomous management in public schools. Given the data collected in this research, among other aspects of democratic management within the school environment, the importance of the school community’s participation in school management decision-making is made clear in the subjects’ statements.
Keywords: Education. Public school. Democratic management. School management.
INTRODUÇÃO
No mundo globalizado em que vivemos as organizações tornam evidente a importância dos gestores promoverem ações em que a equipe participe nas decisões organizacionais. Quando falamos em instituições educacionais, as mudanças ficam mais evidente na área tecnológica, científica, social, política e cultural, mudanças essas que transformam e influenciam diretamente a organização da sociedade e os processos educacionais. Algumas pesquisas apontam que é por meio das ações do gestor escolar que é definida que tipo de gestão existente em uma escola. Pois, para alguns indivíduos administrar uma escola é apenas elaborar e organizar os trabalhos burocráticos, coordenação e controle de pessoal. Para Luck (2000, p. 99), “Na gestão, estão envolvidas estas atividades consideradas necessárias para o cotidiano escolar, incluindo filosofia e política. O que existe é uma dinâmica interativa entre ambas”. Dessa forma é nítida a necessidade de o gestor escolar pensar em suas ações nos diferentes momentos, para que toda comunidade escolar participe de forma crítica e ativas nas tomadas de decisões. Sobre esse ponto de vista, Dourado (2003, p. 62), diz que “na escola todos têm contribuições e saberes para compartilhar, e, todos os processos realizados nos espaços da escola são vivências formativas e cidadãs”. Desta forma a participação de toda comunidade escolar nas tomadas de decisões possibilita uma educação justa e de qualidade para os que fazem parte desse sistema educacional.
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu princípios para a educação brasileira, dentre eles: obrigatoriedade, gratuidade, liberdade, igualdade e gestão democrática, sendo esses regulamentados através de leis complementares como exemplo a Lei 9.394/96 contida na Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB), esses entre outros documentos viabilizam e o processo de descentralização da gestão escolar, possibilitado uma gestão democrática dentro de escolas brasileiras.
Apesar das diretrizes trazerem a gestão participativa como uma maneira eficaz para o bom funcionamento da instituição de ensino, ainda nos deparamos com gestores que pensam que é capaz de gerenciar a escola sem a participação da comunidade escolar nas tomadas de decisões. Para tanto Luck (2000) nos remete que “o movimento pelo aumento da competência da escola exige mais competência de sua gestão, em vista do que, a formação de gestores escolares passa a ser uma necessidade e um desafio para os sistemas de ensino”. Desta forma o gestor que procura trabalhar de forma democrática enfrenta grande desafio para administrar a escola pública, principalmente para aqueles que depende de indicação de políticos para atuarem dentro da escola.
Diante do exposto, este artigo tem como objetivo geral: Refletir sobre a cultura democrática no cotidiano das escolas públicas da Paraíba. compreendendo o papel do gestor na construção de uma escola pública autônoma e participativa percebendo os desafios e avanços da gestão escolar e como objetivos específicos: Examinar documentos oficiais que viabilizam a educação democrática em nosso país; analisar e organizar as propostas produzidas pelas escolas durante os Encontros. O estudo foi realizado em uma escola da rede municipal, localizada no município do Conde-PB, durante quatro meses.
A escolha do tema e as análises efetuadas se respaldam nos documentos como a Constituição Federal (CF) de 1988 (BRASIL, 1988); a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) – Lei Nº 9.394/1996 (BRASIL, 1996) e o Plano Nacional de Educação (PNE) – Lei Nº 13.005/2014 (BRASIL, 2014), que subsidiaram este estudo, articulados à experiência docente em uma instituição pública municipal de educação básica numa cidade de João Pessoa- PB.
Contexto da gestão democrática escolar
A gestão democrática de uma escola é um conceito relativamente novo, que surge como resultado de uma série de transformações históricas e sociais ocorridas ao longo do tempo. A ideia de uma gestão democrática implica em compartilhar o poder e tomar decisões de forma coletiva, envolvendo toda a comunidade escolar, desde os professores, alunos e até os pais. Segundo Bastos (2003), o primeiro movimento de participação na gestão da escola pública foi realizado por um estudante secundaristas no antigo Distrito Federal durante a gestão de Anísio Teixeira, como secretário da educação entre os anos de 1931 a 1935.
o entendimento do conceito de gestão já pressupõe, em si, a ideia de participação, isto é, do trabalho associado de pessoas analisando situações, decidindo sobre seu encaminhamento e agindo sobre elas em conjunto. Isso porque o êxito de uma organização depende da ação construtiva conjunta de seus componentes, pelo trabalho associado, mediante reciprocidade que cria um todo orientado por uma vontade coletiva. (LUCK, 1996, p.37).
A gestão democrática foi implementada como política educacional no Brasil nos meados de 1990, nesse período o país estava sob a égide formal da democracia havia depois da derrubada do o governo de Fernando Collor de Melo. Porém por muitos anos as escolas eram centros de poder autoritários, onde apenas os diretores e professores possuíam voz ativa. As decisões eram tomadas de forma verticalizada, sem espaço para consulta ou debate.
Os alunos eram vistos como sujeitos passivos, sem participação efetiva nas questões relacionadas à sua própria educação. No entanto, ao longo dos últimos séculos, diversas correntes pedagógicas vêm defendendo a necessidade de uma maior participação da comunidade escolar na administração das instituições de ensino. No início do século XX, por exemplo, o movimento da Escola Nova surge como uma reação aos métodos tradicionais, promovendo uma educação mais ativa e participativa. Oliveira e Andrade (2018), citando Freitas (2016), afirmam que o termo gestão democrática se iniciou nos EUA, no começo do século XX, e no Brasil, a gestão democrática escolar está amparada por vários documentos como a Constituição Federal de 1988, que, em seu Art. 206, no inciso VI, registra a expressão “gestão democrática do ensino público, na forma da lei”, a LDB (Lei nº 9.394/96), em seu Art. 14, trata da gestão democrática nas instituições públicas de ensino, o Plano Nacional de Educação, Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014, na meta 19, na página 15, diz: “Assegurar condições, no prazo de dois anos, para a efetivação da gestão democrática da educação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas”.
Apesar dessas mudanças, apenas na metade do século XX é que a gestão democrática passou a ser realmente discutida e implementada nas escolas. Esse período foi marcado por intensas transformações sociais e políticas, como o fim da Segunda Guerra Mundial e o avanço da democracia em vários países. Esse contexto favoreceu o surgimento de movimentos de valorização dos direitos humanos, da inclusão social e do respeito à diversidade.
A partir desse momento, as escolas começaram a adotar práticas mais democráticas, a fim de garantir a participação de todos os envolvidos nos processos decisórios. Os conselhos escolares, por exemplo, passaram a ser implementados, reunindo representantes de todos os segmentos da comunidade escolar para debater questões administrativas e pedagógicas. Atualmente, a gestão democrática é uma exigência legal em muitos países, inclusive no Brasil, onde a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) estabelece que as escolas devem ser geridas de forma democrática, com a participação da comunidade. Essa participação pode se dar por meio de reuniões, assembleias, comissões ou outros mecanismos de consulta. Tendo por base os princípios democráticos, não existe participação isolada. Desta forma Luck, (2006, p.82, Vol. III).
Estabelecer vínculos de liderança e tomada de decisão compartilhada entre membros da equipe de gestão escolar inclui funcionários da secretaria da escola e também operacionais sobre questões que afetam sua atuação. Não fazê-lo representa criar bolsões de ineficácia na escola e situações de desgaste e até mesmo de atrito intergrupais.
A gestão democrática, portanto, é um percurso histórico que reflete uma evolução da sociedade e das concepções de educação. Ela representa uma busca por uma maior igualdade de direitos, por uma educação mais participativa e inclusiva. Embora ainda existem desafios a serem enfrentados, a gestão democrática tem se mostrado fundamental para o fortalecimento dos vínculos entre a escola e a comunidade, contribuindo para uma educação de qualidade e transformadora.
Gestão democrática na escola
A gestão democrática dentro de instituições educacionais passou a ficar mais presentes em debates e encontros educacionais através da promulgação da Constituição Federal de 1988 e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Com base nesses documentos os governantes passaram a dar maior visibilidade para tornar instituições educacionais mais democrático por meio da ação do gestor e de projeto que possibilitava a formação dos gestores escolar. Mas o que é uma gestão democrática? A gestão democrática é uma estratégia de administrar, de forma eficiente organizada qual quer tipo de instituição pública ou privada. Mas quando falamos em democracia dentro de uma escola estamos falando da participação efetiva das famílias, professores, funcionários, estudantes e da comunidade em que a escola está inserida, nas decisões e ações da gestão escolar. Segundo Gracindo (2009, p. 136-137):
“A gestão democrática pode ser considerada como meio pelo qual todos os segmentos que compõem o processo educativo participam da definição dos rumos que a escola deve imprimir à educação de maneira a efetivar essas decisões, num processo contínuo de avaliação de suas ações”.
Por tanto é de extrema importância uma instituição de ensino adotar como estratégia uma gestão democrática para manter o bom funcionamento da instituição, pois ela representa uma abordagem que busca incluir a participação de todos os envolvidos no processo educacional, desde os gestores, professores, funcionários, alunos e pais. Uma gestão democrática proporciona um ambiente de diálogo e colaboração, onde as decisões são tomadas de forma compartilhada e transparente. Isso permite que todas as partes interessadas tenham voz ativa e possam contribuir com ideias, sugestões e críticas construtivas. Um dos principais benefícios da gestão democrática é o fortalecimento do senso de pertencimento e de responsabilidade de toda a comunidade escolar. Quando os alunos e seus pais têm a oportunidade de participar ativamente das decisões relacionadas à escola, eles se sentem mais envolvidos e engajados, o que consequentemente impacta positivamente na qualidade de trabalho e de educação oferecida. Além disso, a gestão democrática contribui para o desenvolvimento de uma cultura de respeito e valorização da diversidade. Através do diálogo e da participação de diferentes pontos de vista, a escola se torna um espaço inclusivo, onde todas as formas de expressão são respeitadas e valorizadas, outro aspecto importante da gestão democrática é o desenvolvimento de habilidades de liderança e participação cidadã nos alunos. Ao serem envolvidos nas decisões escolares, os alunos aprendem sobre o processo democrático e adquirem habilidades de argumentação, negociação e cooperação, que são fundamentais para sua formação como cidadãos ativos e críticos. A participação de pais, alunos, professores e funcionários, estão assegurada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996), especificamente em seu artigo 14, preconizando que:
[…] os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica de acordo com suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I- participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II- participação da comunidade escolar local em seus conselhos escolares equivalentes.
Apesar da participação de toda comunidade escolar está assegurada por lei ainda é comum encontramos instituições educacionais em que os gestores gerenciam a sua equipe através de autoritarismo, em que o gestor governa a instituição visando a obediência dos funcionários, os privando da liberdade de expressão e participação das tomadas de decisões. Muitas dessas atitudes antidemocráticas por parte dos gestores ocorrem por falta de formação da área, já que no Brasil é comum essa função ser ofertada através de indicação política, em que o político indica para o cargo uma pessoa de sua confiança. como lembra Ferreira, (1998, p.82), a escolha de um gestor escolar pode ser feita de algumas formas:
[…] 1) diretor livremente indicado pelos poderes públicos (estado e municípios); 2) diretor indicado por carreira; 3) diretor aprovado em concurso público; 4) diretor indicado por tríplices ou sêxtuplas; e 5) eleição direta para diretor.
Porém cabe ressaltar que a eleição em si para eleger um gestor não significa democracia, e sim uma pequena fração de uma gestão democrática, pois para que uma gestão seja de farto democrática é necessário que o gestor promova um ambiente acolhedor, dinâmico e inovador, com a participação ativa de todos, possibilitando com que todos envolvidos sejam capazes de criar projetos pedagógicos que atendam às necessidades de toda comunidade escolar. Em resumo, a gestão escolar democrática é fundamental para o desenvolvimento de uma escola inclusiva, participativa e de qualidade. Ela proporciona a construção de um ambiente educacional que valoriza a diversidade, promove a participação cidadã e estimula o pensamento crítico e inovador. Ao envolver todos os sujeitos da comunidade escolar nas decisões, garante-se uma educação mais justa, equitativa e democrática.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Apresentaremos nossas análises acerca dos dados coletados por meio da análise dos questionários realizados com as professoras, a gestora escolar e observações do funcionamento da escola pesquisada. Para Marconi & Lakatos (2003), é na análise dos dados que se tem maiores detalhes sobre o trabalho.
A Pesquisa buscou fazer o acompanhamento o trabalho da gestora da Escola Municipal Ovídio Tavares de Morais, localizada no município do Conde-PB. Durante a pesquisa, foi observado que os funcionários e alunos participam de forma ativa nas tomadas de decisões. A professora (C) começou o curso de pós-graduação em gestão educacional depois que passou a fazer parte da equipe, pois segundo a mesma a gestora atual busca sempre incentivar a equipe a fazer formação continuada.
Por meio das observações e entrevistas realizadas com as professoras, pode-se afirmar que a gestora busca promover ações que incentivam toda comunidade escolar a inovar suas práticas para que dessa forma os alunos se sintam protagonista do seu processo educativo e que sintam confiança em demostrar suas opiniões sobre os temas debatidos em reuniões com a equipe pedagógica. Segundo a professora (A), os alunos que as famílias que antes não tinham acesso a escala não apresentada um bom rendimento escolar, mas depois que a gestora passou a realizar ações que possibilitava a parceria da família no processo educacionais dos alunos, os índices educacionais da escola ficaram cada vez mais positivos.
As informações a respeito da gestora, professora e do funcionamento da escola, obteve-se por meio da entrevista realizada com as docentes e com a gestora, com auxílio de questionários, como está demostrado a baixo:
A primeira a ser entrevistada foi a gestora da escola pesquisada, a mesma concluiu sua graduação em pedagogia no ano de 2018, na UFPB, e é especialista em gestão escolar, trabalha a 4 anos na gestão, quando se foi perguntado as entrevistadas o que elas entendiam por gestão democrática todas demostraram entender o significado de democracia como está destacado abaixo:
Gestora: “Uma gestão democrática nada é do que uma gestão em que todos tem voz ativa, ou seja, a gestão democrática requer líderes capazes de conduzir o processo de forma eficaz, ouvindo as partes interessadas e tomando decisões de forma justa e imparcial. É importante que os líderes tenham as habilidades necessárias para gerenciar esse tipo de processo”;
Professora A: “E uma gestão onde todos participam”;
Professora B: “Gestão democrática é uma gestão participativa, cooperativa, para tomada de decisões”;
Professora C: “É uma gestão que possibilita a participação de toda comunidade escolar, ou seja, todas se juntam para tomar decisões sobre determinados assuntos”.
Diante das respostas fica entendida que para as entrevistadas a gestão democrática está baseada na participação ativa de todos nas decisões da escola. Mas é importante entendemos que uma gestão democrática é uma forma de gerir uma instituição escolar, pois a participação e a transparência é um ato democrático. É através da participação de todos nas tomadas de decisões e construções de projetos, a gestão está promove um processo democrático na instituição de ensino.
Quando foi solicitado com que a gestora apresentasse algumas ações que possibilitam uma gestão democrática, a mesma descreveu de forma clara algumas ferramentas que promovem o processo democrático dentro da escola como está destacado a abaixo:
I. Eleição de representantes de pais, alunos e professores para o conselho escolar: Garante a participação e voz de todos os envolvidos na comunidade escolar na tomada de decisões importantes.
II. Realização de assembleias escolares: Espaços de discussão e deliberação coletiva, onde todos os membros da comunidade escolar têm a oportunidade de expressar suas opiniões e contribuir para a definição de diretrizes e políticas escolares.
III. Promoção de reuniões regulares com pais, alunos e professores: Esses encontros permitem a troca de informações, reflexões e debates sobre assuntos relacionados ao funcionamento da escola e ao processo de ensino-aprendizagem.
IV Criação de canais de comunicação efetivos: Utilização de meios como mural, site, redes sociais ou boletim informativo para manter a comunidade escolar informada sobre atividades, eventos e decisões relevantes.
V. Incentivo à participação ativa de pais e alunos nas atividades escolares: Envolver as famílias e os estudantes em eventos, projetos e comitês, como forma de fortalecer o senso de pertencimento e a responsabilidade compartilhada pela gestão escolar.
VI. Construção coletiva do projeto político-pedagógico: Envolver pais, alunos, professores e demais funcionários na elaboração do projeto político-pedagógico da escola, que deve nortear as ações e decisões da instituição.
VII. Transparência e prestação de contas: Garantir a divulgação de informações relevantes sobre a gestão escolar, como orçamento, planejamento e resultados, para que todos possam acompanhar e fiscalizar as ações realizadas
Ao perguntar a gestora quais são os princípios para corrobora na gestão democrática utilizado na escola, a mesma respondeu que:
“Na escola a gestão é baseado nos princípios da participação ativa e efetiva de todos os membros da comunidade escolar nas decisões e processos de gestão. Alguns dos princípios para corrobora com a gestão democrática na escola são: Igualdade e inclusão; participação; diálogo e escuta; transparência e responsabilidade compartilhada”.
sob a perspectiva a gestora nos remete a ideia de Paro, (2008), em que mostra que “uma gestão de escola estruturada em bases democráticas, fundada na participação da comunidade”, Dessa forma, não há como ter uma gestão democrática sem a presença da participação de todos tomadas de decisões e ações realizadas dentro do ambiente escolar, pois estes princípios são essenciais para o desenvolvimento e funcionamento da escola. Com base no princípio da participação a escola faz uso do conselho escolar, para ela é a través dessa ferramenta que os estudantes tem o direito de participar das decisões e contribuir com suas opiniões, ideias e experiências sobre o seu processo educativo. Ao questionar quem participa da construção do Projeto Político Pedagógico da escola, a gestora falou que toda equipe participa, seja de forma direta ou indireta.
Quando pesamos em democracia, sempre pensamos em coisas que promovam a inclusão de todos em determinado processo, mas não nos preocupamos com os desafios enfrentados pelos gestores que buscam promover a democracia dento da instituição. Por tanto, foi solicitado que a gestora descrevesse os desafios enfrentado dentro da escola na promoção de uma gestão democrática dentro da escola.
“Uma gestão democrática pode levar a conflitos quando as opiniões das partes interessadas são conflitantes. É importante ter processos para identificar e gerenciar conflitos de forma eficaz, para garantir que as partes sejam ouvidas e que uma solução seja encontrada. Desta forma alguns conflitos encontrados são a comunicação por parte dos envolvidos durante as tomadas de decisões; gerenciamento do tempo de forma eficaz, durante reuniões e debates; recursos para promover uma educação de qualidade”.
Ao questionar as docentes sobre a existência da gestão democrática na escola todas responderam que sim, segundo a professora (A) “A nossa escolar é democrática porque toda comunidade escolar participa das decisões que envolve o desempenho escolar, ou seja, o bom funcionamento da escola”. A professora (B) “a escola é democrática porque todos participam na tomada de decisões dentro do ambiente escolar”, já a professora (C) disse que a escola é democrática porque “todas as decisões são realizadas em conjuntos e depois que cada um fala sua opinião e depois a gestora tomar uma decisão, mais todos colaboram com as ações que possibilite uma formação de qualidade para os alunos e o bom funcionamento da escola”.
As justificativas das professoras demostra que a escola pesquisada promove um processo educativo democrático por meio da participação nas tomadas de decisões. A participação das tomadas de decisões ficou evidente nas falas dos entrevistados quando se foi perguntado “Como são tomadas as decisões da escola? Quem participa das decisões/ações?
Professora (A) “Através da assembleia realizada com todos”
Professora (B) “Através de planejamentos pedagógicos, reuniões com os professores e os profissionais de apoio”
Professora (C) “Nas tomadas de decisões participam gestor, equipe pedagógica, professores, através de elaboração do projeto político pedagógico”.
Apesar dos entrevistados durante falarem que as famílias e alunos participam nas decisões tomadas pela gestora, nos questionários esses sujeitos não foram citados como colaboradores nas ações realizadas dentro da escola. Soares (2011, p.6), nos lembra que “[…] a participação na escola procura, como fim, a qualidade na educação escolar.”, mostrando assim que a participação de todos nas tomadas de decisões através do um processo de gestão democrática possibilita a qualidade da educação, pois os estudantes passam a ser sujeitos críticos e ativos nas em seu processo educativo e na mudança social. Apesar dos entrevistados durante falarem que as famílias e alunos participam nas decisões tomadas pela gestora, nos questionários esses sujeitos não foram citados como colaboradores nas ações realizadas dentro da escola. Para Libâneo, (2008):
O conceito de participação se fundamenta no de autonomia, que significa a capacidade das pessoas e dos grupos de livre determinação de si próprios, isto é, de conduzirem sua própria vida. Como a autonomia opõe-se às formas autoritárias de tomada de decisão, sua realização concreta nas instituições é a participação (LIBÂNEO, 2008, p. 102).
Por tanto a participação democracia é imprescindível para o bom desempenho e funcionamento da escola, sobretudo uma escola democrática é aquela que proporciona um ambiente aberto e participativo, promovendo o exercício da cidadania. Todavia, uma melhor forma de se construir uma gestão democrática é através de criação de Conselho Escolar, que possibilita com que toda popular possa participar de forma direta ou indireta nas tomadas de decisões, de projetos que busque promover a inserção externa na escola, para conhecer e participar no processo educativo
Questionamos também como ocorre a democracia na escola e quais ações a gestora utiliza para promover a democracia na escola pesquisada. Segundo a professora (B) “Participação na elaboração de políticos, as assembleias para tomadas de decisões, espaços de escuta para os estudantes, encontro de formativos para as famílias e palestra com a comunidade escolar”, para a professora (A), a democracia é realizada por meio do “PPP e outras ações”. Já para a professora (C) a democracia o corre da seguinte forma “todas compram objetos, através de ação solidária, acertos e festas”.
Através de minhas observações, pode-se dizer que para na escola pesquisada o gestor escolar compartilhada sua tomada de decisões afetando de forma direta no processo de ensino e aprendizagem, construindo assim uma cultura de paz dentro fora do ambiente escolar. Desta forma gestor para assegurar uma gestão democrática dentro da escola ele precisa descentralizar a administração da instituição dele para permite o envolvimento pleno das famílias, estudantes e funcionários, criando um espaço de escuta, como as assembleias de classe, os alunos poderão tomar decisões baseadas no diálogo. Para Soares (2011, p.6), compartilhamento das decisões na escola vai além do que o cumprimento de uma perspectiva legal e sim é uma práticas, para contemplar mais pessoas noregimento da escola.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante a pesquisa, percebeu-se que para gerir uma escola de forma democrática é importante promove a inclusão da comunidade externa e interna na participação e a colaboração nas tomadas de decisões aumentando assim a transparência na gestão escolar, essa ação contribuiu para a prevenção de práticas autoritárias e para a promoção de uma cultura de respeito e diálogo.
A gestão democrática na escola possibilita seu vínculo com a comunidade na qual atua. Assim, ela permite que tanto o currículo quanto a proposta pedagógica estejam alinhados e atendam às necessidades locais. Isso demonstra o quanto a escuta e a transparência para tomadas de decisões são fundamentais. Com o apoio e o trabalho da equipe da escola, pode-se afirmar que os estudantes sendo sujeitos críticos e participativo em seu processo educativo, respeitando e vencendo cada etapa em seu processo de aprendizado. Porém, essa conquista por direito de expressão dentro das instituições de ensino quando temos professores e gestores descomprometidos com a democracia, dentro e fora da escola. Foi através das observações e das ações realizadas nesta escola que podemos refletir acerca do ensino que queremos desenvolver, aplicar, expor aos nossos alunos. Logo, assim, esse momento foi de extrema importância, principalmente o momento das observações realizadas dentro do ambiente escolar, pois, como profissionais, podemos analisar como se promover uma gestão escolar democrática.
Desta forma, como foi exposto anteriormente neste trabalho, pode-se concluir que a gestão democrática pode contribuir para o pleno funcionamento da instituição e para o desenvolvimento de habilidades sociais e cívicas dos sujeitos que participam democraticamente nas tomadas de decisões da gestão. Pois é através dessa participação que os sujeitos se preparam para serem cidadãos mais críticos, engajados e participativos na sociedade
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