GESTÃO DE RECEITA NA HOTELARIA: UMA ANÁLISE DA PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA EMPRESA ESPECIALIZADA EM RM JUNTO A MEIOS DE HOSPEDAGEM INDEPENDENTES

REVENUE MANAGEMENT IN HOSPITALITY: AN ANALYSIS OF THE PROPOSAL TO IMPLEMENT A COMPANY SPECIALIZED IN RM FOR INDEPENDENT LODGING ESTABLISHMENTS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202504192108


Victor Areias Nogueira Lima
Mateus Vitor Tadioto
Alexandre Cesar Batista da Silva


RESUMO 

O cenário hoteleiro, na atualidade, é marcado pela busca de estratégias que maximizem a  rentabilidade e a eficiência operacional dos meios de hospedagem. Nesse contexto, o Revenue  Management (RM) se destaca como uma prática consolidada em grandes redes hoteleiras, mas  sua aplicação em meios de hospedagem independentes ainda é um desafio a ser explorado.  Assim, este estudo tem como objetivo analisar a viabilidade de implantação de uma empresa  especializada em Revenue Management voltada para a otimização do desempenho de meios de  hospedagem independentes. A pesquisa, de natureza descritiva, foi conduzida por meio de um  estudo de caso, baseado em um plano de negócios desenvolvido por um empreendedor. A coleta  de dados ocorreu por meio de uma conversa com o idealizador da empresa, permitindo a  obtenção de informações sobre as estratégias planejadas para o modelo de negócios. A  abordagem qualitativa adotada buscou compreender as estratégias operacionais e os impactos  potenciais para os empreendimentos independentes. Os resultados indicam que a  implementação de práticas de RM pode proporcionar um aumento na eficiência na gestão de  receitas e no desempenho financeiro dos meios de hospedagem independentes, sendo, no  entanto, necessário um processo de adaptação das estratégias já existentes no setor. A  viabilidade do projeto foi confirmada, desde que haja um alinhamento adequado entre a  empresa e as especificidades dos meios de hospedagem independentes. 

PALAVRAS-CHAVE: Meios de Hospedagem independentes; Revenue Management;  Empresa Especializada em RM; Plano de Negócios; Viabilidade de Implementação. 

ABSTRACT 

The current hotel industry is characterized by the pursuit of strategies that maximize the  profitability and operational efficiency of lodging establishments. In this context, Revenue  Management (RM) stands out as a well-established practice in large hotel chains; however, its  application in independent lodging facilities remains a challenge to be explored. Thus, this  study aims to analyze the feasibility of implementing a company specialized in Revenue  Management focused on optimizing the performance of independent lodging establishments.  This descriptive research was conducted through a case study based on a business plan  developed by an entrepreneur. Data collection took place through a conversation with the  company’s founder, which made it possible to gather information about the strategies planned  for the business model. The qualitative approach adopted sought to understand the operational strategies and the potential impacts on independent enterprises. The results indicate that the  implementation of RM practices can lead to greater efficiency in revenue management and the  financial performance of independent lodging facilities. However, the process requires adapting  existing strategies to the specific characteristics of this segment. The feasibility of the project  was confirmed, provided there is adequate alignment between the proposed company and the  particularities of independent lodging establishments. 

KEYWORDS: Independent Lodging Establishments; Revenue Management; Company  Specialized in RM; Business Plan; Implementation Feasibility. 

1. INTRODUÇÃO  

O estado de Pernambuco é um dos principais polos turísticos do Nordeste brasileiro,  atraindo tanto turistas de lazer quanto corporativos. Tal relevância pode ser observada, dentre  outros dados, através do índice de ocupação hoteleira que, no levantamento feito com  empreendimentos afiliados à ABIH-PE, apresentaram uma taxa média de ocupação de 68,57%  no terceiro trimestre de 2024 (Observatório de Turismo de Pernambuco, 2024).  

A oferta de hospedagem em Pernambuco, assim como no contexto nacional, também é  caracterizada por uma grande variedade de estabelecimentos, incluindo hotéis de rede e  independentes. Dados do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB, 2023), revelam  que cerca de 84,5% dos meios de hospedagem em operação no Brasil não são ligados a nenhuma  rede hoteleira, ou seja, são administrados de forma independente. Eles representam cerca de  58,9% das unidades habitacionais totais no país, conforme ilustram os Gráficos 1 e 2. 

Gráficos 1 e 2: Divisão da oferta de hotéis no Brasil 

Fonte: Adaptado de FOHB, 2023.

Entretanto, embora representem a maioria dos meios de hospedagem, hotéis  independentes enfrentam uma série de dificuldades quando comparados a empreendimentos de  rede, como por exemplo, a capacidade de investimento. Dados do HotelInvest em parceria com  a FOHB (2023) indicam que 43% dos novos projetos divulgados até 2022 para inauguração até  2026 estão sendo desenvolvidos no modelo de franquia, e muitos desses novos projetos são em  mercados menores, chamados de secundários e terciários.  

A Accor, empresa francesa líder do setor no Brasil, já possui mais de 50% dos seus  empreendimentos no Brasil operando como franquia e projeta mais de 90% dos novos projetos  no mesmo modelo (Oliveira, 2024). Em 2024, uma nova unidade da marca Ibis foi inaugurada  na cidade de Serra Talhada, no sertão de Pernambuco (Cedeño, 2024), e dois outros projetos  em andamento para o interior nas cidades de Caruaru e Petrolina (Vieira, 2021). 

Além da capacidade de investimento, meios de hospedagem independentes também  competem diretamente com plataformas de locação de propriedades por temporada, como  Airbnb, e Agências de Viagens Online (OTAs), que centralizam todo o processo de gestão de  viagens e ampliam o acesso dos consumidores às opções de hospedagem. Nesse cenário  altamente competitivo, é fundamental que esses empreendimentos adotem práticas de gestão  mais eficientes e baseadas em dados para se destacarem.  

Segundo Armênio e Vieira (2021), a adoção de ferramentas estratégicas, como o  Revenue Management (RM), tem se mostrado essencial para aprimorar a performance  comercial e aumentar a rentabilidade, especialmente em mercados com forte pressão  competitiva. Além disso, estudos como os de Costa e Diniz (2019) reforçam que os hotéis  independentes, ao carecerem de estrutura organizacional robusta e acesso a tecnologia de ponta,  necessitam de soluções personalizadas para implementar práticas de RM de forma sustentável.  Assim, o uso de sistemas de suporte à decisão, como softwares de precificação dinâmica e  análise de demanda, pode representar um diferencial competitivo importante, contribuindo para  uma melhor alocação dos recursos e maximização da receita. 

Nesse contexto, e especialmente para a realidade dos meios de hospedagem  independentes, a aplicação de estratégias de Revenue Management (RM) surge como uma  alternativa eficaz para a otimização de resultados. O RM envolve o uso de dados históricos,  previsão de demanda, segmentação de mercado e precificação dinâmica com o objetivo de  maximizar a receita por meio de uma melhor gestão da oferta (Kimes, 2003). No entanto, a  adoção dessas práticas ainda é limitada em hotéis independentes, seja pela falta de  conhecimento técnico, pelo custo de implementação de ferramentas tecnológicas ou pela  ausência de profissionais especializados (Silva; Carvalho, 2020).

A partir desse cenário, este trabalho tem como questão norteadora: de que forma a  implantação de uma empresa especializada em revenue management pode contribuir para a  otimização do desempenho de meios de hospedagem independentes? Para responder ao  problema, foi traçado o seguinte objetivo geral: Analisar a viabilidade de implantação de  uma empresa especializada em Revenue Management voltada à otimização do  desempenho de meios de hospedagem independentes. 

Diante dessa lacuna, a proposta de implantação de uma empresa especializada em RM  voltada especificamente para atender esse segmento surge como uma alternativa promissora  para apoiar a profissionalização do setor, especialmente em contextos regionais com menor  visibilidade no mercado turístico tradicional. 

Este trabalho justifica-se, portanto, pela relevância de analisar a viabilidade de um  modelo de negócio capaz de oferecer soluções estratégicas de RM para empreendimentos que,  em geral, não possuem estrutura própria para essa função. A proposta ganha ainda mais  importância ao considerar a atuação no estado de Pernambuco, com foco prioritário em destinos  do interior, onde há grande potencial turístico e, ao mesmo tempo, carência de suporte técnico  especializado.  

Assim, o estudo busca trazer à tona discussões que podem contribuir tanto com a teoria  como com a prática, fomentando a compreensão do papel estratégico do Revenue Management  na hotelaria independente, além de possibilitar reflexões sobre o fortalecimento desses  empreendimentos e a descentralização do turismo em Pernambuco. 

2. REFERENCIAL TEÓRICO 

2.1 Origem e Evolução do Revenue Management 

Segundo Bianchini e Mondo (2020), o Revenue Management (RM) é uma técnica  desenvolvida inicialmente no setor da aviação, na década de 1970, como uma alternativa para  otimizar a comercialização dos assentos em voos, cuja oferta é limitada e perecível. Essa  abordagem permitia a adequação das tarifas conforme a procura, aumentando a lucratividade. 

A incorporação dessa técnica à hotelaria ocorreu apenas nos anos 1990, por meio da  rede Marriott Corporation. Contudo, sua difusão se deu de forma lenta, enfrentando entraves  como a resistência por parte de gestores com visões conservadoras, a escassez de recursos  tecnológicos e o ambiente altamente competitivo (Bianchini; Mondo, 2020).

A partir dos anos 2000, com o avanço da tecnologia, da internet e das plataformas de  reservas online, o Revenue Management ganhou força no setor hoteleiro, sendo gradativamente  adotado não apenas por grandes redes, mas também por meios de hospedagem independentes  (Jones; Hamilton, 2012). O surgimento de sistemas de gestão integrados (PMS) e ferramentas  de Business Intelligence (BI) viabilizou a coleta, análise e interpretação de dados em tempo  real, permitindo uma precificação mais dinâmica e eficiente. Segundo Talluri e Van Ryzin  (2004), o RM evoluiu de uma simples prática de controle de disponibilidade para uma  abordagem mais estratégica, que envolve segmentação de mercado, previsão de demanda,  análise de concorrência e canais de distribuição. 

Além disso, a crescente competitividade do setor hoteleiro, impulsionada por novos  modelos de hospedagem e pela atuação das OTAs (Online Travel Agencies), contribuiu para a  consolidação do RM como um diferencial competitivo. Para Kimes (2011), o Revenue  Management passou a ser considerado uma das ferramentas mais eficazes para maximizar  receitas e melhorar o desempenho financeiro, especialmente em mercados com alta volatilidade  e sensibilidade à precificação. 

No Brasil, embora o uso do RM ainda enfrenta desafios, como a falta de profissionais  especializados e o acesso restrito a tecnologias, há uma crescente valorização dessa prática,  sobretudo em grandes centros urbanos e em redes hoteleiras organizadas (Boaria; Gadotti dos  Anjos, 2014). Contudo, sua aplicação em hotéis independentes e em destinos emergentes ainda  carece de maior difusão e suporte técnico, o que evidencia a necessidade de soluções acessíveis  e adaptadas a diferentes realidades do mercado. 

2.2 Fundamentos e Aplicações Estratégicas do Revenue Management na Hotelaria 

Conforme Centurión (2016), o Revenue Management envolve a coleta e análise de dados  relacionados à demanda do mercado, permitindo o ajuste estratégico de preços e capacidades  disponíveis. A autora destaca que compreender a relação entre preço e demanda e prever  comportamentos futuros são aspectos fundamentais para maximizar a receita. 

Lara (2001) aponta que a aplicação eficaz do RM requer a observância de premissas  como: controle de inventário (número de apartamentos disponíveis), definição de escalas  tarifárias por categoria, gestão de estratégias de up-selling e down-selling, administração de  tarifas voltadas a empresas-chave, realização de reuniões periódicas entre os setores envolvidos  e monitoramento constante da concorrência.

Ainda segundo Centurión (2016), o desenvolvimento de uma estratégia de RM eficiente  exige a integração de quatro pilares: segmentação, previsão (forecasting), precificação (pricing)  e distribuição. A segmentação busca compreender os diferentes perfis de clientes. A previsão  da demanda é realizada por meio da análise de dados históricos e eventos futuros. A precificação  envolve comparar o produto com os concorrentes e ajustar o valor conforme o momento da  venda. Já a distribuição refere-se à utilização de canais diversos para tornar o produto acessível  ao consumidor. 

Cabral, Cabral e Galvão (2024) destacam que o papel do gestor de receitas transcende a  análise tarifária, incluindo também a gestão de canais de distribuição e mídias sociais. Para  Bezerra et al. (2019), a complexidade envolvida na aplicação do RM exige transformação  cultural na organização e domínio de tecnologias em constante atualização. 

No cenário brasileiro, apesar de gestores hoteleiros aplicarem técnicas isoladas de RM,  sua adoção como ferramenta estratégica ainda é limitada a grandes redes. A hotelaria  independente e familiar, portanto, permanece à margem desse processo, comprometendo sua  competitividade e limitando a diversidade de oferta ao consumidor (Bianchini; Mondo, 2020). 

2.3 Revenue Management na Hotelaria Independente 

A hotelaria independente é caracterizada por empreendimentos que não estão vinculados  a grandes redes ou franquias, sendo, em geral, de gestão familiar ou local. Esses  empreendimentos representam a maioria dos meios de hospedagem em operação no Brasil,  conforme apontado pelo FOHB (2023), e se destacam pela flexibilidade operacional,  atendimento personalizado e inserção em destinos com identidade regional forte. No entanto,  essa independência também implica limitações significativas, sobretudo no que se refere à  adoção de tecnologias e práticas de gestão modernas, como o Revenue Management (RM). 

Apesar de reconhecerem a importância da gestão estratégica da receita, muitos desses  empreendimentos enfrentam dificuldades na implementação do RM. Tais barreiras incluem  desde o desconhecimento técnico, ausência de sistemas integrados de gestão, até a falta de  profissionais qualificados (Bianchini; Mondo, 2020). Além disso, o investimento inicial em  ferramentas especializadas pode ser visto como oneroso por pequenos empresários, o que os  mantém afastados de práticas mais eficientes de precificação e distribuição. 

Nesse contexto, a importância do RM para a hotelaria independente torna-se ainda mais  evidente. Segundo Kimes (2011), a aplicação de estratégias de RM pode trazer ganhos  substanciais em rentabilidade e ocupação, mesmo em operações de menor escala, desde que adaptadas à realidade do empreendimento. A segmentação correta da clientela, o uso inteligente  dos canais de distribuição e o monitoramento da concorrência são ações que permitem ao hotel  competir em um mercado cada vez mais dinâmico e digital. 

Além disso, Boaria e Gadotti dos Anjos (2014) reforçam que a profissionalização da  gestão de receitas pode representar um diferencial competitivo importante para os hotéis  independentes localizados em destinos emergentes, onde a concorrência com OTAs e  plataformas de aluguel por temporada tem se intensificado. A aplicação do RM, nesses casos,  não se limita a aumentar a receita, mas também a melhorar a sustentabilidade financeira a médio  e longo prazo. 

Portanto, ampliar o acesso ao RM e desenvolver soluções personalizadas e de baixo  custo para a realidade dos hotéis independentes é fundamental para garantir sua competitividade  no mercado. Isso implica, não apenas em disponibilizar ferramentas tecnológicas acessíveis,  mas também em investir em capacitação e suporte técnico especializado, promovendo uma  mudança cultural e estrutural na forma como a receita é gerida nesse segmento da hotelaria. 

3. METODOLOGIA 

Este estudo possui natureza descritiva (Gil, 2002), pois busca caracterizar a viabilidade  da implantação de uma empresa especializada em Revenue Management (RM) voltada para  meios de hospedagem independentes, com foco nas práticas e estratégias que poderiam ser  aplicadas a esses empreendimentos.  

Embora o tema de RM já seja amplamente explorado em redes hoteleiras, a pesquisa se  propôs a entender como tais estratégias poderiam ser adaptadas para o contexto específico de  meios de hospedagem independentes. 

Quanto aos procedimentos, a pesquisa foi conduzida por meio de um estudo de caso  (Gil, 1999), realizado a partir de um plano de negócios proposto por um empreendedor da área.  A coleta de dados se deu por meio de uma conversa com o idealizador da empresa, o que  permitiu obter informações sobre as estratégias e processos planejados para a operação do  modelo de negócios, além de compreender as ideias e diretrizes que fundamentam o projeto. 

Em relação à abordagem do problema, o estudo segue uma abordagem qualitativa  (Minayo, 2009), dado o foco em compreender as estratégias operacionais e o potencial impacto  de uma empresa de RM no desempenho de meios de hospedagem independentes. A pesquisa  explora as percepções do empreendedor sobre a aplicabilidade dessas estratégias, buscando  entender como elas poderiam beneficiar os empreendimentos desse segmento específico.

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 

4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA EMPRESA 

A análise dos dados obtidos nesta pesquisa teve como foco a proposta de implantação  de uma empresa especializada em Revenue Management (RM), voltada prioritariamente para  meios de hospedagem independentes localizados no estado de Pernambuco, sobretudo nas  regiões do interior. A escolha por esse recorte se justifica pela concentração de  empreendimentos de pequeno e médio porte nessas localidades, os quais enfrentam desafios  específicos relacionados à gestão estratégica da receita. 

A partir das informações coletadas por meio de entrevista semiestruturada com o  proponente do plano de negócios, documentos institucionais e observações diretas realizadas  no contexto de atuação do público-alvo, foi possível identificar práticas projetadas, estratégias  previstas e percepções sobre a possível contribuição do RM para a otimização dos resultados  desses estabelecimentos. 

A proposta analisada contempla a criação de uma empresa com atuação especializada  em gestão de receita e distribuição hoteleira, voltada para meios de hospedagem independentes,  especialmente localizados fora do eixo turístico tradicional do estado. Com base na experiência  prévia do empreendedor no setor, o plano prevê o desenvolvimento e aplicação de estratégias  de precificação e distribuição orientadas para a maximização da rentabilidade e o aumento da  visibilidade dos empreendimentos atendidos. 

Um dos diferenciais projetados é a utilização de soluções tecnológicas inteligentes, que  visam ampliar a competitividade dos meios de hospedagem, aliadas à criação de um portal  digital para reunir e divulgar acomodações no estado, conectando viajantes de lazer e negócios  a opções bem posicionadas no mercado local. 

A empresa tem como missão facilitar a distribuição de meios de hospedagem  em todo o território pernambucano, oferecendo benefícios tanto a gestores quanto a hóspedes.  Sua visão é tornar-se referência em distribuição hoteleira voltada para empreendimentos  independentes no estado. Os valores que fundamentam sua atuação incluem o compromisso  com resultados, a parceria com os estabelecimentos, a excelência no atendimento, o  investimento contínuo em inovação e tecnologia, a valorização do turismo regional e a  condução ética e transparente das relações comerciais. Esses princípios sustentam as estratégias previstas e reforçam o posicionamento da proposta como um agente potencial de fortalecimento  da hotelaria local. 

4.2 CONCEPÇÃO DO NEGÓCIO 

A proposta de criação da empresa surgiu a partir da experiência prática de um gestor  hoteleiro atuante em Pernambuco desde 2012, com foco na cidade de Surubim-PE a partir de  2018. Durante esse período, o profissional identificou carências significativas na  profissionalização da gestão em meios de hospedagem independentes da região, muitos dos  quais operam sem registro oficial ou presença digital.  

A aplicação de metodologias de Revenue Management (RM) no hotel que atualmente  gerencia resultou em melhorias expressivas nos indicadores de desempenho, como aumento da  ocupação, maior antecedência nas reservas, incremento da receita e aceitação da flutuação  tarifária. 

Diante desses resultados, surgiu a proposta de implantar uma empresa especializada na  gestão de reservas e RM para meios de hospedagem independentes, com foco na maximização  da rentabilidade e fortalecimento da presença digital dos empreendimentos atendidos. A  empresa atuará com suporte tecnológico, estratégias próprias de precificação e uma plataforma  digital de vendas e reservas, reduzindo a dependência de Online Travel Agencies (OTAs). 

A sede será estabelecida em Surubim, no mesmo prédio do meio de hospedagem já  gerido pelo empreendedor, o qual será o primeiro cliente da nova empresa. A operação será  conduzida por uma central de reservas, com atendimento multicanal e estrutura física e  tecnológica adequadas. A empresa será registrada como Sociedade Limitada Unipessoal e  optará pelo Simples Nacional como regime tributário, com atividade principal enquadrada no  setor de serviços turísticos. 

4.3 ANÁLISE DE MERCADO 

O mercado de hospedagem em Pernambuco apresenta uma estrutura descentralizada,  com predominância de meios de hospedagem independentes fora da capital e dos polos  turísticos tradicionais. De acordo com o relatório Hotelaria em Números – Brasil 2023 (FOHB,  2024), cerca de 84,5% dos empreendimentos hoteleiros no Brasil não estão ligados a redes, ou  são parte de pequenas redes regionais com até 600 unidades habitacionais. Esse panorama revela uma oportunidade estratégica para empresas especializadas em serviços de distribuição,  precificação e gestão de receitas voltadas ao segmento independente. 

A descentralização da hotelaria tem sido impulsionada pelo crescimento de redes em  formato de franquia, como observado na expansão da Accor em cidades do interior. Contudo, a  subnotificação de empreendimentos no Cadastur destaca a ausência de um mapeamento eficaz,  especialmente em regiões interioranas, o que reforça a importância de uma abordagem ativa na  identificação de potenciais clientes. 

Na Região Metropolitana do Recife e no litoral, a concorrência é mais presente e  majoritariamente voltada ao turismo de lazer e a grandes empreendimentos. Já no interior do  estado, nota-se uma lacuna no atendimento a pequenos e médios hotéis, o que abre espaço para  soluções personalizadas. A proposta da nova empresa é justamente preencher essa lacuna com  uma abordagem especializada, oferecendo suporte estratégico para profissionalização da gestão  comercial desses meios de hospedagem. 

A adoção de fornecedores tecnológicos eficientes será um diferencial competitivo, com  a utilização de sistemas como PMS (Property Management System), CMS (Channel Manager  System), motores de reserva e ferramentas de automação comercial. Esses recursos possibilitam  não apenas otimizar a operação dos clientes, mas também melhorar sua visibilidade e resultados  financeiros. 

4.3.1 Estudo dos clientes 

Segundo dados do quarto trimestre de 2024 do Cadastur, Pernambuco conta com 460  meios de hospedagem formalmente cadastrados, sendo cerca de 66,96% concentrados na  Região Metropolitana, incluindo Fernando de Noronha e Ipojuca. Apesar disso, esses números  são reconhecidamente subdimensionados, uma vez que o cadastro é voluntário e depende de  CNPJ ativo, o que exclui muitos negócios informais ou não regularizados. 

A sede da empresa será em Surubim, com foco inicial nas cidades vizinhas do Agreste  Setentrional e da Zona da Mata, onde há presença de atividades econômicas e/ou turísticas  relevantes, mas carência de estratégias estruturadas de distribuição e Revenue Management. A  expansão da atuação se dará de forma escalonada, priorizando empreendimentos com pouca ou  nenhuma presença digital. 

Na microrregião do Agreste Setentrional, os municípios de Toritama e Santa Cruz do  Capibaribe se destacam pela alta demanda de hospedagem voltada ao turismo de negócios,  impulsionado pelo Polo de Confecções. Limoeiro apresenta perfil econômico semelhante a

Surubim, enquanto Carpina, já na Zona da Mata, concentra forte fluxo empresarial e se localiza  em um eixo logístico estratégico. No turismo de lazer, Taquaritinga do Norte atrai visitantes  pelo clima e pelas trilhas ecológicas, enquanto Salgadinho se destaca por suas águas termais. 

Dada a subnotificação do Cadastur, realizou-se um levantamento complementar no  Google, que identificou 26 meios de hospedagem nas seis cidades citadas com o perfil desejado  para a base inicial de clientes, dos quais apenas 3 possuem registro no Cadastur, somente 5  estão presentes na Booking.com e só têm site próprio ativo. 

Esses dados reforçam o potencial de atuação da empresa na estruturação da presença  digital, distribuição estratégica e gestão da receita desses empreendimentos, atuando como  parceira para sua profissionalização e fortalecimento no mercado. 

Ainda, as pesquisas realizadas para elaboração do plano reforçam o entendimento de  que as estatísticas oficiais sobre os meios de hospedagem em Pernambuco estão  subdimensionadas. Por isso, a identificação de clientes exigirá uma estratégia de mapeamento  ativo, que envolverá buscas online e visitas presenciais às cidades prioritárias.  

Em uma segunda etapa de expansão, será realizado um levantamento no Agreste  Central, região onde o Cadastur registra 28 empreendimentos em 10 municípios, embora o  número real provavelmente seja superior. Nessa fase, serão priorizadas cidades com apelo  turístico ou relevância econômica, como Belo Jardim, Bezerros, Bonito, Cachoeirinha, Caruaru,  Gravatá e Pesqueira. 

4.3.2 Estudo dos concorrentes 

Embora nenhuma empresa concorrente direta tenha sido identificada na região de  atuação da proposta empresarial com o mesmo escopo de serviços, incluindo central de  reservas, Revenue Management e estratégias personalizadas de distribuição, foi possível  mapear três organizações que oferecem soluções relacionadas voltadas a meios de hospedagem  independentes. Cada uma delas apresenta características distintas em termos de  posicionamento, modelo de negócio e abrangência. 

A Empresa X, sediada em Pernambuco, oferece um conjunto de serviços modulares em  consultoria e gestão hoteleira, incluindo capacitação operacional, marketing hoteleiro e gestão  financeira. Seu diferencial está na flexibilidade de adaptação às tecnologias dos clientes,  embora apresente limitações em ações de venda cruzada (cross selling) e um foco institucional  voltado ao público B2B.

A Empresa Y, com sede em Alagoas, concentra sua atuação na gestão comercial e  financeira de meios de hospedagem no litoral norte do estado. Seu modelo se destaca pela  gestão do capital financeiro, com repasse líquido das reservas, reduzindo riscos de bitributação.  No entanto, a ausência de site institucional e de uma central de reservas limita sua transparência  e alcance. 

Por fim, a Empresa Z, localizada no Distrito Federal, atua como fornecedora de sistemas  de distribuição para hotéis independentes. Seu principal diferencial reside na flexibilidade  contratual, na robustez de canais de venda e na força de vendas integrada. Ainda assim, não  dispõe de central de reservas e prioriza a distribuição por terceiros, o que reduz o incentivo às  vendas diretas e à personalização do serviço. 

Esse panorama evidencia a ausência de concorrência direta com o mesmo modelo de  negócio proposto pela nova empresa, o que representa uma vantagem estratégica e uma  oportunidade de posicionamento diferenciado no mercado pernambucano, especialmente em  regiões fora do eixo turístico tradicional. 

4.3.3 Estudo dos fornecedores 

A prestação dos serviços oferecidos pela empresa demandará o uso de tecnologias  especializadas em gestão e distribuição hoteleira, que serão contratadas pelos próprios meios  de hospedagem parceiros. Para isso, a estratégia da empresa prevê o estabelecimento de  parcerias com fornecedores que ofereçam soluções em nuvem (cloud-based), com acesso  remoto e integração entre sistemas, a fim de garantir eficiência operacional e reduzir a  necessidade de processos manuais. 

Entre os principais fornecedores selecionados, destaca-se a HSystem, que oferece um  conjunto de soluções para gestão de canais (CMS), motor de reservas, análise de concorrência,  precificação dinâmica e gestão de pagamentos. As ferramentas da HSystem permitem a  integração com diversos sistemas de gestão hoteleira (PMS), conferindo versatilidade e  adaptabilidade às necessidades dos clientes. 

Outra solução considerada estratégica é o PMS HITS, da APP Sistemas, um sistema de  gestão de propriedade que centraliza funções operacionais como controle de reservas, check in, check-out, lançamentos e gestão financeira. Sua fácil implementação, compatibilidade com  outras tecnologias e bom custo-benefício o tornam uma opção recomendada, mas não  obrigatória. Caso o cliente já utilize outro PMS compatível com o HSystem, será possível  manter o sistema atual.

A escolha por soluções tecnológicas integradas visa garantir que os serviços prestados  pela empresa sejam eficazes, escaláveis e adaptados às demandas específicas de pequenos e  médios empreendimentos hoteleiros. 

4.4 PLANO DE MARKETING 

O plano de marketing da empresa estrutura-se em torno da oferta de três serviços  principais: a Central de Reservas (serviço âncora), a Consultoria de Distribuição e o Conecta  PE (serviço de divulgação). A Central de Reservas consiste na terceirização do departamento  de reservas dos meios de hospedagem parceiros, com planos diferenciados para atender  demandas variadas, incluindo atendimento em múltiplos canais, estratégias de distribuição,  precificação, segmentação e análise de desempenho. 

Como forma de atrair novos parceiros e preparar potenciais clientes para o serviço  principal, a empresa oferece ainda dois serviços complementares. O Conecta PE permite a  divulgação dos meios de hospedagem nos canais institucionais da empresa, como site, blog e  redes sociais, potencializando a visibilidade dos parceiros com técnicas de Search Engine  Optimization (SEO) e marketing digital. Já a Consultoria de Distribuição visa orientar  empreendimentos com baixa presença digital, oferecendo um pacote de serviços personalizados  de acordo com a complexidade da operação e do mercado. 

A política de preços busca garantir a sustentabilidade da operação e a acessibilidade aos  clientes. A Central de Reservas será comercializada por meio de planos com cobrança  percentual sobre o faturamento, com um valor fixo nos casos de empreendimentos de menor  porte. A Consultoria de Distribuição será precificada com base no tempo estimado de trabalho,  enquanto o Conecta PE terá cobrança mensal fixa. 

A estratégia promocional da empresa é fundamentada no marketing digital, com  produção de conteúdos educativos e promocionais para redes sociais, blog institucional e  campanhas em mecanismos de busca (Google Ads). O website institucional atuará como  principal canal de apresentação da proposta de valor, além de servir como plataforma de  captação de leads e fortalecimento de marca. 

A comercialização dos serviços será inicialmente conduzida pelo próprio gestor da  empresa, com abordagem ativa por telefone e WhatsApp. Em longo prazo, está prevista a  contratação de um profissional especializado em vendas, com foco na prospecção e conexão entre clientes e consultores.

Por fim, a empresa funcionará de forma remota a partir de um espaço reservado dentro  de um hotel parceiro, localizado em Surubim/PE. A escolha do local está relacionada à parceria  entre o empreendedor e o dono do hotel onde a empresa funcionará, com possibilidade de  compartilhamento da infraestrutura já existente, otimizando os custos operacionais sem  prejuízo à qualidade dos serviços, que serão prestados de forma digital. 

4.5 PLANO OPERACIONAL 

A operação foi estruturada para funcionar com eficiência e flexibilidade, aproveitando  o modelo digital para manter custos reduzidos e assegurar um atendimento de qualidade. O  espaço físico necessário é compacto, localizado nas dependências de um hotel parceiro, o que  permite a utilização compartilhada de áreas de apoio como refeitório e sala de descanso. O  layout do escritório comporta até seis colaboradores, com estações de trabalho ergonômicas e  equipamentos modernos que favorecem a produtividade e o bem-estar da equipe. 

A capacidade produtiva inicial foi dimensionada para atender a uma demanda reduzida,  com possibilidade de expansão conforme o crescimento da carteira de clientes. Os serviços são  organizados em três frentes: gestão de reservas, divulgação digital e consultoria de distribuição.  Cada um possui processos bem definidos e integrados a sistemas de monitoramento em tempo  real, o que garante agilidade, controle e qualidade nos atendimentos. 

A equipe inicial contará com três profissionais: um responsável pelas estratégias  comerciais, um agente de reservas para atendimento direto e um supervisor com atuação  transversal entre os serviços. A expansão do time será feita gradualmente, conforme o aumento  da demanda e da base de clientes. 

A combinação de estrutura enxuta, processos replicáveis e uso estratégico da tecnologia  possibilita uma operação escalável, eficiente e preparada para crescer de forma sustentável. 

4.6 PLANO FINANCEIRO 

O plano financeiro projetado evidencia a viabilidade econômica do negócio, com  investimentos iniciais bem distribuídos entre itens de infraestrutura, aquisição de equipamentos  e custos pré-operacionais. A estrutura foi concebida de forma enxuta, com foco em eficiência  operacional e retorno rápido sobre o capital investido. 

A análise do capital de giro demonstrou um ciclo financeiro favorável, com giro de caixa  eficiente e necessidade reduzida de recursos para manutenção das operações correntes. A ausência de estoque e a agilidade nos recebimentos reforçam essa dinâmica positiva,  contribuindo para um fluxo de caixa saudável. 

Os custos variáveis estão concentrados majoritariamente na prestação de serviços e  envolvem essencialmente mão de obra e licenças de softwares especializados. Já os custos fixos  mensais foram dimensionados buscando atender a todas as necessidades, incluindo salários,  encargos, pró-labore, aluguel, manutenção e serviços administrativos. A depreciação dos ativos  também foi incorporada às projeções. 

O demonstrativo de resultados evidencia uma margem de contribuição significativa e  um resultado operacional positivo já no primeiro mês de atividade. O ponto de equilíbrio, tanto  contábil quanto financeiro, é atingido com uma receita moderada, indicando um bom nível de  segurança para a sustentabilidade do empreendimento. 

Em termos de lucratividade, o negócio apresenta um desempenho expressivo, com  margem líquida superior a 28% no primeiro ano. A rentabilidade é ainda mais destacada,  refletindo o baixo investimento inicial e a capacidade de geração de receita desde os primeiros  meses. O prazo de retorno do investimento (payback) foi estimado em apenas três meses de  operação, confirmando o potencial de retorno rápido. 

O plano financeiro evidencia a viabilidade da proposta apresentada, demonstrando que  o modelo de negócio é não apenas viável, mas também financeiramente atrativo. A combinação  entre baixos investimentos iniciais, estrutura operacional enxuta, capacidade de geração de  receita e retorno acelerado do capital investido, aponta para um empreendimento sustentável e  com boas perspectivas de crescimento.  

4.7 AVALIAÇÃO ESTRATÉGICA 

A avaliação estratégica, por meio da análise SWOT, revela um cenário com importantes  pontos de atenção e oportunidades para o negócio. As forças da empresa incluem a qualificação  da equipe, a presença digital consolidada e o investimento em tecnologias inovadoras, que a  posicionam de forma competitiva no mercado. No entanto, a empresa enfrenta desafios como a  baixa participação de mercado no início das operações, a falta de uma força de vendas dedicada  e o risco de alto turnover em funções operacionais. 

Entre as oportunidades, destacam-se o crescimento econômico da região, a sazonalidade  do turismo e os hábitos de consumo digital, que podem ser explorados para aumentar a  visibilidade e as vendas. Por outro lado, ameaças como a rápida evolução dos meios de comunicação, as exigências da legislação de proteção ao consumidor e a necessidade de  adaptação às inovações tecnológicas impõem desafios contínuos.  

Para maximizar o sucesso do negócio, será essencial um acompanhamento contínuo  dessas questões, aliado a uma gestão proativa que saiba explorar as oportunidades e minimizar  os riscos de forma eficaz. A capacidade de se adaptar rapidamente às mudanças do mercado e  às necessidades dos clientes será um fator chave para a sustentabilidade e o crescimento da  empresa.  

Além disso, é fundamental a implementação de ações que reforcem as forças da  organização, ao mesmo tempo em que se trabalham as fraquezas, buscando melhorar a  competitividade. O uso inteligente das tecnologias, a capacitação da equipe e a criação de um  relacionamento mais estreito com os clientes serão diferenciais importantes. A gestão deve estar  sempre atenta às tendências de consumo e às evoluções legais, a fim de garantir que o negócio  se mantenha relevante, inovador e resiliente frente às adversidades. 

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 

A análise da viabilidade de implantação de uma empresa especializada em Revenue  Management (RM) para otimização do desempenho de meios de hospedagem independentes  em Pernambuco demonstrou o grande potencial desse modelo de negócios, especialmente nas  regiões do interior do estado. A proposta, ao focar em empreendimentos de pequeno e médio  porte, oferece uma abordagem estratégica inovadora que visa maximizar a rentabilidade e  ampliar a visibilidade desses hotéis, habitualmente carentes de uma gestão eficiente de receitas  e uma presença digital consolidada. 

A pesquisa evidenciou a existência de uma lacuna significativa no mercado local, com  muitos meios de hospedagem carecendo de estratégias de distribuição e precificação adequadas.  A implantação de soluções tecnológicas, como sistemas de gestão integrada e plataformas de  reservas, oferece aos hotéis independentes uma oportunidade de se destacar frente à  concorrência, ao mesmo tempo em que aumenta a competitividade do setor hoteleiro local.  

O modelo proposto, com uma central de reservas e serviços de consultoria, não só atende  às necessidades dos empreendimentos, mas também contribui para o fortalecimento do turismo  regional e o desenvolvimento de um mercado mais profissional e eficiente. 

No entanto, a proposta também apresenta desafios, como a necessidade de um  mapeamento ativo dos potenciais clientes, a construção gradual da base de clientes e a  dependência inicial de um único mercado para sua sustentabilidade. A concorrência indireta, com empresas que oferecem serviços relacionados, também pode representar um obstáculo à  penetração no mercado, embora o modelo único da empresa proposta ofereça uma oportunidade  de diferenciação. 

Pelo exposto, pode-se inferir que a criação de uma empresa especializada em Revenue  Management voltada para meios de hospedagem independentes em Pernambuco apresenta-se  como uma oportunidade promissora para o setor hoteleiro, com um modelo de negócios bem  estruturado e uma clara missão de contribuir para a profissionalização da hotelaria local. 

Apesar do estudo apresentar uma análise detalhada e a viabilidade do modelo de  negócios, algumas limitações devem ser reconhecidas. A pesquisa se concentrou em um número  limitado de municípios no estado de Pernambuco, e a expansão para outras regiões pode exigir  novos estudos de mercado. Além disso, a análise da concorrência foi realizada com base em  informações secundárias, o que pode não refletir a totalidade do cenário competitivo em tempo  real. 

Futuros estudos poderiam aprofundar a análise de mercado em outras regiões do Brasil,  com foco em áreas com características econômicas e turísticas semelhantes. Ainda,  investigações sobre a eficácia de estratégias específicas de precificação e distribuição, baseadas  em dados reais de implementação da empresa proposta, seriam valiosas para compreender  melhor o impacto do RM na rentabilidade e sustentabilidade dos meios de hospedagem  independentes.  

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