GERENTE GERAL VERSUS GERENTE DE OPERAÇÕES: UMA REVISÃO NARRATIVA DE LITERATURA SOBRE OS DESAFIOS E ESTRATÉGIAS PARA A MELHORIA CONTÍNUA NAS ORGANIZAÇÕES

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202507160649


Daniela de Campos Rizzatti


RESUMO

O objetivo deste artigo é analisar os papéis do Gerente Geral e do Gerente de Operações nas organizações, destacando seus desafios e as estratégias adotadas para promover a melhoria contínua. A pesquisa foi conduzida por meio de uma revisão narrativa de literatura, com base em estudos recentes (2020-2025), que exploram práticas de gestão e metodologias de melhoria contínua. As fontes foram buscadas nos bancos de dados acadêmicos Capes, Google Scholar e SciELO, durante o mês de junho de 2025. Os resultados obtidos revelam que, apesar das diferenças em suas funções, ambos os cargos desempenham papéis cruciais na gestão organizacional, sendo suas responsabilidades complementares. No entanto, cada um enfrenta desafios distintos: o Gerente Geral lida com a estratégia organizacional de forma holística, enquanto o Gerente de Operações está mais voltado à execução e otimização de processos operacionais. Entre os principais desafios identificados estão a tomada de decisão estratégica, a gestão de equipes multidisciplinares e a implementação eficaz de processos de melhoria contínua. A conclusão destaca a relevância de uma gestão integrada entre as duas funções, sugerindo áreas para aprofundamento futuro, especialmente em relação à interação entre as práticas de gestão estratégica e operacional.

Palavras-chave: Gerente Geral. Gerente de Operações. Melhoria Contínua. Desafios Organizacionais. Gestão Estratégica.

1 INTRODUÇÃO

A gestão organizacional, fundamental para o sucesso empresarial (Bento, 2023), envolve diversas funções que exigem competências específicas para otimizar processos e garantir a sustentabilidade das empresas. Entre essas funções, os cargos de Gerente Geral e Gerente de Operações se destacam por sua relevância estratégica e operativa (Gonçalves et al., 2023). No entanto, apesar de ambas as funções estarem ligadas ao desempenho organizacional, seus papéis e responsabilidades são muitas vezes mal compreendidos, especialmente no que diz respeito à melhoria contínua e aos desafios que cada um enfrenta (Lopes et al., 2025). Este artigo teve como propósito conduzir uma análise sobre as diferenças e interdependências entre esses dois cargos, com foco nas estratégias adotadas para a melhoria contínua nas organizações.

A delimitação do tema se concentrou nas práticas de gestão de organizações de médio e grande porte, onde tanto o Gerente Geral quanto o Gerente de Operações possuem funções cruciais, mas distintas. A problemática que guiou a pesquisa residiu na escassez de estudos aprofundados sobre as interações entre as duas funções e como suas abordagens podem ser integradas para promover a melhoria contínua dos processos empresariais. A questão-problema que se colocou foi a seguinte: quais são os principais desafios enfrentados pelo Gerente Geral e pelo Gerente de Operações nas organizações, e como suas estratégias podem contribuir para a melhoria contínua?

O objetivo geral é investigar os principais desafios enfrentados pelo Gerente Geral e pelo Gerente de Operações nas organizações, destacando como suas estratégias podem contribuir para a melhoria contínua. Os objetivos específicos são identificar as atribuições e responsabilidades do Gerente Geral e do Gerente de Operações; analisar as principais estratégias de melhoria contínua utilizadas por esses profissionais; investigar os principais desafios enfrentados na implementação dessas estratégias, avaliando a interdependência entre as funções, considerando o impacto no desempenho organizacional.

A justificativa para a escolha deste tema se baseia na crescente importância da integração entre as funções de gestão estratégica e operações, especialmente em um cenário corporativo cada vez mais competitivo e dinâmico. A pesquisa foi conduzida por meio de uma revisão narrativa de literatura, com base em estudos recentes (2020-2025), que exploram práticas de gestão e metodologias de melhoria contínua. As fontes foram buscadas nos bancos de dados acadêmicos Capes, Google Scholar e SciELO, durante o mês de junho de 2025.

O desenvolvimento deste artigo foi estruturado em seções que abordaram os objetivos específicos da pesquisa. Inicialmente, foi explorado o papel e as atribuições de ambos os profissionais, Gerente Geral e Gerente de Operações, destacando suas responsabilidades e como suas funções se complementavam dentro da organização. Em seguida, foram analisadas as principais estratégias de melhoria contínua adotadas por esses gestores, com ênfase nas metodologias mais eficazes utilizadas para otimizar processos e melhorar a performance organizacional. Na sequência, foram investigados os desafios enfrentados na implementação dessas estratégias, considerando as dificuldades práticas e teóricas que ambos os cargos enfrentaram. Ainda nesta seção, foi avaliada a interdependência entre as funções de Gerente Geral e Gerente de Operações, considerando o impacto de suas interações no desempenho geral da organização e na busca por melhorias sustentáveis.

2 PAPEL E ATRIBUIÇÕES DOS GERENTES: GERENTE GERAL E GERENTE DE OPERAÇÕES

O Gerente Geral desempenha um papel fundamental na gestão estratégica da organização. Sua responsabilidade principal é garantir que as metas globais da empresa sejam alcançadas, coordenando diferentes áreas e departamentos para trabalhar de forma integrada e eficiente. Como líder sênior, ele define a visão e os objetivos de longo prazo, sendo também responsável por tomar decisões que envolvem aspectos financeiros, recursos humanos, marketing e outras áreas cruciais para o funcionamento da empresa. A função do Gerente Geral, portanto, exige uma visão holística, com foco na adaptação às mudanças do mercado e no desenvolvimento de estratégias inovadoras. Ele deve ser capaz de equilibrar os aspectos operacionais com as demandas estratégicas, buscando a expansão e sustentabilidade da organização (Bento, 2023).

Já o Gerente de Operações, com uma abordagem mais voltada para a execução, assume a responsabilidade pela implementação eficiente dos processos diários da organização. Ele coordena os recursos necessários para garantir que a produção, os serviços ou qualquer outra operação da empresa sejam realizados de maneira eficaz e com qualidade. Sua principal atribuição é garantir a otimização de processos internos, trabalhando na redução de custos, no aumento de produtividade e na melhoria dos fluxos de trabalho. Ao contrário do Gerente Geral, que lida com decisões de longo prazo, o Gerente de Operações deve focar nas necessidades do dia a dia da organização. Suas funções, embora focadas nas operações, são interdependentes com as do Gerente Geral, já que os resultados das operações impactam diretamente nas metas estratégicas da empresa (Lopes et al., 2025).

3 ESTRATÉGIAS DE MELHORIA CONTÍNUA

As estratégias de melhoria contínua são fundamentais para garantir que a organização se mantenha competitiva e eficiente ao longo do tempo. O Gerente Geral, ao definir a visão estratégica, também exerce um importante papel na implementação dessas estratégias, pois é responsável por criar uma cultura organizacional que favoreça a inovação e o aprimoramento constante (Gonçalves et al., 2023). De acordo com (Moraes; Aragão; Roberto, 2025), metodologias como o ciclo PDCA (Planejar, Executar, Verificar, Agir), Lean Manufacturing e Six Sigma são algumas das abordagens mais eficazes utilizadas pelas empresas para buscar a melhoria contínua. O Gerente Geral, ao integrar essas metodologias em sua estratégia, cria um ambiente onde a busca pela excelência torna-se uma prioridade em todos os níveis da organização.

O Gerente de Operações, por sua vez, é o principal executor dessas metodologias, sendo responsável por aplicar e monitorar as práticas de melhoria dentro dos processos operacionais. A implementação dessas estratégias de melhoria contínua exige um conhecimento profundo das operações diárias e uma capacidade de adaptação às mudanças rápidas e constantes. Entre as metodologias mais usadas pelo Gerente de Operações estão o Lean, que busca eliminar desperdícios e aumentar a eficiência, e o Six Sigma, que foca na redução de variabilidade e erros nos processos. O sucesso dessas estratégias depende não apenas da capacidade técnica do Gerente de Operações, mas também de sua habilidade em envolver e motivar as equipes para que todos compartilhem a visão de melhoria constante e se comprometam com a execução das mudanças necessárias (Silva; Balle, 2025).

4 DESAFIOS E INTERDEPENDÊNCIA ENTRE AS FUNÇÕES

Os desafios enfrentados pelos Gerentes Geral e de Operações são profundos e multifacetados. O Gerente Geral, como responsável pela estratégia de longo prazo, muitas vezes lida com a pressão de equilibrar inovação com estabilidade. A implementação de novas tecnologias, a adaptação às mudanças do mercado e a definição de metas de crescimento podem gerar incertezas tanto dentro da organização quanto fora dela (Lopes et al., 2025). Já o Gerente de Operações enfrenta o desafio de garantir a execução eficiente dos processos diários, muitas vezes com recursos limitados, e deve lidar com a constante necessidade de melhorar a eficiência e reduzir custos, sem comprometer a qualidade dos serviços ou produtos (Moraes; Aragão; Roberto, 2025).

A interdependência entre as funções do Gerente Geral e do Gerente de Operações é essencial para o sucesso organizacional. Embora os papéis de cada um sejam distintos, suas responsabilidades estão profundamente interligadas. O Gerente Geral depende das operações bem executadas para alcançar os objetivos estratégicos da empresa, enquanto o Gerente de Operações depende das diretrizes estratégicas definidas pelo Gerente Geral para direcionar suas ações operacionais. Essa colaboração entre os dois cargos é fundamental para o desenvolvimento de soluções eficazes para os desafios enfrentados, como a implementação de estratégias de melhoria contínua. A falta de comunicação e integração entre essas duas funções pode resultar em falhas na execução das metas organizacionais, prejudicando o desempenho da empresa como um todo (Silva; Balle, 2025).

5 CONCLUSÃO

O Gerente Geral, com sua visão estratégica, e o Gerente de Operações, com sua atuação focada na execução eficiente dos processos, precisam colaborar de maneira estreita para garantir a melhoria contínua e a sustentabilidade dos negócios. A pesquisa reforçou que as metodologias de melhoria contínua, como Lean e Six Sigma, devem ser implementadas de forma integrada entre as duas funções, para que ambas contribuam para o aprimoramento organizacional. Para futuros estudos, sugere-se uma investigação mais profunda sobre a interação entre as práticas de gestão estratégica e operacional, especialmente em contextos dinâmicos e altamente competitivos.

REFERÊNCIAS

BENTO, Roberto Nepomuceno. As 10 habilidades estratégico-financeiras dos gestores modernos. São Paulo: Digitaliza Conteudo, 2023.

GONÇALVES, Rodrigo Tardin Rosa Ferraz; et al. O processo de crescimento de uma pequena empresa sem planejamento estratégico: o papel dos gestores intermediários. Revista da Micro e Pequena Empresa, v. 17, n. 2, p. 54-74, 2023. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=9271316. Acesso em: 11 jul. 2025.

LOPES, Ana Gessika Ribeiro; et al. Gestão de processos para melhoria do desempenho da empresa X. Revista Delos, v. 18, n. 64, p. e4235-e4235, 2025. Disponível em: https://ojs.revistadelos.com/ojs/index.php/delos/article/view/4235. Acesso em: 11 jul. 2025.

MORAES, Edna Castelo Branco; ARAGÃO, Felipe Costa; ROBERTO, José Carlos Alves. Como a otimização dos processos logísticos pode impactar a rentabilidade da empresa e a satisfação dos clientes?. Cuadernos de Educación y Desarrollo, v. 17, n. 5, p. e8404-e8404, 2025. Disponível em: https://ojs.cuadernoseducacion.com/ojs/index.php/ced/article/view/8404. Acesso em: 11 jul. 2025.

SILVA, Gustavo Lopes; BALLE, Andrea Raymundo. Sistema de gestão e sua comparação com a eficiência operacional: um estudo de caso em uma empresa mineradora. Aracê, v. 7, n. 2, p. 9195-9216, 2025. Disponível em: https://periodicos.newsciencepubl.com/arace/article/download/3509/4460/13334. Acesso em: 11 jul. 2025.