GÊNEROS DISCURSIVOS NAS PRÁTICAS ESCOLARES: UMA ANÁLISE DOS LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA A LUZ DA BNCC

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7819819


Luan Patrick Avelar Costa


Resumo

Os gêneros discursivos nas práticas escolares podem ser definidos como o conjunto de ações do indivíduo, o qual o auxilia nas construções de diálogos entre pessoas. O objetivo deste estudo é fazer uma análise de livros didáticos para verificar como são abordados o ensino de gêneros neles. Para essa revisão, foi realizada uma busca por artigos, dissertações, livros e teses nas bases de dados no Periódicos Capes, Scielo e Google acadêmico. Além de encontrar apostas nas teóricas de Brandão (2010); Dionísio, Machado e Bezerra (2010); Marcuschi (2010); Bakhtin (1997), sobre a construção dialógica e as multimodalidades dos gêneros. De acordo com a análise dos livros didáticos, os resultados obtidos no estudo demonstram que, os gêneros discursivos estão sendo amplamente utilizados na educação básica, buscando sempre focar os seus fundamentos na interpretação textual, análise linguística e produção textual. Dessa forma, pode-se concluir que os gêneros discursivos auxiliam na formação do diálogo entre aluno e professor e que, o livro didático serve como mediador dessa construção. 

Palavras – Chaves: Gêneros discursivos. Livro didático. Relação professor – aluno. 

Abstract

The discourse genres in school practices can be defined as the set of actions of the individual, which assists in the construction of dialogues between people. The objective of this study is to analyze textbooks to verify how the teaching of genres is approached in them. For this review, a search for articles, dissertations, books, and theses were conducted in the Capes Periodicals, Scielo, and Google academic databases. Besides finding support in the theorists Brandão (2010); Dionísio, Machado, and Bezerra (2010); Marcuschi (2010); Bakhtin (1997) about the dialogic construction and multimodalities of genres. According to the textbook analysis, the results obtained in the study show that discourse genres are being widely used in basic education, always seeking to focus their fundamentals on textual interpretation, linguistic analysis, and textual production. Thus, it can be concluded that the discourse genres help in the formation of dialogue between student and teacher and that the textbook serves as a mediator of this construction.

Keywords: Discursive genres. Textbook. Teacher-student relationship.

  1. Introdução

Os gêneros discursivos nas práticas escolares, são definidos como o conjunto de ações do indivíduo, o qual, de acordo com as teorias bakhtinianas, auxiliam na construção dialógica entre os componentes de uma interação. Segundo Brandão (2010), as construções dialógicas estabelecidas entre indivíduos servem como uma construção de sentido, no qual, o falante estabelece um enunciado e o ouvinte recebe esta informação, decodificando-a e emite um novo enunciado, fazendo uma ação responsiva para a construção deste diálogo. Assim sendo, o processo de construção do ensino de gênero na educação básica, facilitará a construção de um diálogo entre os agentes de comunicação presentes em sala de aula (professor, aluno e livro didático). 

O livro didático (de agora em diante intitulado de LD) é colocado como um agente de comunicação, pois, ganhou bastante relevância por estar presente no cotidiano escolar, como um mediador das práticas docentes, bem como auxilia na construção do texto, maneira pela qual o LD de língua portuguesa trabalha essa construção que envolve os componentes verbais e visuais.  

A importância de se estudar essa temática tem grande relevância em nossa atualidade, pelo fato de que os gêneros discursivos perpassam por todo ato de comunicação do indivíduo, assim sendo, toda a vida escolar deste aluno/estudante. Os gêneros variam conforme a esfera e o contexto internacional em que emergem, assim, os alunos da educação básica precisam aprender a manusear os recursos presentes na língua portuguesa para que possam adaptar a sua linguagem a diversas situações comunicativas, presentes no contexto escolar e social. Dessa forma, o papel da escola é estimular o aluno a expandir a sua capacidade do uso da língua, colocando-o em contato com diferentes gêneros discursivos em diferentes contextos estabelecidos pelo convívio social. 

Obviamente, não é importante aqui esgotar e/ou terminar com o assunto, mas sim, estimular uma reflexão sobre o LD colocando questões que possibilitem a construção de um olhar crítico, acerca da importância desta ferramenta na construção da prática docente do professor.  Pois, o LD vai ganhando um espaço maior na vida escolar, na mesma proporção que a figura do professor fica subjugada a ele. Assim, esse recurso didático foi instituído oficialmente na medida em que ia atendendo as demandas do público alvo (o docente, pois, com a necessidade de um trabalho mais ágil, uma diretriz pronta, facilitaria e otimizaria seu trabalho e o aluno, pois, “ganha uma gama de questões” já pré-julgadas como eficazes), os interesses, ideologias e contextos bastante diferenciados.  

Portanto, o objetivo deste estudo é problematizar e compreender o modo como alguns LDs de português adotados atualmente propõem que a língua seja ensinada nos anos finais do ensino fundamental. Assim, procurar observar se esses LDs seguem o que orienta a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), no que tange o ensino de língua portuguesa, verificar se esse material facilita a apreensão de informações para o bom desenvolvimento dos estudos de gêneros discursivos, se as atividades estão organizadas em torno das práticas de linguagem de compreensão textual, análise linguística e produção textual, se essas atividades estão de acordo, de modo que o gênero discursivo seja o eixo central de trabalho de cada livro didático. 

  1. OS GÊNEROS DISCURSIVOS COMO CONSTRUTOR DE DIÁLOGO

Os gêneros discursivos são tipos de textos que apresentam características específicas de linguagem, estrutura e finalidade comunicativa. Eles podem ser definidos como formas convencionais de expressão que são comumente utilizadas em diferentes contextos comunicativos, como na vida cotidiana, na mídia, no mundo acadêmico e profissional. Os gêneros discursivos podem ser classificados de diversas maneiras, dependendo da perspectiva teórica adotada. No entanto, algumas das principais categorias incluem:

  • Gêneros textuais: são tipos de textos que possuem características linguísticas e estruturais específicas, como a carta pessoal, o artigo de opinião, a notícia, o relatório, entre outros.
  • Gêneros orais: são tipos de interação verbal que ocorrem de forma oral, como a conversa informal, o debate, a palestra, a entrevista, entre outros.
  • Gêneros digitais: são tipos de textos produzidos em ambientes digitais, como e-mails, posts em redes sociais, chats, blogs, entre outros.
  • Gêneros acadêmicos: são tipos de textos produzidos no ambiente acadêmico, como o artigo científico, a tese de doutorado, o relatório de pesquisa, entre outros.

Cada gênero discursivo possui características específicas em termos de finalidade, estrutura, linguagem e estilo, e seu uso adequado depende do contexto comunicativo em que é empregado. Conhecer e dominar diferentes gêneros discursivos pode ser essencial para aprimorar a habilidade de se comunicar de forma efetiva em diferentes situações e contextos.

Quando se trabalha com os gêneros discursivos, é possível abordar diversos aspectos e usos da língua, pois, os gêneros discursivos estão presentes em todos os atos de comunicação humana, formando enunciados produzidos pela sociedade em formas verbais e escritas. Dessa forma, o papel da escola é estimular o aluno a expandir a sua capacidade do uso da língua, colocando-o em contato com diferentes gêneros discursivos em diferentes contextos estabelecidos pelo convívio social. 

Marcuschi (2010) afirma que existe uma vasta gama de gêneros textuais presentes nos inúmeros processos de interação da sociedade e, sendo assim, considera que os gêneros não são estáticos, mas sim flexíveis, podendo assim, se moldar em diferentes meios sociais, culturais e históricos. Como postula Marcuschi (2010, p. 32), “o ensino com base em gêneros deveria orientar-se mais pelos aspectos da realidade do aluno do que para gêneros mais poderosos, pelo menos como ponto de partida”; ou seja, ensinar gêneros discursivos em sala de aula é aproximar-se do momento sócio-histórico e cultural do aluno. 

As autoras Dionísio, Machado e Bezerra (2010), apontam várias estratégias pedagógicas de letramento que norteiam o ensino de língua portuguesa dentro da educação básica. Estratégias que facilitarão o ensino e a aprendizagem dos conceitos de gêneros dentro de sala de aula, pois, segundo elas, os gêneros textuais são parte constitutiva das interações verbais humanas e, portanto, fundamentais para o convívio social do aluno. É por esta razão, que o ensino de gênero deve ser ampliado no ensino básico, visando que os alunos adquiram um domínio sobre essa estrutura, para que eles saibam adequá-los em diversas situações da esfera social, cultural e histórica. Além de que, o ensino de gênero implicará no desenvolvimento e na capacidade de observar e reconhecer uma série de dimensões definidoras das práticas de linguagem, tal como afirma Barbosa (2000).

A noção de gênero permite incorporar elementos da ordem do social e do histórico (que aparecem na própria definição da noção); permite considerar a situação de produção de um dado discurso (quem fala, para quem, lugares sociais dos interlocutores, posicionamentos ideológicos, em que situação, em que momento histórico, em que veículo, com que objetivo, finalidade ou intenção, em que registro, etc.); abrange o conteúdo temático – o que pode ser dizível em um dado gênero, a construção composicional – sua forma de dizer, sua organização geral que não é inventada a cada vez que nos comunicamos, mas que está disponível em circulação social – e seu estilo verbal – seleção de recursos disponibilizados pela língua, orientada pela posição enunciativa do produtor do texto. (BARBOSA, 2000, p. 152).

Segundo a Base Nacional Comum Curricular (2016), os alunos têm que ser colocados na presença de vários gêneros, pois, é nessa fase que eles estão em processo de formação de identidade social e cultural, o qual demanda práticas escolares diferenciadas. Dessa forma, a BNCC (2016) afirma que o aluno de língua portuguesa nos anos finais do ensino fundamental deve “Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao diálogo, à resolução de conflitos e à cooperação.”

Neste sentido, o ensino de gêneros em sala de aula parte da perspectiva das práticas de linguagem, de modo que os estudantes de educação básica aprendam que a língua funciona conforme as ações de linguagem que realizamos, conforme os nossos propósitos comunicativos, em diferentes, papéis sociais que assumimos quando interagimos e as esferas discursivas de cada gênero, colocando a produção do texto como pilar central do ato de comunicação, assim como pontua a BNCC:

Tal proposta assume a centralidade do texto como unidade de trabalho e as perspectivas enunciativo-discursivas na abordagem, de forma a sempre relacionar os textos a seus contextos de produção e o desenvolvimento de habilidades ao uso significativo da linguagem em atividades de leitura, escuta e produção de textos em várias mídias e semioses. […] As práticas de linguagem contemporâneas não só envolvem novos gêneros e textos cada vez mais multissemióticos e multimidiáticos, como também novas formas de produzir, de configurar, de disponibilizar, de replicar e de interagir. As novas ferramentas de edição de textos, áudios, fotos, vídeos tornam acessíveis a qualquer uma produção e disponibilização de textos multissemióticos nas redes sociais e outros ambientes da Web. Não só é possível acessar conteúdos variados em diferentes mídias, como também produzir e publicar fotos, vídeos diversos, podcasts, infográficos, enciclopédias colaborativas, revistas e livros digitais etc. (BNCC, 2018, p. 69).

No entanto, assim como a BNCC (2016) fez do texto um pilar central do ensino, na educação básica brasileira, os gêneros discursivos são reduzidos a meras ferramentas, que facilitam exercícios puramente gramaticais nos livros didáticos. Diante dessa existência, podemos dizer que é inegável a interferência dos livros didáticos no processo de ensino-aprendizagem da língua portuguesa e podemos (re)pensar as teorias que sustentam esse método de ensino, pois com o uso dos livros didáticos os professores podem construir sentidos sobre os fundamentos do ensino gramatical tradicional. O ensino de português também pode ser feito com base em novas ferramentas de ensino, como gêneros discursivos e atividades de análise da linguagem.

  1. O LIVRO DIDÁTICO DE LÍNGUA PORTUGUESA

O livro didático desempenha um papel importante na sala de aula, ou seja, uma das ferramentas mediadoras do processo de ensino, o que auxilia na prática docente. No entanto, em muitos ambientes de ensino, o livro didático é a principal ferramenta no processo de ensino, tornando o ensino tedioso. O livro didático, por outro lado, pode e deve ser um aliado do professor, porém, o professor deve utilizar esse recurso de forma adequada, a fim de abordar as questões nele envolvidas de forma significativa para os alunos.

Com o uso do livro didático, o professor pode acessar uma quantidade significativa de informações para uso em sala de aula. Frequentemente, ele auxilia na consulta de textos alternativos para complementar o material escolhido pelo professor, funcionando na coleta de ideias e no esclarecimento de dúvidas.

Por esta razão, em 1937, foi implementado, com uma denominação diferente, o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). De acordo com o decreto o Decreto-Lei nº 93, de 21 de dezembro de 1937, cria o Instituto Nacional do Livro, e a partir de então, passa a ser distribuído LD para as instituições de ensino da educação básica. Assim, a natureza educativa do livro didático torna-o um interessante objeto para ser estudado, pois, como um caráter comercial acentuado, um marketing bem elaborado, ele se torna um bem consumível e perecível, até porque, tem um prazo de validade. 

Segundo Ota (2009), o livro didático de língua portuguesa, para atender os objetivos pedagógicos, vai buscar um discurso de adequação, pelo menos no contexto atual, para inserir mudanças de concepções pelo qual passa o ensino de português, para que ele possa continuar garantido seu espaço dentro de sala de aula, assim, colocando todo o plano de aula, subjugados ao próprio LD. Para Bakhtin (1975) os textos escritos e orais surgem através de interações sociais, assim, essa produção se dá por meio dos gêneros discursivos, colocando assim, o ensino e a aprendizagem dos textos subjugados ao gênero escolhido.

No entanto, segundo Ota (2009), os livros didáticos de português preocupam-se apenas em mostrar uma vasta gama de gêneros textuais, não priorizando a construção de sentido, a construção do texto, ou seja, não se trabalha a textualidade, fazendo assim, que o ensino fique fragilizado, fique limitado apenas a estruturas dos gêneros. Não se trabalha nos LDs de português, a construção de sentido, a utilização do gênero em várias esferas sociais, não se trabalha a adequação do gênero, segundo o seu contexto, limitando assim, a aprendizagem do aluno, colocando-o apenas em contato com a forma.   

  1. O LIVRO DIDÁTICO NA VISÃO DA BNCC

A Base Nacional Comum Curricular (assim denominada BNCC) é um dos principais documentos para a parametrização do processo de ensino da educação básica no Brasil. Este documento, que faz parte do currículo da língua portuguesa, faz parte da centralidade dos textos e gêneros discursivos para desenvolver um trabalho relacionado ao uso social da língua. Compreende-se, portanto, que as abordagens escolares precisam se deslocar para o ensino a partir das diversas práticas sociais nas quais os gêneros discursivos são produzidos e propagados. Nessa dinâmica, o processo de ensino de português (LP) precisa mobilizar a variabilidade dos contextos culturais e sociais, bem como os diferentes modos de significação que compõem essas situações.

No entanto, pesquisas no campo do ensino de LP apontam que manter práticas pedagógicas bem definidas, estratégias de ensino e conteúdos pré-determinados não está em diálogo com as diversas formações sociais nem em diálogo com as diferentes disciplinas que compõem a contemporaneidade. O tempo e espaço escolar, coloca sob este ponto de vista, o ensino de LP como uma continuação da vivência do aluno, pois, dar origem a um conjunto de tipos de “educação escolar” que não mobilizam práticas sociais situacionais e, portanto, não são propícios à interação com múltiplas linguagens e culturas.

Nas escolas, portanto, o trabalho dos gêneros discursivos é muitas vezes centrado no Livro Didático de Português (LDLP), o qual pauta as atividades relacionadas à leitura, produção oral e escrita e análise da linguagem. A BNCC (2016), em campanha para ampliar os parâmetros do Currículo Nacional (1995), introduziu em suas diretrizes uma gama de gêneros contemporâneos, incluindo muitos gêneros digitais, que ainda não passaram a fazer parte do currículo escolar, no sentido de que, a implementação deste documento apresenta desafios para os professores que precisam transformar sua prática e explorar novos conhecimentos no ensino. Com o advento dos livros didáticos na década de 1950, esforços foram feitos para integrar os eixos e objetos pedagógicos na organização gráfica e pedagógica do livro. Assim, os textos, as produções orais e escritas e a gramática, são dispostas nos LDs de português como um conjunto de imagens, atividades descritivas, pautadas apenas no ensino de gramática, e explicações didáticas de determinados conteúdos, como afirma Bunzen (2020). 

o livro didático de Língua Portuguesa não apenas apresenta os objetos de ensino e as atividades, mas os organiza em lições, unidades, capítulos, em função do tempo escolar (bimestre, semestre) e de uma possível progressão das escolhas curriculares, que leva em consideração os interlocutores, os diferentes níveis de ensino e, mais recentemente, os critérios de avaliação do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). Sua concepção e elaboração é fruto de um trabalho coletivo, pois envolve a produção de textos verbo-visuais (capas, explicações, instruções, ilustrações, infográficos), a seleção de temáticas e de objetos do conhecimento, em um processo dinâmico e complexo de elaboração didática. Nesse sentido, diversos agentes (escritores, editores, ilustradores, diagramadores, designer gráficos, críticos, assessores, revisores) se engajam para construir projetos didáticos que têm como principais objetivos ampliar as capacidades de leitura, escrita, e de oralidade, assim como fornecer subsídios para um trabalho com análise e reflexão sobre os usos da língua e da linguagem. (Bunzen, 2020, p. 1).

  1. LIVRO DIDÁTICO E TRABALHO DOCENTE: Uma problematização sobre o ensino de Português. 

A investigação sobre os livros didáticos é um campo importante para entender a produção e o uso deles, pois eles são recursos centrais para a educação e para a compreensão do conhecimento científico. No entanto, é preciso abordar outros aspectos da análise dos livros didáticos, como a sua proposta metodológica, as relações entre o livro didático e as práticas pedagógicas do professor e o seu uso no contexto escolar.

O LD passa a ditar os comandos das aulas, ele é o professor. É o livro que manda, e não o professor. Bachelard (1996) acredita que os livros didáticos não permitem que o professor se aproprie das matérias abordadas e muito menos que ele desenvolva as suas próprias ideias. Além disso, os livros didáticos têm sido criticados por não atualizarem o conteúdo apresentado. Muitos dos conteúdos apresentados são ultrapassados e pouco adaptados à realidade atual. Esses livros são elaborados com a intenção de suprir o conteúdo programático, mas não possuem um caráter de acompanhamento e atualização, o que acaba por limitar a atualização do conhecimento dos alunos. Outra crítica direcionada aos livros didáticos é relacionada à sua falta de incentivos à criação dos conteúdos e atividades dos professores.

Na perspectiva de comunicação, o LD é visto como uma ponte entre professores e alunos, de modo que o LD seja usado para transmitir informações e ensinar aos alunos. Na perspectiva da aprendizagem, o LD é visto como um material pedagógico que fornece recursos para ajudar os alunos a desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes. Porém, o LD está substituindo a funcionalidade do professor, pois, ele impõe ao professor o conteúdo a ser trabalhado, assim como, várias formas de como o professor deve conduzir as suas aulas, tornando o professor totalmente subordinado ao LD. 

Além disso, Apple (1995) argumenta que os professores têm sido afetados pela desvalorização de sua função, pelo crescente distanciamento entre a teoria e a prática, pela desqualificação profissional e pela perda de espaço para a autonomia, o que tem resultado na perda de autoridade e do sentimento de pertencer a uma profissão. Por fim, a proletarização docente é vista como parte de um processo de racionalização do trabalho, acompanhado de uma desvalorização dos professores e de sua profissão. Nesse sentido, a racionalização do ensino desvalorizou o papel do professor que, ao invés de ser o mediador entre o aluno e o conhecimento a ser aprendido, passou a ser um simples aplicador de programas e pacotes curriculares, sem a necessidade de reflexão, ataque crítico ao conteúdo e criatividade. Desse modo, a racionalização do ensino deu ao professor a tarefa de aplicar programas e pacotes curriculares, desvalorizando seu trabalho e sua prática pedagógica.

  1. METODOLOGIA

O presente estudo abordará uma análise exploratória do livro didático de língua portuguesa, da educação básica, do 6º ao 9º ano, frente às abordagens do ensino de gêneros discursivos como facilitador da dinâmica de ensino e de aprendizagem de língua portuguesa.

O método que será utilizado para coleta de dados será a fundamentação bibliográfica trazidas de estudos anteriores, sobre a perspectiva da temática abordada, a observação das práticas pedagógicas, trazidas nos livros didáticos e, a fundamentação teórica e metodológica trazidas pelas Base Nacional Comum Curricular. 

O procedimento teórico – metodológico do trabalho, é a revisão bibliográfica, tendo como base fundamental as teorias abordadas por Dionísio (2010), no livro Gêneros Textuais e Ensino, onde aborda os conceitos acerca do ensinamento dos gêneros textuais em suas múltiplas face, como facilitador das interações sociais. Além dos fundamentos acerca da análise do discurso abordadas por Bakhtin (1997), tendo uma visão da discussão sobre o processo de interação. 

Além de fazer uma análise documental dos documentos oficiais como a BNCC, tentando definir como a formação continuada de alunos e professores são abordados por esses documentos. Usando como instrumento de análise o manual do professor dos professores presentes LDs, para o ensino de gêneros textuais, observando o tipo de abordagem, quais os critérios de classificação, como o professor coloca a realidade do aluno dentro do seu material e como o professor enxerga os gêneros como um mediador social.

  1. PERFIL DOS LIVROS ANALISADOS

Para este estudo, são analisados ​​três livros didáticos atuais de língua portuguesa, os quais são amplamente aplicados no mercado escolar. As coleções Elos, Sesi 6º ano e Se liga na língua portuguesa apresentam um conteúdo riquíssimo para análise em todas as áreas, sejam temas de abordagem gramatical ou questões de interpretação e produção textual.

O tema do ensino da língua materna no Brasil foi fortemente debatido em estudos textuais recentes.  Apesar de muitos estudos já terem apontado para a necessidade de uma abordagem de ensino diferente da mera decoração de regras gramaticais e do uso de textos como simples fonte de inspiração para o estudo das regras gramaticais, muitos textos acadêmicos continuaram a respaldar esse método, às vezes até na ausência de um modelo que colocasse em prática as novas teorias. As três coleções examinadas visam apresentar uma perspectiva inovadora sobre o trabalho relacionado à linguagem, demonstrando que a linguagem é um espaço de interação e não um objeto imutável ao qual são aplicadas classificações e que não deixa espaço para a consideração de mecanismos linguísticos.

Em relação ao tipo textual, é importante examinar o que é discutido nos trabalhos sobre o assunto, o método de análise proposto em relação ao tipo, a teoria que é apresentada para explicar como tratar o texto e se o que é prometido é ou não realmente realizado e de que forma e usando as ferramentas. Diante disso, é necessário realizar uma análise de cada coleção, pois as três obras apresentam diferenças teóricas e metodológicas significativas, bem como uma variedade de enfoques, haja vista que, o público-alvo de cada obra diferem. 

As obras em questão fazem parte do Programa Nacional do Livro Didático, do governo federal, que visa levar livros didáticos de qualidade a todas as escolas do Brasil.  Depois de passarem por uma rigorosa avaliação, os livros são encaminhados às escolas para que eles possam ser usados ​​em uma determinada coleção nos anos seguintes. O livro Se Liga na Língua, foi elaborado por dois especialistas na áreas de linguagem e prestam consultoria em estudos educacionais, para uma boa aprendizagem na educação básica e propõe-se a ampliar a discussão sobre a educação para fora do âmbito acadêmico. 

A coleção inclui exercícios que promovem uma abordagem interacional da linguagem, na qual o significado do texto ainda está sendo desenvolvido por meio de trocas entre o sujeito autor e o sujeito leitor, sendo este último tanto um componente integrante quanto um participante ativo no processo de construção de sentido. Assim, só de ver o título da obra – Se Liga na Língua – pode-se entender a perspectiva dos autores sobre como abordar o assunto.  Ao enxergar tudo ao nosso redor como linguagem, Wilton Ormundo e Cristiane Siniscalchi estimulam os alunos a estarem atentos ao seu entorno e ver tudo com a curiosidade e perspicácia de quem domina as ferramentas linguísticas e é capaz de desenvolver no falante a capacidade de comunicar eficazmente (tanto verbalmente como por escrito) em qualquer situação.

Os livros Sesi do 6º ano e Elos do 6º do ensino fundamental, ambos de empresas particulares, têm uma variedade de gêneros textuais com graus variados de complexidade estudados. Com a estrutura, composição e estilo de cada um sendo examinado quanto às características que fazem com que o texto caia em um gênero e não em outro.  Na maioria das vezes, os exercícios que são propostos para tarefas de análise gramatical incluem uma motivação que orienta os alunos para a compreensão de como certos dispositivos linguísticos são usados. Em relação ao Manual do Professor, o livro oferece um excelente suporte para o instrutor, pois fornece orientações claras sobre como lidar com o texto e os exercícios, além de mostrar como o aporte teórico foi relacionado à prática em sala de aula.

  1. RESULTADOS

Uma coleção destaca-se mais que as outras, por apresentar uma forma mais completa dos estudos dos gêneros, a coleção Se Liga na Língua. A primeira coisa que deve ser destacada em relação à coleção Se liga na Língua, criada pelos professores Wilton Ormundo e Cristiane Siniscalchi, é o olhar diferenciado com que os autores trabalharam os vários sentidos possíveis do texto. Analisando também de que maneira os gêneros refletem na realidade que nos rodeia, por isso inclui não só a palavra escrita, mas também a linguagem visual, a linguagem musical e a dança, tendo em conta os textos que ligam as várias linguagens. Mesmo que não seja explicitamente declarado no livro ou no guia do instrutor, os autores usam a semiótica para direcionar a atenção do leitor durante a leitura. Isso se deve em grande parte ao fato de ambos os autores serem professores de linguística e semiótica. 

Em linhas gerais, sugere – se uma análise rigorosa do texto, atentando para o conjunto de relações que resultam no sentido do texto, ou no que o texto diz.  Essa relação chama a atenção para a análise formal dos elementos do texto, isto se dá somente por meio da análise formal dos elementos do texto que se chega a conclusões sobre seu conteúdo. Nesse sentido, os autores lançam mão dessas ideias da teoria semiótica para criar conteúdo que percebem o texto como um processo que une “dentro” e “fora”, no qual não há um resultado final, mas uma situação em que uma ideia enunciada guarda traços de interação, isso é enunciação, possibilitando remontar esses rastros por meio de atividades de leitura para gerar sentido para o texto.

Portanto, um dos objetivos do professor nesse contexto, é constituir – se como sujeito da interação por meio da compreensão de que o significado não é inerente às coisas como elas são, mas é criado pela interação com os outros. Como resultado, o tradicional rejeita a ideia de que só há uma maneira de compreender um livro, assim como a posição do professor como fonte exclusiva de informação. Mas, um dos principais objetivos dos exercícios é melhorar a capacidade dos alunos de reconhecer marcas enunciativas, ou as ” pistas” que os falantes deixam para trás para ajudar os ouvintes a entender a intenção comunicativa de cada texto.  Nesse sentido, ao entender que não existe apenas uma forma de ler o sentido do texto, não se assume que algo ” valorize tudo”, que os exercícios interpretativos sejam respostas pessoais, ou que tudo seja possível.

Portanto, é fundamental perceber que nenhum discurso é original e que a linguagem é um composto de toda a nossa experiência de fala para compreender a perspectiva dialética da linguagem, na qual os autores se inspiram. O discurso é uma captação de voz definindo a constituição da imagem de um sujeito, questão – chave em muitas estratégias de argumentação persuasiva apontadas em exercícios e exploradas em diversas atividades de leitura.

Em relação ao Manual do Professor, pode-se dizer que não existe um aparato metodológico bem desenvolvido que dê suporte claro ao professor. Mesmo que a abordagem de ensino por meio de uma teoria baseada em texto seja excelente, muitos professores ainda lutam com essa questão e desejam orientação. Para esses professores, o Manual do Professor desta coleção é um grande recurso.

  1. DISCUSSÃO

A discussão feita em torno das coleções, são bastante enriquecedoras, e valem uma investigação mais aprofundada. A coleção Se Liga na Língua, incluída no volume do Ensino Fundamental da sétima série, oferece atividades baseadas em linguagem para ajudar os alunos a desenvolver a capacidade de compreender e analisar o mundo diversificado ao seu redor. Do trabalho sobre tipologia, a coleção se baseia na abordagem de Bakhtin e Marcuschi, cujo trabalho se concentra nas capacidades linguísticas sob as quais os diversos gêneros textuais se agrupam. Nesse sentido, a obra faz uso da nomenclatura que se refere às esferas da narração, relativismo, exposição, argumentação e instrução/prescrição.

O método de instrução é muito interessante porque não se concentra em tipos de texto isolados das atividades de estudos sociais e não exige que os alunos analisem as características dos tipos de texto apenas para determinar se um determinado texto se encaixa em uma categoria específica. Em vez de, ele leva os alunos a desenvolver estruturas psicológicas que os ajudarão a compreender diferentes tipos de texto e demonstrar que possuem habilidades de linguagem. Na coleção Se Liga na Língua, percebe-se que os autores realmente procuram abordar cada texto de acordo com o referencial teórico que escolheram. Isso porque eles estão preocupados com o domínios explorados em cada texto e têm o objetivo claro de, na maioria das vezes, garantir que o aluno compreenda não só elementos estruturais, mas também as escolhas psicológicas e pragmáticas feitas em cada texto utilizado na unidade.

É possível afirmar que, em relação às atividades de leitura, a coleção sempre oferece exercícios de interpretação e análise textual relacionados a estruturas gramaticais e pragmáticas específicas de cada tipo de gênero. Preocupa-se com as etapas que envolvem cada texto, encarando-as como conexões que afetam a totalidade do texto. Não se espera que o aluno memorize a totalidade do texto, mas que, ele entenda as etapas que compõem a totalidade e a construção do texto. Cabe aqui ao professor, guiar os discentes nessa compreensão da totalidade do texto, utilizando-se dos mecanismos deixados pelos autores. 

As coleções Sesi e Elos, em se tratando de tipos textuais, não há uma teoria explícita no Manual do Professor que direciona a abordagem porque, além do referencial básico e essencial de Bakhtin para o olhar sobre os tipos discursivos, não há um referencial teórico que seja especificamente apresentado para trabalhar com tipos textuais. As abordagens são feitas por blocos, ou seja, semestralmente, nos primeiro semestre trabalha-se a construção da compreensão sobre o gênero específico, no caso das coleções a narração e o conto. Em um segundo bloco aplica-se essa compreensão e exercícios, geralmente de interpretação textual.  

O uso da expressão oral e escrita também é uma preocupação, dadas as muitas maneiras pelas quais a linguagem pode ser usada.  Como resultado, a abordagem tipológica não deixa de abordar os diversos modos de comunicação, levando em consideração as características de cada ambiente de comunicação. Aspectos da teoria semiótica são considerados na análise textual ao longo do trabalho com gêneros textuais.  A proposta dos autores é ensinar aos alunos como reconhecer a presença de vozes em um discurso, como criar um elo em um texto com uma intenção específica, como configurar o texto em um plano expressivo que corresponda a um plano de conteúdo, como configurar o texto em termos de pessoa, tempo e espaço, e como compor temas e figuras, entre outras coisas. Por fim, as coleções buscam explanar de uma forma bem didática a compreensão de gêneros, sempre tentando colocá-los em uma aplicação rotineira e social.  

  1. CONCLUSÃO

Este estudo buscou demonstrar como a questão dos gêneros discursivos se relaciona com as atividades de produção textual, análise linguística e interpretação textual nas coleções Se Liga na Língua, Sesi e Elos.  A proposta do estudo foi verificar como os livros abordam os gêneros discursivos e que tipo de demandas eles colocam sobre os alunos em termos de leitura e escrita. Procurou-se estabelecer um vínculo entre a abordagem dos livros e as propostas dos autores sobre o tema dos gêneros discursivos.  Após um exame das teorias, foi possível concluir que, segundo os pesquisadores, o processo de comunicação pressiona a formação dos sujeitos como atores na construção dos sentimentos.

Além disso, os autores antecipam a existência de duas entidades que compõem o esquema de gênero: sequências estruturais – que incluem características linguísticas – e configuração pragmática – que leva em conta aspectos psicológicos no reconhecimento e reprodução de tipos textuais. Após o exame das três coleções, descobriu-se que, embora a abordagem dos gêneros discursivos em ambas as obras seja inovadora e intrigante, ainda há muita ambiguidade em relação não apenas à nomenclatura, mas também ao tipo de rigor aplicado às/os alunos ao trabalhar com diversos gêneros e tipos textuais.

As atividades de leitura e produção textual em ambas as coleções são de alta qualidade, e em ambas as obras há uma preocupação em fazer com que o aluno reflita sobre seu aprendizado, ao invés de ver as aulas de língua portuguesa apenas como um espaço para decorar regras gramaticais e memorizar características para fazer apenas uma identificação textual. O papel do texto nesse tipo de trabalho não é apenas um pretexto para abordar questões gramaticais, mas é entendido como uma prática social envolvendo sujeitos que destroem o sentido por meio da leitura e da escrita.

Para concluir, embora tenha havido algumas críticas ao trabalho dos autores em Se liga na língua, Sesi e Elos, ambas as coleções são de alta qualidade e oferecem um ensino dinâmico do português, que é coerente com as novas teorias e questões, em termos do papel do aluno em sala de aula, que sai de uma tradição de apenas receber conhecimento para se tornar um participante ativo no processo de aprendizagem.

  1.  REFERÊNCIAS 

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